domingo, 31 de janeiro de 2016

Oración

Miguel de Cervantes Saavedra

A Ti me vuelvo, gran Señor, que alzaste,
a costa de tu sangre y de tu vida,
la mísera de Adán primer caída
y adonde él nos perdió, Tú nos cobraste.

A Ti, Pastor bendito, que buscaste
de las cien ovejuelas, la perdida
y hallándola del lobo perseguida,
sobre tus hombros santos te la echaste.

A Ti me vuelvo en mi aflicción amarga
y a Ti toca, Señor, el darme ayuda,
que soy cordera de tu aprisco ausente

y temo que a carrera corta o larga,
cuando a mi daño tu favor no acuda
me ha de alcanzar esta infernal serpiente.
Fragmento de obra de teatro La Gran Sultana doña Catalina de Oviedo


Biblioteca Digital Ciudad Seva
“Acredito que as pessoas aprendem com os próprios erros e com o tempo. Acredito também que quem traiu uma vez e foi perdoado vai trair de novo. Acredito que aquelas pessoas que vivem falando mal dos outros vão falar mal de você com esses outros. Acredito que as pessoas só mudam por vontade própria e nunca pelo pedido de outra pessoa. Acredito que tudo que eu acredito hoje vai mudar com o tempo. E que, no futuro, talvez, eu acredite em menos coisas. Ou em nada mais.”

— Clarice Lispector.

Adam Przeworski

Adam Przeworski (pronúncia em polonês: [pʂɛˈvɔrskʲi]; 1940- ) é um cientista político e professor da Universidade de Chicago nascido na Polônia.

Seu método procura conciliar as análises macroestruturais com um individualismo metodológico e considera as ações dos indivíduos como dotadas de sentido racional. Isso significa que as práticas dos sujeitos não são condicionadas por forças estruturantes (economia, Estado, ideologia, classe social, etc) . Essa visão transformava os sujeitos sociais em massa de manipulação das estruturas - o político, o econômico e o ideológico.

Para Adam Przeworski, a prática desses atores sociais não parte de determinação estrutural, mas de escolhas entre alternativas disponíveis, o que caracteriza a teoria da escolha racional. Esse método tornou possível (e foi tornado possível por) o estudo de realidades em que suas condições estruturais haviam partido de acordos ou compromissos entre as distintas classes sociais e não de imposição de uma delas.

Tem o tema democracia como principal eixo de reflexão, em torno do qual não escapam estudos sobre o Estado, a social-democracia, representatividade, eleições, etc.
É autor da obra "Estado e Economia no Capitalismo", possuindo tradução para o português de Argelina Cheibud Figueiredo e Pedro Paulo Zahluth Bastos pela editora Relume Dumará - Rio de Janeiro.


Quando Nietzsche Chorou

“Eis um homem tão oprimido pela gravidade - sua cultura, sua posição, sua família -, que jamais conheceu sua própria vontade. Tão preso à conformidade, que parece espantado quando falo de escolha, como se estivesse falando uma língua estrangeira. Quando o confronto com o fato de que permitiu que sua vida fosse um acidente, ele nega a possibilidade de escolha. Ele me diz que ninguém imerso em uma cultura dispõe de escolha.
É curioso como ele teve o conceito ao seu alcance em uma idade precoce, mas nunca desenvolveu a visão para enxergá-lo Ele era o “rapaz infinitamente promissor” - como todos nós somos -, mas nunca entendeu a natureza de sua promissão. Ele nunca compreendeu que seu dever era aperfeiçoar a natureza, superar a si mesmo, sua cultura, sua família, seu desejo, sua natureza animalesca brutal, para se tornar quem ele foi. o que ele foi. Ele nunca cresceu, ele nunca se desvencilhou de sua primeira pele: ele confundiu a promissão com a realização de objetivos materiais e profissionais. E quando alcançou esses objetivos sem jamais ter aquietado a voz que dizia “Torna-te quem tu és”, recaiu no desespero e invectivou a peça nele pregada. Mesmo agora ele não capta a verdade!
Existe esperança para ele? Ele ao menos pensa sobre as questões corretas e não recorre a embustes religiosos. Mas é medroso demais. Como lhe ensinar a se tornar rijo? Ele uma vez contou que banhos frios ajudam a enrijar a pele. Haverá uma receita para enrijar a determinação? Ele chegou à percepção de que somos regidos não pelo desejo divino, mas pelo desejo do tempo. Ele percebe que a vontade é impotente contra o “assim se deu”. Terei a habilidade de lhe ensinar a transmutar o “assim se deu” no “assim o quis”?”

— Irvin Yalom,