sábado, 26 de fevereiro de 2011

Orlando Furioso

"Tão puro brilha o aço em cada torre
Que de nódoa ou ferrugem sempre é isento.
Noite e dia o ladrão as plagas corre
E depois acha ali forte aposento.
Debalde ao que ele preia alguém socorre
Com brados de blasfêmia ou de lamento.
Minha amada, meu próprio coração
Desespero livrar de tal prisão. "

Orlando Furioso, de Ludovico Ariosto,
Tradução de Pedro Garcez Ghirardi.
Ateliê Editorial.

Lazy Eye

TERRITÓRIOS DA MÚSICA II

Canta-me um dos Lieder de Schubert,

um dos mais tristes,

Tränenregen, ou Der Lindenbaum,

pleno de florestas desamparadas,

inchado de rios transparentes,

transbordando de amores impossíveis.



Toca ao piano suavemente

e canta-me o mais triste Lied.

Abre espaço para o pobre Franz

junto ao fogo.



E se te acontecer cantares a palavra Herz,

certifica-te que lhe dás expressão, a modulação que requer,

pensa que somos Românticos

circa mil oitocentos e vinte e sete

e que um de nós tem uma doença incurável e impronunciável.

Porque ninguém vai compreender nunca

a nossa coragem, a nossa beleza.

RIKARDO ARREGI

Poesia & Ltda.


http://www.poesiailimitada.blogspot.com