O nepotismo é uma longa corrente hereditária de vantagens e
privilégios extraídos do Estado ao longo de várias gerações na classe
dominante. Todos leram o caso do filho do general Mourão, Antonio Hamilton
Rossell Mourão, repentinamente promovido com salário triplicado a quase 40 mil.
O beneficiado é filho e neto de generais do exército, bisneto de desembargador
e presidente do TJ do Amazonas, trineto de oligarcas latifundiários do Piauí.
Pelo lado materno é filho da primeira esposa de Mourão, Ana Elizabeth, das
principais famílias de Bagé, na fronteira do Rio Grande do Sul, neto de Mário
Magalhães Rossell e de Zaida Quintana. O estádio de futebol local se denomina
Antônio Magalhães Rossel, um dos tios e a família esteve associada com grandes pecuaristas
e latifundiários, desde o Visconde de Ribeiro Magalhães, avô materno de Mario
Magalhães Rossell e trisavô do sortudo do Banco do Brasil, Antonio Hamilton
Rossell Mourão, o que mais uma vez confirma a tese de que política é assunto de
famílias e de genealogias das classes superiores, muitas dentro do Estado,
desde o Antigo Regime, ao longo de várias gerações e vários séculos. Como
citamos o autor Oliveira Vianna no nosso livro Na Teia do Nepotismo: O
nepotismo é a fórmula tradicional e geral da nossa vivência política. Para o
trabalhador restou o prejuízo de perder oito Reais do seu salário mínimo para
poder sustentar todo andar de cima da sociedade do Bolso, seus familiares e
associados nas diversas corporações e altas rodas, os que o apoiam, lucram e
embalam...
RCO
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