segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013



“Acho que o papel do poeta é parecido com o daqueles que levam a tocha na
Olimpíada. Mesmo que o mundo esteja dessacralizado, temos que acreditar que a vida
é forte, transforma-se e cria novas saídas. Penso na imagem de uma flor brotando nos
interstícios de uma pedra. Acredito nas diversas manifestações do divino, no anima
mundi. Temos que viver este não-ser, esta noite, esta dor como uma passagem. A
fidelidade de cada um a si mesmo é o que se pede. Dar o pouco que se tem, ser fiel à
sua voz interior, é o que se pede aos poetas na tentativa de suprir essa carência dos
deuses.”

Dora Ferreira da Silva. Entrevista a Donizete Galvão publicada na Revista Cult, maio de
1999.
 

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