Herberto Helder
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
A Shoah e a minha memória da cinzas e dos horrores.
Walter Fanganiello Maierovitch
Prezados amigos.
Hoje, 27, é o dia dedicado à Shoah, ou seja, a data reservada à memória dos cerca de 6 milhões de hebreus exterminados pelos nazistas e pelos seus aliados fascistas. Para se ter idéia dos aliados, em 1938, Mussolini impôs a lei que determinou a expulsão dos hebreus de todos os colégios da Itália.
Talvez por condenável egocentrismo, a primeira coisa que penso no 27 de janeiro é que não teria existido. Explico melhor. Se os meus avós e o meu pai não tivessem fugido da Polônia e do pogrom que alcançou o auge entre 1821 e 1921, eu não estaria neste mundo e, por evidente, no facebook.
No Brasil, o meu pai conheceu a Lydia Fanganiello e eu nasci. Não me importa que este que vos escreve não seja considerado um hebreu: só são hebreus, --tenham religião judaica ou não--, os filhos de mães hebréias. Isso não me importa nada porque o sofrimento desse povo, do qual tenho 50% de sangue, está na minha alma. E as tragédias sofridas são reapresentadas nos meus pesadelos noturnos: mil vezes a reprise da tragédia de Marzaboto. E já se renova um fato recente, a entrega, no sábado passado e no denominado Ghetto di Roma e aos cuidados do embaixador de Israel, de três pacotes postais. Dentro estavam três cabeças de porcos e papeis com insultos.
De tempo em tempo procuro os livros, assisto os filmes, os documentários, recordo os testemunhos, as conversas, os relatos. Enfim, a tristeza e o inconformismo viram a minha companhia.
Ontem, no programa “Che Tempo Che Fa”, o jornalista e âncora Fabio Fazio entrevistou um professor italiano de história da arte. Ele fez uma exposição desde quanto a brutalidade, a desumanidade, sensibilizou os pintores e relacionou os quadros expostos nos museus. Por exemplo, Guernica, pintura de Picasso depois do bombardeamento dessa cidade e durante a guerra civil espanhola. Ou, Goya e a célebre tela intitulada O Fuzilamento: http://www.homolaicus.com/arte/goya.htm.
O referido programa “Che Tempo Che Fa” (que tempo que faz), recordou a Shoah. Também o Holocausto (além de hebreus, as prisões e extermínios dos homossexuais, dos prisioneiros de guerra, dos grupos étnicos de ciganos-Rom- Sinti- Jenish- e os grupos religiosos de Pentecostais e Testemunhas de Jeová). E , ainda, os genocídios que continuam a ocorrer. Falou-se do binário 21 da Estação Central de Milão, hoje transformado em memorial ( ----os judeus italianos eram embarcados para os campos de extermínio de Auchwitz-Birkenau, Bergen e Belsem. E os presos políticos, antifascista, deportados para os campos italianos de concentração de Bolzano e Fossoli--).
O programa contou, ainda, com a maravilhosa entrevista da octogenária Vera Vigevene Jarach, cujo avô foi morto em Auschwitz e a filha, aos 18 anos, pela ditadura argentina e sob o governo do general-açougueiro Jorge Vidella.
No momento, vivo na companhia do livro intitulado “Vittime” (edizione BUR-Storia) do historiador Benny Morris, da Universidade Ben-Gurion. Esse historiador é referência na imprensa européia e em face da sua isenção. A obra versa sbre a “história do conflito árabe-sionista a cobris o arco de 1881 a 2001.
Pano rápido. No Dia da Memória, estou sempre conectado em memória à dona Mirna. Era minha vizinha judia de fronteira, ou melhor, rua Anhanguera, divisa entre os bairros operários do Bom Retiro e da Barra Funda. Essa senhora sobreviveu ao campo de Auschwitz e, no braço, tinha o número de prisioneira tatuado. No campo, perdeu os pais.
Do meu lado, os avós Salomão e Sirla, os seus filhos Sara, Jacob e Moysés (meu pai de 94 anos), deixaram, no gueto polonês, o restante da família. Meu pai conta: os avós recomendavam fugir e diziam que, pela idade, não possuía força e nem recursos: o meu bisavô era sapateiro-remendão (só fazia remendos). Em síntese eles ficaram, deram as economias para os mais jovens fugirem para o Brasil. Acabaram exterminados, como bem sabiam.
Walter Fanganiello Maierovitch
Prezados amigos.
Hoje, 27, é o dia dedicado à Shoah, ou seja, a data reservada à memória dos cerca de 6 milhões de hebreus exterminados pelos nazistas e pelos seus aliados fascistas. Para se ter idéia dos aliados, em 1938, Mussolini impôs a lei que determinou a expulsão dos hebreus de todos os colégios da Itália.
Talvez por condenável egocentrismo, a primeira coisa que penso no 27 de janeiro é que não teria existido. Explico melhor. Se os meus avós e o meu pai não tivessem fugido da Polônia e do pogrom que alcançou o auge entre 1821 e 1921, eu não estaria neste mundo e, por evidente, no facebook.
No Brasil, o meu pai conheceu a Lydia Fanganiello e eu nasci. Não me importa que este que vos escreve não seja considerado um hebreu: só são hebreus, --tenham religião judaica ou não--, os filhos de mães hebréias. Isso não me importa nada porque o sofrimento desse povo, do qual tenho 50% de sangue, está na minha alma. E as tragédias sofridas são reapresentadas nos meus pesadelos noturnos: mil vezes a reprise da tragédia de Marzaboto. E já se renova um fato recente, a entrega, no sábado passado e no denominado Ghetto di Roma e aos cuidados do embaixador de Israel, de três pacotes postais. Dentro estavam três cabeças de porcos e papeis com insultos.
De tempo em tempo procuro os livros, assisto os filmes, os documentários, recordo os testemunhos, as conversas, os relatos. Enfim, a tristeza e o inconformismo viram a minha companhia.
Ontem, no programa “Che Tempo Che Fa”, o jornalista e âncora Fabio Fazio entrevistou um professor italiano de história da arte. Ele fez uma exposição desde quanto a brutalidade, a desumanidade, sensibilizou os pintores e relacionou os quadros expostos nos museus. Por exemplo, Guernica, pintura de Picasso depois do bombardeamento dessa cidade e durante a guerra civil espanhola. Ou, Goya e a célebre tela intitulada O Fuzilamento: http://www.homolaicus.com/arte/goya.htm.
O referido programa “Che Tempo Che Fa” (que tempo que faz), recordou a Shoah. Também o Holocausto (além de hebreus, as prisões e extermínios dos homossexuais, dos prisioneiros de guerra, dos grupos étnicos de ciganos-Rom- Sinti- Jenish- e os grupos religiosos de Pentecostais e Testemunhas de Jeová). E , ainda, os genocídios que continuam a ocorrer. Falou-se do binário 21 da Estação Central de Milão, hoje transformado em memorial ( ----os judeus italianos eram embarcados para os campos de extermínio de Auchwitz-Birkenau, Bergen e Belsem. E os presos políticos, antifascista, deportados para os campos italianos de concentração de Bolzano e Fossoli--).
O programa contou, ainda, com a maravilhosa entrevista da octogenária Vera Vigevene Jarach, cujo avô foi morto em Auschwitz e a filha, aos 18 anos, pela ditadura argentina e sob o governo do general-açougueiro Jorge Vidella.
No momento, vivo na companhia do livro intitulado “Vittime” (edizione BUR-Storia) do historiador Benny Morris, da Universidade Ben-Gurion. Esse historiador é referência na imprensa européia e em face da sua isenção. A obra versa sbre a “história do conflito árabe-sionista a cobris o arco de 1881 a 2001.
Pano rápido. No Dia da Memória, estou sempre conectado em memória à dona Mirna. Era minha vizinha judia de fronteira, ou melhor, rua Anhanguera, divisa entre os bairros operários do Bom Retiro e da Barra Funda. Essa senhora sobreviveu ao campo de Auschwitz e, no braço, tinha o número de prisioneira tatuado. No campo, perdeu os pais.
Do meu lado, os avós Salomão e Sirla, os seus filhos Sara, Jacob e Moysés (meu pai de 94 anos), deixaram, no gueto polonês, o restante da família. Meu pai conta: os avós recomendavam fugir e diziam que, pela idade, não possuía força e nem recursos: o meu bisavô era sapateiro-remendão (só fazia remendos). Em síntese eles ficaram, deram as economias para os mais jovens fugirem para o Brasil. Acabaram exterminados, como bem sabiam.
Walter Fanganiello Maierovitch
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
Cidade da Garoa ...
Minha alma esta como as ruas da cidade
Paulista quando cai garoa...
Pelas suas calçadas,
De tristeza molhadas,
Caminha, à toa,
A grande multidão que minha alma povoa...
Dúvidas vão ali, murmurando sozinhas...
São velhinhas
De fichu na cabeça,
Que ficarão caducas de desgosto !...
Orgulhosos caprichos de véu no rosto,
Passeiam, nos vultos
De fidalgas damas, disfarçando
Pensamentos ocultos...
E tomando-lhe a frente,
Heroísmos calados de fronte erguida,
Seguem, feito os soldados que voltaram
Das batalhas da vida,
Cegos, gloriosamente,
Gloriosamente mancos !
Vagam crenças puras como virgens,
Esfarrapadas esperanças
Correm, tremendo, sobre a pedra fria,
Nos pézinhos descalços das crianças...
Sonhos de arranha-céus que construí, na alegria
De viver, na gloria de ser tua,
Erguem-se na garoa, em cada canto
Da rua...
Mas moram dentro deles, sombras de saudade,
Pálidas e belas,
Que se debruçam nas janelas,
Para olhar a cidade !...
Quando a tarde declina,
A cidade acende as cores dos seus cartazes..,
E se derramam na garoa fina,
Tintas que lembram lágrimas vermelhas...
Olhos de olheiras lilases...
E em cada um dos bonitos
Cartazes,
Pode-se ler um trecho dos meus poemas,
Com letras de luz escritos !
É a hora da Ave-Maria. E então, na garoa,
A cidade
Põe-se a tanger os sinos de todas as igrejas !...
E ressoa e ressoa
Soluçando o teu nome num clamor tão grande,
Que hás de ouvi-lo, por certo, aonde quer que estejas !..
Parabéns São Paulo, pelos seus 460 anos !!!
Alvaro Nicoli
Essência canibal
Devorei os motivos pelas bordas
expondo sua essência quente e volátil
mas algo no sistema se inverte:
o conteúdo me abocanha
o dia a dia me digere.
Não frequentei tanto as aulas de ciências
quer dizer, no ranço de lembrar
que agora os significados se esbanjam
como excrementos, todos
convencionalmente banais.
Roberta Tostes Daniel
TRADUZIR-SE
Ferreira Gullar.
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?
POEMA SILENCIOSO DENTRO DA NOITE
Três fatos – um sussurro – um abandono
a faina do amor e canso.
Corre sobre a torre excusa,
espera:
nada desce ou se adianta
mais.
Por cinco copos e alguns prantos
te observo. Uísque vagabundo
em copo (daqueles a quem
não se pode negar a boca amarga)
e a mão branca e torta imiscuindo
letras
e propondo antologias
em tempo de cartilha.
amor
amado
amaria
) possuir
ser
és (
NUNCA.
Pra mim
conjugar o verbo amar
é por um nunca antes de cada tempo
e esquecer as desinências
que não sejam minhas.
EU
TU
e só.
Dois nomes se confundem no assoalho
e abraçam no escuro
e se procuram
e não se encontram.
A carne é forte, filho!
Dura.
Seca.
Sonolenta.
Dois nomes não se acham
se começam por letras diferentes
e distantes dentro do alfabeto convencional.
(Torquato Neto)
A MOÇA MOSTRAVA A COXA
Carlos Drummond de Andrade
A moça mostrava a coxa,
a moça mostrava a nádega,
só não mostrava aquilo
- concha, berilo, esmeralda -
que se entreabre, quatrifólio,
e encerrra o gozo mais lauto,
aquela zona hiperbórea,
misto de mel e de asfalto,
porta hermética nos gonzos
de zonzos sentidos presos,
ara sem sangue de ofícios,
a moça não me mostrava.
E torturando-me, e virgem
no desvairado recato
que sucedia de chofre
á visão dos seios claros,
qua pulcra rosa preta
como que se enovelava,
crespa, intata, inacessível,
abre-que-fecha-que-foge,
e a fêmea, rindo, negava
o que eu tanto lhe pedia,
o que devia ser dado
e mais que dado, comido.
Ai, que a moça me matava
tornando-me assim a vida
esperança consumida
no que, sombrio, faiscava.
Roçava-lhe a perna. Os dedos
descobriam-lhe segredos
lentos, curvos, animais,
porém o maximo arcano,
o todo esquivo, noturno,
a tríplice chave de urna,
essa a louca sonegava,
não me daria nem nada.
Antes nunca me acenasse.
Viver não tinha propósito,
andar perdera o sentido,
o tempo não desatava
nem vinha a morte render-me
ao luzir da estrela-dalva,
que nessa hora já primeira,
violento, subia o enjoo
de fera presa no Zôo.
Como lhe sabia a pele,
em seu côncavo e convexo,
em seu poro, em seu dourado
pêlo de ventre! mas sexo
era segredo de Estado.
Como a carne lhe sabia
a campo frio, orvalhado,
onde uma cobra desperta
vai traçando seu desenho
num frêmito, lado a lado!
Mas que perfume teria
a gruta invisa? que visgo,
que estreitura, que doçume,
que linha prístina, pura,
me chamava, me fugia?
Tudo a bela me ofertava,
e que eu beijasse ou mordesse,
fizesse sangue: fazia.
Mas seu púbis recusava.
Na noite acesa, no dia,
sua coxa se cerrava.
Na praia, na ventania,
quando mais eu insistia,
sua coxa se apertava.
Na mais erma hospedaria
fechada por dentro a aldrava,
sua coxa se selava,
se encerrava, se salvava,
e quem disse que eu podia
fazer dela minha escrava?
De tanto esperar, porfia
sem vislumbre de vitória,
já seu corpo se delia,
já se empana sua glória,
já sou diverso daquele
que por dentro se rasgava,
e não sei agora ao certo
se minha sede mais brava
era nela que pousava.
Outras fontes, outras fomes,
outros flancos: vasto mundo,
e o esquecimento no fundo.
Talvez que a moça hoje em dia...
Talvez. O certo é que nunca.
E se tanto se furtara
com tais fugas e arabescos
e tão surda teimosia,
por que hoje se abriria?
Por que viria ofertar-me
quando a noite já vai fria,
sua nívea rosa preta
nunca por mim visitada,
inacessível naveta?
Ou nem teria naveta...
Qualquer dia | José Afonso
No Inverno bato o queixo
Sem mantas na manhã fria
No Inverno bato o queixo
Qualquer dia
Qualquer dia
No Inverno aperto o cinto
Enquanto o vento assobia
No Inverno aperto o cinto
Qualquer dia
Qualquer dia
No Inverno vou pôr lume
Lenha verde não ardia
No Inverno vou pôr lume
Qualquer dia
Qualquer dia
No Inverno penso muito
Oh que coisas eu já via
No Inverno penso muito
Qualquer dia
Qualquer dia
No Inverno ganhei ódio
E juro que o não queria
No Inverno ganhei ódio
Qualquer dia
Qualquer dia
domingo, 26 de janeiro de 2014
Se sentir membro de uma nação , não significa ser lacaio de um Estado;
uma nação é a tua identidade social, teu idioma e cultura; um Estado é uma
instituição de poder, cuja autoridade na maioria das vezes não tem nenhum
vínculo de fato com a nação, senão usurpar. Quanto a pátria é onde sentimos a
nacionalidade, configurada em um espaço geográfico ou tribal.
Podemos ter mais de uma nacionalidade (em tese eu tenho duas) e por
conseguinte duas pátrias; talvez adotar outra, estrangeira, sendo um meteco
nesse ou naquele lugar, porém, assim como meus pais são únicos, a minha pátria
(ou minhas pátrias) são únicas. Quanto ao Estado, ele não me significa nada,
cuja entidade concreta foi um mal necessário durante um determinado processo da
história, e já cumpriu seu papel , e merece ser minimizado até extinção; a esse
Leviatã, resistirei contra ele enquanto eu existir, o quero morto e empalhado,
até porque sou um patriota.
Tullio Sartini
XLII
Que a tenhas não é todo o meu tormento,
E diga-se que a amei de amor profundo;
Mas ela ter-te é a mágoa que lamento,
Perda de amor que toca no mais fundo.
Mas vos perdoo, amáveis ofensores:
Amaste-a por saberes quanto a amo;
E ela me trai, te dando os seus favores,
Em nome deste amor que te proclamo.
Se te perder, ganho no amor depois;
Mas se a perder, o ganho é teu pois ficam
Um ao lado do outro e perco os dois:
Por minha causa ambos me crucificam.
Mas por sermos tu e eu um só, me inflama
Pensar que a mim somente é que ela ama.
- William Shakespeare, em "Os melhores sonetos" – [Tradução:
Ivo Barroso] - Ed. Nova Fronteira - Saraiva de Bolso.
Crisis in Ukraine: A catalyst for long-overdue change?
January 23, 2014 Stanislav Tkachenko, special to Russian Beyond The
Headlines
Ukrainian President Viktor Yanukovich set off a fresh crisis in his
country in fall 2013, when he rejected a trade deal offered by the European
Union in favor of closer ties with Russia.
Thousands of Ukrainian citizens took to the streets in protest, and
clashes with riot police resulted in injuries.
What are we to make of these events?
Understanding the choice before Ukraine and the motives of Yanukovich
and Russian President Vladimir Putin requires a nuanced appreciation of the
economic history of the post-Soviet landscape.
Ukraine: What's behind the
protests
Opinion: What's behind the protests in Ukraine
The break-up of a single economy that resulted from the collapse of the
USSR had harsh economic consequences that are still playing out in the region.
In the 1990s, Russia’s economy contracted 40 percent, and Ukraine’s
economy fell as much as 60 percent. The Soviet economic system was destroyed,
and new types of co-operation between countries are only just beginning to
emerge. This is by no means an easy process.
In the Soviet era, Ukraine was the most economically and technologically
advanced republic in the USSR. But as a sovereign state today, Ukraine is one
of Europe’s poorest countries.
The EU and the U.S. began to compete with Russia for influence over Kiev
soon after the breakup of the Soviet Union. But their actions lack strategic
vision and are currently not backed by economic resources.
Not so long ago, Ukraine was the third largest recipient of U.S. aid,
after Israel and Egypt. The EU too has implemented numerous reform assistance
programs for Ukraine.
But the scale of that support was far from meeting Ukraine’s needs. The
2008 crisis had a devastating effect on its economy.
A $16.4 billion agreement with the IMF signed in November 2008, and a
follow-up $15.1 billion agreement in August 2010 were only able to slow down
the country’s slide into an economic abyss.
Vox Pop: What is the future of
Russian-Ukrainian relations?
Vox Pop: What is the future of Russian-Ukrainian relations?
There were also difficult social consequences, showing the country’s
leadership that the path of ultraliberal reforms would be dangerous for social
stability. It was at that period of uncertainty that Russia joined in the
politico-economic rivalry over Ukraine.
When inviting Kiev to sign an association agreement in November 2013,
the European Union in effect agreed that the task of improving Ukraine’s
situation lay fully on the Ukrainian authorities and people. The EU, after all,
had its own financial and economic crisis to deal with first.
Kiev had expected Brussels to come up with a modern version of the
Marshall Plan, and those expectations were dashed. In effect, Ukraine was being
invited to join a Eurocentric model as one of its periphery states.
By contrast, Russian leaders believe that becoming “a second-rate
European country” is not what Ukraine deserves. The Kremlin is offering Ukraine
a more attractive short-term development path as a partner in the Moscow-led
integration bloc called the Eurasian Union.
The aid package that Russia offered to Ukraine in December 2013 (a $15
billion loan; a considerable price cut on Russian gas; joint technological
projects) prevented a default and provided some breathing room to develop plans
for saving the Ukrainian economy.
Champions of integration within the Eurasian Union say one should not
overestimate the destructive consequences of the collapse of the unified Soviet
economy.
Much of the shared Soviet legacy has indeed been preserved. For
instance, Russia and Ukraine still have massive trade in goods and services
($55.5 billion in 2012), visa-free travel and free movement of labor, an
integrated gas transportation and power system and military-industrial
cooperation.
Russia still has its naval base in the Crimea, Ukraine. In political
economics, relations like these are termed “interdependence” and they are an
important condition for economic integration.
But it is doubtful whether the model proposed by Russia will remain
sustainable in the long term. Experts are well aware that the effective
functioning of a modern state depends on such institutions as strong property
rights and market sophistication.
Related:
Russia to invest $15 bln in Ukrainian government securities - Putin
Russians aware of loan to Ukraine, say it can preserve friendship - poll
A divided Ukraine: Between Russia and the EU
Property rights protection in Russia is poor, institutions of the
required quality have not yet been created and the country’s authorities are
not doing anything to create them. What the Russian economy needs is not
micromanagement from the Kremlin, but reforms that could ensure the operation
of the economic institutions of a modern state.
If Russia’s next move after involving Ukraine in a process of
reintegration is to carry out the kinds of radical institutional reforms that
economists have been urging for the past 10 years, then the protests in Kiev’s
Independence Square and the unexpected rapprochement between Russia and Ukraine
could have long-term positive consequences for both countries.
Russia and Ukraine are united in that their future prosperity lies in
developing European-type democratic societies. Yet Russia also aspires to
become an independent center of gravity in world politics. Its current efforts
are aimed at attracting Ukraine into its own integration project, which runs
counter to the interests of the EU and the U.S.
The need to deepen cooperation with Ukraine within an integration
project will hopefully spur reforms both in Russia and Ukraine, leading to the
creation of a window of opportunity for a real modernization of the
politico-economic system in both countries.
But in the meantime, Russia is unlikely to adopt a policy that
reconciles itself to passively watching Ukraine develop as a peripheral member
of the European Union.
Leaders of the countries that once constituted the Soviet Union share
certain similarities in their worldview. One is that they tend to downplay the
concept of ”values” as a motivating factor for national policy, preferring
instead to focus on “interests,” both national and personal.
Ukraine’s economic lifeline: What's in it for Russia? Ukraine’s economic
lifeline: What's in it for Russia?
Russian leaders are convinced that international relations within the
Commonwealth of Independent States (as the loose-knit organization of former
Soviet states is known) is a zero-sum game territory. That means every defeat
suffered by a partner from outside the region translates into a victory for
Russia. Such outsiders would include the U.S. and China, as well as the EU.
Any attempt to understand the economic consequences of the current
events around Ukraine without taking into account this worldview of the
regional elites is bound to fail.
Stanislav Tkachenko is an associate professor of International Relations
at St. Petersburg State University.
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