A prática de levar votações polêmicas para a Ópera de Arame
é mais um golpe legislativo, que se torna rotina e ritual autoritário em
Curitiba. Ópera bufa e satírica de tiranetes de província e de aldeia
assustados com os movimentos sociais e populares. O legislativo é a casa da
democracia e os golpistas o precisam amordaçar e violentar. A destruição do
serviço público e dos direitos dos servidores é mais um golpe na ideia de
ascensão e mobilidade social de toda uma geração. O que assistimos é a lógica
da reprodução social familiar em que poucas famílias permanecerão nas suas
castas de privilégios com riquezas e outras nas suas castas de carências e
pobrezas. Observem que boa parte dos chefes do executivo e do legislativo
formam e procedem de famílias políticas organizadas por formas de nepotismo. A
nepocracia não precisa de instituições públicas de qualidade em nenhuma
dimensão. Para eles não interessa a ideia de um funcionário público ou
professor de carreira de qualidade, com autonomia, com direitos e altivez
profissional crítica. Só interessa o comissionado ou o puxa-saco vendido, só
querem funcionários nomeados politicamente e professores subservientes e
vendidos por prestações mínimas, para os elogiarem e aplaudirem em troca de
seus cargos miseráveis, enquanto a sociedade como um todo se deteriora, a
violência piora e a concentração de renda aumenta. A retirada dos direitos
previdênciários e trabalhistas só interessa à turma da privada poder acumular
muito mais às custas das multidões precarizadas e imbecilizadas.
Rco
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