quinta-feira, 12 de dezembro de 2019


A prática de levar votações polêmicas para a Ópera de Arame é mais um golpe legislativo, que se torna rotina e ritual autoritário em Curitiba. Ópera bufa e satírica de tiranetes de província e de aldeia assustados com os movimentos sociais e populares. O legislativo é a casa da democracia e os golpistas o precisam amordaçar e violentar. A destruição do serviço público e dos direitos dos servidores é mais um golpe na ideia de ascensão e mobilidade social de toda uma geração. O que assistimos é a lógica da reprodução social familiar em que poucas famílias permanecerão nas suas castas de privilégios com riquezas e outras nas suas castas de carências e pobrezas. Observem que boa parte dos chefes do executivo e do legislativo formam e procedem de famílias políticas organizadas por formas de nepotismo. A nepocracia não precisa de instituições públicas de qualidade em nenhuma dimensão. Para eles não interessa a ideia de um funcionário público ou professor de carreira de qualidade, com autonomia, com direitos e altivez profissional crítica. Só interessa o comissionado ou o puxa-saco vendido, só querem funcionários nomeados politicamente e professores subservientes e vendidos por prestações mínimas, para os elogiarem e aplaudirem em troca de seus cargos miseráveis, enquanto a sociedade como um todo se deteriora, a violência piora e a concentração de renda aumenta. A retirada dos direitos previdênciários e trabalhistas só interessa à turma da privada poder acumular muito mais às custas das multidões precarizadas e imbecilizadas.
Rco

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