Genealogia política e estatal de
Luís Roberto Barroso, Ministro do STF. Barroso, natural de Vassouras, Rio de
Janeiro, é filho de Roberto Bernardes Barroso e de Judith Luna Soriano. A mãe
era advogada e de família de imigrantes de origem sefardita de Salônica. O pai,
Roberto Bernardes Barroso, pertencia às principais oligarquias de Vassouras
como advogado pela Faculdade Nacional de Direito, vereador e presidente da
Câmara Municipal de Vassouras pela UDN. Depois entrou no Ministério Público e
foi procurador de justiça. Como mostramos no nosso artigo sobre a Prosopografia
dos operadores da Lava Jato, há forte correlação entre conservadorismo e
hereditariedade no sistema judicial, mentalidades retrógradas e quase uma casta
hereditária jurídica, em vários casos. A esposa de Luís Roberto Barroso é
Tereza Cristina Van Brussel Barroso, com notícias de offshore em vários blogs.
O avô paterno foi Jorge Coulomb Barroso, também prefeito de Vassouras, filho do
Coronel João Antonio Teixeira Barroso, grande fazendeiro e de Francisca Adelia
Coulomb. A avó paterna de Luís Roberto Barroso, Haydea Bernardes Barroso, era
filha do Coronel Manoel Bernardes Junior - Coletor Federal em Vassouras e
residente em Paty do Alferes, um dos principais chefes políticos da região no
tempo do coronelismo, com várias denúncias de fraudes e irregularidades
eleitorais na Coleção de Anais da Câmara dos Deputados, 16/10/1906 (419) .
Estas famílias formam as principais oligarquias políticas familiares da região
do período Imperial até hoje. O atual prefeito de Paty do Alferes é o primo
Eurico Pinheiro Bernardes Neto, filho do atual deputado federal Eurico Pinheiro
Bernardes Junior, que também foi vereador, dirigente da Ceasa e prefeito de
Paty do Alferes e de Vassouras. A família do Coronel da Guarda Nacional Manoel
Francisco Bernardes, sua esposa Joaquina Maria de Mello Bernardes e familiares
possuíram várias grandes fazendas, como a Retiro, a Quindins e representavam
muito bem o passado senhorial arcaico das casas grandes, das grandes
propriedades das famílias latifundiárias e escravocratas daquela região
cafeeira. Vassouras teve quatro ministros do STF, inclusive Sebastião Lacerda,
que também foi Ministro de Estado, deputado, pai de Maurício de Lacerda,
prefeito de Vassouras e avô de Carlos Lacerda, o Corvo, todos símbolos do
antigo prestígio latifundiário, escravista e da mentalidade conservadora,
autoritária e golpista de muitos políticos com genealogia naquela região. O
mesmo esquema familiar de reprodução com outras formas de nepotismo acontece no
Brasil inteiro. Do quilombo de Manuel Congo e das antigas senzalas dos
excluídos, em Paty do Alferes e Vassouras, a desigualdade social no Centro-Sul
do Estado do Rio de Janeiro a tornou uma das regiões mais pobres e menos
dinâmicas, depois de ter sido uma das regiões mais ricas do Brasil escravista
do café. A responsabilidade do atraso também é de suas elites políticas e
jurídicas, elites provenientes da classe dominante tradicional, socialmente
originária do século XIX e de muito antes. A genealogia do ministro do STF
Barroso mostra bem quais grupos e classes sociais históricas, quais interesses
dominantes, deram o golpe de 2016-2018, para perseguirem modernas lideranças
populares e atacarem a democracia com a sua nefasta ditadura judicial do
"Antigo Regime", o poder arbitrário, discricionário e pessoal -
Poderes sempre associados às velhas oligarquias políticas familiares e suas
práticas bacharelescas, arcaicas, patrimonialistas, autoritárias, persecutórias
e golpistas.
RCO