“A beleza ainda me emociona muito. Não só a beleza física,
mas a beleza natural. Hoje, com quase oitenta e cinco anos, tenho uma visão da
natureza muito mais rica do que eu tinha quando era jovem. Eu reparava mais em
certas formas de beleza. Mas, hoje, a natureza, para mim, é um repertório
surpreendente de coisas magníficas e coisas belas. Contemplar o vôo do pássaro,
contemplar uma pomba ou uma rolinha que pousa na minha janela... Fico estático
vendo a maravilha que é aquele bichinho que voou para cima de mim, à procura de
comida ou de nem sei o quê. A inter-relação dos seres vivos e a integração dos
seres vivos no meio natural, para mim, é uma coisa que considero sublime.”
- Carlos Drummond de Andrade, em trecho da última entrevista,
publicada no suplemento Idéias - Jornal do Brasil, de 22 agos/1987.
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