À alguns dias atrás, fui mais uma vez obrigado a ouvir uma
frase preconceituosa de um direitista que se nega como tal. Um colega, que
trabalha em uma Cooperativa de Crédito da cidade, comentou que no outro dia
iria trabalhar bastante, porque era dia de pagamento dos aposentados, logo, ou
colega que trabalha no mesmo local saiu-me com a frase: "Prepara o nariz,
porque os velhinhos fedem!". Talvez a frase não tenha sido exatamente
esta, mas o sentido foi este. A expressão acima foi logo rechaçada/condenada
por boa parte dos ouvintes. Prefiro acreditar que tenha sido uma opinião
isolada e que não faz parte do treinamento de referida instituição. Como diria
Cazuza: "A Burguesia fede e não liga para a dor da vendera de
chicletes".
"O direitista não se reconhece como tal. Embora seja
facilmente identificável, ele se considera centrista, alardeado que a virtude
está no meio, aproveitando-se de uma tirada aristotélica. Seus atos e
convicções, porém, são inocultáveis. Ele tem certeza de que jamais existirá -
nem ele aceitaria - a distribuição da riqueza entre os homens, por mais que ela
tenha resultado do trabalho de todos. Se tiver de optar entre a construção de
um presídio e de uma escola, ele escolherá a primeira proposta, porque acredita
piamente que os desvios de conduta são originados do DNA da pessoa e não do
meio em que foi obrigado a viver. Ele acha que o povo é burro, que a maioria é
incompetente e por isso não "subiu" na vida. Que o povo tem cheiro!
Direitos humanos, justiça social, distribuição de renda são balelas, conversa
mole dessa raça que se nega a entender que o socialismo está morto, as
ideologias estão mortas." (Editorial da Edição especial (Dez/2005) "A
Direita Brasileira" da Revista Caros Amigos)
Cássio Augusto Guilherme
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