sábado, 16 de abril de 2016

Sérgio Braga Pois então, Adriano Codato. É isso que eu o o Bruno Bolognesi estamos falando há tempos. Mas ninguém lê Facebook e os petistas só fazem culpar a "mídia golpista". Agora, está complicado. Vamos torcer para que o Eduardo Cunha e seus cúmplices não terminem destruindo o país ou coisa pior...

Sérgio Braga Adriano Codato: agora, o Sérgio Abranches sempre foi parlamentarista. O presidencialismo para ele sempre foi um mal menor, que tendia a gerar instabilidade por causa das características das elites brazucas. Você tem alguma hipótese para explicar essa incoercível atração da esquerda brasileira pelo presidencialismo dito de coalizão? Populismo, estatolatria, hegemonia da classe média radical no pensamento de esquerda?

Bruno Bolognesi Sérgio, o Sartori (ainda que de forma ensaística) argumenta num contrafactual que o parlamentarismo foi uma solução para assentar as monarquias europeias no Estado. Argumento esse que não estou certo de alguma validade para o Brasil. Mas a explicação alternativa é a do êxito norte-americano com o presidencialismo e como este serviu de modelo para a América Latina.
PS: a esquerda brasileira (e latina) é muito populista e personalista. Acho que isso só psiquiatria explica.

Sérgio Braga Bruno Bolognesi Acho que quem melhor explicou isso até hoje foi o Francisco Weffort. Que os conservadores prefiram o presidencialismo, é facilmente explicável, pois isso torna mais fácil o bloqueio de pressões distributivas vindas de partidos (presidentes) de esquerda através do fisiologismo, do clientelismo, cooptação etc., como estamos testemunhando nos últimos anos. No tocante à esquerda, ele afirma que na América Latina a esquerda não chegou ainda ao estágio social-democrata, onde a demanda é por direitos sociais constitucionalizados por maiorias parlamentares através da organização da sociedade civil em partidos, mas está ainda na etapa de demanda por serviços e reconhecimento do Estado, tal como personificado por líderes carismáticos. As causas disso são complexas, estão relacionadas a fatores históricos (independência; industrialização; estadania), à hegemonia da classe média na esquerda (culto à expansão do Estado e hostilidade ao setor privado etc.), e à natureza do "gap" de consumo e qualidade dos serviços existente entre nossas classes trabalhadoras e as classes trabalhadoras dos países capitalistas avançados. Acho que as considerações do Weffort são um bom ponto de partida para refletirmos sobre o tema da tendência incoercível da esquerda latino-americana a desvalorizar os partidos e o jogo parlamentar como instrumentos de mudança de longo prazo, preferindo uma comunicação/mobilização direita entre líderes e massas. O Mainwaring também escreveu coisas interessantes sobre o assunto. Sartori é bem confuso; vc se refere àquele texto dele sobre semi-presidencialimo?


Maria Tarcisa Silva Bega Interessante a leitura do texto de Sérgio Abranches. o equilíbrio - sempre instável por definição - entre os três poderes e o potencial de judicialização do processo me parecem ser os pontos para nossa reflexão.

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