quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

QUE PENA

  
Que pena morrer justo quando
as coisas vinham melhorando,
mas não faz mal, reunindo em breve
chuva estival, restos de neve,
ramas com cheiro de aguardente
no outono, irei, sem que o lamente,
mesclar-me às folhas, água, argila :
a encosta aguarda-me tranquila ;
quanto ainda falta e estarei junto
de Lilla e Maya é o que pergunto.
(Eu desceria à cova pronta-,
mente, mas quem vai tomar conta
de Mari ou dar-lhe flor, assim
que os vermes nutram-se de mim?)

GYÖRGY PETRI

Trad : Nelson Ascher


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