terça-feira, 3 de setembro de 2019

Sonetos da portuguesa



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Estas flores colhidas no jardim
Que me trazias no verão, no inverno,
Poderiam, no escuro do quarto interno,
Sem sol ou chuva ter crescido em mim.
Em nome deste amor toma as ideias
Que de igual modo aqui desabrocharam,
Do coração provindo, e acompanharam
Dias frios ou quentes. Estão cheias
De ervas amargas, cardos e lamentos
De que te incumbo. Juntas também vão
Rosas silvestres. Dá-lhes tratamento
Bom como eu dou às flores que me dão.
Que a cor persista ao teu olhar atento.
Das raízes, te lembra, eu sou o chão.


De Elizabeth Barrett Browning, poeta inglesa do século XIX, em tradução de Leonardo Fróes, o soneto último dos seus "Sonetos da portuguesa":

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