Os blogs não eram mais do que simples diários onde as pessoas engavetavam emoções neste emaranhado virtual e etéreo da web,que por sua vez principiara para atender as demandas academicas e militares.
Em curto espaço de tempo esta nova mídia foi ensejando um novo tipo de meio-mensagen ,onde os domínios do subjetivo, íntimo, privado foram se espraiando para uma nova forma de sub-literatura,fora dos cânones acadêmicos, mas ainda amadora .
Contudo hoje em dia convivem meros rascunhos , como quartos de dormir mal arrumados diante de uma porta escancarada para um olho imenso que a tudo devassa enquanto cegos enquanto se tropeça nas roupas , espalhadas pelo chão.
Com efeito podemos discorrer sobre a sociedade de fim de século, época de transição , de grandes transformações marcada por uma diversidade de formas e camadas de relacionamentos inusuais á poucas décadas, onde o ciber-espaço cumpre o papel de ponte fantasma entre a inconstancia,o delírio e a pseudo profundidade dos contatos que em certo sentido aboliram a interação física;relações superficiais na contradição a abertura total a desinibição,incluindo a intima e a erótica em níveis não do experienciado mas do imaginado.
Quanto ao blog em questão nos remeteremos a sociedade vídeo- adicta , onde o tempo é variante adversa daquela empregada na leitura do livro,o lead e a informação direta, não necessariamente objetiva predominam ,isso em parte já ocorria na literatura ,as shorts -stories e as crônicas, os minicontos nos jornais; estórias ligeiras.Embora seja platitude ficar-mos nesse argumento.Não esqueçamos do fenomeno dos e-boocks.As questões que se apresentam :1) os leitores dos e-books são os mesmos que cultivados pela leitura dos livros de celulose e seus filhos herdeiros de tais acervos culturais, lêem os dois meios ou não?2)Como ficaram as editoras nesse processo ?
Penso que haverá uma multi- coexistência de maneiras de absorver literatura e cada geração resgatará no espírito de sua época as cores , as paisagens de suas letras,como fora no passado e assim é no presente.
No que se refere ao efêmero do postado,digerido ou não apenas mantém a força breve das breves lembranças,profundidades não trazem a tona o que a juventude busca.Tempestade e ímpeto.Um tiro de uma frase certeira , um conciso veneno ou elixir, bastam, não é a demanda do santo Graal.revelações profundas ainda são o continente de um bom livro ou de um e-book, talvez.
Com relação ao ocorrido com o referido blog, então denominado Pó&teias sou de opinião, que as repetições nas postagens, tem mais a ver com o caráter pré-profissional que induzem seus colaboradores a erro por mero esquecimento do que fora postado, creio que se houvesse algum mecanismo que lembra-se que tal ou qual texto já fora publicado, não haveria tal fato.Uma questão de ordem técnica.
De outra ordem é a qualidade dos textos e a Leitura que deles se fazem pelos leitores “virtuais’,o primeiro pode ser lapidado , filtrado, quanto aos leitores que ora também podem vir a se tornarem colaboradores, está muito ligado a alguns fatores de proximidade seja de comunidades de relacionamento virtual de perfil literário ou participes de grupos poéticos e de escritores em sua maioria freqüentadores dos mesmos espaços culturais urbanos boêmios ou não, e sim os anônimos presos nas teias do ciber-espaço.
Wilson Roberto Nogueira
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