HELIO FERNANDES
Poucos estão percebendo, mas o general que passou para a
reserva, por ter defendido a intervenção militar, assumiu o comando da campanha
presidencial. È o segundo de Bolsonaro, mas se movimenta intensamente como o primeiro
dele mesmo. Estranhamente nomeado presidente do histórico Clube Militar, usa,
abusa e utiliza essa posição para conquistar espaço, dentro e fora do circulo
militar.
Dois pontos que considera importantíssimos para a sua
predominância, e a substituição do Bolsonaro. Não esconde que o Brasil precisa
de uma nova Constituição. Mas afirma sem qualquer hesitação, que não pode ser votada
e promulgada pelo povo, diretamente. Ou pelo Congresso. Sua formula vem sendo
divulgada com insistência.
Os personagens que redigirão essa constituinte, serão
nomeados pelo presidente eleito. E a nova Constituição será referendada e ratificada,
pelo novo presidente. Ele mesmo, no seu entendimento e apreciação. Como
presidente poderá vetar ou acrescentar qualquer coisa, será presidente com
todos os Poderes.
O segundo ponto que considera fundamental: ser candidato
eleito com total apoio militar. Aí, encontra forte resistência de um grupo que
não admite que um general de brigada recente, se transforme em presidente da
Republica, sem voto, sem povo, sem urna, uma nova espécie de Temer, usurpador.
Mas temos que reconhecer: militares empedernidos, surrealistas e revoltados
contra os civis, preferem continuar apoiando Bolsonaro, apesar dele ser capitão
da reserva, ficou no quartel um tempo mínimo.
A grande preocupação do general Mourão: sua chapa tem que
ser vitoriosa no primeiro turno. E com uma votação cada vez maior. Ele adoraria
obter maioria absoluta, (50 por cento mais 1 voto) mas sabe que isso é impossível.
No entanto tem muita esperança numa votação que chegue ou ultrapasse, mesmo
ligeiramente os 30 por cento.
Conseguido isso, do dia 7 de outubro, até antes do dia 28,
tentará de todas as maneiras eliminar o segundo turno. Não ganha de ninguém,
tem certeza de que assumirá, espalha desde já, "Bolsonaro não terá condições
físicas para assumir a presidência". Então ele assumirá, tudo isso é
rigorosamente verdadeiro, embora com a total falta de credibilidade dos dois.
PS- Alguém (vários) tentou lembrar a ele, a pretensão e
ambição do coronel Passarinho, que tentou ser presidente, até mesmo no AI-5 de 1968.
Não conseguiu por ser coronel da reserva.
PS2- Mourão, tranqüilo, responde: "Eu sou general e
presidente do Clube Militar".
PS3- Eles são capazes de tudo. 2 milhões e 200 mil mulheres,
fizeram manifestação contra o voto em Bolsonaro e Mourão.
PS4- Eles modificaram criminosamente a frase, que passou a
ser" favorável" a Bolsonaro e Mourão.
PS5- Isso é crime, ninguém foi punido
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