domingo, 2 de outubro de 2016



Acho que o voto em candidatos de esquerda com viabilidade é a decisão mas correta para mostrar que as previsões das cassandras não se realizaram nestas eleições municipais.A subida de Haddad depois do massacre midiático mostra que existe um pouco de bom senso no eleitorado. As cidades chaves nesta eleição São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife. Infelizmente Belo Horizonte não está nesta lista herança da decisão errada de lançar Márcio Lacerda candidato a prefeito há oito anos atrás. Eu acho que os candidatos viáveis são Haddad, Freixo, Raul Pont e João Paulo. Entre todos eles, certamente o Haddad é o mais importante pela centralidade que São Paulo teve em todos os eventos recentes de junho de 2013 até o impeachment. Acho que ele é o grande renovador do campo de esquerda, seja nas ciclovias, seja na política anti-drogas. Mostrou-se também um excelente administrador com a renegociação da dívida da cidade com o governo federal. Haddad é o melhor símbolo das transformações urgentes que o PT e toda a esquerda tem que passar.

Leonardo Avritzer
Eu defini o meu voto de amanhã no PT já em 1982. Desde aquele ano eleitoral, quando eu era calouro de Ciências Sociais no prédio histórico do IFCS-UFRJ, o meu voto se mantém, atualiza e se renova na mesma proposta de mudança essencialmente necessária, competitiva e questionadora no amplo rio-mar, partido-movimento social do Partido dos Trabalhadores, cujo prazo de validade nacional ainda não se encerrou no presente ciclo histórico da nossa geração, hoje cinquentenária, de jovens sonhadores da abertura das diretas já. A pauta de mudanças é de certa maneira ainda a mesmíssima desde a década de 1920, a construção de uma democracia, um Brasil-Nação moderno, inclusivo, social, menos desigual e com instituições válidas. Todos os golpes e retrocessos, como o de 1935, 1954, 1964 e 2016 apenas revelam um país atolado na lama dos seus velhos problemas estruturais da desigualdade, dos grupos sociais mais exploradores, corruptos e enganadores, que não tiveram força partidária e eleitoral para derrotarem o projeto modernizador de esquerda, apelando em 1964 aos militares-legislativo e em 2016 ao judiciário-legislativo, sempre com apoios na mídia oligárquica das mais atrasadas do mundo. O recuo do PT nas eleições municipais será do tamanho do retesamento da flecha a ser lançada nas eleições de 2018. O PT continuará de longe o maior partido de esquerda e com muito mais capacidades, quando mais uma vez, como em 1930, 1950, 1963, 1982, 2002, o novo terá outra oportunidade de mando no jogo e esperamos que desta vez vença, desatole de vez o Brasil das lamas centenárias do atraso, com novas atitudes e políticas. Uma grande reforma política urge acontecer, as crises e rejeição dos golpistas serão agora os principais fatores mobilizadores junto ao povo brasileiro. O novo só se adia para voltar com mais força e urgência

Ricardo Costa de Oliveira

LA PEQUEÑA ORFANDAD


La pequeña orfandad que nos define
radica en que no somos la respuesta
a nada establecido. La pequeña orfandad
que no tiene raíces sino ramas sin tallo
y sin árbol a veces.
La pequeña orfandad no de la vida
ni de la muerte ni siquiera del estado
de izarnos del vacío.
Ese hilo sin hilo
que nos falta.
©Antonio Arroyo Silva
Química del error.

"Estrela de judeu", símbolo de discriminação e morte

Há 75 anos, os nazistas decretavam para todos os judeus o uso da estrela de seis pontas sobre fundo amarelo. Ela se tornou um estigma de sua exclusão da sociedade e, mais tarde, do próprio Holocausto.


 A partir de 1941, estrela amarela passou a ser obrigatória para cidadãos judeus na Alemanha nazista

Em sua origem, a estrela de Davi não representa um estigma, nem é um símbolo exclusivamente judeu. No entanto, desde a época do nazismo na Alemanha, a insígnia de seis pontas passou a ser associada ao Holocausto.

Com as Leis Raciais de Nurembergue, de 1935, os judeus passaram a ser cada vez mais excluídos da vida social. A legislação estipulava meticulosamente quem era judeu puro, meio-judeu, mestiço judeu de primeiro ou segundo grau, ou "suposto judeu" (Volljude, Halbjude, jüdischer Mischling ersten oder zweiten Grades, "Geltungsjude"). Mais tarde, a maioria deles seria obrigada a usar uma estrela amarela no peito.
"Tornar o inimigo interno visível"

Já antes da guerra, Reinhard Heydrich, chefe do Departamento Central de Segurança do Reich, especulava como os "inimigos internos" da Alemanha poderiam se tornar "visíveis para todo o mundo".

Reinhard Heydrich foi o "inventor" da estrela amarela para identificar judeus

Pouco depois da Noite dos Cristais, em novembro de 1938, quando em toda a Alemanha se incendiaram sinagogas e lojas de propriedade judaica foram depredadas, Heydrich escreveu: "Todo judeu nos termos das Leis de Nurembergue deve usar um determinado distintivo. Essa é uma possibilidade que facilita bastante muitas outras coisas."

Para o regime nacional-socialista, mais tarde a medida facilitaria sobretudo a localização dos judeus e sua deportação para campos de concentração, e não só na própria Alemanha.

Já no início da guerra, em setembro de 1939, impôs-se aos judeus na Polônia ocupada que usassem uma braçadeira branca com a estrela, na época ainda azul. À medida que a campanha de ocupação territorial avançava, os nazistas levaram para outros países a rotulagem obrigatória da população judaica.

De início, Hitler hesitou

Antes da guerra, o regime ainda se mostrava reticente. Em 1937, constatava-se uma hesitação tática mesmo de Adolf Hitler, ao declarar diante de funcionários do Partido Nacional-Socialista (NSDAP): "O problema da identificação já está sendo continuamente considerado há dois, três anos e, de um modo ou de outro, um dia será posto em prática, é claro. [...] É preciso agora ter o faro para perceber: 'O que eu posso fazer, o que não posso?'"

Àquela altura, para fora o ditador ainda se mostrava aberto a concessões, obviamente temendo uma reação internacional forte. Contudo, depois do início da guerra, as inibições se foram. Em 1941 o ministro da Propaganda Josef Goebbels sugeriu novamente a Hitler a identificação dos judeus, recebendo a permissão para tal em meados de agosto.
Em 1° de setembro de 1941 entrava em vigor a nova portaria policial. Ela especificava detalhadamente: "A estrela pintada de preto sobre um fundo de tecido amarelo, do tamanho de um pires de mão, com o dizer 'Jude' [...] deverá ser portada de forma visível, costurada sobre o peito esquerdo da vestimenta."
A portaria valia para todos os cidadãos judeus nos termos das Leis de Nurembergue, a partir de seis anos de idade, os quais, a partir daí, estavam proibidos de "se mostrar em público sem a estrela judaica". Quem tentasse esconder a "Judenstern" sob uma pasta, a lapela do casaco ou um cachecol, por exemplo, estava sujeito a punições severas por parte da Gestapo, que monitorava rigorosamente o uso visível do estigma.



Deportação de judeus teve início um mês após a obrigatoriedade do uso da estrela amarela

Preâmbulo para o Holocausto
A situação era desesperadora para os afetados. O filólogo e autor Victor Klemperer (1881-1960), embora viesse de família judia, se convertera ao protestantismo desde a Primeira Guerra. Mas isso não interessava aos nazistas: para eles, Klemperer era judeu. Em 1935, o especialista em línguas latinas perdeu sua cátedra em Dresden.

Ao ser obrigado a usar a estrela, ele escreveria em seu hoje célebre diário: "Ontem, quando Eva costurou a estrela judaica, um ataque de desespero alucinado em mim. Os nervos de Eva também estão nas últimas. [...] Eu próprio me sinto arrasado, não encontro equilíbrio."

Em 2013, a sobrevivente do Holocausto Ingre Deutschkron lembrou em cerimônia comemorativa no Parlamento alemão: "A maioria dos alemães com quem eu me deparava nas ruas de Berlim desviava o olhar quando percebia que eu usava a estrela, ou olhava através de mim, a estigmatizada, ou virava o rosto. [...] Sem dúvida, a estrela criou um isolamento discriminador para nós." Isolamento, discriminação, mas também controle.

A identificação por meio da estrela amarela era apenas o preparativo para o que os nazistas chamaram de "a solução final da questão judaica": o extermínio. Além do uso da insígnia, os judeus passaram a não poder mais deixar seus bairros sem permissão policial.

Assim se formou uma organização perfeita para o Holocausto. Não por acaso, em outubro de 1941, um mês apenas após a entrada em vigor da portaria, começava a deportação para os campos de extermínio. Victor Klemperer e Inge Deutschkron sobreviveram – milhões de outros, não.


1939: Programa nazista de extermínio
No dia 1º de setembro de 1939, os nazistas criaram um programa de extermínio que visava a eliminação de doentes incuráveis, idosos senis, deficientes físicos e doentes mentais. (01.09.2016) 



Autoria Christoph Hasselbach (ca)

Palavras-chave Estrela de Davi, Leis Raciais de Nurembergue, Josef Goebbels, Noite dos Cristais, Judenstern

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Em nome dos povos: os 70 anos dos julgamentos de Nurembergue


Nunca os vencedores de uma guerra haviam procedido como os Aliados contra os líderes nazistas: nem retaliação, nem um pacto de paz, mas um grande processo, desbravando terra virgem no direito internacional.


 Réus diante do tribunal militar em Nurembergue (1946)

Em 1º de outubro de 1946 foram proclamadas as sentenças do processo de Nurembergue: 22 dos réus nazistas foram condenados à morte na forca, sete a cumprir pena no presídio de Spandau para crimes de guerra, e três foram absolvidos.

Não se tratava apenas do ponto final de um grande processo, que envolvera a apresentação de 2.630 documentos e os depoimentos de 270 testemunhas, todos registrados em 27 mil metros de fita magnética e 7 mil discos fonográficos. Era também a conclusão de uma estreia jurídica mundial: um tribunal militar fizera justiça.

Nunca antes, déspotas haviam sido submetidos a um direito mais elevado do que eles. Em nome do direito internacional, a liderança hitlerista fora obrigada a assumir responsabilidade por seus atos, justamente em Nurembergue, a cidade das convenções partidárias e dos grandes desfiles propagandísticos dos nacional-socialistas. E não por eles terem perdido a Segunda Guerra Mundial, mas por a haverem iniciado.

Iniciativa dos Estados Unidos
Do ponto do vista jurídico, o processo era terra virgem. Nurembergue não teria sido possível sem um consenso básico entre os Aliados sobre como harmonizar os diferentes sistemas legais das potências vencedoras.

Um ano antes, portanto, criaram-se as bases jurídicas para o julgamento. Em 8 de agosto de 1945, na capital britânica, Estados Unidos, França, Reino Unido e União Soviética assinaram a Carta de Londres, um acordo de direito internacional estabelecendo a ordem processual a ser aplicada.

Segundo os participantes desses encontros, as seis semanas de deliberações foram caóticas, também do ponto de vista formal. Nesse contexto, foi importante ter uma mesa quadrada, em que as quatro potências pudessem acomodar suas delegações, numericamente idênticas.

A ideia de processar os líderes nazistas partira de Washington. Como força impulsionadora da ação, em plena guerra os americanos já dispunham de informações secretas sobre os crimes contra a população civil cometidos pelos alemães e seus aliados do Leste Europeu.

Local dos processos: sala 600 do Palácio da Justiça de Nurembergue
Uma nova ordem jurídica mundial
Três anos antes do julgamento, Robert Kempner, um dos promotores, se confrontara com a questão: como seria possível provar esses crimes? Em Nurembergue, contudo, constatou-se que a apresentação de provas não era o problema, já que os nazistas haviam documentado com minúcia burocrática grande parte das próprias atrocidades.

Bastava, então, condenar os culpados. Já em 1943, na Conferência de Teerã, o dirigente soviético Josef Stalin se pronunciara a favor de um processo sumário: reunir os 50 mil principais nazistas e fuzilá-los.
No fim, optou-se por um grande processo. Em Londres estipularam-se os pontos centrais da acusação: planejamento e execução de uma guerra de agressão, violação das leis marciais (ou seja: crimes de guerra) e crimes contra a humanidade. Esta última categoria jurídica fora especialmente criada nessa ocasião.

Desse modo, os Aliados estabeleciam uma ordem de direito internacional que vinha substituir os princípios da Paz da Vestfália de 1648, após o fim da Guerra dos Trinta Anos. Até então, os Estados soberanos podiam fazer o que quisessem com seus cidadãos, assim como guerrear enquanto se sentissem em condição de fazê-lo.
Com a Carta de Londres e o julgamento de Nurembergue, essa noção de direito foi abolida. Sabendo contar com o respaldo do presidente Harry Truman, o promotor-chefe dos Estados Unidos, Robert Jackson, tinha uma visão grandiosa: "a ordem do mundo segundo os princípios do Direito".
Réus seguros de si
Tratava-se de um empreendimento sem garantias de sucesso. Ainda durante os interrogatórios, Hermann Göring, comandante-chefe da Força Aérea alemã e principal líder nazista no banco dos réus de Nurembergue, acreditava-se juridicamente inatacável: "Tudo o que aconteceu no nosso país não é, em absoluto, da alçada dos senhores", zombou. Depois que ele se declarou inocente nos termos da acusação, o tribunal lhe vetou futuros pronunciamentos.

Seguro de si, o réu Hans Frank, ex-governador-geral da Polônia ocupada, sintetizou o dilema jurídico em questão em seu depoimento: era impossível fazer frente ao hitlerismo com meios legais, já que "o próprio Hitler se colocou de fora de toda ordem legal".

Avaliações como essa fizeram até o primeiro-ministro britânico Winston Churchill duvidar do projeto de Nurembergue, propondo que nazistas capturados fossem "fuzilados sem serem entregues a uma autoridade mais alta".


 Deutschland Nürnberger Prozesse (picture-alliance/dpa)
Principais acusados Hermann Göring, Rudolf Hess e Joachim von Ribbentrop

"Culpa de Hitler"
Os réus não se sentiam seguros apenas do ponto de vista da lei: uma constante em quase todos os depoimentos era a tentativa de relativizar a própria culpa ou de negá-la cabalmente, escondendo-se atrás de Adolf Hitler, como relataria Johann Schätzler, assistente da defesa de Rudolf Hess, vice-chanceler do Reich.
Contudo, essa estratégia inicial se esvaziou no decorrer do processo, depois que as revelações dos sobreviventes confirmaram a monstruosidade da máquina de destruição dos nazistas.

A confrontação com os fatos deixou marcas. Albert Speer, ministro do Armamento do gabinete nazista, decidiu cooperar e enviou uma carta ao chefe da acusação Robert Jackson. Hans Frank, que semeara morte na Polônia, adotou a religião e quis ser batizado na prisão. Rudolf Hess, o vice de Hitler, alegou ter perdido a memória.

Somente Hermann Göring representou consequentemente seu papel, falastrão, empedernido, vaidoso. E, no fim, covarde, escapando da execução através do suicídio.

De Nurembergue a Haia

Quando, 70 anos atrás, em 1º de outubro de 1946, o juiz britânico lord Geoffrey Lawrence encerrou o processo do século após a leitura das sentenças, sem qualquer discurso final, era a grande a esperança, entre os especialistas de direito penal e internacional de agora dispor de uma arma jurídica contra os crimes internacionais.

No entanto essa expectativa não se confirmou, em grande parte devido à Guerra Fria que se anunciava. Tal situação só se alterou em 1989 e 1991, quando os delitos contra civis na Iugoslávia e em Ruanda incentivaram a retomada da ideia de penalizar os crimes internacionais em massa.

Em Haia, Holanda, criaram-se dois tribunais para tratar especificamente das violações em cada um dos países, além da convenção sobre a Corte Penal Internacional. No entanto, a reativação de um tribunal internacional foi significativamente enfraquecida: por um lado, diversos Estados negaram seu apoio, por outro os EUA, China e Israel se recusaram a ratificar o estatuto da Corte.

Por isso continua indefinido se os veredictos de Haia jamais serão avaliados de forma tão positiva como os de Nurembergue. No entanto, para além das considerações jurídicas, 70 anos atrás "o Direito aconteceu" naquela cidade do sul da Alemanha – como resumiu o historiógrafo Karl Dietrich Erdmann.

Tribunais de Nurembergue promoveram o direito internacional
Exigindo que seus princípios legais fossem criados praticamente do zero, julgamento dos principais líderes nazistas em 1945 estabeleceu bases para julgar crimes internacionais, e influencia a consciência global até hoje. (06.08.2015) 
1945: Início dos julgamentos de Nurembergue
Poucos meses após o fim da Segunda Guerra Mundial e do suicídio de Adolf Hitler, alguns de seus principais colaboradores sentaram no banco dos réus, em 20 de novembro de 1945, para serem julgados por crimes de guerra. (01.01.1970) 
1946: Nazistas condenados pelo Tribunal de Nurembergue são executados
Em 16 de outubro de 1946 foram executadas em Nurembergue dez penas de morte contra representantes do regime nazista. Também condenado, Hermann Göring, o "nazista número 1", havia se suicidado na véspera. (01.01.1970) 


Data 01.10.2016

Autoria Volker Wagener
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La muerte violeta



El tibetano calló.

Su desmedrada figura permaneció todavía algún tiempo de pie, erguida e inmóvil, y luego desapareció en la jungla.

Sir Roger Thornton miraba fijamente la hoguera. Si no fuera un penitente, un sannyasin, aquel tibetano que, además, iba en peregrinación a Benarés, no hubiera creído ni una sola de sus palabras. Pero un sannyasin no miente ni puede ser engañado. ¡Y luego aquellas contradicciones pérfidas y crueles en el rostro del asiático! ¿O sería que se dejó engañar por el resplandor de la hoguera que tan extrañamente se reflejaba en los ojos mongoles?

Los tibetanos odian a los europeos y guardan celosamente sus mágicos secretos, con los que esperan aniquilar un día a los orgullosos extranjeros cuando llegue la hora. Sea como fuere, Sir Roger Thornton desea comprobar con sus propios ojos si, efectivamente, existen fuerzas ocultas en ese pueblo extraño. Pero necesita compañeros, hombres valerosos cuya voluntad no se quiebre ante los horrores de un mundo diferente. El inglés pasa revista a sus compañeros… Aquel afgano sería el único entre los asiáticos para ser tomado en cuenta. Es intrépido como una fiera, pero supersticioso. Así pues, solo queda su criado europeo.

Sir Roger lo toca con la punta de su bastón. Jaburek quedó completamente sordo a los diez años, pero sabe leer cada palabra en los labios de su amo, por muy rara que sea. Sir Roger le cuenta con expresivos gestos lo que oyó decir al tibetano… A unas veinte jornadas del lugar donde se encuentran, en un valle de las laderas del Himavat, exactamente señalado, hay un trozo de tierra sumamente extraño. Por tres de sus lados se elevan muros rocosos, cortados a pico; el único acceso está cerrado por gases ponzoñosos que emanan continuamente del suelo y matan al instante a todo ser viviente que pretenda pasar. En el desfiladero, que cubre unos ciento treinta kilómetros cuadrados, en medio de la vegetación más exuberante, vive, al parecer, una pequeña tribu de raza tibetana que, según el rumor, va tocada de rojos gorros puntiagudos y adora a un ser malvado y satánico en forma de pavo real. Ese ser diabólico enseñó a los habitantes la magia negra, y en el transcurso de los siglos les ha ido revelando misterios que un día habrán de transformar el globo terrestre. Se dice que les enseñó una especie de melodía capaz de aniquilar en un instante al hombre más fuerte.

Jaburek sonrió desdeñosamente.

Sir Roger le explicó que se proponía cruzar los lugares envenenados con ayuda de escafandras y balones de aire comprimido y luego penetrar en el interior del misterioso desfiladero.

Jaburek asintió con la cabeza y se frotó con satisfacción las sucias manos. El tibetano no había mentido. Allá abajo se extendía, cubierta de verdor, la extraña garganta: un cinturón de tierra amarillenta, desértica y corroída por las erosiones, separaba el desfiladero del mundo exterior en una anchura que se tardaba media hora en recorrer. El gas que surgía del suelo era ácido carbónico puro. Sir Roger Thornton, que desde la cumbre de una colina pudo apreciar la anchura de aquel cinturón, decidió emprender la marcha la mañana siguiente. Las escafandras que había encargado en Bombay funcionaban perfectamente.

Jaburek llevaba los dos rifles de repetición y diversos instrumentos que su amo consideraba indispensables. El afgano se negó tenazmente a acompañarlos y declaró estar dispuesto a meterse en una cueva de tigres, pero que se cuidaría mucho de hacer nada que pudiera comprometer su alma inmortal.

Así, los únicos osados fueron los dos europeos.

Los cascos de cobre de las escafandras refulgían al sol y lanzaban extrañas sombras al suelo esponjoso del que ascendían, en innumerables y diminutas burbujas, las letales emanaciones. Sir Roger imprimió a su marcha un ritmo rápido para evitar el consumo del aire comprimido antes de haber cruzado la zona de los gases. Todo lo veía turbio, como a través de una tenue capa de agua. La luz del sol, de un verde fantasmal, teñía los lejanos glaciares del “techo del mundo”, que levantaba sus gigantescos perfiles como un singular paisaje de muerte. Finalmente, hallaron verde césped y Sir Roger encendió un fósforo para cerciorarse de la presencia del aire atmosférico en todos los niveles. Después se quitaron los cascos y descargaron los balones de aire.

A sus espaldas se elevaba la muralla de gas, como una temblorosa masa de agua. En el aire flotaba un aroma embriagador de flores de amberia. Tornasoladas mariposas, del tamaño de una mano, cubiertas de raros dibujos, descansaban con las alas abiertas, como si fueran libros de magia, sobre inmóviles flores. Caminando bastante separados uno de otro, ambos se dirigieron hacia un bosquecillo que les cerraba el horizonte. Sir Roger hizo una señal a su sordo criado, porque le pareció haber oído un ruido. Jaburek preparó el rifle.

Al llegar a un extremo del bosque, una pradera se ofreció a su vista. Apenas a cuatrocientos metros, unos cien hombres, evidentemente tibetanos, tocados con gorros rojos, habían formado un semicírculo y esperaban a los intrusos. Sir Roger avanzó, seguido de su criado. Los tibetanos llevaban las habituales zamarras de piel de carnero; mas, a pesar de ello, casi no parecían seres humanos, tan espantosamente feos y deformes eran sus rostros. Dejaron que los dos hombres se acercasen más y, de pronto, a una orden de su jefe, levantaron todos a la vez las manos, se oprimieron con fuerza los oídos y gritaron algo. Jaburek miró interrogativamente a su amo y levantó el rifle, porque el extraño movimiento de los tibetanos le pareció una señal de ataque. Pero lo que sus ojos vieron le heló la sangre en las venas: en torno a su amo se había formado una masa gaseosa, agitada y remolineante, parecida a la que habían atravesado poco antes. La figura de Sir Roger perdió los contornos, como si hubiese sido devastada por el remolino; la cabeza se tornó puntiaguda; toda la masa se hundió en sí misma, como en fusión, y en el lugar donde hacía un instante se encontraba el audaz inglés había ahora un cono de color violeta claro del tamaño de un pilón de azúcar.

El sordo Jaburek fue presa de la ira. Los tibetanos seguían gritando y él observaba con gran atención sus labios para descifrar lo que decían. Era siempre una y la misma palabra. De pronto, el jefe de los tibetanos dio un salto adelante y todos se callaron, al tiempo que bajaban las manos. Como panteras se arrojaron sobre Jaburek. Este empezó a disparar contra la multitud, que se detuvo por un instante. Instintivamente, les gritó la palabra que poco antes había leído en sus labios.

-¡Emelen!, ¡E… me… len…! -rugía, una y otra vez, hasta que el desfiladero se estremeció como agitado por las fuerzas de la naturaleza.

Todo lo veía como a través de unos lentes de gran intensidad y el suelo parecía hundirse bajo sus pies… Pero solo duró un momento; ahora veía de nuevo con claridad. Los tibetanos habían desaparecido, como antes su amo, y solo incontables pilones de azúcar color lila se levantaban ante él. El jefe de los tibetanos aún vivía. Las piernas se le habían convertido en una papilla azulenca y el tronco comenzaba a encogerse: era como si el hombre estuviese siendo digerido por un ser del todo transparente. No llevaba gorro rojo, sino una especie de tocado en forma de mitra donde se movían unos ojos amarillentos.

Jaburek le descargó un culatazo en el cráneo, pero no pudo evitar que el moribundo le hiriera en el pie con una hoz arrojada en el último momento. Miró a su alrededor. La soledad era absoluta. El aroma de las flores de amberia se intensificó y se hizo casi punzante. Parecía emanar de los conos color lila, que Jaburek se puso a observar ahora. Todos eran iguales y estaban formados de la misma materia gelatinosa de color morado claro. Era imposible encontrar los restos de Sir Roger entre todas aquellas moradas pirámides. Jaburek arreó un puntapié en la cara del jefe tibetano muerto y, rechinando los dientes, volvió sobre sus pasos. Desde lejos vio sobre la hierba, brillando al sol, los dos cascos. Llenó el balón de aire con una bomba portátil y penetró en la zona gaseosa. El camino parecía no acabar nunca. El infeliz sentía que las lágrimas mojaban sus mejillas.

¡Oh, Dios, su amo estaba muerto! ¡Muerto aquí, en la lejana India! Los gigantes helados del Himalaya bostezaban cara al cielo. ¡Qué les importaba el dolor de un pequeño corazón humano! Jaburek trasladó fielmente al papel, palabra por palabra, todo lo que había sucedido y no comprendía, y dirigió su escrito al secretario de su amo, que residía en Bombay, en la calle Adheritollah, número 17. El afgano se encargó de llevarlo. Poco tiempo después Jaburek murió porque la hoz del jefe tibetano estaba envenenada.

“Alá es Uno y Mahoma su profeta”, rezó el afgano, tocando el suelo con la frente. Los cazadores hindúes cubrieron el cadáver con flores y lo incineraron, entre cantos piadosos, sobre una hoguera de leña.

Alí Murad Bey, el secretario, palideció al recibir el horrible mensaje y transmitió el escrito a la redacción de la Indian Gazette.

El nuevo diluvio llegó.

La Indian Gazette, que publicó el “caso de Sir Roger Thornton”, apareció al día siguiente con tres horas de retraso. Un accidente extraño y horripilante tuvo la culpa del retraso: Birendranath Naorodjee, redactor del periódico, y dos empleados subalternos que solían revisar las páginas con él a medianoche, antes de salir la edición, desaparecieron del despacho sin dejar rastro. En lugar de ellos había en el suelo tres cilindros azulencos y gelatinosos, y junto a ellos el periódico recién impreso. Apenas acababa la policía, con la petulancia de siempre, de tomar las primeras declaraciones, cuando llegaron las noticias de innumerables casos similares.

Personas que leían periódicos desaparecían por docenas ante la vista de la asustada multitud que cruzaba las calles, presa de agitación. Innumerables pirámides moradas quedaban esparcidas alrededor, en las escaleras, mercados y callejuelas, hasta donde abarcaba la vista. Al anochecer, Bombay quedó medio despoblada. Una orden de las autoridades sanitarias dispuso la inmediata clausura del puerto, así como de todo tráfico con el exterior, a fin de impedir la propagación de la nueva epidemia, pues no podía tratarse de otra cosa. El telégrafo y el cable zumbaron día y noche mandando al mundo entero la terrible noticia y detalles del “caso de Sir Roger Thornton”.

Al día siguiente la cuarentena fue levantada, como extemporánea. Mensajes de terror de todos los países anunciaban que la “muerte morada” se propagaba por todas partes, casi simultáneamente, y amenazaba con despoblar la tierra. Todo el mundo perdió la cabeza y la sociedad civilizada parecía un gigantesco hormiguero en que un mozo de aldea había metido su pipa encendida. En Alemania, la epidemia estalló primero en Hamburgo. Austria, donde no se leen más que las noticias locales, se libró durante algunas semanas. El primer caso ocurrido en Hamburgo fue particularmente estremecedor. El pastor Stüiken, hombre al que la edad venerable había vuelto casi sordo, estaba sentado por la mañana a la mesa del desayuno, rodeado de sus familiares. Teobaldo, el hijo mayor, con su larga pipa de estudiante; Yette, la fiel esposa, y Mina y Tina. En una palabra, todos, todos. El anciano padre acababa de desplegar un periódico inglés recién llegado y leía a los suyos el relato del “caso de Sir Roger Thornton”. Apenas había pronunciado la palabra “Emelen” e iba a fortalecerse con un sorbo de café, cuando advirtió, presa de horror, que solo lo rodeaban conos de gelatina morada. De uno de ellos sobresalía aún la larga pipa estudiantil. Todas las catorce almas se las llevó el Señor a su seno. El piadoso anciano cayó desmayado.

Una semana más tarde, la mayor parte de la humanidad estaba muerta. Le fue reservado a un sabio alemán poder arrojar un poco de luz sobre los acontecimientos. La circunstancia de que la epidemia respetase a los sordos y sordomudos le sugirió la idea de que se trataba de un fenómeno puramente acústico. En su solitaria buhardilla de estudioso llevó al papel una larga conferencia científica y anunció con algunas frases su lectura pública. El sabio, con su exposición, se refirió a ciertos escritos religiosos hindúes, casi desconocidos, que trataban acerca de la provocación de tormentas de fluidos astrales remolineantes mediante la pronunciación de ciertas palabras y fórmulas secretas, y fundamentó su relato en las más modernas experiencias en el campo de la teoría de las vibraciones y radiaciones.

Pronunció su disertación en Berlín y fue tal la afluencia de público que tuvo que valerse de un tubo acústico mientras leía las largas frases. Cerró su memorable discurso con las siguientes lapidarias palabras:

-Vayan a ver a un especialista del oído para que los vuelva sordos y cuídense de pronunciar la palabra… “Emelen”.

Un segundo después el sabio y sus oyentes no eran más que conos inanimados de gelatina, pero el manuscrito no fue destruido; fue conocido y estudiado, y así la humanidad pudo evitar su total exterminio. Algunos decenios más tarde, estamos en 19…, una nueva generación de sordomudos puebla el globo terrestre. Usos y costumbres son diferentes, las clases y la propiedad han sido desplazadas. Un especialista del oído gobierna al mundo. Las partituras han sido arrojadas a la basura, junto con las viejas recetas de los alquimistas de la Edad Media.

Mozart, Beethoven y Wagner se han vuelto ridículos, como antaño Alberto Magno y Bombasto Paracelso. En las cámaras de tormento de los museos, algún piano polvoriento muestra sus viejos dientes.

FIN

 “Der violette tod”, 1916

GUSTAV MEYRINK

Biblioteca Digital Ciudad Seva

Historia completamente absurda


Hace ya cuatro días, mientras me hallaba escribiendo con una ligera irritación algunas de las páginas más falsas de mis memorias, oí golpear levemente a la puerta pero no me levanté ni respondí. Los golpes eran demasiado débiles y no me gusta tratar con tímidos.

Al día siguiente, a la misma hora, oí llamar nuevamente; esta vez los golpes eran más fuertes y resueltos. Pero tampoco quise abrir ese día porque no estimo absolutamente a quienes se corrigen demasiado pronto.

El día posterior, siempre a la misma hora, los golpes fueron repetidos en tono violento y antes de que pudiese levantarme vi abrirse la puerta y adelantarse la mediocre figura de un hombre bastante joven, con el rostro algo encendido y la cabeza cubierta de cabellos rojos y crespos que se inclinaba torpemente sin decir palabra. No bien encontró una silla se arrojó encima y como yo permanecía de pie me indicó el sillón para que me sentara. Después de obedecerlo, creí tener el derecho de preguntarle quién era y le rogué, con tono nada cortés, que me indicara su nombre y la razón que lo había forzado a invadir mi cuarto. Pero el hombre no se alteró y de inmediato me hizo comprender que deseaba seguir siendo por el momento lo que hasta entonces era para mi: un desconocido.

-El motivo que me trae ante usted -prosiguió sonriendo- se halla dentro de mi cartera y se lo haré conocer enseguida.

En efecto, advertí que llevaba en la mano un maletín de cuero amarillo sucio con guarniciones de latón gastado que abrió al momento extrayendo de él un libro.

-Este libro -dijo poniéndome ante la vista el grueso volumen forrado de papel náutico con grandes flores de rojo herrumbe- contiene una historia imaginaria que he creado, inventado, redactado y copiado. No he escrito más que esto en toda mi vida y me atrevo a creer que no le desagradará. Hasta ahora no le conocía más que su nombradía y sólo hace unos pocos días una mujer que lo ama me dijo que es usted uno de los pocos hombres que no se aterra de sí mismo y el único que ha tenido el valor de aconsejar la muerte a muchos de sus semejantes. A causa de esto he pensado leerle mi historia, que narra la vida de un hombre fantástico al que le ocurren las más singulares e insólitas aventuras. Cuando usted la haya escuchado me dirá qué debo hacer. Si mi historia le agrada, me prometerá hacerme célebre en el plazo de un año; si no le gusta me mataré dentro de veinticuatro horas. Dígame si acepta estas condiciones y comenzaré.

Comprendí que no podía hacer otra cosa que proseguir en esa actitud pasiva que había mantenido hasta entonces y le indiqué, con un gesto que no logró ser amable, que lo escucharía y haría todo lo que deseaba.

“¿Quien podrá ser -pensaba entre mí- la mujer que me ama y le habló de mí a este hombre? Jamás he sabido que me amara una mujer y si ello hubiera ocurrido no lo habría tolerado porque no hay situación más incómoda y ridícula que la de los ídolos de un animal cualquiera…” Pero el desconocido me arrancó de estos pensamientos con un zapateo poco elocuente pero claro. El libro estaba abierto y mi atención era considerada necesaria.

El hombre comenzó la lectura. Las primeras palabras se me escaparon; puse mayor atención en las siguientes. De pronto agucé el oído y sentí un breve estremecimiento en la espalda. Diez o veinte segundos más tarde mi rostro enrojeció; mis piernas se movieron nerviosamente; al cabo de otros diez segundos me incorporé. El desconocido suspendió la lectura y me miró, interrogándome humildemente con la mirada. Yo también lo miré del mismo modo e incluso como suplicando, pero estaba demasiado aturdido para echarlo y le dije simplemente, como cualquier idiota sociable:

-Continúe, se lo ruego.

La extraordinaria lectura continuó. No podía estarme quieto en el sillón y los escalofríos recorrían no sólo mi espalda, sinó también la cabeza y el cuerpo entero. Si hubiese visto mi cara en un espejo tal vez me hubiera reído y todo habría pasado, ya que probablemente reflejaba un abyecto estupor y un furor indeciso. Traté por un momento de no seguir oyendo las palabras del calmo lector pero no logré sino confundirme más y escuché íntegra, palabra por palabra, pausa tras pausa, la historia que el hombre leía con su cabeza roja inclinada sobre el bien encuadernado volumen. ¿Que podía o debía hacer en tan especialísima circunstancia? ¿Aferrar al maldito lector, morderlo y lanzarlo fuera del cuarto como a un fantasma inoportuno?

¿Pero por qué debía hacer eso? Sin embargo, aquella lectura me producía un fastidio inexpresable, una impresión penosísima de sueño absurdo y desagradable sin esperanza de poder despertar. Creí por un momento que caería en un furor convulsivo y vi en mi imaginación a un enfermero uniformado de blanco que me ponía la camisa de fuerza con infinitas y desmañadas precauciones.

Pero finalmente terminó la lectura. No recuerdo cuántas horas duró, pero aún en medio de mi confusión noté que el lector tenía la voz ronca y la frente húmeda de sudor. Una vez cerrado el libro y guardado en su maletín, el desconocido me miró con ansiedad aunque su mirada no tenía ya la avidez del comienzo. Mi abatimiento era tan grande que él mismo lo advirtió y su admiración aumentó enormemente al ver que me restregaba un ojo y no sabía qué contestarle. Me parecía en ese momento que nunca más podría volver a hablar y hasta las cosas más simples que me rodeaban se presentaron a mis ojos tan extrañas y hostiles que casi tuve una sensación de repugnancia. Todo esto parece demasiado vil y vergonzoso; pienso lo mismo y no tengo indulgencia alguna para mi turbación. Pero el motivo de mi desequilibrio era de mucho peso: la historia que aquel hombre había leído era la narración detallada y completa de toda mi vida íntima interior y exterior. Durante aquel lapso yo había escuchado la relación minuciosa, fiel, inexorable de todo lo que había sentido, soñado y hecho desde que vine al mundo. Si un ser divino, lector de corazones y testigo invisible, hubiese estado a mi lado desde mi nacimiento y hubiera escrito lo que observó de mis pensamientos y de mis acciones, habría redactado una historia perfectamente igual a la que el ignoto lector declaraba imaginaria e inventada por él. Las cosas más pequeñas y secretas eran recordadas y ni siquiera un sueño o un amor o una vileza oculta o un cálculo innoble escaparon al escritor. El terrible libro contenía hasta sucesos o matices de pensamiento que ya había olvidado y que recordaba solamente al escucharlas.

Mi confusión y mi temor provenían de esta exactitud impecable y de esta inquietante escrupulosidad. Jamás había visto a ese hombre; ese hombre afirmaba no haberme visto nunca. Yo vivía muy solitario, en una ciudad a la que nadie viene si no es forzado por el destino o la necesidad, y a ningún amigo, si aun podía decir que los tenía, le había confiado nunca mis aventuras de cazador furtivo, mis viajes de salteador de almas, mis ambiciones de buscador de lo inverosímil. No había escrito nunca, ni para mí ni para los demás, una relación completa y sincera de mi vida y justamente en aquellos días estaba fabricando fingidas memorias para ocultarme a los hombres incluso después de la muerte.

¿Quien, pues, podía haberle dicho a ese visitante todo lo que narraba sin pudor y sin piedad en su odioso libro forrado de papel antiguo color herrumbre? ¡Y él afirmaba que había inventado esa historia y me presentaba, a mí, mi vida, mi vida entera, como una historia imaginaria!

Me hallaba terriblemente turbado y conmovido, pero de una cosa estaba bien seguro: ese libro no debía ser divulgado entre los hombres. Aun cuando debiera morir ese increíble infeliz autor y lector, yo no podía permitir que mi vida fuese difundida y conocida en el mundo, entre todos mis impersonales enemigos. Esta decisión, que sentí firme y sólida en mi fuero íntimo, comenzó a reanimarme levemente. El hombre continuaba mirándome con aire consternado y casi suplicante. Habían transcurrido sólo dos minutos desde que terminó su lectura y no parecía haber comprendido el motivo de mi turbación. Finalmente, pude hablar.

-Discúlpeme, señor -le pregunté-. ¿Usted asegura que esta historia ha sido verdaderamente inventada por usted?

-Precisamente -respondió el enigmático lector ya un poco tranquilizado-, la he pensado e imaginado yo durante muchos años y cada tanto hice retoques y cambios en la vida de mi héroe. Sin embargo, todo ello pertenece a mi inventiva.

Sus palabras me incomodaban cada vez más, pero logré formular todavía otra pregunta:

-Dígame, por favor: ¿está usted verdaderamente seguro de no haberme conocido antes de ahora? ¿De no haber escuchado nunca narrar mi vida a alguien que me conozca?

El desconocido no pudo contener una sonrisa asombrada al oír mis palabras.

-Le he dicho ya -contestó- que hasta hace poco tiempo no conocía más que su nombre y que solamente hace unos días supe que usted acostumbraba aconsejar la muerte. Pero nada más conozco sobre usted.

Su condena estaba ya decidida y era necesario que no demorase en ser ejecutada.

-¿Está siempre dispuesto -le pregunté con solemnidad- a mantener las condiciones establecidas por usted mismo antes de comenzar la lectura?

-Sin ninguna duda -respondió con un ligero temblor en la voz-. No tengo otras puertas a las que llamar y esta obra es mi vida entera. Siento que no podría hacer ninguna otra cosa.

-Debo entonces decirle -agregué con la misma solemnidad, pero atemperada por cierta melancolía- que su historia es estúpida, aburrida, incoherente y abominable. Su héroe, como usted lo llama, no es sino un malandrín aburrido que disgustará a cualquier lector refinado. No quiero ser demasiado cruel agregándole todavía más detalles.

Comprobé que el hombre no aguardaba estas palabras y me di cuenta de que sus párpados se cerraron instantáneamente. Pero al mismo tiempo reconocí que su poder sobre mí mismo era igual a su honestidad. De inmediato reabrió los ojos y me miró sin temor y sin odio.

-¿Quiere acompañarme afuera? -me preguntó con voz demasiado dulce para ser natural.

-Cómo no -respondí, y luego de ponerme el sombrero salimos de la casa sin hablar.

El desconocido llevaba siempre en la mano su maletín de cuero amarillo y yo lo seguí delirante hasta la orilla del río que corría caudaloso y resonante entre las negras murallas de piedra. Una vez que echó una mirada a su alrededor y comprobó que no se hallaba nadie que tuviese aspecto de salvador se volvió hacia mí diciendo:

-Perdóneme si mi lectura lo hartó. Creo que nunca más me tocará aburrir a un ser viviente. Olvídese de mí no bien le sea posible.

Y estas fueron justamente sus últimas palabras, porque saltando ágilmente el parapeto y con rápido empuje se arrojó al río con su maletín. Me asomé para verlo una vez más pero el agua yo lo había recibido y cubierto. Una niña tímida y rubia se había percatado del rápido suicidio pero no pareció asombrarla demasiado y continuó su camino comiendo avellanas. Volví a casa después de realizar algunas tentativas inútiles. Apenas entré en mi cuarto me extendí sobre la cama y me adormecí sin demasiado esfuerzo, como abatido y quebrantado por lo inexplicable.

Esta mañana me desperté muy tarde y con una extraña impresión. Me parece estar ya muerto y esperar solamente que vengan a sepultarme. He tomado inmediatamente previsiones para mi funeral y fui personalmente a la empresa de pompas fúnebres con el fin de que nada sea descuidado. A cada momento espero que traigan el ataúd. Siento ya pertenecer a otro mundo y todas las cosas que me circundan tienen un indecible aire de cosas pasadas, concluidas, sin ningún interés para mí.

Un amigo me ha traído flores y le dije que podía esperar para ponerlas sobre mi tumba. Me pareció que sonreía, pero los hombres sonríen siempre cuando no comprenden nada.

 GIOVANNI PAPINI

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El Conejo y el León


Un celebre Psicoanalista se encontró cierto día en medio de la Selva, semiperdido.

Con la fuerza que dan el instinto y el afán de investigación logró fácilmente subirse a un altísimo árbol, desde el cual pudo observar a su antojo no solo la lenta puesta del sol sino además la vida y costumbres de algunos animales, que comparó una y otra vez con las de los humanos.

Al caer la tarde vio aparecer, por un lado, al Conejo; por otro, al León.

En un principio no sucedió nada digno de mencionarse, pero poco después ambos animales sintieron sus respectivas presencias y, cuando toparon el uno con el otro, cada cual reaccionó como lo había venido haciendo desde que el hombre era hombre.

El León estremeció la Selva con sus rugidos, sacudió la melena majestuosamente como era su costumbre y hendió el aire con sus garras enormes; por su parte, el Conejo respiró con mayor celeridad, vio un instante a los ojos del León, dio media vuelta y se alejó corriendo.

De regreso a la ciudad el celebre Psicoanalista publicó cum laude su famoso tratado en que demuestra que el León es el animal más infantil y cobarde de la Selva, y el Conejo el más valiente y maduro: el León ruge y hace gestos y amenaza al universo movido por el miedo; el Conejo advierte esto, conoce su propia fuerza, y se retira antes de perder la paciencia y acabar con aquel ser extravagante y fuera de sí, al que comprende y que después de todo no le ha hecho nada.

FIN

 AUGUSTO MONTERROSO


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El nene


Un día en que mi mujer andaba de mal humor, le dijo la verdad a aquella buena señora que nos traía la ayuda de la Sociedad Asistencial de Roma y que no dejaba de preguntarnos por qué traíamos tantos hijos al mundo: “Si tuviéramos dinero, en la noche iríamos al cine… Pero como no lo tenemos, nos vamos a la cama y así nacen los hijos”. La señora se sintió ofendida al oír tales palabras y se fue sin decir nada. Yo regañé a mi mujer porque no es bueno decir siempre la verdad, y antes de decirla uno debe saber con quién trata.

Cuando era joven, antes de casarme, a veces me entretenía leyendo la nota roja del periódico de Roma, en la que cuentan todas las desgracias que le pueden suceder a la gente, como robos, asesinatos, suicidios, accidentes callejeros. Y de entre todas estas desgracias, la única que me parecía imposible que pudiera pasarme era la de convertirme en lo que el periódico llamaba “un caso piadoso”, es decir, una persona tan desgraciada que inspira compasión sin que le haya ocurrido ninguna desgracia en especial, sino así sin más, por el solo hecho de existir. Era joven, como ya he dicho, y aún no sabía lo que significaba mantener a una familia numerosa. Pero ahora, con asombro, veo que poco a poco me he convertido en un verdadero “caso piadoso”. Leía, por ejemplo: viven en la más negra de las miserias. Bien, yo vivo ahora en la más negra de las miserias. O bien: viven en casas que de casa solo tienen el nombre. Bien, yo vivo en Tormarancio, con mi mujer y seis hijos en un solo cuarto alfombrado de colchones y, cuando llueve, el agua va y viene como en los muebles de Ripetta. Y en otra ocasión: la infeliz, cuando supo que estaba embarazada, tomó una decisión criminal: deshacerse del fruto de su amor. Pues bien, de común acuerdo tomamos esta decisión, mi mujer y yo, al descubrir que estaba embarazada por séptima vez. En fin, decidimos abandonar a la criatura en una iglesia, tan pronto como lo permitiera el clima, confiándola a la caridad del primero que la encontrara.

Mi mujer, gracias a la intercesión de esas buenas señoras, se fue a parir en el hospital y, luego, apenas se sintió mejorada, regresó a Tormarancio con el nene. Al entrar al cuarto, me dijo: “¿Me creerías que, a pesar de que un hospital es un hospital, me hubiera gustado quedarme ahí con tal de no regresar nunca?”

Era un nene hermoso y robusto, con un galillo muy fuerte; así que por la noche, cuando se despertaba y comenzaba a llorar, ya no dejaba dormir a nadie.

Cuando llegó el mes de mayo y el aire se puso bastante tibio como para andar en la calle sin abrigo, salimos de Tormarancio y nos fuimos a Roma. Mi mujer cargaba al nene apretándolo contra su pecho, envuelto en un montón de trapos, como si fuera a dejarlo en un campo cubierto de nieve. Al entrar a la ciudad, tal vez para demostrar que no le dolía, empezó a hablar sin darse punto de reposo, alterada, jadeante, con los cabellos al aire y los ojos desorbitados. A veces hablaba de todas las iglesias donde podíamos dejarlo, haciendo hincapié en que debía ser una iglesia frecuentada por gente rica, porque si lo recogía alguien tan pobre como nosotros, más valía quedarnos con él; en otras me decía que era preferible una iglesia dedicada a la Virgen, porque la Virgen también había tenido un hijo, y podía entender ciertas cosas y le concedería su deseo. Su modo de hablar me cansaba y me ponía histérico, pues yo también estaba mortificado y me inquietaba lo que estaba haciendo, pero me repetía que era necesario no perder la cabeza, mostrarme sereno y animarla. Hice alguna objeción, al menos para interrumpir aquel río de palabras, y luego propuse: “Una idea… ¿Qué tal si lo dejamos en la Basílica de San Pedro?” Ella se quedó pensando un instante, luego repuso: “No, esa es más bien una plaza de armas… ni siquiera lo verían… Prefiero hacer la prueba en una iglesia chiquita que está en la calle Conotti, donde están todas esas tiendas elegantes… Allí va mucha gente rica. Ese es el lugar”.

Tomamos el autobús y, viéndose entre tanta gente, por fin se calló. De vez en cuando envolvía al nene de nuevo, apretado entre su cobijita, o le descubría el rostro, con precaución, para mirarlo. El nene dormía, con su carita blanca y chapeteada, hundida entre los trapos. Estaba mal vestido, como nosotros. Lo único bueno que llevaba eran sus guantitos de lana azul, y tenía las manitas de fuera, bien abiertas, como si los presumiera. Nos bajamos en la plazoleta Goldoni, y de inmediato mi mujer reinició con su parloteo. Se detuvo frente al escaparate de un joyero y, mostrándome las joyas expuestas en repisitas forradas de terciopelo rojo, me dijo: “Mira cuánta belleza… La gente viene a esta calle a comprar joyas y puras cosas bonitas… Aquí no vienen los pobres… Entre tienda y tienda van a rezar un rato a la iglesia… Tienen buena disposición… Ven al nene y se lo llevan”.

Decía esto mirando las joyas, apretando al nene contra su pecho, con los ojos de par en par, como si hablara para sí misma. Yo no tuve el valor de contradecirla. Entramos a la iglesia. Era pequeña, pintada de amarillo, jaspeado, como si fuera de mármol, con muchas capillas y el altar mayor. Mi mujer dijo que la recordaba distinta, y que ahora, viéndola bien, no le gustaba ni tantito. Pero mojó los dedos en el agua bendita y se santiguó. Después, con el nene en brazos, comenzó a recorrer lentamente la iglesia, examinándola con una actitud descontentadiza y desconfiada. De la cúpula, a través de las lumbreras, caía una luz fría pero clara. Mi mujer iba de capilla en capilla, mirándolo todo: bancas, altares, cuadros, para ver si era el caso de dejar ahí al nene. Yo caminaba detrás de ella, a una cierta distancia, sin perder de vista la entrada. Entró de repente una señorita alta, vestida de rojo, de cabellos rubios como el oro. Se arrodilló, forzando la estrechez de su falda, rezó tal vez ni siquiera un minuto, se persignó y salió sin mirarnos. Mi mujer, que había visto todo, me dijo de pronto: “No, no me gusta… Aquí viene gente como esa señorita, que tiene prisa de divertirse y ver tiendas. Vámonos”. Y diciendo esto, salió de la iglesia.

Remontamos un buen trecho por el Corso, siempre corriendo, mi mujer adelante y yo tras ella. Cerca de la Plaza Venecia entramos en otra iglesia. Esta era más grande que la otra, muy oscura, llena de telas, doraderas y vitrinas abarrotadas de corazones de plata que brillaban en la oscuridad. Había mucha gente y, a ojo de buen cubero, consideré que se trataba de gente adinerada; las señoras con sombrero, los hombres bien vestidos. Un sacerdote manoteaba desde el púlpito, predicando. Todo el mundo estaba de pie, mirando hacia él, y pensé que eso era bueno porque nadie nos observaría. Le dije a mi mujer, en voz muy baja: “¿Quieres que lo dejemos aquí?” Me dijo que sí, por señas. Nos dirigimos hacia una de las capillas laterales, muy oscura; no había nadie y casi no se veía. Mi mujer cubrió el rostro del nene con una punta de la cobija que lo abrigaba y luego lo dejó sobre una silla, tal y como se deja un bulto que estorba, para sentirse más libre. Luego se arrodilló y estuvo rezando un largo rato, con la cara entre las manos, mientras yo, sin saber qué hacer, miraba los cientos y cientos de corazones de plata de todos los tamaños que tapizaban las paredes de la capilla. Finalmente mi mujer se puso de pie, cariacontecida; se persignó y, paso a paso, se alejó de la capilla, y yo tras ella, a cierta distancia. En ese momento, el predicador gritaba: “Y Jesús dijo: ¡Pedro!, ¿adónde vas?” Lo percibí de inmediato, porque me pareció que me lo preguntaba a mí. Pero cuando mi mujer se disponía a apartar la cortina para salir, una voz nos hizo brincar a los dos: “Señora, dejó un paquete en la silla”. Era una mujer vestida de negro, una de esas beatas que se pasan todo el santo día entre la iglesia y la sacristía. “Es cierto”, dijo mi mujer, “gracias… Se me olvidaba”. En fin, recogimos el bulto y salimos de la iglesia más muertos que vivos.

Ya fuera de la iglesia, mi mujer dijo: “Nadie quiere a mi pobre hijo”, más o menos como un vendedor que piensa vender pronto la mercancía y luego ve que en todo el mercado no hay nadie que se interese por ella. Mientras tanto, ella había empezado a correr de nuevo, con su modo enajenado, casi sin tocar el suelo con los pies. Fuimos a dar a la Plaza de los Santos Apóstoles. La iglesia estaba abierta y, tan pronto como entramos, al verla tan grande, tan espaciosa y oscura, mi mujer me susurró al oído: “Esto es lo que necesitamos”. Caminó decididamente hacia una capilla lateral, dejó al nene sobre una banca y, como sí el pavimento le quemara los pies, sin persignarse, sin rezar, sin siquiera darle un beso en la frente, se alejó de prisa hacia el portón de la iglesia. Pero solo había dado unos cuantos pasos cuando la iglesia retumbó con un llanto desesperado: era la hora de mamar, y el nene, puntual, lloraba porque tenía hambre. Quizás mi mujer perdió la cabeza al oír un llanto tan fuerte. Primero corrió hacia la puerta, luego volvió sobre sus pasos, siempre corriendo, y, sin ponerse a pensar dónde estaba, se sentó en una banca, tomó al nene en brazos y se desabrochó para darle el pecho. Pero no acababa de sacarse completamente la teta -que el niño, como un verdadero lobo, agarró a dos manos, callándose al instante-, cuando una voz grosera comenzó a gritar: “Esas cosas no se hacen en la casa de Dios. ¡Fuera, fuera! ¡A la calle!”

Era el sacristán; un viejito con barbita blanca, y con una voz más grande que él. Mi mujer le dijo, levantándose y cubriendo lo mejor que pudo la cabeza del nene y el pecho: “La Virgen, sin embargo, en los cuadros siempre tiene a un niño en brazos”. El sacristán le respondió: “Y tú quisieras ser como la Virgen. ¡Presuntuosa!” Basta. Salimos de la iglesia y fuimos a sentarnos en el jardín de la Plaza Venecia; allí mi mujer le dio el pecho al nene hasta que este se hartó y se durmió de nuevo.

Ya era de noche. Estaban cerrando las iglesias y estábamos muy cansados, como idiotas, sin que se nos ocurriera nada. Me desesperaba el hecho de tener que pensar en algo que no tenía ganas de hacer, y le dije: “Mira, ya es tarde y no aguanto más. Tenemos que decidirnos”. Ella me contestó, con amargura: “Pero es tu sangre… ¿Quieres abandonarlo en cualquier esquina así nada más, como si fuera el cucurucho de tripas para los gatos?” Le dije: “¡Claro que no! Pero ciertas cosas se hacen pronto, sin pensarlo mucho, o nunca se hacen”. Y ella: “Lo que pasa es que tienes miedo de que me arrepienta y me lo lleve otra vez a casa… ¡Ustedes los hombres son unos cobardes!” Comprendí que no debía contradecirla en esos momentos y le contesté con moderación: “Te comprendo, no te apures… Pero date cuenta de que por muy mal que le vaya, siempre le irá mejor que si crece en Tormarancio, en un cuarto sin excusado ni cocina, entre las cucarachas en invierno y las moscas en verano”. Esta vez, ella no dijo nada.

Sin saber adónde ir, tomamos por la calle Nazionale, recorriéndola hasta la Torre de Nerón. Poco más adelante, vi una callecita que subía, totalmente desierta, con un coche gris, cerrado, parado frente a un portón. Tuve una idea: fui hacia el coche, moví una de las manijas y la portezuela se abrió. Le dije a mi mujer: “¡Pronto, este es el momento…! Déjalo en el asiento trasero”. Obedeciendo, ella dejó al nene bien acomodado en los asientos posteriores, y luego cerré la portezuela. Hicimos todo esto en un instante, sin que nadie nos viera. Luego la tomé del brazo y nos alejamos corriendo hacia la Plaza del Quirinal.

La plaza estaba desierta y casi a oscuras, con pocos faroles encendidos bajo los palacios y todas las luces de Roma brillando en la noche, tras los parapetos. Mi mujer se acercó a la fuente bajo el obelisco, se sentó en una banca y de pronto empezó a llorar, agachada, dándome la espalda. Le dije: “¿Y ahora qué te pasa?” Y ella: “Ahora que lo he abandonado, siento que me falta… Que me falta algo aquí, en el pecho, donde se me colgaba… ”

Le dije, por no dejar: “Bueno, es natural. Pero ya se te pasará”. Se alzó de hombros y siguió llorando. Luego, de repente, se le secó el llanto como se seca la lluvia en la calle cuando sopla el viento. Se levantó, furiosa, y dijo, señalando uno de los palacios: “¡Ahora mismo entro ahí y hago que me reciba el rey y le cuento todo!” “¡Detente!”, le grité, agarrándola de un brazo, “estás loca. ¿Es que no sabes que ya no hay rey?” Y ella: “¿Y eso a mí qué me importa? ¡Voy a hablar con el que se quedó en su lugar! Alguien ha de estar”. En fin, ella corría ya hacia el portón, y no quiero ni imaginar el escándalo que habría armado si yo no le hubiera dicho de pronto, desesperado: “¡Óyeme…! Cambié de idea… Regresemos al coche, nos llevamos al nene… Quiero decir que nos quedamos con él… Al fin y al cabo, da lo mismo uno más que uno menos…” Esta idea, que era la principal, suplantó inmediatamente a la de hablar con el rey. “¿Crees que esté ahí todavía?”, dijo, mientras se encaminaba rápidamente hacia la callecita donde estaba el coche gris. “Claro que sí”, le contesté. “No han pasado ni cinco minutos”.

En efecto, el coche aún estaba ahí; pero en el preciso momento en que mi mujer se disponía a abrir la portezuela, un hombre maduro, chaparro, con pinta de autoritario, salió del portón, gritando: “ ¡Quieta, quieta! ¿Qué busca en mi coche?” “¡Busco algo que es mío!”, respondió mi mujer sin darse la vuelta para verlo y agachándose para recoger el bulto con el nene que estaba en el asiento, pero el otro insistía: “¿Pero qué es lo que se lleva? ¡Este coche es mío, mío! ¿No entiende?”. Hubieran visto a mi mujer. Irguiéndose, lo embistió de esta manera: “¡Pero quién te quita nada! No tengas miedo, nadie te quita nada. ¡Mira cómo escupo tu coche!” Y, dicho y hecho, le escupió la portezuela. “Pero ese bulto… ”, siguió diciendo el hombre, asombradísimo. Y ella: “No es un bulto… Es mi hijo… ¡Mira!”.

Le destapó la cara al nene, mostrándoselo, y agregó: “Tú, ni naciendo otra vez, podrás tener con tu mujer un nene tan bonito como este… ¡Y no te atrevas a ponerme las manos encima, porque grito y llamo a los policías y les digo que querías robarme a mi hijo!”. En fin, le dijo tantas cosas, que al pobre hombre, con la cara roja y la boca abierta, por poco le da un ataque. Finalmente, sin prisa alguna, se alejó del coche y me alcanzó en la esquina de la calle.

FIN

 ALBERTO MORAVIA


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Polifemo


El coronel Toledano, por mal nombre Polifemo, era un hombre feroz, que gastaba levita larga, pantalón de cuadros y sombrero de copa de alas anchurosas, reviradas; de estatura gigantesca, paso rígido, imponente; enormes bigotes blancos, voz de trueno y corazón de bronce. Pero aun más que esto, infundía pavor y grima la mirada torva, sedienta de sangre, de su ojo único. El coronel era tuerto. En la guerra de África había dado muerte a muchísimos moros, y se había gozado en arrancarles las entrañas aún palpitantes. Esto creíamos al menos ciegamente todos los chicos que al salir de la escuela íbamos a jugar al parque de San Francisco, en la muy noble y heroica ciudad de Oviedo.

Por allí paseaba también metódicamente los días claros, de doce a dos de la tarde, el implacable guerrero. Desde muy lejos columbrábamos entre los árboles su arrogante figura que infundía espanto en nuestros infantiles corazones; y cuando no, escuchábamos su voz fragorosa, resonando entre el follaje como un torrente que se despeña.

El coronel era sordo también, y no podía hablar sino a gritos.

-Voy a comunicarle a usted un secreto -decía a cualquiera que le acompañase en el paseo-. Mi sobrina Jacinta no quiere casarse con el chico de Navarrete.

Y de este secreto se enteraban cuantos se hallasen a doscientos pasos en redondo.

Paseaba generalmente solo; pero cuando algún amigo se acercaba, hallábalo propicio. Quizás aceptase de buen grado la compañía por tener ocasión de abrir el odre donde guardaba aprisionada su voz potente. Lo cierto es que cuando tenía interlocutor, el parque de San Francisco se estremecía. No era ya un paseo público; entraba en los dominios exclusivos del coronel. El gorjeo de los pájaros, el susurro del viento y el dulce murmurar de las fuentes, todo callaba. No se oía más que el grito imperativo, autoritario, severo, del guerrero de África. De tal modo, que el clérigo que lo acompañaba a tal hora, sólo algunos clérigos acostumbraban a pasear por el parque, parecía estar allí únicamente para abrir, ahora uno, después otro, todos los registros que la voz del coronel poseía. ¡Cuántas veces, oyendo aquellos gritos terribles, fragorosos; viendo su ademán airado y su ojo encendido, pensamos que iba a arrojarse sobre el desgraciado sacerdote que había tenido la imprevisión de acercarse a él!

Este hombre pavoroso tenía un sobrino de ocho o diez años, como nosotros. ¡Desdichado! No podíamos verle en el paseo sin sentir hacia él compasión infinita. Andando el tiempo he visto a un domador de fieras introducir un cordero en la jaula del león. Tal impresión me produjo, como la de Gasparito Toledano paseando con su tío. No entendíamos cómo aquel infeliz muchacho podía conservar el apetito y desempeñar regularmente sus funciones vitales, cómo no enfermaba del corazón o moría consumido por una fiebre lenta. Si transcurrían algunos días sin que apareciese por el parque, la misma duda agitaba nuestros corazones. “¿Se lo habrá merendado ya?” Y cuando al cabo lo hallábamos sano y salvo en cualquier sitio, experimentábamos a la par sorpresa y consuelo. Pero estábamos seguros de que un día u otro concluiría por ser víctima de algún capricho sanguinario de Polifemo.

Lo raro del caso era que Gasparito no ofrecía en su rostro vivaracho aquellos signos de terror y abatimiento, que debían ser los únicos en él impresos. Al contrario, brillaba constantemente en sus ojos una alegría cordial que nos dejaba estupefactos. Cuando iba con su tío, marchaba con la mayor soltura, sonriente, feliz, brincando unas veces, otras compasadamente, llegando su audacia o su inocencia hasta hacernos muecas a espaldas de él. Nos causaba el mismo efecto angustioso que si le viésemos bailar sobre la flecha de la torre de la catedral. “¡Gaspaar!” El aire vibraba y transmitía aquel bramido a los confines del paseo. A nadie de los que allí estábamos nos quedaba el color entero. Sólo Gasparito atendía como si le llamase una sirena. “¿Qué quiere usted, tío?” Y venía hacia él ejecutando algún paso de baile.

Además de este sobrino, el monstruo era poseedor de un perro que debía de vivir en la misma infelicidad, aunque tampoco lo parecía. Era un hermoso danés, de color azulado, grande, suelto, vigoroso, que respondía por el nombre de “Muley”, en recuerdo sin duda de algún moro infeliz sacrificado por su amo. El “Muley”, como Gasparito, vivía en poder de Polifemo lo mismo que en el regazo de una odalisca. Gracioso, juguetón, campechano, incapaz de falsía, era, sin ofender a nadie, el perro menos espantadizo y más tratable de cuantos he conocido en mi vida.

Con estas partes no es milagro que todos los chicos estuviésemos prendados de él. Siempre que era posible hacerlo, sin peligro de que el coronel lo advirtiese, nos disputábamos el honor de regalarle con pan, bizcocho, queso y otras golosinas que nuestras mamás nos daban para merendar. El “Muley” lo aceptaba todo con fingido regocijo, y nos daba muestras inequívocas de simpatía y reconocimiento. Mas a fin de que se vea hasta qué punto eran nobles y desinteresados los sentimientos de este memorable can, y para que sirva de ejemplo perdurable a perros y hombres, diré que no mostraba más afecto a quien más le regalaba. Solía jugar con nosotros algunas veces (en provincias, y en aquel tiempo, entre los niños no existían clases sociales) un pobrecito hospiciano llamado Andrés, que nada podía darle, porque nada tenía. Pues bien, las preferencias de “.Muley” estaban por él. Los rabotazos más vivos, las carocas más subidas y vehementes a él se consagraban, en menoscabo de los demás. ¡Qué ejemplo para cualquier diputado de la mayoría!

¿Adivinaba el “Muley” que aquel niño desvalido, siempre silencioso y triste, necesitaba más de su cariño que nosotros? Lo ignoro; pero así parecería serlo.

Por su parte, Andresito había llegado a concebir una verdadera pasión por este animal. Cuando nos hallábamos jugando en lo más alto del parque al marro o a las chapas, y se presentaba por allí de improviso el “Muley”, ya se sabía, llamaba aparte a Andresito, y se entretenía con él largo rato, como si tuviera que comunicarle algún secreto. La silueta colosal de Polifemo se columbraba allá entre los árboles.

Pero estas entrevistas rápidas y llenas de zozobra fueron sabiéndole a poco al hospiciano. Como un verdadero enamorado, ansiaba disfrutar de la presencia de su ídolo largo rato y a solas.

Por eso una tarde, con osadía increíble, se llevó en presencia nuestra el perro hasta el Hospicio, como en Oviedo se denomina la Inclusa, y no volvió hasta el cabo de una hora. Venía radiante de dicha. El “Muley” parecía también satisfechísimo. Por fortuna, el coronel aún no se había ido del paseo ni advirtió la deserción de su perro.

Repitiéronse una tarde y otra tales escapatorias. La amistad de Andresito y “Muley” se iba consolidando. Andresito no hubiera vacilado en dar su vida por el “Muley”. Si la ocasión se presentase, seguro estoy de que éste no sería menos.

Pero aún no estaba contento el hospiciano. En su mente germinó la idea de llevarse el “Muley” a dormir con él a la Inclusa. Como ayudante que era del cocinero, dormía en uno de los corredores, al lado del cuarto de éste, en un jergón fementido de hoja de maíz. Una tarde condujo el perro al Hospicio y no volvió. ¡Qué noche deliciosa para el desgraciado! No había sentido en su vida otras caricias que las del “Muley”. Los maestros primero, el cocinero después, le habían hablado siempre con el látigo en la mano. Durmieron abrazados como dos novios. Allá al amanecer, el niño sintió el escozor de un palo que el cocinero le había dado en la espalda la tarde anterior. Se despojó de la camisa:

-Mira, “Muley” -dijo en voz baja mostrándole el cardenal.

El perro, más compasivo que el hombre, lamió su carne amoratada.

Luego que abrieron las puertas lo soltó. El “Muley” corrió a casa de su dueño; pero a la tarde ya estaba en el parque dispuesto a seguir a Andresito. Volvieron a dormir juntos aquella noche, y la siguiente, y la otra también. Pero la dicha es breve en este mundo. Andresito era feliz al borde de una sima.

Una tarde, hallándonos todos en apretado grupo jugando a los botones, oímos detrás algo como dos formidables estampidos:

-¡Alto! ¡Alto!

Todas las cabezas se volvieron como movidas por un resorte. Frente a nosotros se alzaba la talla ciclópea del coronel Toledano.

-¿Quién de vosotros es el pilluelo que secuestra mi perro todas las noches, vamos a ver?

Silencio sepulcral en la asamblea. El terror nos tiene clavados, rígidos, como si fuéramos de palo.

Otra vez sonó la trompeta del juicio final.

-¿Quién es el secuestrador? ¿Quién es el bandido? ¿Quién es el miserable ladrón…?

El ojo ardiente de Polifemo nos devoraba a uno en pos de otro. El “Muley”, que le acompañaba, nos miraba también con los suyos, leales, inocentes, y movía el rabo vertiginosamente en señal de gran inquietud.

Entonces Andresito, más pálido que la cera, adelantó un paso, y dijo:

-No culpe a nadie, señor. Yo he sido.

-¿Cómo?

-Que he sido yo -repitió el chico en voz más alta.

-¡Hola! ¡Has sido tú! -dijo el coronel sonriendo ferozmente-. ¿Y tú no sabes a quién pertenece este perro?

Andresito permaneció mudo.

-¿No sabes de quién es? -volvió a preguntar a grandes gritos. -Sí, señor.

-¿Cómo… ? Habla más alto.

Y se ponía la mano en la oreja para reforzar su pabellón.

-Que sí, señor.

-¿De quién es, vamos a ver?

-Del señor Polifemo.

Cerré los ojos. Creo que mis compañeros debieron hacer otro tanto.

Cuando los abrí, pensé que Andresito estaría ya borrado del libro de los vivos. No fue así, por fortuna. El coronel lo miraba fijamente, con más curiosidad que cólera.

-¿Y por qué te lo llevas?

-Porque es mi amigo y me quiere -dijo el niño con voz firme.

El coronel volvió a mirarlo fijamente.

-Está bien -dijo al cabo-. ¡Pues cuidado conque otra vez te lo lleves! Si lo haces, ten por seguro que te arranco las orejas.

Y giró majestuosamente sobre los talones. Pero antes de dar un paso se llevó la mano al chaleco, sacó una moneda de medio duro, y dijo volviéndose hacia él:

-Toma, guárdatelo para dulces. ¡Pero cuidado con que vuelvas a secuestrar al perro! ¡Cuidado!

Y se alejó. A los cuatro o cinco pasos ocurriósele volver la cabeza.

Andresito había dejado caer la moneda al suelo, y sollozaba, tapándose la cara con las manos. El coronel se volvió rápidamente.

-¿Estás llorando? ¿Por qué? No llores, hijo mío.

-Porque lo quiero mucho… Porque es el único que me quiere en el mundo -gimió Andrés.

-¿Pues de quién eres hijo? -preguntó el coronel sorprendido.

-Soy de la Inclusa.

-¿Cómo? -gritó Polifemo.

-Soy hospiciano.

Entonces vimos al coronel demudarse. Abalanzose al niño, le separó las manos de la cara, le enjugó las lágrimas con su pañuelo, lo abrazó y lo besó, repitiendo con agitación:

-¡Perdona, hijo mío, perdona! No hagas caso de lo que te he dicho… Yo no lo sabía… Llévate el perro cuando se te antoje… Tenlo contigo el tiempo que quieras, ¿sabes…? Todo el tiempo que quieras…

Y después que lo hubo serenado con estas y otras razones, proferidas con un registro de voz que nosotros no sospechábamos en él, se fue de nuevo al paseo, volviéndose repetidas veces para gritarle:

-Puedes llevártelo cuando quieras, sabes, ¿hijo mío…? Cuando quieras… ¿lo oyes?

Dios me perdone, pero juraría haber visto una lágrima en el ojo sangriento de Polifemo.

FIN

 PALACIO VALDÉS


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La lección


Ramón J. Sender

El capitán Hurtado era el único oficial profesional que teníamos en Peguerinos en 1936. No acababa de salir de su asombro ante las milicias. Veía que las virtudes civiles daban un excelente resultado en el campo de batalla, y eso debía de contradecir los principios de su ciencia militar. Tenía un gran respeto por la combatividad y el valor de los milicianos, pero no comprendía políticamente la democracia, y a los que querían hablarle de las libertades populares les contestaba con un gesto impaciente: “Para cuatro días que uno va a vivir, dejadme en paz con vuestras tonterías”. Los milicianos se reían y movían lentamente la cabeza. Pero la disposición de Hurtado para el trabajo de guerra al lado de unos hombres cuya ideología no comprendía les era simpática a todos.

-Con vosotros -solía decir Hurtado a los milicianos- se puede ir a todas partes.

Eso les halagaba.

Aquel día Hurtado llamó a cinco hombres elegidos entre los más decididos. Cuatro muchachos y un viejo. Este era tipógrafo. Entre los otros había un ingeniero industrial, un metalúrgico y dos albañiles. El tipógrafo protestaba siempre porque no tenía tiempo para nada. Desde hacía tres días trataba en vano de leer un discurso del líder sindical de su organización, que había sido publicado en folleto y que llevaba consigo todo sucio y arrugado.

Cuando acudieron a la pequeña casa de madera que había a la salida del pueblo, el capitán no había llegado aún y le esperaron más de media hora. El tipógrafo sacó de la cartuchera el folleto y se puso a leer. Por fin apareció el capitán, acompañado de un sargento telegrafista que solía manejar un heliógrafo. Ese sargento, aunque mostraba un gran entusiasmo por las ideologías políticas de los milicianos con quienes hablaba en cada caso, no tenía la simpatía de nadie. Veían en él algo servil que a nadie convencía. Era corriente oír hablar de él con reservas.

Antes de sentarse, hizo un largo aparte con el sargento. Cuando este se fue, dijo a los milicianos que le había llamado para exponerles un plan de penetración y acción en el campo enemigo. Era muy arriesgado y reclamaba la mayor atención. La derrota sufrida el día anterior por el enemigo había forzado a Mola a organizar su campo seriamente para la resistencia. El enemigo estaba muy bien fortificado, había establecido una línea regular y contaba con abundantes refuerzos. Debían de tener patrullas de reconocimiento, con los restos de la caballería mora que lograron salvarse el día anterior. Los milicianos escuchaban impacientes. Hubieran querido asimilar en un instante los conocimientos de aquel hombre. Pero cada cual pensaba que, si Hurtado sabía siempre las condiciones en que se encontraba el enemigo y en un combate conocía el momento y el lugar del contraataque, eso se debía a sus seis años de academia. Ese nombre -Academia- tenía una fuerza y un prestigio abrumador.

-No es necesario el fusil para estos servicios -explicaba Hurtado-. Son mejores las bombas de mano. Tres de vosotros llevaréis también un pico. Los otros dos, una pala. Cada uno, un rollo de cuerda de cinco o seis metros.

Después de una pausa en la que el capitán pareció muy preocupado por las hebillas de su alta bota de cuero, aunque se veía que pensaba en otra cosa, continuó:

-La penetración en el campo enemigo tiene por objeto producir la sorpresa y la desorientación. Para eso hay que saber evitar los puestos de observación, y esto se consigue estudiando bien el itinerario y escogiendo también la hora en relación con la posición del sol o de la luna. El itinerario, flanqueando el viejo camino de resineros…

De nuevo se interrumpió para vigilar la hebilla que no quería dejarse atar. Cuando parecía dispuesto a reanudar la lección, llegó de nuevo el sargento telegrafista. El capitán se levantó y salió fuera. Parecía muy distraído. El tipógrafo sacó su folleto y se puso a leer. El joven ingeniero industrial pensó que no estaba bien salir a hablar aparte con el telegrafista, pero quizá los profesionales daban un gran valor al secreto militar, y eso no podía parecerle mal.

Hurtado volvió a entrar y dijo que tenía que salir para un servicio urgente. La lección la daría al atardecer y la penetración de la patrulla sería antes del alba, al día siguiente. Había tiempo. Todavía se detuvo para advertir que si antes de la media noche no se habían podido reunir de nuevo, los milicianos debían ir a buscarle al Estado mayor o donde estuviera. El tipógrafo guardó su folleto en la cartuchera y contempló extrañado al capitán. “Es raro -pensó-. Parece un hombre diferente. Se mueve, se sienta, se levanta, habla como si le dolieran la cabeza o las muelas.”

La patrulla iba y venía por el campamento esperando la hora de la reunión. Los cinco milicianos habían quedado libres de servicio aquel día y el tipógrafo seguía leyendo el folleto, algunos de cuyos párrafos había subrayado cuidadosamente con lápiz. Después del bombardeo de la aviación enemiga, hacia las cuatro de la tarde hubo bastante calma. El silencio del frente era horadado a veces por el fuego mecánico de las ametralladoras. A veces, también, cantaba un gallo en un corral próximo, lo que según el joven ingeniero era una provocación intolerable a su estómago.

Hurtado salió al atardecer, con el sargento, hacia las avanzadas. El cabo de intendencia lo vio ir y venir indeciso. Llegó a los primeros puestos del ala derecha y advirtió a los centinelas que tuvieran cuidado al disparar porque iba a reconocer el “terreno de nadie”. Los centinelas lo vieron salir asombrados. “Con hombres tan valientes y tan inteligentes -se dijeron también- se puede ir a todas partes.” Hurtado y el telegrafista avanzaron con grandes precauciones en dirección a una casita abandonada, de cuyas ruinas salía humo. Luego los centinelas los perdieron de vista, pero en los relevos se transmitían la consigna: “Cuidado al disparar, que el capitán Hurtado anda por ahí”. Era ya medianoche y no había vuelto aún.

A la una de la madrugada el tipógrafo reunió a los demás compañeros y les recordó que el capitán les había dicho que después de medianoche debían buscarlo donde estuviera. Antes del amanecer había que realizar el servicio, y para eso necesitaban conocer las instrucciones completas. Ya de acuerdo, se enteraron por el cabo de intendencia y el sargento de la segunda compañía del batallón Fernando de Rosa del camino tomado por el capitán. Con el fusil en bandolera, la bayoneta colgada al costado y media docena de bombas de mano, llegaron los cinco a las avanzadas. Los centinelas les indicaron el lugar por donde Hurtado había desaparecido. La patrulla buscaba entre las sombras, que a veces esclarecía una luna tímida. Con la obsesión de un servicio que había que hacer “antes de la madrugada”, recordaban sus palabras: “Si a las doce no nos hemos reunido, buscadme”. Y los cinco siguieron avanzando cautelosamente en la noche.

Antes de llegar a la casita en ruinas sintieron a su izquierda una ametralladora. En la noche, los disparos eran estrellas rojas de una simetría perfecta. Se arrojaron al suelo y siguieron avanzando. Volvieron a detenerse poco después porque oyeron voces humanas. No comprendían las palabras, pero reconocían el acento atiplado de los moros. El tipógrafo y otros dos avanzaron y los demás quedaron esperando con los fusiles preparados. Pocos minutos después vieron un grupo de caballos sin jinetes atados entre sí. Como las voces se habían alejado y durante más de media hora no vieron a nadie, siguieron avanzando.

– Cuando encontremos a Hurtado -decía el tipógrafo-, va a ser muy tarde.

Otro miliciano afirmaba y añadía que, por si ese retraso no bastaba, todavía sería preciso volver al campamento a equiparse como el capitán había dicho. La última palabra que le habían oído, con la cual quedaba inconclusa una frase de un valor inapreciable era: “el itinerario junto al camino viejo de resineros…”. Había que conocer esa frase entera; había que escuchar sus instrucciones antes de penetrar en el campo enemigo si querían hacer un buen trabajo.

-Entrar en el campo enemigo -se decían- no es tarea para el primer miliciano que llega.

En el fondo de un hoyo de obús encontraron al telegrafista. Se quejaba débilmente y parecía haber perdido el conocimiento. Estaba herido en la cabeza y en el pecho. Tenía también una mano ensangrentada. Pero a veces indicaba con esa misma mano una dirección y reía vagamente. Quizá no se reía, pero la boca ancha y hundida bajo las narices daba esa impresión. En la mano izquierda le faltaba el dedo anular. Los que habían dudado del telegrafista se sentían ahora avergonzados. Con la mano ensangrentada seguía señalando el camino de Hurtado en las sombras. Pero no conseguía hablar. Como se negaba a ser evacuado le dieron agua y lo dejaron allí. Siguieron adelante. El tipógrafo dijo que los moros habían cortado el dedo anular al telegrafista para robarle la alianza de oro. Antes de terminar estas palabras llegaron dos obuses del 7,5. Un balín hirió al ingeniero en el brazo. Se oyó una blasfemia y el herido quedó rezagado buscando algo con que atarse el brazo por encima de la herida.

Pero seguían avanzando. Rebasaron dos nidos de ametralladoras, perdieron algún tiempo tratando de reconocer en la oscuridad -la luna se había ocultado de nuevo- por el tacto las facciones de un muerto. Llevaba bigote y, por lo tanto, no podía ser Hurtado. Y siguieron.

Por fin, momentos antes del amanecer, estuvieron ante Hurtado. Pero aquel era otro campamento. Quizá correspondiera al sector de Las Navas. Hurtado abrió unos ojos enormes, de asombro. Su extrañeza era como una serie de preguntas tan claras que no hacía falta formularlas.

-Dijo usted que le buscáramos -explicaban los milicianos.

Hurtado, con la voz temblorosa, mirando los fusiles, preguntaba:

-¿Yo? ¿Para qué?

Estaba tan desconcertado que no acertaba a llevarse el cigarrillo a los labios.

-Para que nos diga cómo hay que penetrar en el campo rebelde.

Hurtado había perdido la mirada juvenil y franca que tenía en Peguerinos. Los milicianos creían que estaba disgustado porque no llevaban las bombas ni los rollos de cuerda. El tipógrafo advirtió:

-Luego iremos a dejar los fusiles y a equiparnos como usted nos dijo, pero quisiéramos que terminara de darnos sus instrucciones para entrar en el campo enemigo.

Fuera comenzaba a amanecer. A la luz del día era ya visible la bandera traidora de Franco. El capitán desapareció y los milicianos quedaron recordando las palabras con las que había interrumpido su lección: “la penetración en el campo enemigo, junto al camino viejo de resineros…”. No era tan fácil entrar en el campo enemigo. Solo un oficial con seis años de academia militar podía pretender organizar un servicio tan difícil. Se sentaron todos en semicírculo. El ingeniero apretó un poco más la venda del brazo, sirviéndose de los dientes y de la mano libre. Habían dejado una silla en el centro, para Hurtado.

Este volvió, pero venían con él dos oficiales acompañados de más de quince soldados, quienes desarmaron a los milicianos y los condujeron a una zanja. Dijeron al joven ingeniero:

-Salta ahí dentro y así nos evitas tener que arrastrar luego tu cuerpo.

Dispararon sobre él y allí quedó, encogido, en el fondo. Ordenaron al tipógrafo que cogiera una paletada de cal de un pequeño montón que había al lado y la echara al muerto. El tipógrafo contestó en silencio mostrando sus manos atadas. Lo desataron. Cogió la pala y miró a su alrededor. Hurtado no estaba. Volvió a dejarla caer, salvó de un brinco una pequeña cerca de piedra y corrió, corrió, corrió. A sus espaldas oyó varias descargas de fusil. Las pistolas sonaban también como botellitas a las que se les quita de pronto un corcho muy ajustado. Sintió en las piernas los golpes de unas ramas de arbusto que no existían y en la boca un líquido caliente y salado.

Pudo llegar a Peguerinos. Allí estaba yo. Me contó todo esto mientras el médico se preparaba para hacerle una transfusión de sangre. Después sacó su folleto sindical del bolsillo y se puso a leerlo.

FIN


“Voz de Madrid”, 1938