e afagava a plumagem dos pássaros
nos galhos.
Lembro que o vento espertava o
silêncio no ar
e na quilha dos barcos afogados.
Noite que chamava os mortos
e fazia chegar a mim o seu chamado
do ermo em que jazia.
Noite em que do céu caiu o fruto
da vida e não colhemos.
Noite despojada de todos os
artifícios.
Despregada da grande árvore do
nada
e carregada de tudo
em viagem para um tempo sem fim.
- Paulo Plínio Abreu, em
"Poesia". 2ª ed., Belém: EDUFPA, 2008.
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