Nem todos gostam de serem identificados como de direita e de
classe alta no Brasil. São critérios "objetivos" em muitos casos. A
classe A brasileira começa a partir de uma renda familiar de 15 mil reais. Uma
família consolidada e com renda superior a 20 mil reais (classe alta-baixa)
deverá ter empregada doméstica, faxineira, habitação com mais de cinco
banheiros ou mais, casa na praia, dois carros ou mais, férias ou viagens para a
Europa, Estados Unidos, assinatura da Veja, etc. Uma família com renda mensal
superior a 140 mil (classe alta-alta), 3 entre cada mil os que declaram o IR,
já vive com todos os luxos internacionais se quiser. Pode ter barcos,
haras-cavalos, carros de luxo, ter muitos caprichos que o dinheiro paga. A
família com 20 mil pagaria 40 Reais de CPMF (0,2% da renda) e a de 140 mil pagaria
280 Reais mensais. A análise sociológica da classe dominante tradicional
informa que um alto funcionário público, um Oficial General das Forças Armadas,
um Desembargador, ou qualquer alto burocrata aposentado e sua esposa, com
algumas heranças recebidas, são muito mais representativos da velha tradição e
das redes sociais do passado do que um emergente empresário
"self-made-man", um novo-rico enriquecido em novos negócios na
periferia, ou no interior e com dez vezes mais renda, mas ainda sem as conexões
políticas, culturais, sem o nepotismo e o ethos desta nossa velha elite
genealógica. Todos têm que pagar mais impostos. Não vai doer para diminuir a
pobreza e a desigualdade no Brasil em relação ao que se ganhou e se ganha. Vai
comprar um óculos barato a menos em Miami ou um perfuminho a menos em Paris.
Ricardo Costa de Oliveira
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