sexta-feira, 21 de abril de 2017

Tiradentes não foi herói e não me representa!


Sua trajetória esteve ligada as tramas do poder da elite mineira do século XVIII. Suas alianças com magnatas e poderosos buscavam o contrabando do ouro, de escravos e de outros artigos. Esteve desde sempre envolvido com a corrupção, com os desvios e aos interesses exclusivamente pessoais. Continuamos até hoje a tornar herói o corrupto e excluir aqueles que de fato lutam, labutam e pelejam no cotidiano.
Seu movimento se preocupou aos interesses políticos, econômicos e sociais de seu grupo e não se tinha como pauta o fim da escravidão ou projeto de independência, mas sim, o alívio dos tributos da Coroa.
Também não tinham interesses patrióticos, muito menos preocupavam-se na construção de um projeto de nação.
Morreu por ser o menos rico dos ricos e o único a confessar.
Tornou-se herói apenas cem anos depois de sua morte no processo de construção da República e até hoje permanece.
Sua imagem foi cuidadosamente construída para forjar a ideia de herói e patriótico, atributos que nunca teve.
Os meus heróis? São homens e mulheres reais, escondidos da história oficial e verdadeiros responsáveis pela construção desse país.
Sabotados pela historiografia, marginalizados e excluídos, mas resistentes e existentes na memória, na oralidade e nos documentos não oficiais.
Não estão nos livros didáticos ou nos memoriais, mas uma busca, uma fuçada permite conhece-los e se encantar com suas histórias e bravuras.
A estes, um brinde. A Tiradentes...ficaria tranquilamente sem seu feriado.

Vagner Marques

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