O Marcelo Paiva que me disse: esse conto dá filme. A pulga
instalou-se atrás da minha orelha. Deixei pra lá. Um pouco por orgulho besta,
isto é, por achar que o texto bastava-se por si mesmo e não precisava virar
filme para existir. E outro tanto porque ninguém se interessou mesmo. Pois bem.
O tempo passou e “Sobre os Ombros Dourados da Felicidade” virou uma peça-punk
nas mãos do Fernando Maatz e da Anti-companhia de Teatro, garotada aqui do Rio
de Janeiro.
Fui ver o ensaio ontem e saí feliz da vida com o resultado.
Eles tão mandando muito bem. Vendo os espasmos do Bruno Aragão que no palco é
uma mistura de Cazuza com Darth Vader, em conjunto com a fúria erótica da
Fabiana Russeff e mais a violência dos Dissidentes ( a banda ) bem, vendo isso
tudo, cheguei a conclusão de que sou punk desde criancinha.
E foi só um ensaio. Os garotos fizeram uns ¾ do texto e
ainda tem luz e os efeitos especiais na jogada. Vai ficar nervoso, com diria
meu amigo Brecão. Estreiam agora, no primeiro dia de outubro. Toda
segunda-feira no Reserva +, que fica no Arpoador quase Ipanema, lugar ideal,
segundo Fernando me garantiu, para falar de uma bolota escrota com pelos
grisalhos que vai crescer sobre os ombros dourados da felicidade de uma cidade
que continua sendo o Rio de Janeiro, apesar da visão pessimista que temos(
resolvi incluir a garotada) dos barquinhos a deslizar sobre o macio azul do
mar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário