Como é formada, em sua imensa maioria, por analfabetos
políticos com altíssimo déficit de leitura, a direita brasileira tende a se
movimentar quase que exclusivamente como manada.
Então, assim como o "kkkkkkk", que lhes serve de
sustentação literária tanto para disfarçar preconceitos como para consagrar
estultices, o clichê do momento entre a reaçada é o argumento barato do
todos-os-corruptos-devem-ser-presos-não-interessa-o-partido.
É como se, de repente, os milhões de eleitores de Aécio
Neves tivessem descoberto o Código Penal, mas somente depois de seu líder e
salvador da pátria começar a aparecer nas delações como insistente - chato
mesmo - receptador de propinas.
Esse movimento ganhou forma nas últimas manifestações de
rua, quando a turba com camisas da CBF viralizou nas redes mensagens dando
conta de que, ao contrário do PT, não tinha compromisso com "bandidos de
estimação".
Isso vindo de uma gente que marchou até Brasília para tirar
foto com Eduardo Cunha.
Colocar-se, agora, a favor de prender todos os corruptos,
não importa qual o partido, é, antes de tudo, uma maneira cafajeste de fingir
que não está apoiando o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff - justo no
momento em que as coisas começam a dar errado para os golpistas.
É mentira.
Essa gente abobalhada de verde-e-amarelo nunca foi a favor
de prender corruptos, até porque votou sempre neles, movida pela catapora
infantil do antipetismo.
Esses neoprobos formam as fileiras da classe média apavorada
e iletrada do Brasil, alimentada de ódio pela mídia - esse lixo que depende do
golpe para voltar a mamar nas tetas do Estado.
Então, não me venham com essa história, agora, que querem
todos os corruptos presos.
Ninguém vai acreditar nessa moralidade tardia de quem, na
verdade, está com vergonha de ser apontado como um golpista fracassado, daqui
por diante.
Não depois de terem sido tocados pelos corruptos como gado,
pelas ruas do País, mugindo palavras de ordem fascistas e ruminando o ódio que
lhes foi servido como capim.
(Leandro Fortes)
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