Desde o final dos anos 70 existem três maneiras
"fáceis" de rápido enriquecimento: Entrar no tráfico de drogas, criar
uma igreja evangélica e abrir um partido político (alguns brilham nas três
atividades ou carreiras ao mesmo tempo, como é sabido). As eleições das mesas
diretoras no Senado, Câmara e Assembleias representam um dos maiores
espetáculos do festival de dinheiro fácil, sem fiscalização, na riquíssima ilha
da fantasia do poder legislativo brasileiro. Alguns dos melhores livros sobre o
ethos e a cultura parlamentar foram escritos por Lúcio Vaz - "A Ética da
Malandragem" e os "Sanguessugas do Brasil", que deveriam ser
atualizados após cada eleição legislativa. Um sistema partidário com quase 30
partidos no legislativo é o templo dos negócios e do fisiologismo no atacado,
com presidentes reféns dos esquemas e a grande estrela partidária da fisiologia
é o PMDB, um partido herdado da ditadura militar corrupta ao lado da antiga
ARENA e do PDS (já extintos e sucedidos por outros partidos nas suas raízes clientelistas).
Nenhuma democracia mundial tem quase 30 partidos no parlamento. Um partido
político deve governar e ser situação porque venceu as eleições, já quem perdeu
deve ser oposição, criticar e fiscalizar. No Congresso brasileiro e nas
Assembleias estaduais existe o grande partido do corporativismo unido, quando
todos se unem para usufruir as polpudas verbas e fortunas dos orçamentos
superdimensionados do poder legislativo nas mesas diretoras. No Paraná o jogo
já se definiu com o deputado Traiano e o apoio integral da bancada do PMDB, bem
representativos da malfadada superficialidade incompetente da gestão Richa-PSDB
. No Senado joga o campeão Renan, ex-ministro da justiça de FHC e na Câmara o
atual símbolo magno do "sabotador da república" Eduardo Cunha, que
até abriu um bar parlamentar de ocasião. Os chefes desfilam e comandam os
processos no melhor estilo do PMDB velho de guerra. As tais das jornadas
"progressistas" de junho de 2013 só produziram um parlamento ainda
mais fisiológico e conservador em 2015.
Ricardo Costa de Oliveira
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