quarta-feira, 22 de maio de 2013

Vermelho e o Negro


Renato Janine Ribeiro

Estou com Stendhal na cabeça. Lembrei o Vermelho e o Negro; Julien Sorel, não sabendo como reconquistar a amada Matilde, segue o conselho de um amigo e começa a cortejar - copiando cartas de amor que o amigo lhe deu - uma conhecida da namorada. São dezenas de cartas, em linguagem tão empolada que, diz Stendhal, a vantagem do discurso enfático é que ninguém presta atenção nos absurdos. Por exemplo, ele escreve Londres em vez de Paris, mistura as datas e nada disso causa problemas. Faz pensar em pessoas que falam de um modo que nem elas, nem ninguém, entende...

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