quinta-feira, 12 de outubro de 2017

DIREITA BRASILEIRA


É aquela que vota em um estuprador de galinhas que bate continência para a bandeira dos EUA em nome do resgate da moral e do nacionalismo.

Gustavo Castañon

PÁTRIA MINHA


A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.
Se me perguntarem o que é a minha pátria, direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.
Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias, pátria minha
Tão pobrinha!
Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação e o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!
Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.
Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova Inglaterra
Quando tudo passou a ser infinito e nada terra
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz
À espera de ver surgir a Cruz do Sul
Que eu sabia, mas amanheceu...
Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda...
Não tardo!
Quero rever-te, pátria minha, e para
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.
Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.
Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamen
Que um dia traduzi num exame escrito:
"Liberta que serás também"
E repito!
Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão...
Que vontade me vem de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.
Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.
Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
"Pátria minha, saudades de quem te ama…
Vinicius de Moraes."



NEM SUPREMO NEM SENADO, DIVISÃO TOTAL E INDECIFRÁVEL


Helio Fernandes

Depois de mais de 12 horas, uma das sessões mais longas dos últimos tempos, nada resolvido, a situação indica cada vez mais confusão. O Supremo, completamente dividido, devolve o processo para o Senado, que se aproveitará disso.
Temos que esperar o dia 13, com os Poderes completamente acéfalos. E no caminho de serem ultrapassados e ignorados.
E o Supremo, totalmente humilhado, constrangido, envergonhado, não sabia definir.Quando o resultado estava 4 a 4, 20 minutos de discussão acalorada, para saber o que estavam votando.
Para Suas Excelências ,4 a 4 não é empate, precisava interpretação. E foram interpretando, miseravelmente negando o passado.Esqueceram de Delcidio Amaral, Eduardo Cunha, como disse varias, não julgavam Aecio, consolavam e confortavam os senadores, apavorados e acumulados de processos no Supremo.
O ponto final do desequilibrio, foi o voto de desempate da presidente Carmen Lucia. Totalmente confusa, ela se atrapalhava toda, não sabia de nada ou melhor, sabia que precisava desempatar a favor da corrupção,mas não encontrava o caminho.
Foi socorrida caridosamente pelo decano Celso de Mello, que votara o bom combate, e lhe ensinava o caminho contrario.
O Supremo volta aos tempos tenebrosos do Estado Novo,quando serviu á ditadura, de 1937 a 1945. Agora servirá á corrupção. Só não sabem por quanto tempo.O Supremo se tornou secundário e dispensável, por opção e decisão dele mesmo.


Crise política

A única forma de superação de crises políticas é a democracia e o voto. Qualquer brasileiro com mais de cinquenta anos lembra do desastre político total que foi a ditadura militar, com o fracasso dos Generais Figueiredo e Newton Cruz. A crise social, econômica, política, moral e a corrupção, a impopularidade da ARENA e do trânsfuga PDS, o desemprego, fome, seca e saques no Nordeste, pivetes e favelas nas cidades, inflação e dívida externa, os terroristas do RIOCENTRO não deixaram nenhuma saudade. Sou filho de militar, temos dezenas de primos que foram oficiais superiores, generais e lembro bem que comentavam que militares foram recomendados a não andarem fardados no centro do Rio de Janeiro durante as Diretas Já, uma vergonha. Hoje essa imensa vergonha é do golpista Temer, do PMDB, PSDB, DEM, PPS e todos esses políticos rasteiros e corruptos. Querem governar o Brasil devem ganhar eleições e devem aparecer bem nas pesquisas de opinião. A rejeição de todas essas lideranças golpistas vem aumentando muito e rapidamente. Bolsonaro, Doria, Alckmin, Marina, Moro apresentam imensas rejeições em crescimento pela participação no golpe contra democracia. Somente a democracia e as eleições podem garantir credibilidade, legitimidade e uma nova hegemonia política. Fora isso só vai aumentar e piorar a já grande crise política.

RCO
Gente, existem tantos verbos para se usar, para além do to be or not to be. A voz ativa me soa tão significativa, pois ilumina o sujeito como agente e não paciente. Será que podemos diminuir a vozpassividade dos nossos textos?
Quero, sim, melhores textos.
Desejo, sim, aperfeiçoar minha própria escrita!
Põe a peruca para funcionar...
E sem a vulgaridade de dizer que se preocupar se os tempos e sujeitos verbais concordam ao longo do texto seria frivolidade. Pelamor ... fácil demais dizer que não vai usar matemática porque estuda humanas e depois não consegue nem fazer uma regra de três para achar percentagem...
Ps: não é o caso de facebook, to falando de estudos, documentos, pareceres... to falando para melhorar a comunicação não para embolar tudo... to falando de pessoas como eu que tiveram e tem acesso a escritas variadas
Ps2: to sendo julgadora, sim é sempre possível melhorar


Louise Ronconi de Nazareno

HA 40 ANOS, FROTA TENTOU DERRUBAR O "PRESIDENTE" GEISEL


Helio Fernandes

Mais um golpe dentro do golpe, nada surpreendente. Geisel cuidava da sua sucessão, e o ministro do Exercito, Silvio Frota, era candidatissimo. Mas o "presidente" já decidira: seu sucessor seria o general Figueiredo, Chefe do SNI.
Conhecendo os objetivos de Frota, montaram vigilância cerrada em cima dele. Estava fora da capital, souberam que chegaria a Brasília no dia 12 de outubro, com tudo preparado para tomar o poder. Com os serviços de Inteligência funcionando 24 horas por dia, souberam que o golpe seria no próprio dia 5, quando Frota chegasse á capital. Montaram então o contra - golpe.
Mandaram para o aeroporto, o dobro de soldados e apenas coronéis. Geisel e Figueiredo mandaram 5 generais de 4 Estrelas. E foram para a pista, esperar o avião. Assim que o Ministro ia descendo a escada, o general Hugo Betlem segurou seu braço, disse: "General, o senhor está preso, por favor, não tente resistir o aeroporto está cercado".
Frota compreendeu a situação, logo parou um carro, Frota e Betlem entraram atrás, na frente outro general de 4 Estrelas. Foram para o Planalto, Frota já estava demitido, o substituto era o próprio Betlem. Agora a parte mais difícil do ponto de vista pessoal e sentimental.
Figueiredo era 3 Estrelas, para "presidente", precisava ser promovido. Só havia uma vaga de 4 Estrelas.O numero 1 era o Chefe da Casa Militar do próprio Geisel, Figueiredo era o numero 2. Tradição no Exercito: o oficial que não é promovido ("caroneado") na sua vez, têm que passar para a reserva.
Mais tarde Geisel diria: "Sofri muito, mas fiz o que tinha que fazer". Figueiredo foi promovido, feito "presidente".
PS- 40 anos depois estamos numa encruzilhada ou expectativa: decidirão novamente por nós?
PS2- Algum outro general de 4 Estrelas traçará nosso destino, escreverá outro roteiro sem que saibamos como começa ou como termina?

PS3 -INDEC IFRAVEL