uma gaivota rente ao mar
voa entre os barcos
no pôr-do-sol
toca
asas na água
sem o peixe
voando em círculos
perto da árvore
em bando barcos parados
a voz da gaivota,
aguda, ecoa
rumo ao mar
fechado, mergulha
imersa, agora, como ostra
destroça o peixe
entre as patas gaivotas a lua?
na água que apagou
nuvens sobre a montanha
onde já é quase noite
acima um céu azul ainda
horizonte uma gaivota voa
luz acesa da ponte
silêncio íntimo da baía
cor no entanto a onda
Régis Bonvicino
Régis Bonvicino é autor de vários livros de poesia, entre eles: Bicho papel (SP, Groove, 1975); Régis Hotel (SP, Groove, 1978); Sósia da cópia (SP, Max Limonad, 1983); Más companhias (SP, Olavobrás, 1987); 33 poemas (SP, Iluminuras, 1990); Outros poemas (SP, Iluminuras, 1993); Ossos de borboleta (SP, 34, 1996); Céu-eclipse (SP, 34, 1999); Remorso do cosmos (SP, Ateliê, 2003).
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