quinta-feira, 8 de setembro de 2011

AGONIA

uma gaivota rente ao mar

voa entre os barcos

no pôr-do-sol

toca



asas na água

sem o peixe

voando em círculos

perto da árvore



em bando barcos parados

a voz da gaivota,

aguda, ecoa

rumo ao mar



fechado, mergulha

imersa, agora, como ostra

destroça o peixe

entre as patas gaivotas a lua?



na água que apagou

nuvens sobre a montanha

onde já é quase noite

acima um céu azul ainda



horizonte uma gaivota voa

luz acesa da ponte

silêncio íntimo da baía

cor no entanto a onda




Régis Bonvicino




Régis Bonvicino é autor de vários livros de poesia, entre eles: Bicho papel (SP, Groove, 1975); Régis Hotel (SP, Groove, 1978); Sósia da cópia (SP, Max Limonad, 1983); Más companhias (SP, Olavobrás, 1987); 33 poemas (SP, Iluminuras, 1990); Outros poemas (SP, Iluminuras, 1993); Ossos de borboleta (SP, 34, 1996); Céu-eclipse (SP, 34, 1999); Remorso do cosmos (SP, Ateliê, 2003).

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