sábado, 29 de dezembro de 2018


Os dias que se seguirão serão cáusticos, um caos de cadáver insepulto. A sensação que tenho é de estar num sem-tempo, num antifuturo. Contrariamente olho a minha volta café, signos pelas paredes do quarto, pilha de livros no criado-mudo, perfumes sobre a cômoda, colares pendurados na porta do armário, chapéus e travesseiros. Uma desconformidade, um incômodo desajuste entre luta-conquista-retrocesso, entre luta-liberdade-incerteza. Que tempo é esse que não se cabe nele, em que o quando é - onde?



Rita Alves

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