domingo, 31 de janeiro de 2016

Oración

Miguel de Cervantes Saavedra

A Ti me vuelvo, gran Señor, que alzaste,
a costa de tu sangre y de tu vida,
la mísera de Adán primer caída
y adonde él nos perdió, Tú nos cobraste.

A Ti, Pastor bendito, que buscaste
de las cien ovejuelas, la perdida
y hallándola del lobo perseguida,
sobre tus hombros santos te la echaste.

A Ti me vuelvo en mi aflicción amarga
y a Ti toca, Señor, el darme ayuda,
que soy cordera de tu aprisco ausente

y temo que a carrera corta o larga,
cuando a mi daño tu favor no acuda
me ha de alcanzar esta infernal serpiente.
Fragmento de obra de teatro La Gran Sultana doña Catalina de Oviedo


Biblioteca Digital Ciudad Seva
“Acredito que as pessoas aprendem com os próprios erros e com o tempo. Acredito também que quem traiu uma vez e foi perdoado vai trair de novo. Acredito que aquelas pessoas que vivem falando mal dos outros vão falar mal de você com esses outros. Acredito que as pessoas só mudam por vontade própria e nunca pelo pedido de outra pessoa. Acredito que tudo que eu acredito hoje vai mudar com o tempo. E que, no futuro, talvez, eu acredite em menos coisas. Ou em nada mais.”

— Clarice Lispector.

Adam Przeworski

Adam Przeworski (pronúncia em polonês: [pʂɛˈvɔrskʲi]; 1940- ) é um cientista político e professor da Universidade de Chicago nascido na Polônia.

Seu método procura conciliar as análises macroestruturais com um individualismo metodológico e considera as ações dos indivíduos como dotadas de sentido racional. Isso significa que as práticas dos sujeitos não são condicionadas por forças estruturantes (economia, Estado, ideologia, classe social, etc) . Essa visão transformava os sujeitos sociais em massa de manipulação das estruturas - o político, o econômico e o ideológico.

Para Adam Przeworski, a prática desses atores sociais não parte de determinação estrutural, mas de escolhas entre alternativas disponíveis, o que caracteriza a teoria da escolha racional. Esse método tornou possível (e foi tornado possível por) o estudo de realidades em que suas condições estruturais haviam partido de acordos ou compromissos entre as distintas classes sociais e não de imposição de uma delas.

Tem o tema democracia como principal eixo de reflexão, em torno do qual não escapam estudos sobre o Estado, a social-democracia, representatividade, eleições, etc.
É autor da obra "Estado e Economia no Capitalismo", possuindo tradução para o português de Argelina Cheibud Figueiredo e Pedro Paulo Zahluth Bastos pela editora Relume Dumará - Rio de Janeiro.


Quando Nietzsche Chorou

“Eis um homem tão oprimido pela gravidade - sua cultura, sua posição, sua família -, que jamais conheceu sua própria vontade. Tão preso à conformidade, que parece espantado quando falo de escolha, como se estivesse falando uma língua estrangeira. Quando o confronto com o fato de que permitiu que sua vida fosse um acidente, ele nega a possibilidade de escolha. Ele me diz que ninguém imerso em uma cultura dispõe de escolha.
É curioso como ele teve o conceito ao seu alcance em uma idade precoce, mas nunca desenvolveu a visão para enxergá-lo Ele era o “rapaz infinitamente promissor” - como todos nós somos -, mas nunca entendeu a natureza de sua promissão. Ele nunca compreendeu que seu dever era aperfeiçoar a natureza, superar a si mesmo, sua cultura, sua família, seu desejo, sua natureza animalesca brutal, para se tornar quem ele foi. o que ele foi. Ele nunca cresceu, ele nunca se desvencilhou de sua primeira pele: ele confundiu a promissão com a realização de objetivos materiais e profissionais. E quando alcançou esses objetivos sem jamais ter aquietado a voz que dizia “Torna-te quem tu és”, recaiu no desespero e invectivou a peça nele pregada. Mesmo agora ele não capta a verdade!
Existe esperança para ele? Ele ao menos pensa sobre as questões corretas e não recorre a embustes religiosos. Mas é medroso demais. Como lhe ensinar a se tornar rijo? Ele uma vez contou que banhos frios ajudam a enrijar a pele. Haverá uma receita para enrijar a determinação? Ele chegou à percepção de que somos regidos não pelo desejo divino, mas pelo desejo do tempo. Ele percebe que a vontade é impotente contra o “assim se deu”. Terei a habilidade de lhe ensinar a transmutar o “assim se deu” no “assim o quis”?”

— Irvin Yalom, 

sábado, 30 de janeiro de 2016

não devemos jamais confundir politica e religião para não sermos cúmplices na disseminação de fobias assassinas.Jamais confundiremos as criticas e a luta contra as politicas do Estado de Israel com o judaísmo e os judeus. Não passarão de contrabando na militância qualquer ataque contra os povos do Livro.Lutar pelo ecumenismo sem deixar de lutar pela justiça , os direitos humanos e o direito Internacional que não está com os governos de Israel. ser judeu não é dar carta branca aos abusos cometidos por israelenses. 

Wilson Nogueira
Ricardo Costa de Oliveira_________________A política nepotista do Paraná é uma das mais podres do Brasil e ninguém importante nunca foi preso nos últimos vinte anos de imensos escândalos institucionais. Eu não confio mesmo no trabalho paranaense desses gestores da Lava Jato desde a mega fraude do Banestado. Muitas imposturas espetaculosas. A lexicografia indiana é curiosa e formou conceitos muito aplicáveis ao Brasil. Nababo, marajá e mogul são termos indianos apropriados aos subpoderes do sistema judicial brasileiro. Qualquer pesquisador crítico minimamente informado sabe das imensas vantagens e privilégios corporativos de certos setores do ministério público e da justiça no país. Sua seletividade estrutural, seus pontos cegos, suas redes de conexões elitizadas, com poucas boas exceções, sempre representaram grandes fatores no atraso político no Brasil. A grande mídia familiar projetada, criada, alimentada e enriquecida durante a ditadura militar, sempre com baixíssimo nível cultural, funciona em esquemas de grandes interesses corruptos, que deixariam qualquer Citizen Kane, ou Rupert Murdoch Australian media mogul como meros amadores. Acabamos com o AI-5, mas muitos filhotes da ditadura, como dizia Brizola, continuam se arrastando por aí no sistema judicial oportunista e na mídia. A modernização da sociedade os afetou. Perseguir o Lula, a Dilma e deixar um acusado como Eduardo Cunha impune. Cadê os tesoureiros dos outros partidos de direita e suas arrecadações não investigadas ? O roubo e o saque gigantesco da privataria e reeleição de FHC ? Estes setores atrasados, unidos na sincronia do seu subdesenvolvimento histórico, agora querem atacar o Lula porque pelas ideias e pelo voto sempre foram derrotados. Para a manipulação agora só restam as chicanas jurídicas, as acusações inquisitorialescas, prende-se para se arrancar somente a delação interessada e as costumeiras falsificações midiáticas como recursos apelativos. Os partidários desta direita enrustida serão derrotados de novo pela força do povo.

Lucinéa Dobrychlop___________________ Jorge Bernardi publicou um livro ano passado sobre esse assunto. Comente sobre ele com Cynthia Werpachowskki. Ela estava lendo.
Antonio Carlos Prof. Ricardo Costa de Oliveira parabéns pelo texto e pela sua coragem na defesa da ética. Pois, enquanto esse grupo tenta, por todos os meios, encurralar o Lula, esse mesmo grupo agora sai em defesa da permanência do Cunha na presidência da Câmara Federal. E, esse mesmo juiz conduziu a investigação da corrupção no Banestado, no qual estavam envolvidos políticos do PSDB como o FHC, Gustavo Franco, ex-prefeito de São Paulo, Ricardo Sérgio de Oliveira, arrecadador de fundos para campanhas de FHC, José Serra, cujo operador do esquema era o mesmo doleiro Youssef. Quantos foram presos? Nenhum! Por que será? Mais ainda, a esposa desse juiz é advogada do PSDB. Então, eticamente, poderia ele julgar algum caso que envolva partido opositor do PSDB? Eticamente ele estaria impedido, visto que dorme com alguém que tem interesse em tal julgamento. www.acslogos.com

Dinalva Rosa Neves Maurício______________ É verdade, Professor Ricardo. A lava jato é uma farsa corroborada por uma mídia irresponsável e criminosa. Todos fazem parte de uma direita rancorosa e retrógrada que não aceita, de forma alguma, os avanços sociais dos governos trabalhistas. A única meta desse pessoal é incriminar o Lula a qualquer custo e impedir a sua candidatura. O bem estar do povo não é importante para os filhotes da ditadura. Irão até as últimas consequências, infelizmente.

Fabiano Luis___________________________ Acompanho sua pesquisa tem anos jah professor... e me pergunto desde então... Como acabar com isso?

Ricardo Costa de Oliveira_________________ A nossa parte investigativa, sociológica e política está sendo feita ! Mais educação, consciência e cidadania. Sejamos otimistas porque um dia as coisas mudarão com a nossa participação !

Célio Gallotti Guimarães ____________________Aprendi, muito cedo, com os meus avós (descendo de antigas oligarquias), que o Brasil era assim e que eu tinha que estar sempre ao lado do poder. Assim como o Fabiano, também me pergunto....até quando a sociedade brasileira vai se dar conta de toda esta engrenagem? Como acabar com isto?

Sergio Amaral_____________________________ Ótima abordagem professor...Um tema que deve ser amplamente difundido e discutido...Se faz necessário que nossa sociedade como um todo, lute contra este verdadeiro atraso em nosso desenvolvimento...

Maurício Munhoz____________________________ Vivemos num país que moeda tem apenas um lado, é o da coroa....a cara é a do povo que num aparece essa face.

Marilena Wolf De Mello Braga ____________________De 1 a 10 dou 7. O 3 que falta é pela omissão em reconhecer a corrupção predatória dos últimos anos, uma estratégia de desfalque público que nunca imaginei testemunhar. E se Lula não sabia, é mais tolo do que eu, que votei nele cinco vezes.
Ricardo Costa de Oliveira Sete está aprovado e sem prova final. Os outros presidentes, os dos outros partidos e seus candidatos foram muito piores, bem piores, foram reprovados e com notas muito baixas.
Marilena Wolf De Mello Braga Os "outros" presidentes inclui também Itamar Franco, que criou uma moeda a que nós, brasileiros, devemos uma razoável estabilidade. Se tudo rolar por água abaixo agora (para forçar uma igualdade social e financeira falaciosa) vamos assinar embaixo por ultrapassar o "limite da irresponsabilidade", como disse aquele ministro babaca do FHC, quando privatizaram as telecomunicações. Ser partidário é uma coisa. fechar os olhos é outra.

Ricardo Costa de Oliveira________________________ Itamar Franco não foi eleito presidente diretamente pelo voto direto. Era um vice de um esquema corrupto e que se prolongou com os tucanos e suas privatizações. A privataria irresponsável também começou com ele. Eu era oposição naquele período. Temos que assumir nossas posições e escolhas. No PSDB eu não voto e nunca votaria pelo desastre que este partido sempre faz na educação, em qualquer nível, veja as monstruosidades do Richa.

Maurício Munhoz ______________________________Vivemos num país que moeda tem apenas um lado, é o da coroa....a cara é a do povo que não aparece essa face.

Ricardo Costa de Oliveira http://sindijuspr.com.br/.../juizes-do-parana-gastam.../7673
Juízes do Paraná gastam R$ 10 milhões com lanches e serviços de garçons

 ( de Francisco Costa);


Preocupados com o “triplex do Lula,” comprado em prestações (depois Lula desistiu, quando a cooperativa não teve como continuar com as obras, e foi ressarcido, conforme consta nas suas declarações do imposto de renda) e avaliado em 1,8 milhão, não comentam sobre o de Joaquim Barbosa, comprado a vista e avaliado em 4,2 milhões, duas vezes e meia o valor do “triplex do Lula”, ou o de Fernando Henrique Cardoso, também comprado a vista e avaliado em 44,2 milhões, vinte e quatro vezes e meia mais caro que o “triplex do Lula”.
Mas voltando ao “sítio do Lula” e comparando-o à fazenda de FHC: o sítio do Lula tem 17 hectares, a fazenda de FHC, 1 046 hectares, é quase sessenta e duas vezes maior; o “sítio do Lula” nunca esteve ou está no nome dele, a fazenda de FHC esteve no nome dele, em sociedade com o nome de Sérgio Mota, que venderam para o empresário Luiz Carlos Figueiredo; Lula está sendo acusado de ter sido beneficiário de obras feitas pela Odebrecht-OAS, sem que nada tenha sido apurado até agora, a empreiteira Camargo Correa construiu, GRACIOSAMENTE, um aeroporto, na fazenda de FHC, conforme assumido pela própria empreiteira, aeroporto esse que tem uma pista de 1 300 metros, do tamanho da pista do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e que serve à ponte aérea Rio-São Paulo, sendo capaz de receber boeings de grande porte; “coincidentemente”, a Camargo Correa venceu praticamente todas as licitações, para obras públicas, em Brasília e outros locais, nos governos FHC.
Na lata, na tampa, na mosca, este texto de Malu Aires. (Não consigo marcar, sigam essa garota, crianças, ela escreve muito bem!)
O que a gente tá assistindo, estes últimos instantes de agonia dessa imprensa ridícula, tá me revoltando um tanto que vocês nem imaginam como anda esse meu pobre coração.
O barco do Lula, uma embarcação pra pescar tilápia no lago, de alumínio (imagina encostar naquilo depois de exposto no sol quente), ser motivo pra essa insanidade vendida em primeira página...
A gente sabe que pra estes 1%, o melhor seria que Lula tivesse morrido daquele câncer na garganta. Proibido até de proferir suas últimas palavras, antes de morto... É tanto ódio que chega a ser crime.
Dona Marisa, Primeira-Dama, no dia da posse, estes mesmos canalhas lançavam manchetes ridicularizando sua simplicidade. Criticando até o fato dela ter usado um cabeleireiro pra ocasião. Seus filhos não podem trabalhar. Fossem traficantes, seriam glamourizados. Nem seus netos são respeitados pelos abutres.
Onde estão os donos e herdeiros da grande mídia, hoje? Seus simples empregados, vendedores de preconceitos e vilanias mil? Em espaçosas coberturas de frente pra cartões-postais. Em iates que consomem milhares de reais em diesel para pequenos passeios em Angra. Em casas cinematográficas irregularmente construídas no meio de reservas ambientais. Cercados de seguranças armados que transformam qualquer espaço público em privado.
Os que atacam Lula hoje e sempre, são os mesmos personagens que enriqueceram com a miséria do nosso povo. Que se fartaram de tudo o que o Brasil produzia, em troca do abandono do nosso povo, do analfabetismo do nosso povo, da pobreza extrema do nosso povo. São os que recebiam prêmios no exterior por reportagens da miséria, da fome, do descaso, da morte. São os que se entopem de cocaína pra fazerem cobertura de troca de tiros entre traficantes e a polícia. São os que contratam pedófilos pras suas emissoras. Os que dão prêmios às propagandas mais machistas. Os que produzem programas racistas. Novelas autodepreciativas. São os promotores do nosso atraso, da nossa esculhambação, de todos os preconceitos na nossa sociedade e são os porta-vozes do escárnio ao Brasil.
Lula não presta como todos nós, povo brasileiro, também não prestamos pra eles. Lula não pode ter apartamento numa praia poluída de SP, assim como os negros não podem frequentar universidades, assim como mulheres não podem ser empoderadas a quilômetros do fogão. Lula não pode ter um barco, nem a remo, assim como os pobres não podem ter carros. Assim como os índios não podem ter terra e água pra pescar e plantar mandioca, assim como, aos camponeses e seus filhos, só o tiro certeiro que os espere desprevenidos. Lula não pode dar palestras, assim como gays e lésbicas não podem exigir respeito, segurança e direito à vida. Lula não pode viajar pelo mundo e receber prêmios pelo combate à fome, assim como crianças pobres não podem ter comida na mesa, assim como pobres não podem andar de avião. Lula não pode ser visto ao lado de gente rica ou que tenha um sítio em Atibaia, assim como os meninos da periferia não podem ir ao shopping ou praia da Zona Sul.

A perseguição ao Lula simboliza a perseguição ao povo brasileiro e suas famílias que hoje podem exercer as mesmas conquistas de diploma, casa própria, carro do ano e viagens pra fora do país. A banalização de privilégios, responsáveis pelo abismo social que fazia de nós 3º mundo no século XVIII, interrompeu os planos da elite que queria deixar o Brasil entrar no século XX, só daqui 500 anos. 

A franqueza é a primeira virtude de um defunto

A franqueza é a primeira virtude de um defunto
Brás Cubas
Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realço a minha mediocridade; advirta que a franqueza é a primeira virtude de um defunto. Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência; e o melhor da obrigação é quando, à força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si mesmo, porque em tal caso poupa-se o vexame, que é uma sensação penosa, e a hipocrisia, que é um vício hediondo. Mas, na morte, que diferença! que desabafo! que liberdade! Como a gente pode sacudir fora a capa, deitar ao fosso as lentejoulas, despregar-se, despintar-se, desafeitar-se, confessar lisamente o que foi e o que deixou de ser! Porque, em suma, já não há vizinhos, nem amigos, nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos; não há platéia. O olhar da opinião, esse olhar agudo e judicial, perde a virtude, logo que pisamos o território da morte; não digo que ele se não estenda para cá, e nos não examine e julgue; mas a nós é que não se nos dá do exame nem do julgamento. Senhores vivos, não há nada tão incomensurável como o desdém dos finados.

Machado de Assis, CAPÍTULO XXIV "Curto, mas alegre", Memórias Póstumas de Brás Cubas


Carta a Christine Lagarde Directora del Fondo Monetario Internacional (FMI)


Señora:

Justo cuando millones de arruinados por las políticas del FMI en Grecia, Portugal, España e Italia se enteraban de su gloriosa subida de sueldo en un 11%, quedando así con ingresos anuales de 323.485 euros, más una contrapartida de 57.912 euros libres de impuestos y de justificación, salvo la exigencia de respeto a “estándares éticos” que nadie sabe en qué consisten, justo en ese momento llegan sus muchachos a España con un rosario de nuevas exigencias salvadoras de la economía española.

Sus emisarios son portadores de esos “estándares éticos”, los mismos que arruinaron a Grecia mediante informes antojadizos, fraudulentos, inexactos y perversos, tal como usted misma reconoció en un informe “confidencial” publicado por The Wall Street Jornal el pasado 5 de junio, en el que de la manera más fría, vil y cobarde, es decir con el lenguaje propio del espolón del capitalismo en su expresión más inhumana, porque eso es precisamente el FMI que usted dirige, aludía a los no previstos daños que la políticas de austeridad impuestas causarían a la economía griega. Hundir un país y pedir aplausos. En eso consisten los “estándares éticos” del FMI.

Y ahora sus muchachos, como los magos de los peores circos, sacan de la chistera una serie de medidas para aumentar aún más el padecimiento y la pobreza de millones de españoles. Bajo el eufemismo de “aumentar la flexibilidad interna” el FMI propone “el uso de nuevos instrumentos para que las empresas se ajusten modificando las condiciones laborales y no mediante despidos”. Los más de seis millones de parados de España le dan las gracias, señora Lagarde, pero no pretenda que también le besen la mano por la indicación de reducir salarios y de pervertir cada vez más la naturaleza de los contratos.

Para “mejorar la competencia o competitividad” el FMI propone y dispone “una ley de unidad de mercado ambiciosa y reducir las barreras regulatorias que impiden el crecimiento de las empresas”. Es decir, menos presencia del Estado, mayores facilidades para la evasión fiscal de los empresarios, menos seguridad laboral, menos prestaciones sociales. Señora, esto se llama capitalismo puro y duro, y nos retrotrae a los tiempos de la acumulación capitalista primitiva que, como usted debe saber, genera contradicciones sociales que solamente se resuelven con revoluciones.

Como novedad a sus imposiciones para “mejorar la competitividad” agregan un “eliminar la indexación de los precios públicos”. Supongo señora, que cuando los genios a su mando inventaron el verbo “indexar” una ola de orgasmos sacudió hasta los cimientos del FMI. Era más simple decir “no sacar a bolsa los precios públicos”, porque usted, los suyos, y los millones de jodidos por sus políticas de dominación imperialistas sabemos que la bolsa no es un reflejo fiel de la economía. La bolsa solamente refleja los niveles de pérdidas y ganancias de los intereses capitalistas que representa. ¿Y cuáles son esos precios públicos? Señora, usted, los suyos y los jodidos sabemos que el FMI está haciendo referencia al valor del conjunto de bienes estatales que conforman, por ejemplo, la infraestructura sanitaria de un Estado. Al “desindexar” estos precios públicos el FMI pretende reducir a cero el valor de todos los hospitales e infraestructura sanitaria de un país, y de esa manera se privatiza la salud, o la educación, para “salvarlas” porque no valen nada.

Sus muchachos, señora Lagarde, sacan de la chistera un “pacto por el empleo” que básicamente consiste en : los empresarios se comprometen a crear empleo a cambio de la aceptación por los sindicatos de una “significativa moderación salarial”. Esto, señora, se llama lisa y llanamente chantaje. O trabajan por menos o no hay trabajo. Pero está bien pensado conforme a las intenciones no dichas por el FMI: si después de congelaciones salariales y de pensiones, de rebajas de salarios y pensiones, de eliminación de los décimo tercer y décimo cuarto sueldo, de subidas del impuesto a los salarios, los sindicatos aceptaran otra “moderación salarial” perderían toda su razón de ser, desaparecerían como organizaciones de clase, y como usted, los suyos, yo y los jodidos sabemos, ése es uno de los grandes objetivos del FMI o Internacional de los Patrones.

Sus muchachos, señora Lagarde, son inagotables, con una frenética obsesión similar a la febril animación sexual que caracterizó a su predecesor en el cargo, Dominique Strauss Kahn, sacan de la chistera joyas como la aprobación de incentivos fiscales a los empresarios, manifestadas en rebajas a la seguridad social –pensiones señora Lagarde- que serían compensadas por incrementos del IVA a medio plazo. Es decir, una vez más todo el peso de las “reformas” caería sobre los ciudadanos, sobre los trabajadores, sobre los más vulnerables.

Y cuando sus muchachos sacan pecho es al afirmar que “ el organismo (FMI) aplaude la propuesta del comité de expertos (del FMI) que prevé pensiones más bajas si no se buscan nuevas vías de ingreso para la seguridad social”. Señora; usted gana casi medio millón de euros al año y a los suyos tampoco les va mal, así que es incomprensible que todavía no entiendan que no se necesita ningún comité de expertos para saber que la única vía de ingresos de la seguridad social se da a través del trabajo, es fruto directo del trabajo. A ese “aplauso” sólo le faltó indicar que se convertirá en ovación en día en que, sin ningún eufemismo identifiquen “las otras vías de ingresos”, y que se llama privatización de los sistemas de pensiones.

Señora, soy uno de tantos que trabaja y paga sus impuestos por una cuestión de solidaridad social. No percibo como es su caso una cantidad nada despreciable de casi sesenta mil euros libres de impuestos como un extra a su defensa cerril del capitalismo en su expresión más feroz. Tampoco cobro una jugosa pensión, como sucede con el inefable “DSK”, y mi “estandar ético” consiste en hacer bien mi trabajo sin explotar a nadie, no como otro de los altos ex directivos del FMI, Rodrigo Rato, cuya experiencia en la organización que usted dirige le sirvió para hundir al mayor banco español, Bankia, y de paso estafar a cientos de miles de pequeños ahorradores que vieron convertidas sus libretas de ahorros en acciones fraudulentas pese a la valoración que hizo de éstas el “index”. Por todo esto tengo autoridad para escribirle esta carta y exigirle que saque a sus muchachos de España, Portugal, Grecia, Italia, que los saque de toda América Latina y de África, pues si no se van voluntariamente y para siempre, los sacaremos a patadas.


Luis Sepúlveda

20 de junio de 2013

fonte : le Monde Diplomatique . Chile

O ataque da mídia contra Lula

Otto Leopoldo Winck..... Espanta-me que muita gente esclarecida caia na esparrela da mídia. Como em 1954. Como em 1964. Não aprenderam? É o mesma novela. Se não fosse real daria tédio. Esta mídia nunca esteve do lado do Brasil.

Clóvis Manfrini Souto Calado.... Pior que caem. É impressionante o poder da grande mídia, não só aqui na republiqueta brasiliana, mas em todo mundo. Por isso numa Revolução, o primeiro grande ato não é na questão econômica, é o confisco dessa mídia das mãos podres da burguesia. Censurar a burguesia é um dever revolucionário, se não for feito isso de nada serve o Poder Revolucionário.

Otto Leopoldo Winck Pois é, não há democracia quando há monopólio da informação. Se democracia é o poder do povo, este povo deve ter livre acesso à informação.

Clóvis Manfrini Souto Calado..... A Comunicação, assim como educação, saúde, transportes e segurança pública, devem ser públicos, isso em qualquer sistema (mesmo no capitalismo). Fazer dessas áreas mercado é fazer com que monopólios se criem. Marx, Engels, Lênin e até mesmo Stálin, não tinham ideia da força nefasta desse aparelho ideológico que é a comunicação nas mãos privadas. Eu prefiro mil vezes um industrial com centenas de fábricas do que um único dono de uma rádio de interior vomitando mentiras a todo momento. Hoje aqui no Brasil o nosso maior inimigo não é o PSDB, latifundiários, burgueses reacionários, nosso maior inimigo se chama a grande mídia. E ela tá conseguindo nos vencer nessa batalha desigual. Enquanto eles usam bomba H, nós estamos com estilingues...

Otto Leopoldo Winck ....Ainda mais, Clovis, que no Brasil não há nenhuma lei que coíba as arbitrariedades da mídia, como em países "civilizados", como Portugal, Suécia, Inglaterra...

Clóvis Manfrini Souto Calado.... Sim, isso mostra nosso capitalismo um antro de atraso. Nosso capitalismo veio capenga e sempre que ele tenta avançar e se modernizar vem umas antas de São Paulo travar esse desenvolvimento. Foram os cafeicultores paulistas que barraram o ensaio de desenvolvimento desse pobre país ainda na época de Pedro II (lembrem o que passou o Barão de Mauá), aí vem uma comédia bufa como a tal "revolução constitucionalista" de 1932, promovida e patrocinada pelas classes altas da Paulista (sem falar que acabaram com o movimento tenentista de 1924), depois o Golpe contra Getúlio em 1945 quando as forças paulistas foram líderes nesse processo que culminou mais dois golpes (1954 e 1964). O câncer do Brasil tem nome e endereço: a elite reacionária de São Paulo.

Otto Leopoldo Winck.... Cara, esse comentário vale um post. É isso mesmo. Agora Fiesp & Cia (de repente literalmente a CIA mesmo) lideram o auê golpista.


"Sabes que o capital esmaga o operário. Entre nós o operário e o mujique suportam todo o peso do trabalho e, por mais que façam, não podem fugir ao seu estado, permanecendo sempre bestas de carga. Todo o benefício, tudo o que permitiria aos trabalhadores melhorar sua sorte, e dar-lhes algum prazer e educação, tudo isso lhe ė roubado pelos capitalistas. 

(TOLSTÓI. Ana Karenina, 1870)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

1 - Bom, a Argentina não precisa mais de REVOLUÇÃO COLORIDA ou de PRIMAVERA ARGENTINA, pois o objetivo de colocar o neolonialismo no poder foi alcançado pelas eleições. Então, o 2001 DA ARGENTINA está recomeçando! A virada do milênio foi muito dolorosa para os argentinos, na ressaca do PLANO CAVALLO. Pois bem! Acho que este plano foi apenas um pequeno ensaio do que está por vir pela frente. MACRI, o AÉCIO ARGENTINO, é uma luz no túnel para a solução dos problemas principalmente dos ingleses e dos americanos, pois, suas empresas poderão ter acesso a commodities baratas, a um mercado de consumo fácil e com isso recuperar suas economias cambaliantes da atualidade, pelo menos em parte; se dispusessem do Brasil, nas mesmas condições, acho que já teria resolvido seus problemas econômicos. Mas, a que custo? A custo da piora da situação dos nativos, é claro! E os nativos são sempre as maiorias pobres que se empobrecem mais ainda.

2 - Por isso é preciso reprimir qualquer forma de reação ao entreguismo. Acho que a Argentina vai entrar numa fase sem precedentes em sua história. Se ela resolver colocar bases norte-americanas em seu território, contrariando os acordos da UNASUL, então representará um perigo bélico para o Brasil e será hora de agir.


3 - Acho que isso não está muito longe, pois RICOS SÓ EXISTEM ENQUANTO ESTIVEREM EXPLORANDO POBRES, ou seja, TRABALHANDO PARA ELES POR SALÁRIOS DE FOME. Alguns não gostam desta linguagem áspera e prefiram dizer que as classes menos favorecidas pelo destino têm que colaborar com as mais abastadas para garantirem o seu ganha-pão e não morrer de fome, e que há dignidade nisso, inclusive religiosa. As duas linguagens falam a mesma coisa e a distinção é que a primeira revela a realidade e a segunda a esconde. A primeira leva à luta pela melhoria das condições de vida e, obviamente, à diminuição dos lucros dos outros; a segunda leva à conformação da consciência à realidade dada e a busca de uma redenção eterna depois da vida - a fé e a esperança de uma vida melhor no além.

Protásio Vargas
“Fornovo, 29 de abril de 1945. O hipomóvel e arcaico Exército Alemão se rende à totalmente mecanizada e motorizada Força Expedicionária Brasileira: "Para todos, mas em especial para os admiradores da eficiência militar alemã, deve ter sido paradoxal perceber que, mesmo ao final da guerra, o exército que criou o conceito da Blitzkrieg ainda dependia, em larga escala, de carroças e carretas tracionadas a cavalo, para transporte e tração de material de guerra e logístico. Oficialmente, a artilharia do Exército Alemão era quase toda hipomóvel, bem como praticamente todas divisões de infantaria. Mesmo ao final da Segunda Guerra Mundial, em sua maior parte, o Exército Alemão era exatamente como quase todas unidades do Exército Brasileiro, antes da guerra: hipomóveis. A modernidade da Blitzkrieg, entre os alemães, sempre teve que coexistir com vários dos métodos e recursos da Primeira Guerra Mundial, sendo necessário empregar centenas de milhares de cavalos para deslocar toda logística e boa parte do material de guerra de suas divisões de infantaria".

 Pg. 156 do livro "Extermine o Inimigo: Blindados Brasileiros na Segunda Guerra Mundial" de Dennison de Oliveira disponível em https://www.jurua.com.br/shop_item.asp?id=24316 Acervo do OCIAA no US National Archives .


(…) La denominada «teoría de la estratificación social» –clase alta, media y baja, con sus estratos intermedios– que constituye el núcleo duro de Sociología, sólo puede dar cuenta de los cambios externos provocados por las previas subidas o bajadas de los salarios, pero en modo alguno puede, primero, establecer la dependencia de los salarios con respecto a las contradicciones socioeconómicas y a incidencia determinante de la lucha de clases, y segundo y dependiendo de ello, relacionar los comportamientos sociopolíticos de las «clases medias», o sea, los cambios en su conciencia política, elemento este vital en la teoría marxista de las clases sociales. Por ejemplo, Engels realizó durante nada menos que veintiún meses un estudio muy riguroso y extenso sobre la clase obrera inglesa, publicado en marzo de 1845. En la Introducción el autor hace una directa referencia al egoísmo de «la clase media inglesa», que pretende hacer pasar sus intereses particulares como los verdaderos intereses nacionales, aunque no lo consiga(…)

Autor Iñaki Gil de San Vicente marxista europeo


Link; https://borrokagaraia.wordpress.com/2014/02/17/clases-y-pueblos-sobre-el-sujeto-revolucionario/

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Para entender hoje o Paraná e o Brasil. O nosso novo livro, uma coletânea, do Núcleo de Estudos Paranaenses sobre Mulheres, Política, Famílias e Nepotismo. Parte da minha conclusão: Podemos responder a seguinte indagação sociológica – O que acontece com as famílias e descendentes dos novos atores sociais, econômicos e políticos estudados ? Os emergentes e seus descendentes muitas vezes casam com famílias já estabelecidas, com velhas genealogias e com vínculos mais antigos na classe dominante tradicional, operando a absorção dos novos e a continuidade da classe dominante. Mulheres formam alianças matrimoniais decisivas. A ascensão do bacharel, do mulato, do filho do imigrante espanhol, libanês, do empresário, do político, também passa pelos casamentos, alianças e conexões com famílias estabelecidas das antigas elites da classe dominante tradicional. Estas famílias antigas foram escravistas e possuem as suas histórias familiares conhecidas e estudadas nas genealogias tradicionais. Abdon Batista e Teresa, a mulher da família Oliveira (classe dominante tradicional de São Francisco do Sul, Joinville). Moisés Lupion e Hermínia, a mulher da família Borba Rolim (classe dominante tradicional de Tibagi). Aníbal Curi e a mulher da família Saboia (classe dominante tradicional dos Rios Iguaçu e Negro). Beto Richa e Fernanda Vieira (Banco Bamerindus e classe dominante tradicional Junqueira). O papel e o protagonismo das mulheres são muito importantes nestas formas de metamorfose burguesa. Não há apenas o novo e novas rupturas, mas continuidades e conciliações entre as novas dinâmicas e as velhas tradições. A desigualdade social, a concentração de terras, rendas, riquezas e de poderes também são fenômenos genealógicos de longa duração. Não houve e nem ocorreu uma “Revolução Burguesa” no Brasil porque o “Antigo Regime” persistiu, sobreviveu, se associou e mesmo se casou com muitos dos novos componentes do que seria a modernização social, econômica e política. A metamorfose burguesa explica, em termos de uma sociologia histórica e política, qual o papel das mulheres tradicionais e estabelecidas na reprodução da ordem social.

Ricardo Costa de Oliveira

Os negros só entraram na universidade pela primeira vez, nos estados do sul dos Estados Unidos, em 1958, sob proteção policial, para não serem linchados pelos estudantes brancos -- há fotos e filmes que registram esse fato. Até meados da década de 1960, usavam banheiros separados dos brancos e sentavam em lados diferentes no ônibus. Leis contra casamento e sexo interraciais estiveram em vigor nos EUA a partir do século XVII até 1967. O direito de voto para os negros só foi consolidado em 1965. Os negros recebiam salários menores que os trabalhadores brancos e não tinham os mesmos direitos políticos e sociais. No Brasil, a escravidão terminou há pouco mais de cem anos (embora ainda haja trabalho escravo em fazendas como as de Ronaldo Caiado) e os negros não receberam nenhuma reparação por séculos de cativeiro, tortura, trabalho não-remunerado, abuso sexual e exclusão social. Antes da política de cotas, os negros estavam praticamente excluídos da universidade e dos melhores postos de trabalho -- pouco mais de cem anos não foi tempo suficiente para que eles conseguissem a igualdade de direitos em relação aos brancos. Os afrodescendentes são a maioria da população brasileira e garantir o seu pleno direito de cidadania significa JUSTIÇA. Não exclui ninguém, nem brancos, nem índios, nem orientais, apenas democratiza a sociedade brasileira.

Claudio Daniel

Ocaso

"Ele cai, ele afunda" — zombam vocês agora;
A verdade é que ele desce até vocês!
Sua felicidade excessiva foi para ele desgraça,
Sua luz excessiva busca a escuridão que os rodeia.
Sem Inveja
Sim, não há inveja em seu olhar: e vocês o louvam por isso?
Ele não olha em torno, à procura de seus louvores;
Ele tem o olhar de águia, visa o que está longe,
Ele não os enxerga! — vê apenas astros e estrelas.


— Friedrich Wilhelm Nietzsche, in prelúdio de A Gaia Ciência - poemas 47 e 40.
 “Existem alturas da alma, de onde o mesmo a tragédia deixa de ser trágica; e, se as dores do mundo fossem juntadas numa só, quem poderia ousar dizer que a visão dela nos iria necessariamente seduzir e obrigar a compaixão, e desse modo à compaixão, e desse modo à duplicação da dor?… O que serve de alimento ou de bálsamo para o tipo superior de homem, deve ser quase veneno para um tipo bem diverso e menor. As virtudes de um homem vulgar talvez significassem fraqueza e vício num filósofo; é possível que um homem de alta linhagem, acontecendo ele degenerar e sucumbir, só então adquirisse as qualidades que o levariam a ser venerado como um santo, no mundo inferior a que teria descido. Há livros que têm valor inverso para a alma e a saúde, a depender de quem os utiliza, se uma alma ignóbil, uma baixa força vital, ou uma superior e mais potente; no primeiro caso são livros perigosos, desagregadores, dissolventes, no outro são gritos de arauto, que incitam os mais valentes a mostrar o seu valor. Livros de todo mundo sempre são livros malcheirosos: o odor da gente pequena adere a eles. Ali onde o povo come e bebe, e mesmo onde venera, o ar costuma feder. Não se deve frequentar igrejas, quando se deseja respirar ar puro.”


— Friedrich Nietzsche.

Lições de sociologia política para leigos:



Burguês é o detentor dos meios de produção. No popular, é o patrão. Mas não o dono da vendinha ou da loja da esquina não. É principalmente a entidade anônima que comanda as transnacionais. Proletário é aquele que de si só tem sua força de trabalho e por isso é obrigado a vendê-la no mercado. Mas tem também o 'prole-otário'. É o cabra que é proleta também mas se acha burguês e por isso vive defendendo os privilégios da burguesia. Se liga, meu irmão!

Otto Leopoldo Winck

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

 “Encontro fugidio e breve foi o nosso. Belo também da beleza que permanece na memória para além dos dias. Algures tu és, aqui eu sou.Porque imprecisa, a distância se resolve na certeza vaga de existirmos num como e num onde. Tanto basta. [pergunta ou afirmação?] Não há passos que nos aproximem no impreciso e no vago. O nosso reencontro está só na certeza vaga de existirmos com outros, sob o mesmo sol. Melhor assim.”

(Roland Barthes)

El silencio

Leónidas Andréiev

I

Una noche clara de mayo en la que cantaban los ruiseñores, en el estudio del pope1 Ignacio penetró su mujer. En su rostro se dibujaba un aire de pena, y la lamparita temblaba en su mano. Se acercó a su marido y, tocándole con la mano, le dijo con lágrimas en los ojos:

-¡Pope, vamos a ver a nuestra hijita Vera!

Sin volver siquiera la cabeza, el pope miró fija y largamente a su mujer por encima de sus lentes, y no dijo nada. Ella hizo un gesto de desesperación y se sentó sobre una otomana.

-¡Los dos son tan... impiadosos! -exclamó y su cara de buena mujer, algo inflada, se contrajo en una mueca de dolor, como si con aquella mueca quisiera dar a entender el grado de crueldad de su esposo y de su hija.

Él sonrió y se levantó. Cerró su libro, se quitó los lentes, los metió en un estuche y se sumió en profundas reflexiones. Su larga barba, de hilillos de plata, le cubría el pecho.

-Bueno; vamos allá -dijo al fin.

Olga Stepanevna se incorporó presurosa y le suplicó con voz tímida:

-Pero no hay que reñirle... Sabes que es muy sensible...

La habitación de Vera se hallaba arriba. La angosta escalera de madera se cimbreaba bajo los pasos del pope Ignacio, alto y grueso. Estaba de mal humor. Sabía que su conversación con Vera no conduciría a nada.

-¿Qué pasa? -preguntó Vera, sorprendida, al verlos entrar.

Estaba en la cama. Con una mano se cubría la frente; la otra reposaba sobre el lecho, y era tan blanca y transparente, que apenas se distinguía sobre la blanca sábana.

-¡Vera, niña mía! -murmuró el padre, tratando de dar a su voz dura y severa notas más dulces-. Dinos, ¿qué tienes?

Vera guardó silencio.

-Pero, veamos, Vera. ¿Es que tu madre y yo no somos dignos de tu confianza? ¿Es que no te amamos? No hay en el mundo quién te ame más que nosotros. Dinos por qué sufres, y se desahogará tu corazón, lo cual te hará bien. Créeme, pues conozco la vida y tengo experiencia. También a nosotros nos hará bien eso. Mira cómo sufre tu madre...

-¡Verita! -suplicó la madre.

-Y yo también -continuó el padre, con voz temblorosa, como si algo se hubiera roto en él-. ¿Crees que soy dichoso viéndote así? Sé que sufres, pero, ¿por qué? Yo, tu padre, no sé nada. ¿Crees que eso es justo?...

Vera seguía sin decir nada. Dominando la furia que le subía a la garganta, prosiguió él:

-Te fuiste a Petersburgo contra mi voluntad; pero, así y todo, no rechacé a la hija desobediente; te mandé dinero. He sido siempre un buen padre para ti. ¡Habla! ¿Por qué no dices nada? ¡He aquí tu Petersburgo!...

Se imaginaba enormes masas de piedras, llenas de peligros desconocidos, y gentes indiferentes, frías, sin corazón. Esa ciudad inhospitalaria de granito es la que ha hecho sufrir tanto a Vera, débil, aislada, solitaria, sin defensa. Es esa ciudad la que la había perdido. El pope Ignacio sentía un odio mortal por Petersburgo y una tremenda cólera contra su hija, que no quería decir nada.

-Petersburgo no tiene nada que ver aquí -dijo al fin Vera cerrando los ojos-. Además, no tengo nada. Es mejor que se acuesten; es tarde.

-¡Verita mía, mi niña querida! -gemía la madre-. ¡Ábreme tu corazón!

-Dejemos eso, mamá -replicó Vera, con impaciencia.

El pope Ignacio se sentó en una silla y soltó una risa áspera y seca.

-¿Nada, pues? -preguntó, con ironía.

-Escucha, padre -dijo con firmeza Vera, incorporándose un poco sobre el lecho-. Sabes que los amo, a ti y a mamaíta. Pero... no hay nada, lo aseguro. Me aburro, eso es todo. Ya pasará. De verdad; váyanse a acostar. También yo tengo sueño. Ya hablaremos... mañana o un día de estos...

El pope Ignacio se levantó de manera tan brusca que la silla chocó contra la pared; cogió a su mujer por la mano.

-¡Vámonos!

-¡Verita mía!

-¡Vámonos, te digo! -gritó el pope-. Si ha olvidado al Dios bueno, no somos nada para ella.

Condujo a Olga Stepanovna casi a la fuerza. Cuando estaban en la escalera, ella le gritó, iracunda:

-¡La culpa es tuya! Tiene tu carácter. ¡Tú responderás de ella ante Dios! ¡Qué desgraciada soy!

Lloraba. Las lágrimas la impedían ver los peldaños de la escalera y andaba como si ante sus pies se hubiera abierto un abismo.

A partir de aquel día, el pope Ignacio no le dirigió la palabra a su hija. Diríase que esta no lo veía; seguía guardando cama o paseándose por su cuarto, frotándose a cada instante los ojos, como si hubiera algo que se los tapara. Y la madre, que gustaba de reír y de bromear, perdía la cabeza desesperada, entre el marido y la hija, siempre taciturnos.

Vera, a veces, salía. Una semana después de la conversación que hemos referido, salió, como de costumbre, por la noche. Y ya no se le volvió a ver viva: aquella noche se arrojó bajo el tren, que la cortó en dos pedazos.

El mismo pope Ignacio presidió la ceremonia de los funerales. Su mujer no asistió porque, al recibir la noticia de la muerte de Vera, fue acometida de una parálisis. Sus brazos, sus piernas y su lengua quedaron paralizados, y permaneció inmóvil en su cuarto, medio a oscuras, mientras, muy cerca, en el campanario, las campanas tocaban a muerto.

Oía a la gente salir de la iglesia, oía cantar a los sochantres ante el ataúd, e intentaba levantar la mano para hacer la señal de la cruz. Pero la mano no le obedecía. Quería decir: "¡Adiós, Vera!" Pero tenía la lengua pesada como una masa inerte. Seguía sin moverse, tan quieta que se diría estaba reposando. Solamente sus ojos estaban abiertos.

Durante la ceremonia fúnebre, la iglesia estaba llena de gente. Todos, hasta los que no conocían a Vera, se compadecían de la suerte de aquella muchacha que había tenido muerte tan trágica. Miraban al pope Ignacio buscando en su rostro la expresión del sufrimiento y el dolor. No lo amaban porque era severo y altivo, aborrecía a los pecadores y no los perdonaba, y, porque ávido amante del dinero, se hacía pagar caro los servicios religiosos. Y querían verle sufrir, abatido, comprendiendo su doble responsabilidad en la muerte de su hija: como padre cruel, y como pope, que no supo conducir a su hija por los senderos del bien. Todos lo espiaban con la mirada, y él, advirtiendo esta curiosidad hostil, trataba de mantener erguida su ancha espalda y no mostrarse demasiado abatido. Pensaba más en esto que en la muerte de su hija. Así, erguido, con aire altivo, acompañó a Vera al cementerio y volvió a su casa. Al llegar a la puerta, su espalda se curvó un poco; pero era porque tenía la talla demasiado elevada y las puertas eran demasiado bajas para él.

Entró en el cuarto de su esposa, y no pudo ver bien su rostro; pero, después de examinarlo más de cerca, quedó sorprendido al verla completamente tranquila, sin lágrimas. Sus ojos no tenían ninguna expresión: estaban mudos, como todo el cuerpo inerte.

-¿Cómo te encuentras?

Ella no se movió. El pope Ignacio le puso la mano en la frente: estaba helada y húmeda. Los ojos de la vieja, profundos y grises, no expresaban ni dolor ni cólera.

-Me voy a mi cuarto -dijo el pope Ignacio, que sentía algún malestar.

Pasó al salón, donde todo estaba muy limpio, como siempre, y donde los sillones, cubiertos con tundas blancas, parecían muertos envueltos en sudarios. En una ventana había colgada una jaula, pero su puertecita estaba vacía y abierta.

-¡Nastasia! -gritó con voz fuerte, y al oírla, se asustó-. Nastasia -llamó más bajo-. ¿Dónde está el canario?

La cocinera que, de tanto llorar, tenia la nariz roja e hinchada, contestó gravemente:

-¡El canario ha volado!

-¿Por qué has abierto la jaula? -interrogó el pope, frunciendo las cejas.

Ella se echó a llorar de nuevo y respondió, enjugándose las lágrimas con la punta del delantal:

-Era el alma de la pobre señorita... No me atreví a detenerla.

Al pope Ignacio le pareció que el pequeño canario amarillo, que cantaba tan maravillosamente, era en verdad el alma de Vera, y que, si no hubiera volado, no podría estar seguro de la muerte de su hija.

-¡Vete! -exclamó iracundo-. ¡Qué bestia eres!...



II

En la casita reinaba el silencio. No la tranquilidad, que solo es la ausencia de cuidados y preocupaciones, sino el silencio; los que podrían hablar, no quieren decir nada.

Al entrar en el cuarto de su mujer, el pope Ignacio encontró en ella una mirada tan densa como si la atmósfera fuese de plomo y pesara enormemente sobre la cabeza y los hombros. Examinó largo tiempo los cuadernos de Música de Vera, sus libros y su retrato en color, que trajo ella de Petersburgo. Recordaba el arañazo que vio en la mejilla de su hija cuando la hallaron muerta, y cuyo origen no podía comprender: el tren que la mató, dejó intacta su cabeza; de otro modo, la hubiera destrozado por completo.

¿De dónde procedía aquel arañazo? Pero hacía un esfuerzo para no pensar en la muerte de Vera, y en el retrato escrutaba sus ojos. Eran bellos, negros, con grandes párpados que los envolvían en la sombra, como si estuvieran encerrados en un marco negro. El pintor desconocido, pero de talento, le había dado una expresión extraña: diríase que entre los ojos y los objetos hacia los cuales miraban, había un velo opaco. Aquellos ojos lo seguían con la mirada por todas partes, pero también guardaban silencio. Se diría que hasta podría oírse aquel silencio. Por lo menos, al pope Ignacio le parecía oírlo.

Todas las mañanas, después de la misa, se dirigía al salón y examinaba rápidamente la jaula vacía y toda la habitación, se sentaba en una silla, cerraba los ojos y escuchaba el silencio de la casa. La jaula guardaba un silencio dulce y tierno, lleno de dolor, de lágrimas y de una como lejana risa extinguida.

El silencio de su mujer era terco, pesado, como el plomo, y tan terrible que el pope Ignacio, a pesar del calor, sintió frío. El silencio de Vera fue interminable, glacial y misterioso como la tumba. Aguzaba los oídos con la esperanza de captar un ruido cualquiera; luego, avergonzado de su debilidad, se incorporaba bruscamente y murmuraba:

-¡Esas son tonterías!

Miraba por la ventana la plaza inundada de sol y el muro de piedra de un cobertizo sin ventanas. En un rincón estaba parado un cochero; parecía una estatua de barro, y no se comprendía por qué estaba allí todo el santo día, en un sitio donde nunca había nadie.


III

Fuera de la casa, el pope Ignacio hablaba mucho con el clero y los feligreses; en ocasiones, con conocidos, en cuyas casas solía jugar a las cartas. Mas cuando volvía a casa, le parecía que no había pronunciado una sola palabra en todo el día. Esto era porque no podía hablar con nadie de lo que más le importaba, de lo que era objeto de sus pensamientos: ¿por qué se suicidó Vera?

No podía, ni quería, comprender que ya era tarde para conocer los motivos de aquella muerte. Todas las noches recordaba el momento en que él y su mujer, junto al lecho de Vera, le suplicaban que les dijera lo que tenía y cerraba los ojos y se le representaba a Vera incorporada en su cama, diciendo: Pero no dijo la única palabra que aclarase el misterio de su suicidio. Parecíale al pope Ignacio que, aguzando los oídos, conteniendo los latidos de su corazón, podría tal vez oír aquella palabra misteriosa. Y saltando de la cama, tendía las manos suplicante:

-¡Vera!

El silencio respondía.

Una noche entró en el cuarto de su mujer, a la que hacía una semana que no veía; se sentó a su cabecera y, evitando su densa mirada, le dijo:

-Escucha, quiero hablarte de Vera. ¿Me oyes?

Ella callaba. Entonces, levantando la voz, le habló con tono severo, como a los que venían a su casa a confesarse:

-Ya sé que tú no eres culpable de la muerte de Vera. Pero reflexiona: ¿es que yo no la quería tanto como tú? Razonas extrañamente. Sí, yo era severo; pero eso no le impedía hacer su antojo. Sacrifiqué mi amor propio de padre y accedí a que se marchara a Petersburgo. Pero ¿es que tú no le habías suplicado que se quedara, que renunciara a aquel viaje? No he sido yo quien la hizo tan impía. Siempre le inspiré el amor de Dios y las virtudes cristianas...

Miró a los ojos de su mujer y volvió la cabeza.

-¿Qué podía yo hacer cuando ella no nos quería decir lo que tenía? He ordenado, he suplicado, he implorado. ¿O acaso debí arrodillarme ante aquella chiquilla y llorar como una vieja? ¿Sabía yo lo que ella tenía en la cabeza? ¡Hija cruel, sin corazón!

Se golpeó una rodilla con el puño.

-Era el amor lo que le faltaba. Confesemos que no me podía querer, porque yo era un tirano. Pero, ¿a ti? Ella te quería. Tú, que te humillabas ante ella, le implorabas...

Rió nerviosamente.

-¡Bien claro se ve cómo te quería! Fue por ti por lo que buscó una muerte tan atroz y vergonzosa... la muerte en el lodo, como un perro.

Su voz temblaba colérica.

-¡Me da vergüenza! -continuó-. Me da vergüenza dejarme ver en la calle. Me avergüenzo ante Dios y ante los hombres. ¡Hija cruel, indigna! Mereces ser maldita en tu tumba...

Cuando el pope Ignacio miró a su mujer, esta yacía desvanecida sobre el lecho. Tardó unas horas en recobrar el conocimiento, y no se sabía si recordaba las palabras de su marido.

Aquella misma noche, una noche clara y serena de julio, el pope Ignacio subió, de puntillas, al cuarto de Vera. No habían abierto la ventana desde su muerte, y el ambiente era allí cálido y seco. La luna iluminaba el suelo, los rincones y la cama blanca, con sus dos almohadas, una grande y otra pequeña.

El pope Ignacio abrió la ventana, y en la habitación entró el aire fresco, con el olor del polvo, del río próximo y del tilo en flor. Se oía una canción; probablemente cantaban en alguna barca.

Procurando no hacer ruido, se acercó al lecho, se arrodilló y dejó caer la cabeza sobre las almohadas, apoyando los labios en el sitio donde reposaba la cabeza de Vera. Permaneció largo tiempo así. Allá, en el río, la canción se había hecho más vigorosa y sonora; luego se extinguió. Siguió arrodillado, esparcidos sus cabellos por los hombros, y por el lecho.

La luna se había ocultado y el cuarto quedó sumido en oscuridad completa, El pope Ignacio levantó la cabeza y comenzó a murmurar entre dientes, con voz conmovida por amor largo tiempo contenido, como si Vera pudiera oírle:

-¡Hija mía, querida! ¿Comprendes el significado de estas palabras: "¡hija mía!"? Tú eres mi corazón, mi sangre, mi vida. Es tu viejo padre quien te lo dice...

Sacudían sus hombros los sollozos, y prosiguió hablando, como a un niño:

-Es tu viejo padre quien te suplica, te implora, Verita mía. Él, que jamás conoció las lágrimas, ahora llora. Tu dolor es el mío, tus sufrimientos son más que míos. No son ni los sufrimientos ni la muerte lo que me asusta. Pero tú, que eras tan tierna, tan frágil, tan débil, tan mansa, tan tímida... ¿Te acuerdas, una vez que te pinchaste tu dedito, cómo llorabas a lágrima viva? ¡Nena mía querida! Bien sé que me quieres. Todas las mañanas me besas la mano. Dime por qué sufres, y yo aplastaré tu dolor con mis manos. Todavía son fuertes mis manos...

Levantó los ojos implorantes.

-¡Dilo!

Tendió los brazos como en plegaria

-¡Dilo!

Pero en la habitación reinaba un silencio profundo. Se oía, a lo lejos, el silbido prolongado de una locomotora.

El pope Ignacio se incorporó y, retrocediendo hasta la puerta, repitió, una vez más:

-¡Dilo!

Y la respuesta fue un silencio de muerte.


IV

Al día siguiente, después del solitario desayuno, fue al cementerio por primera vez después de la muerte de Vera. Hacía calor. El cementerio estaba desierto y tranquilo, como si no fuera de día, sino de noche. El pope Ignacio caminaba erguido, y miraba serenamente en torno suyo, no queriendo comprender que no era ya el mismo, que sus piernas se habían vuelto más débiles, que su larga barba era ya completamente blanca; como nevada.

La tumba de Vera estaba en el extremo del cementerio, donde ya no había senderos de arena. El pope Ignacio se perdía casi entre las colinas verdes, que eran tumbas abandonadas, olvidadas. De vez en cuando, veía monumentos descuidados, rejas abismadas y grandes lápidas sepulcrales, hundidas hasta la mitad en la tierra.

Una de aquellas lápidas cubría la tumba de Vera. Estaba oculta por un montecillo amarillento; pero, en torno suyo, todo verdeaba. Dos árboles mezclaban su follaje en lo alto de la tumba.

Sentado sobre una tumba vecina, el pope Ignacio miró al cielo, donde, inmóvil, estaba suspenso el disco solar, y sintió el silencio profundo, incomparable, que reina en los cementerios cuando no sopla el viento. Este silencio lo inundaba todo, traspasaba los muros e invadía la ciudad.

El pope Ignacio miró la tumba de Vera, la hierba que había crecido allí, y su imaginación se negaba a creer que allí, bajo aquella hierba, a dos pasos de él, estaba su hija. Aquella proximidad parecíale inconcebible; le turbaba profundamente. La que creía desaparecida para siempre, en las profundidades misteriosas del infinito, estaba allí, muy cerca. A pesar de eso, no existía ya ni existiría nunca. Creía que si hallaba la palabra mágica, ella saldría de su tumba, bella, grande, como él la había conocido. No solo ella, sino todos los muertos saldrían de sus tumbas.

Se quitó el sombrero negro, de anchas alas, se alzó los cabellos y susurró:

-¡Vera!

Tuvo miedo de que le hubiese oído alguien y, poniéndose de pie sobre la tumba, miró en torno suyo. No había nadie. Entonces, repitió más alto:

-¡Vera!

Su voz era dura, autoritaria y le parecía extraño que no le respondiera nadie.

-¡Vera!

Llamaba cada vez con mayor insistencia y, cuando callaba, por instantes parecía que alguien, muy bajito, le contestaba. Se echó sobre la tumba, aplicando el oído a la tierra.

-¡Vera, habla!

Y notó, con pavor, que su oído se llenaba de un frío de sepulcro que le helaba el cerebro, y que Vera hablaba con su silencio mismo. Este silencio se hizo cada vez más espantoso, y, cuando el pope Ignacio alzó la cabeza, parecíale que, conturbada, vibraba toda la atmósfera, como si por encima del camposanto hubiera pasado una tempestad. El silencio lo sofocaba, lo hacía temblar, le erizaba los cabellos. Se estremeció, se levantó lentamente haciendo un esfuerzo penoso para mantenerse erecto. Sacudió el polvo de sus rodillas, se puso el sombrero, hizo la señal de la cruz tres veces sobre la tumba y se marchó con paso firme. Pero no conocía el camino en los estrechos senderos.

-¡Me he perdido! -murmuró con triste sonrisa.

Se detuvo un instante y, sin saber por qué, tomó la izquierda. No se atrevió a quedarse mucho tiempo allí. El silencio lo empujaba; el silencio que surgía de las tumbas verdes, de las cruces grises, de los poros de la tierra llena de cadáveres.

El pope Ignacio alargó el paso. No sabía ya adónde iba, volvía por los mismos senderos, saltaba por encima de las tumbas, tropezaba con las rejas y las coronas metálicas, desgarrándose las vestiduras. No tenia, ahora, más que un solo pensamiento: salir de allí. En desorden el traje y los cabellos, huyó a todo correr. Si alguien lo hubiera visto en aquel momento, se hubiera asustado más que si topara con un muerto salido de su tumba; tan crispado por el terror estaba el rostro del pope Ignacio.

Sofocado, ahogándose, ganó al fin el calvero donde estaba la iglesia del cementerio. Cerca de la puerta dormitaba un viejecito sobre un banco, y dos mendigos disputaban.

Cuando el pope Ignacio entró en su casa, en el cuarto de su mujer había luz. Vestido como estaba, cubierto de polvo, desgarradas las ropas, entró en el cuarto de su mujer y cayó de rodillas.

-Olga, Olguita... Querida mía... ¡Ten piedad de mí! ¡Me vuelvo loco!...

Y comenzó a golpearse la cabeza contra la cama y a llorar violentamente, como hombre que llora por vez primera en su vida. Después, alzó la cabeza, con la certidumbre de que esta vez el milagro iba por fin a cumplirse, y su mujer, llena de compasión, le iba a decir algo.

-¡Mi querida esposa!...

Lleno de esperanza, se inclinó sobre ella... y se encontró con la mirada de sus ojos grises. No expresaban ni cólera ni dolor. Tal vez se apiadaba de él, tal vez lo perdonaba; pero sus ojos no decían nada: guardaban silencio.

**************************

Y el silencio reinaba en toda la casa, triste y desierta.

FIN

1. Pope: Sacerdote de la Iglesia ortodoxa griega. 




Biblioteca Digital Ciudad Seva
Nem todos gostam de serem identificados como de direita e de classe alta no Brasil. São critérios "objetivos" em muitos casos. A classe A brasileira começa a partir de uma renda familiar de 15 mil reais. Uma família consolidada e com renda superior a 20 mil reais (classe alta-baixa) deverá ter empregada doméstica, faxineira, habitação com mais de cinco banheiros ou mais, casa na praia, dois carros ou mais, férias ou viagens para a Europa, Estados Unidos, assinatura da Veja, etc. Uma família com renda mensal superior a 140 mil (classe alta-alta), 3 entre cada mil os que declaram o IR, já vive com todos os luxos internacionais se quiser. Pode ter barcos, haras-cavalos, carros de luxo, ter muitos caprichos que o dinheiro paga. A família com 20 mil pagaria 40 Reais de CPMF (0,2% da renda) e a de 140 mil pagaria 280 Reais mensais. A análise sociológica da classe dominante tradicional informa que um alto funcionário público, um Oficial General das Forças Armadas, um Desembargador, ou qualquer alto burocrata aposentado e sua esposa, com algumas heranças recebidas, são muito mais representativos da velha tradição e das redes sociais do passado do que um emergente empresário "self-made-man", um novo-rico enriquecido em novos negócios na periferia, ou no interior e com dez vezes mais renda, mas ainda sem as conexões políticas, culturais, sem o nepotismo e o ethos desta nossa velha elite genealógica. Todos têm que pagar mais impostos. Não vai doer para diminuir a pobreza e a desigualdade no Brasil em relação ao que se ganhou e se ganha. Vai comprar um óculos barato a menos em Miami ou um perfuminho a menos em Paris.

Ricardo Costa de Oliveira
"El lenguaje no es sólo un vehículo de interacción e intercomunicación o una herramienta práctica puesta al servicio de la administración del estado desde tiempos antiguos. Es también un vehículo cargado de valor simbólico. Mediante la adopción de una lengua determinada, una determinada población o un determinado grupo de la sociedad manifiesta qué identidad desea mostrarse a sí misma y qué identidad desea mostrar al resto del mundo."


Itamar Even-Zohar, 'Conflicto lingüístico e identidade nacional'.

domingo, 17 de janeiro de 2016


Existe este muro branco, acima do qual o céu se faz —
Infinito, verde, todo intocável.
Anjos nadam ali, a as estrelas, em indiferença também.
Eles são meu meio. O sol se esvai neste muro, sangrando suas luzes.
Um muro cinza agora, arranhado a sangrento.
Não há como escapar da mente?
Passos atrás de mim espiralam poço adentro.
Não há árvores nem aces neste mundo,
Só existe um azedume.
Este muro vermelho recua continuamente:
Um punho vermelho, abrindo a fechando,
Dois sacos de papel cinza —
É disco que eu sou feita, disco a de um terror
De rodar sob crazes a uma chuva de pietás.
Num muro negro, pássaros inidentificáveis
Giram suas cabeças a gritam.
Não se fala de imortalidade entre eles!
Frios brancos nos alcançam:
Movem-se com pressa.

(XXI POEMAS, Sylvia Plath, tradução de
Ronald Polito e Deisa Chamahum Chaves,

Ed. Livre, Mariana/MG, Brasil, 1994.)

Metáforas


Sou um enigma em nove sílabas,
Um elefante, casa pesada,
Um melão solto sobre dois brotos.
oh fruta rubra, marfim, bons troncos!
Esse pão que cresce fermentando.
Dinheiro novo na bolsa cheia.
Eu sou meio, palco, vaca prenha.
Comi um saco de maçãs verdes,
Tomei o trem do qual não se desce.

(XXI POEMAS, Sylvia Plath, tradução de Ronald Polito e Deisa Chamahum Chaves,

Ed. Livre, Mariana/MG, Brasil, 1994.)

O Rio


Ser como o rio que deflui
Silencioso dentro da noite.
Não temer as trevas da noite.
Se há estrelas nos céus, refleti-las.
E se os céus se pejam de nuvens,
Como o rio as nuvens são água,
Refleti-las também sem mágoa
Nas profundidades tranquilas.


BANDEIRA, Manuel.

 " Belo Belo". In:Antologia Poética. Organização Manuel Bandeira. Coordenação André Seffrin. 6 Ed. Global - 2013. p. 221.

Música

A música vinha duma mansidão de consciência
era como que uma cadeira sentada sem
um não falar de coisa alguma com a palavra por baixo
nada fazia prever que o vento fosse de azul para cima
e que a pose uma nostalgia de movimento deambulante
era-se como se tudo por cima duma vontade de fazer uma asa
nós não movimentamos o espaço mas a vida erige a cifra
constrói por dentro um vocábulo sem se saber
como o que será era um sinal que vinha duma atmosfera simplificante
silêncio como um pássaro caído a falar do comprimento.

- António Gancho, em 'O Ar da Manhã'.


fonte :Elfi Kürten Fenske

TRIBULAÇÕES DE UM METECO


De onde venho, não saberia dizê-lo: nos templos, permaneço sem crença; nas cidades, sem ardor; junto a meus semelhantes, sem curiosidade; sobre a terra, sem certezas. Dê-me um desejo preciso e destruirei o mundo. Livre-me desta vergonha dos atos que me faz interpretar, cada manhã, a comédia da ressurreição e cada tarde a do enterro; no intervalo, nada além deste suplício no sudário do tédio... Sonho com querer e tudo o que quero me parece sem valor. Como um vândalo corroído pela melancolia, dirijo-me sem fim, eu sem eu, na direção de já não sei que canto... para descobrir um deus abandonado, um deus que fosse ele próprio ateu, e adormecer à sombra de suas últimas dúvidas e de seus últimos milagres.

(Emil Cioran, "Breviário de Decomposição")
Escola é um dos problemas centrais da reprodução da desigualdade social. Eu só queria ver tantas escolas nas periferias como essas novas igrejas evangélicas. A responsabilidade pela educação é uma responsabilidade social, estatal, política, partidária e antes de tudo comunitária, familiar e individual. Qualquer brasileiro com mais de cinquenta anos, como eu, viu a vasta construção cultural e material de novas instituições religiosas no Brasil dos últimos quarenta anos. Novas igrejas pentecostais, evangélicas, organizadas, lideradas e motivadas principalmente por setores populares de baixa renda, grupos da classe trabalhadora, principalmente de novos moradores urbanos, muitos pardos e negros, formaram amplas redes de igrejas, algumas das quais bastante suntuosas, bem construídas e equipadas, muito funcionais, abrangentes e com grande capilaridade nas periferias e também nas áreas rurais. Por que este imenso esforço também não foi destinado à construção de escolas e faculdades, por que parte dos recursos não formaram apenas pastores, mas também professores e educadores, com as elevadas captações e remunerações dos dízimos ? Novidade nos subalternos porque grupos de classes média e alta são estabelecidos, dificilmente mudam de religião, ou deixam de investir em educação, como membros do andar de cima. A opção pela deseducação foi uma opção política, societal, de classes sociais e de grupos étnicos ao longo da história. Baixa educação significa baixa produtividade e baixa capacidade cultural crítica, científica e tecnológica. Houve recursos e houve opções. A nossa primeira classe dominante composta principalmente pela conquista e colonização portuguesa formou os grandes latifúndios, as vilas coloniais, a escravidão, mas nunca criou a instituição escola comunitária, com poucas exceções. Quantos dos nossos antepassados se formaram em Coimbra ? Na minha genealogia das famílias mais antigas de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, eu só encontro dois Coimbrões, a educação superior só começou a se ampliar no início do século XX. Mesmo nesta classe histórica, com famílias históricas do período colonial, os descendentes dos primeiros povoadores, quem tem bisavôs, avôs, pais com ensino superior no Brasil ? A opção por uma educação pública, gratuita e de qualidade foi uma das grandes lutas políticas dos anos 1950 e 1960. Nos anos 1980 e 1990 houve uma paralisação do setor público e a retomada do setor privado. Nos últimos 15 anos os governos progressistas do PT voltaram a priorizar o setor público, mas o substantivo crescimento orçamentário sempre enfrentou muitas dificuldades e o ritmo de crescimento sempre esteve aquém das imensas necessidades. Um pai e uma mãe conscientes farão o máximo possível para investirem na educação dos filhos, seja nas redes privadas ou nas públicas, em função de suas capacidades. Alunos de baixa renda e periféricos sofrem os dramas sociais prejudiciais à escolarização, mas os melhores alunos nas classes média alta e alta jamais foram definidos apenas pelos critérios da maior renda dentre eles, a partir de certo patamar valem as notas. Um aluno que passe no vestibular de medicina, por exemplo, um vestibular dentro do vestibular porque os últimos colocados na medicina seriam os primeiros nos outros cursos, já demonstra e apresenta uma dinâmica escolar própria, com o mérito socialmente programado e atingido somente por alguns a cada ano. Em qualquer sociedade complexa de classes a seleção dos capitais sociais opera do nascimento à morte. Eu só queria ver tantas creches e escolas laicas nas periferias como igrejas, escolas bem aparelhadas, com ar refrigerado, equipamentos funcionais e professores do ensino básico e médio bem remunerados, nem remunerações tão altas como alguns desses pastores, mas com salários e poder aquisitivo para terem vidas confortáveis, dignas como consumidores de produtos culturais e de livros. Então haveria maciçamente a diferença de quantidade e qualidade que ainda nos falta nas desigualdades sociais da educação.


Ricardo Costa de Oliveira 

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

O legado político das administrações estaduais do PSDB é marcado pela truculência e a violência da polícia despreparada para conviver com a democracia e os movimentos sociais. O movimento passe livre é de uma gritante fragilidade, superficialidade e incapacidade política completa. Ao lado de quebrarem lixeiras, vandalizarem equipamentos urbanos, só podem existir e crescer juntos em uma aliança informal com a polícia do PSDB, a mídia PIG e os coxinhas de direita para produzirem o que não se repetirá jamais, como em junho de 2013. O mpl não elege um vereador na política real e sempre serviu para a direita crescer nas suas falácias. O PSDB é um partido político em rápida decomposição política. A saída de Álvaro Dias abriu a porteira das fugas. No Paraná o escândalo do desvio de dinheiro das escolas, o "Quadro Negro", enterrará o que resta da fracassada administração tucana. A atitude confrontacional, porralouca e desesperada de Aécio Neves, depois da derrota presidencial, abriu a disputa com Alckmin e Serra pelo controle do partido e pela próxima candidatura presidencial. Todos presidenciáveis do PSDB juntos implodirão com o partido e as saídas se ampliarão.


Ricardo Costa de Oliveira

Respeitar os brasileiros é sempre bom, basta estudar a história.

A direita se cumprimenta por interesses. Netanyahu teria que ter muita força política no Brasil para tentar indicar Dani Dayan, um argentino direitoso da Cisjordânia ocupada ilegalmente por Israel, como embaixador no Brasil. O Brasil não é dominado como os Estados Unidos por Israel e nem por nenhum lobby israelense, um lobby étnico de uma comunidade estrangeira. Israel se tornou um Estado do apartheid e pode se tornar um Estado pária. Eduardo Cunha visitou Israel e tem interesses por lá. Cunha caiu em desgraça no final do ano e Netanyahu perdeu o apoio. A história dos judeus no Império Português é muito mais antiga e importante. A história política deles no Brasil e nos Estados Unidos sempre foi diferente. O Brasil possui uma das suas múltiplas raízes miscigenadas nos Sefarditas e Cristãos Novos, alguns dos mais interessantes brasileiros são descendentes de judeus asquenazis da Europa Oriental. O Brasil foi o único lugar da América que já os expulsou em situação de guerra, em 1654, mas o destino do Brasil é receber e conviver bem com a comunidade judaica, aqui chegando desesperados como refugiados, fugitivos da Europa e o país poderá novamente recebê-los bem, caso ocorram mais guerras e um desastre nuclear no Oriente Médio ao longo do século XXI. Respeitar os brasileiros é sempre bom, basta estudar a história.


Ricardo Costa de Oliveira
 "Existem sete bilhões de números de telefones celulares no mundo e 50% da população adulta do planeta tem um smartphone. O percentual será de 75% em 2020. Consequentemente, a rede é uma realidade generalizada para a vida cotidiana, as empresas, o trabalho, a cultura, a política e os meios de comunicação. Entramos plenamente numa sociedade digital (não o futuro, mas o presente) e teremos que reexaminar tudo o que sabíamos sobre a sociedade industrial, porque estamos em outro contexto."

Sociólogo espanhol Manuel Castells. Fronteira do Pensamento.


"Houve muitas crises na história da humanidade, muitos períodos de interregno, nos quais as pessoas não sabiam o que fazer, mas elas sempre acharam um caminho. A minha única preocupação é o tempo que levarão para achar o caminho agora. Quantas pessoas se tornarão vítimas até que a solução seja encontrada?"

Sociólogo polonês...ZYGMUNT BAUMAN.Fronteiras do Pensamento
"Agora, perguntava-me de novo: amo-a? Ou melhor, respondi-me novamente, pela centésima vez, que a detestava. Sim, odiava-a! Havia momentos (sobretudo depois das nossas conversas) em que teria dado metade da minha vida para estrangula-la! Juro-o. Se tivesse sido possível, ainda há momentos, cravar-lhe no peito um punhal bem afiado, julgo que o teria empenhado de boa vontade."


Fiódor Dostoiévski, O jogador

FALSO ALERTA

Muitos repetem o mantra: "como em junho de 2013, não vai demorar muito e essas manifestações do MPL em SP se virarão contra o PT."

A afirmação, me perdoem seus autores ou aderentes, é estapafúrdia.

A direita não controla, em alguma caverna secreta, um chip mental embutido no cérebro das pessoas.

Se o prefeito petista aumenta o preço do transporte público ao lado do governador, se a Guarda Municipal e a CET são cúmplices da PM na repressão aos manifestantes, se o governo municipal petista não é capaz de apresentar qualquer outra proposta estruturante para o setor salvo a elevação da tarifa, parece bastante obvio que a massa de jovens a protestar nas ruas também irá se voltar contra o PT.

Mas poderia ser absolutamente oposta a situação se o prefeito denunciasse a repressão ordenada pelo governador, retirasse os organismos municipais desse tipo de operação, criasse uma comissão de alto nível para estudar a viabilidade da tarifa zero, expandisse o passe escolar para o final de semana e as férias, suspendesse unilateralmente o aumento por três meses, até que uma mesa de diálogo chegasse a uma solução estratégica para o transporte municipal.

Como podemos ver, as manifestações se voltam ou não contra o PT por conta da orientação política que os governantes petistas adotam, não por conta de alguma sinistra conspiração.

Afinal, a juventude que está protestando contra o aumento da tarifa não é composta pela classe média reacionária que deseja derrubar o governo Dilma, mas por uma garotada progressista e lutadora que facilmente estaria disposta a defender um programa mais democrático para a cidade.

Breno Altmann

O Comunismo e a Família

A igualdade social do homem e da mulher: "Ao invés do matrimônio indissolúvel, baseado na servidão da mulher, veremos nascer a união livre fortalecida pelo amor e o respeito mútuo, iguais em seus direitos e em suas obrigações. 
- Alexandra Kollontai .
Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.


-Pablo Neruda

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

POEMA DO MAIS TRISTE MAIO


Manuel Bandeira

Meus amigos, meus inimigos,
Saibam todos que o velho bardo
Está agora, entre mil perigos,
Comendo, em vez de rosas, cardo.
Acabou-se a idade das rosas!
Das rosas, dos lírios, dos nardos
E outras espécies olorosas:
É chegado o tempo dos cardos.
E passada a sazão das rosas,
Tudo é vil, tudo é sáfio, árduo.
Nas longas horas dolorosas
Pungem fundo as puas do cardo.
As saudades não me consolam.
Antes ferem-me como dardos.
As companhias me desolam
E os versos que me vêm, vêm tardos.
Meus amigos, meus inimigos,
Saibam todos que o velho bardo
Está agora, entre mil perigos,

Comendo, em vez de rosas, cardo.

Os problemas da filosofia

Kant considera que o objecto físico, a que chama a ‘coisa em si’, é essencialmente incognoscível; o que pode ser conhecido é o objeto tal como o temos na experiência, a que Kant chama  de “fenômeno”. O fenômeno, sendo um produto de nós e da coisa em si, tem garantidamente aquelas características que se devem a nós, e consequentemente conforma-se garantidamente ao nosso conhecimento a priori. Por isso, não se pode supor que este conhecimento, apesar de se aplicar a toda experiência efectiva e possível, se aplica fora da experiência. Assim, apesar da existência de conhecimento a priori, nada podemos saber sobre a coisa em si ou sobre o que não é objecto da experiência efectiva ou possível. Deste modo, Kant tenta reconciliar e harmonizar as alegações dos racionalistas com os argumentos dos empiristas”.

Bertrand Russel. Os problemas da filosofia. Tradução de Desidério Murcho. Edições 70. 2008, p. 145-146.


Fonte : Melo, Thiago. In Crítica  Autônoma