quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Maio de 1968 Paris



Voltar ao passado é revoltante e nos revolta: uma revolução completa ocorre quando "as coisas precisam mudar para continuarem como estão": o Brasil já deu alguns giros de 360 graus, mas sempre seguiu em direção ao abismo: a "sorte" é que o planeta é redondo, e também gira para prosseguir "estável".

Os interregnos das gestões do Partido dos Trabalhadores (que nunca governou sozinho, vale lembrar) simplesmente desativaram algumas bombas-relógio sociais, como a formação de um exército de desempregados e miseráveis (conjuntos que se interseccionam). E 'quase' emparelharam o país com o presente histórico da "primeira divisão" mundial, mas esse "quase" de atraso e situação periférica desmanchou a ilusão de ser 'classe A'.

Agora, as forças sociais que grassam no obscurantismo -- (forças ocultas, pois o segredo é uma força em si: "quase ninguém compreende que a invisibilidade é um superpoder" -> Banksy, um invisível favorito) -- foram reativadas a todo vapor: regredimos a uma teocracia animalesca, cega, odiosa e genocida.

Pois é isso: uma sociedade em que sessenta milhões de pessoas preferem ser governadas por um sádico, mais bestial do que humano, obviamente limitado e raivoso, genocida declarado, idólatra da tortura.

Pedimos para sofrer e temos levado sofrimentos cada vez maiores e mais graves para casa, ao fim de cada dia. Eu não queria escrever isso, devia estar dormindo neste momento.

Depois de amanhã vai ser o outro dia do outro dia...
IJS

Woodstock


quarta-feira, 30 de outubro de 2019

A África fantasma




10 DE MARÇO

Forte tornado durante todo o fim da noite. Torrentes de água, que pela manhã tornam-se escarros. Eu me acostumo à vila, encontro até algum atrativo em arrumar um armário embutido, que me permite não deixar nada largado. Sempre amei a ordem. Esta, de resto, é uma daz razões por que me agrada o que se convencionou chamar "selvageria". Penso nas panóplias tão corretas dos Somba; nos belos celeiros dos Kirdi de Mora, rodeados por uma cerca; nas cabanas tão lustrosas dos Mundang. Admirável nitidez das pessoas nuas. Absoluta correção de porte, perto do qual tudo que está vestido parece troca-tintas ou vagabundo. Que bagunça horrível, nossas civilizações.

"Híbrido de etnografia e literatura, A África fantasma ficou mesmo conhecido por seu tom marcadamente confessional. Entre 1931 e 1933, ao exercer a função de "secretário-arquivista" da Missão Etnográfica e Linguística de Dacar a Djibuti que atravessou a África do Atlântico ao Mar Vermelho, Michel Leiris [1901-1990] registrou diariamente o cotidiano de uma equipe interdisciplinar liderada pelo antropólogo Marcel Griaule. Entraves diplomáticos, rituais funerários, furtos de objetos sagrados, sacrifícios, sonhos, erotismo e até o esboço de uma ficção fazem parte deste livro monumental, ponto de inflexão na obra de Leiris rumo a uma prosa autobiográfica". [da contracapa do livro]

Michel Leiris – A África fantasma [excerto]


fonte : Sandro Brincher
Uma daquelas leituras que valem cada uma das 688 páginas. Lançado no Brasil pela Cosac Naify em 2007 com Tradução de André Pinto Pacheco e introdução de Fernanda Arêas Peixoto.

Os dois irmãos e o ouro



Em tempos antigos, dois irmãos moravam perto de Jerusalém, Afanássi, o mais velho, e Johan, o mais jovem. Moravam numa montanha, não distante da cidade, e se alimentavam do que as pessoas lhes davam. Os irmãos passavam o dia inteiro no trabalho. Não trabalhavam para si, mas para os pobres. Onde houvesse gente oprimida pelo trabalho, onde houvesse doentes, órfãos e viúvas, para lá iam os irmãos, trabalhavam e iam embora, sem receber pagamento. Assim, os irmãos passavam a semana inteira separados e só se reencontravam no sábado à tarde ao voltar para casa. Só no domingo ficavam em casa, rezavam e conversavam. E o anjo do Senhor descia ao encontro deles e os abençoava. Na segunda-feira, separavam-se e cada um ia para um lado. Assim viveram muitos anos e toda semana o anjo do Senhor descia e os abençoava.
Numa segunda-feira, quando os irmãos saíram para trabalhar e já tinham ido para direções diferentes, o mais velho, Afanássi, teve pena de se afastar do irmão querido, parou e olhou para trás. Johan caminhava de cabeça baixa e não olhou para trás. Mas de repente Johan também parou e, como se tivesse visto alguma coisa, pôs-se a olhar fixamente naquela direção, usando a mão para proteger os olhos da luz do sol. Em seguida se aproximou daquilo que tinha visto, depois pulou para o lado e, sem olhar para trás, correu montanha abaixo e montanha acima, para longe daquele lugar, como se uma fera corresse atrás dele. Afanássi ficou espantado e caminhou para aquele lugar a fim de saber o que havia deixado o irmão tão assustado. Chegou perto e viu algo brilhar no sol. Chegou mais perto − no capim, como se tivesse sido derramado de um saco, havia um montinho de ouro, dividido em dois. E Afanássi ficou ainda mais admirado, com o ouro e com o pulo do irmão.
“Por que ficou assustado e por que fugiu?”, pensou Afanássi. “Não há pecado no ouro, há pecado no homem. Com o ouro, se pode fazer o mal e o bem. Quantos órfãos e quantas viúvas se podem alimentar, quantos nus se podem vestir, quantos aleijados e doentes se podem curar com esse ouro! Ajudamos as pessoas, mas nossa ajuda é pouca, pois nossa força é pouca, mas com este ouro podemos ajudar mais gente.” Afanássi pensava assim e queria dizer tudo isso para o irmão; mas Johan já estava fora do alcance de sua voz e só podia ser visto lá na outra montanha, já do tamanho de uma formiga.
E Afanássi tirou sua capa, juntou nela todo o ouro que conseguia carregar, pendurou no ombro e levou para a cidade. Chegou a uma hospedaria, deu o ouro para a dona da hospedaria e foi buscar o resto. Quando trouxe todo o ouro, procurou os comerciantes, comprou terras na cidade, comprou pedras, madeira, contra tou trabalhadores e começou a construir três prédios. E Afanássi ficou três meses na cidade, construiu três prédios; um asilo para órfãos e viúvas, um hospital para aleijados e mutilados, um abrigo para mendigos e peregrinos. E Afanássi achou três velhos piedosos e a um entregou o asilo, a outro, o hospital, e ao terceiro, o abrigo de peregrinos. E ainda sobraram três mil moedas de ouro com Afanássi. Então ele entregou mil moedas a cada velho para distribuir para os pobres. E começou a encher os três prédios de gente e as pessoas começaram a elogiar Afanássi por tudo aquilo que estava fazendo. Afanássi alegrou-se com isso, a tal ponto que não quis mais sair da cidade. Mas Afanássi amava o irmão e, depois de despedir-se do povo, sem que restasse consigo mais nenhuma moeda, com a mesma roupa velha em que tinha chegado, exatamente como antes, voltou para sua morada.
Afanássi aproximou-se de sua morada e pensou: “O irmão julgou errado quando se afastou do ouro com um pulo e fugiu. O que fiz não foi melhor?”.
E assim que Afanássi pensou nisso, viu de repente que no caminho estava aquele mesmo anjo que os abençoava e agora olhava para ele com ar terrível. Afanássi ficou aturdido e apenas disse:
− O que foi, Senhor?
E o anjo abriu os lábios e disse:
− Vá embora. Você não é digno de viver com seu irmão. Um pulo do seu irmão vale mais do que as coisas que você fez com seu ouro.
E Afanássi começou a dizer quantos pobres e peregrinos ele havia alimentado, quantos órfãos havia socorrido. E o anjo respondeu:
− Foi o diabo que pôs o ouro lá para tentar você e que lhe ensinou essas palavras.
E então a consciência de Afanássi o denunciou e ele reconheceu que não fez suas boas ações por Deus, e começou a chorar e se arrependeu.
Então o anjo abriu caminho para ele, recuando para o lado da estrada, onde Johan já estava à espera do irmão. E desde então Afanássi não se rendeu à tentação do diabo, que havia deixado o ouro ali, e entendeu que não era com o ouro, mas apenas com o trabalho que se podia servir a Deus e às pessoas.
E os irmãos voltaram a viver como antes.
Contem um conto / companhia das letras
Você perdeu, capitão!, de Isaac Bábel
Tradução: Rubens Figueiredo

O navio Halifax chegou ao porto de Odessa. Veio de Londres para levar trigo russo.
No dia 27 de janeiro, dia do enterro de Lênin, a tripulação de cor do navio — três chineses, dois negros e um malaio — chamou o capitão no convés. Na cidade, bandas de música trovejavam e a nevasca uivava.
— Capitão O’Nearn — falaram os negros. — Hoje não tem carregamento, deixe a gente ir para a cidade e ficar até amanhã.
— Vão permanecer em seus postos — respondeu O’Nearn. — A tempestade tem nove graus e está ficando mais forte: perto de Sanjeika, o Beaconsfield ficou preso no gelo, o barômetro mostra uma coisa que era melhor que não mostrasse. Num tempo desses, a tripulação tem de ficar a bordo. Mantenham seus postos.
Depois de falar, o capitão O’Nearn foi à sua cabine se encontrar com o imediato. Riram entre si, fumaram charutos e apontaram com o dedo para a cidade, onde a nevasca uivava e as bandas de música trovejavam, numa tristeza incontrolável.
Os dois negros e os três chineses vagavam à toa pelo convés. Bafejavam nas palmas das mãos enregeladas, batiam no chão as solas de borracha das botas e espiavam pela porta entreaberta da cabine do capitão. De lá, o veludo dos divãs, o conhaque aquecido e a fumaça do tabaco refinado vazavam para a tempestade de nove graus.
— Contramestre! — gritou O’Nearn, ao ver os marinheiros. — O convés não é um bulevar, enxote esses moleques para o porão.
— Sim, senhor — respondeu o contramestre, uma coluna de carne vermelha coberta de cabelo vermelho. — Sim, senhor. — E agarrou pelo colarinho o malaio desgrenhado.
Virou-o para a borda que dava para o mar aberto e jogou-o por uma escada de cordas. O malaio desceu aos trambolhões e saiu correndo pelo gelo. Os três chineses e os dois negros correram atrás.
— O senhor enxotou o pessoal para o porão? — perguntou o capitão de dentro da cabine, com o conhaque aquecido e a fumaça do tabaco refinado.
— Já enxotei, senhor — respondeu o contramestre, a coluna de carne vermelha, e se pôs de pé junto à escada de cordas, como uma sentinela na tempestade.
O vento soprava do mar — nove graus são como nove tiros de canhão disparados pelas baterias congeladas do mar. A neve branca rugia com raiva sobre os blocos de gelo. E, por cima das ondas petrificadas, cinco vírgulas retorcidas, esquecidas de si mesmas, de rostos carbonizados e paletós esvoaçantes, planaram rumo à margem, na direção das docas. Esfolando as mãos, se empoleiraram na margem, escalando estacas cobertas de gelo, correram para o porto e foram voando para a cidade, que sacudia sob o vendaval.
Um destacamento de estivadores com bandeiras negras andava na praça, rumo ao local onde ia ficar o monumento de Lênin. Os dois negros e os chineses foram junto com os estivadores. Ofegavam, apertavam as mãos de qualquer um e se regozijavam de alegria, como fugitivos dos trabalhos forçados.
Naquela hora, em Moscou, na praça Vermelha, baixavam ao túmulo o cadáver de Lênin. Entre nós, em Odessa, buzinas tocavam, a nevasca uivava e uma multidão caminhava, formada em fileiras. E só no navio Halifax o impenetrável contramestre se mantinha parado junto à escada de cordas, como uma sentinela na tempestade. Sob sua vigilância ambígua, o capitão O’Nearn bebia conhaque em sua cabine enfumaçada.
Ele confiou no contramestre, o O’Nearn, e ele perdeu — o capitão.

 Liev Tolstói


Tradução: Rubens Figueiredo


Contém um conto / companhia das letras


Negra como pupila, como pupila sugando


 by Marina Tsvetáieva

Negra como pupila, como pupila sugando
Luz – amo-te, noite aguçada.

Dá-me voz para cantar-te, ó promadre
Das canções, em cuja palma há a brida dos quatro ventos.

Clamando-te, glorificando-te, sou apenas
A concha, onde ainda não calou o oceano.

Noite! Já gastei meus olhos nas pupilas do homem!
Encinera-me, negro sol – noite!


Vieja con perra



Una vieja flaca y traposa
como un arbusto seco en este aire polvoriento
espera que su perra de tetas fláccidas
beba el agua turbia de la acequia de los maizales.

Mientras espera, embozada en su manta,
nos observa largamente: pasajeros aburridos
de un ómnibus cuyo desmañado conductor
mea como un caballo detrás de una tapia.

La perra ahíta se le va
pero regresará pronto con más perritos.
En este caserío tan pequeño
nadie se aleja nunca.

El ómnibus reanuda su marcha
y los pies de la vieja ahora parecen penetrar
el subsuelo. Como la Baucis del mito,
enraizada, ya no dará un paso más, y el sol
que se enciende de súbito
la convierte a lo lejos en una fogata oscura.

José Watanabe©

(1946 – 2007) Nació en Laredo, Trujillo (norte del Perú). Su madre, de origen serrano, fue enganchada en plena juventud para trabajar en las haciendas azucareras. Su padre era un inmigrante japonés con una distinción muy especial: poseía una gran cultura. Leía mucho, era pintor. Sabía hablar inglés y francés.
Por su vocación plástica, por la Escuela de Bellas Artes de Trujillo.
Realizó estudios de arquitectura en la universidad Federico Villarreal.
Incursionó en la televisión como director del programa infantil La casa de cartón, que producía el INTE en los años setenta. A fines de los sesenta se inició en el cine como guionista y como director artístico (escenografía, vestuario y maquillaje).
Publicó su primer libro, Álbum de familia, en 1971 que mereció el premio Poeta Joven del Perú. Su segundo libro, El huso de la palabra (1989), fue considerado por la crítica nacional como el poemario más importante de la década de los ochenta. Antígona "lo muestra como un dramaturgo de mucha potencia".
Como cineasta es autor de varios guiones, destacando entre ellos los que escribiera para las películas Maruja en el infierno, La ciudad y los perros y Alias La Gringa.


               
Fonte : Juan Zapato el último habitante en la Torre de Babel

Del libro Dos sentencias



I
tarde descubrí alientos en el mundo
revelación del tú-corpóreo
de piel animal
y en mano del asombro
vislumbré que estás que estoy
y comencé a ser que eres
y comencé a ser que soy
una filial de espejos en espejos
ángel caído de tu luz

II
con fuego a cuestas y argumentos
hacia la propia tempestad
lejos del ancla y las amarras
y por simple causalidad
de los corales
en sosiego de mar
de lenta sal
o porque sí
regresé a mis puertos

III
ni se trata sólo de Brecht
y el golpe en mi puerta
ni del gesto hermanado
apenas de mi nada
sino de la devoción
terca del desierto
de acostarse panza arriba
custodiando todo el aire
y el maná

IV
obstruido el paso
la voluntad
un alfiler quebradizo

cada anhelo     
un  trazo excedido
a mitad de camino

se empujan grietas
rajaduras firmes o sigilosas
en el muro sin muro

y el nunca arribo
al tú ansiado 
es una propia ausencia

una estrella descompuesta
a las siete de la tarde
a la hora de alumbrar        

Aída Roisman©

Los poemas pertenecen al libro inédito “Dos sentencias” (textos inspirados en el libro de Martín Buber “Yo y tú”).

Datos de la autora:

B.A : Filosofía y Estudio de las lenguas de romance Universidad Hebrea de Jerusalén. Israel.
Master en Estudios Románicos. Universidad Hebrea de Jerusalén. Israel.
Profesorado de Letras. Universidad Católica de Córdoba. Córdoba.

Libros de poesía publicados:
1991 "Ningún lugar cómo". Ediciones Último Reino. Buenos Aires.
1994 "Un apodo de las cosas". Ediciones Argos. Córdoba.
2000 "Miradas de la palabra quieta". Ediciones Argos. Córdoba.


Russian street artist Slava Ptrk

Vuelvo al Sur



Vuelvo al Sur,
como se vuelve siempre al amor,
vuelvo a vos,
con mi deseo, con mi temor.

Llevo el Sur,
como un destino del corazón,
soy del Sur,
como los aires del bandoneón.

Sueño el Sur,
inmensa luna, cielo al reves,
busco el Sur,
el tiempo abierto, y su después.

Quiero al Sur,
su buena gente, su dignidad,
siento el Sur,
como tu cuerpo en la intimidad.

Te quiero Sur,
Sur, te quiero.

Vuelvo al Sur,
como se vuelve siempre al amor,
vuelvo a vos,
con mi deseo, con mi temor.

Quiero al Sur,
su buena gente, su dignidad,
siento el Sur,
como tu cuerpo en la intimidad.
Vuelvo al Sur,
llevo el Sur,
te quiero Sur,
te quiero Sur...

 Fernando Pino Solanas

Elogio de lo que queda



Apoyo un lápiz en el vacío.

Una miríada de nombres
se pierde
en el acto trivial de elegir
una frase
una palabra
la letra.

Como el tranvía de Gaudí
los trenes sembrarán
vidas inconclusas.

No nos queda
sino esperar.

Edith Goel©

Nacida en Argentina (1952). Es profesora de lengua y literatura española, ilustradora, artista plástica y traductora del hebreo al castellano. Israel


Animales mortales




Creemos ser distintos a los demás animales porque nosotros sí que sabemos que vamos a morir algún día, cuando, en realidad, no sabemos más que ellos acerca de lo que conlleva la muerte. Todo nos indica que supone la extinción, pero no podemos hacernos siquiera una idea inicial de lo que eso significa. Lo cierto es que no tememos el paso del tiempo porque conozcamos la inexorabilidad de la muerte, sino que tememos la muerte porque nos resistimos al paso del tiempo. Si otros animales no temen la muerte como nosotros, no es porque nosotros sepamos algo que ellos no saben. Es porque el tiempo no supone para ellos una carga.

Nosotros creemos que el suicidio es un privilegio exclusivamente humano. Nos mostramos ciegos al parecido que hay entre las formas mediante las que tanto nosotros como otros animales ponemos fin a nuestras vidas. Hasta hace aproximadamente un siglo, era habitual que las personas se dejasen vencer por la neumonía (“la amiga del viejo”) o aumentasen su ingesta diaria de opiáceos hasta quedarse dormidas para siempre. Los hombres y las mujeres que hacían esto recurrían a la muerte, de manera consciente en ocasiones, pero, de forma más habitual, en un arrebato instintivo en nada distinto al del gato que busca un lugar tranquilo para esperar su final.

A medida que la humanidad se ha ido tornando más ‘moral”, ha ido poniendo más obstáculos a ese tipo de muertes. Los griegos y los romanos preferían la muerte a una vida que no valiera la pena. Hoy, hemos convertido la libertad de elección en un fetiche, pero está prohibido elegir la muerte. Quizá lo que distingue a los humanos de otros animales es que los seres humanos han aprendido a aferrarse con mayor vileza a la vida.

Una de las escasas ocasiones en las que un escritor europeo ha afirmado que las muertes de los humanos no se diferencian en nada de las de otros animales ha sido bajo el heterónimo de Bernardo Soares.

Si considero atentamente la vida que viven los hombres, nada encuentro en ella que la diferencie de la vida que viven los animales. Unos y otros se ven lanzados inconscientemente a través de las cosas y el mundo; unos y otros se entretienen con intervalos; unos y otros recorren diariamente el mismo trayecto orgánico; unos y otros no piensan más allá de lo que piensan, ni viven más allá de lo que viven. El gato se revuelca al sol y allí duerme. El hombre se revuelca en la vida, con todas sus complejidades, y allí duerme. Ni uno ni otro se libera de la ley fatal de ser como es.

Bernardo Soares, era una de las numerosas identidades imaginarias asumidas por el gran escritor portugués Fernando Pessoa. Hay verdades imposibles de explicar si no es a través de la ficción.

John N. Gray©

Kuando vienes


Kuando vienes
Ya non emportara nada
si las nuves bolan alto
Muy alto,
sovre la mar,
de espumas blus,
si el pasharo kanta,
es esta rama,
o el perro aharva
en la leshaniya,
Ayinda la soledad
Será una kavza pedrida
O un triste rekuedro
en la memoria.
kuando vienes,
Las kayes s'espertaran,
de el esfuenyo,
I avrá djestos alegres
I kolores i vida
I ya non emportara
Nada,
si el syelo se kaye
kon una tempesta de djugo
Sovre el este invierno
Kaido de boka abasho
I de este tiempo.

Edgardo Alfaro©
La Serna, Chile





Entender a dinâmica do Legislativo pode parecer complexo na atualidade. No entanto, a retomada das leituras clássicas nos ajudam a perceber que a democracia em "sociedades de classe" apresentam problemas similares... É o caso da prática de corrupção ou melhor quando se facilita os ganhos ($$$) pessoais. Aristófanes - comediógrafo Grego séc. IV a. C. nos evidencia isso em suas comédias ao nos apresentar "figuras" - políticos: sicofantas, corruptos e, de certa forma, sempre preocupados com ganhos ($$$) pessoais. Na peça "Os Cavaleiros" são apresentados dois candidatos para governar Atenas e aquele que provar que é o mais ladrão, safado e/ou miserável ganha as eleições!!?? Qualquer semelhança com o presente é mera causalidade... Assim, aconselho a investigar Aristófanes pois seu comportamento pode ser considerado, na atualidade "subversivo"!!!!



Carlos Petronzelli
Professores de Sociologia de Maringá e região

El padre Sergio



I

Alrededor del año 1840, en Petersburgo, tuvo lugar un suceso que sorprendió a cuantos de él tuvieron noticias: un oficial de coraceros del regimiento imperial, guapo joven de aristocrática familia en quien todo el mundo veía al futuro ayudante de campo del emperador Nicolás I y a quien todos auguraban una brillantísima carrera, un mes antes de su enlace matrimonial con una hermosa dama tenida en mucha estima por la emperatriz, solicitó ser relevado de sus funciones, rompió su compromiso de matrimonio, cedió sus propiedades, no muy extensas, a una hermana suya, y se retiró a un monasterio, decidido a hacerse monje. El suceso pareció insólito e inexplicable a las personas que desconocían las causas internas que lo provocaron; para el joven aristócrata, Stepán Kasatski, su modo de proceder fue tan natural, que ni siquiera cabía en su imaginación el que hubiera podido obrar de manera distinta.

Stepán Kasatski tenía doce años cuando murió su padre, coronel de la Guardia, retirado, quien dispuso en su testamento que si él faltaba no se retuviera al hijo en su casa, sino que se le hiciera ingresar en el Cuerpo de cadetes. Por doloroso que a la madre le resultara separarse de su hijo, no se atrevió a infringir la voluntad de su difunto esposo, y Stepán entró en el cuerpo indicado. La viuda, empero, decidió trasladarse a Petersburgo junto con su hija Várvara a fin de vivir en la misma ciudad que su hijo y poder tenerlo consigo los días de fiesta.

El muchacho se distinguió por sus brillantes dotes y por su enorme amor propio. Fue el primero en ciencias, sobre todo en matemáticas, por las que sentía notoria preferencia, en instrucción militar y equitación. A pesar de su excesiva estatura, era un joven apuesto y ágil. También por su conducta habría sido un cadete modelo de haber dominado sus arrebatos de ira. No bebía, no llevaba una vida licenciosa y era muy sincero. Lo único que le impedía ser ejemplarmente irreprochable eran sus estallidos de cólera, durante los cuales perdía el dominio de sí mismo y se convertía en una fiera. Un día estuvo a punto de echar por la ventana a un cadete a quien se le había ocurrido burlarse de su colección de minerales. Otra vez por poco se hunde irremisiblemente: arrojó un plato lleno de chuletas a un oficial veedor de la Escuela, y, según dicen, lo abofeteó por haberse retractado éste de sus palabras y haber mentido insolentemente. Sin duda lo habrían degradado si el director no hubiera echado tierra al asunto y no hubiera despedido al veedor.

A los dieciocho años lo destinaron al aristocrático regimiento de la Guardia. El emperador Nikolái Pávlovich había conocido a Stepán Kasatski en la Escuela de cadetes, y después, en el regimiento, siguió haciéndolo objeto de su distinción, por lo cual se pronosticaba que Kasatski sería el ayudante de campo del soberano. Kasatski lo esperaba con toda el alma y no sólo por amor propio, sino ante todo porque desde sus años de cadete quería profundamente, con auténtica pasión, a Nikolái Pávlovich. Cada vez que el emperador visitaba la Escuela -lo cual ocurría con frecuencia-, entraba con paso marcial, alto, vistiendo uniforme militar, abombado el pecho, curva la nariz sobre el bigote, cuidadosamente recortadas las patillas, y saludaba con potente voz a los cadetes, Kasatski sentía la exaltación del enamorado, como la experimentó más tarde al encontrar el objeto de su amor. Pero el entusiasmo que sentía por Nikolái Pávlovich era aún más fuerte: habría querido mostrarle que su fidelidad no tenía límites, habría querido sacrificar algo por él incluso su vida. Nikolái Pávlovich sabía que despertaba semejante fervor y lo estimulaba concientemente. Participaba en los juegos de los cadetes, alternaba con ellos, los trataba ora con infantil sencillez, ora amistosamente o con solemne majestuosidad. Después del último incidente de Kasatski con el oficial, Nikolái Pávlovich nada dijo al cadete, pero cuando éste se le quiso acercar, lo apartó con un gesto teatral y, frunciendo el seño, lo amenazó con el dedo. Al marcharse dijo:

-No olvides que lo sé todo, pero algunas cosas no quiero saberlas. Sin embargo están aquí.

Y señaló el corazón.

Cuando los cadetes terminaron la Escuela y se presentaron ante el emperador, Nikolái Pávlovich ya no hizo alusión al incidente y dijo, como siempre, que todos ellos podían dirigírsele en persona, que debían servirle fielmente, a él y a la patria, y que siempre seguiría siendo para ellos su mejor amigo. Todos se sintieron emocionados, y Kasatski lloró y se juró entregarse en cuerpo y alma al servicio del adorado zar.

Cuando se incorporó al regimiento, su madre se trasladó a Moscú, acompañada de su hija, y luego a la aldea. Kasatski cedió a su hermana la mitad de su herencia. Con la parte que le quedó estaba en condiciones de hacerle frente a las necesidades que imponía servir en un regimiento de tanto rango como el suyo.

Aparentemente, Kasatski era como cualquier otro oficial del regimiento de la Guardia dispuesto a hacer una brillante carrera; pero en su interior se verificaba un complicado y duro trabajo que dio comienzo, por lo visto, en su propia infancia y tomó formas muy diversas, aunque la esencia era siempre la misma: alcanzar la perfección y el éxito en todas las ocupaciones que requerían su concurso hasta ganarse el aplauso y la admiración de las gentes. Cuando se trató del estudio y de las ciencias, trabajó de firme hasta que lo encomiaron y lo presentaron como ejemplo a los demás. Alcanzando un objetivo, se lanzaba a la consecución de otro. Obteniendo el primer puesto en el estudio, y hallándose todavía en la Escuela de cadetes, creyó notar que hablaba el francés con poca soltura y trabajó hasta dominar este idioma tan perfectamente como el ruso. Más tarde se aficionó al ajedrez, y antes de salir de la Escuela logró jugar magistralmente.

Aparte del objetivo fundamental de su vida, que consistía en servir al zar y a la patria, Kasatski siempre se proponía alcanzar algún otro fin. Por insignificante que éste fuera, se entregaba plenamente a su consecución y hasta haberlo conseguido no vivía para otra cosa. Pero, una vez ganada esta meta, un nuevo fin surgía en su conciencia ocupando el lugar del anterior. Este afán de distinguirse y lograrlo entregándose a la consecución de algún objetivo, llenaban por entero su vida. Cuando ingresó en el regimiento se propuso ser un modelo de perfección en el cumplimiento de sus obligaciones, y al poco tiempo llegó a ser un oficial ejemplar pese a sus arranques de cólera, defecto que también en el regimiento lo llevó a realizar actos reprobables y perjudiciales para el buen éxito de su carrera. Más tarde, conversando con personas de la alta sociedad, entendió que su formación general cojeaba en algunos aspectos, y decidió acabar con ello, lo que logró estudiando tenazmente. Se propuso luego llegar a una posición brillante en la alta sociedad, aprendió a bailar de forma insuperable y al poco tiempo lo invitaban a todos los bailes aristocráticos y a algunas veladas. Sin embargo, no se sintió satisfecho. Estaba acostumbrado a ser el primero en todo y en ese terreno se hallaba muy lejos de haberlo logrado.

Entonces, y me figuro que ello es así siempre y en todas partes, la alta sociedad constaba de cuatro clases de gentes, a saber: 1) de cortesanos ricos; 2) de gente no rica, pero nacida y educada en los medios cortesanos; 3) de gente rica que imita a los cortesanos, y 4) de gente ni rica ni cortesana que pretende ser uno y lo otro. Kasatski no pertenecía a los primeros círculos. En los dos últimos, era acogido con los brazos abiertos. Al introducirse en la alta sociedad, decidió también entrar en relaciones con una mujer distinguida y lo logró pronto, con no poca sorpresa para sí mismo. Pero no tardó en darse cuenta de que los círculos que él frecuentaba eran de orden inferior a otros, más encumbrados. Comprendió asimismo que en estos últimos él era un extraño, a pesar de que no se le negaba la entrada. Lo trataban con deferencia, pero dándole a entender que él no pertenecía a los suyos. Kasatski quiso sentirse en dichos círculos como en su propio medio. Necesitaba para ello ser ayudante de campo del emperador -lo esperaba -o casarse con una dama de aquel mundo. Decidió hacerlo así. Eligió a una hermosa joven de la corte imperial. No solo pertenecía a los círculos que Kasatski deseaba escalar, sino, además, estaba tan bien situada que buscaban su amistad incluso las personas de mayor rango e influencia. Era la condesa Korotkova. Kasatski puso en ella sus ojos pensando en su carrera, pero también movido por la extraordinaria belleza de la joven, y pronto se enamoró de ella. Al principio la condesa Korotkova lo trataba con mucha frialdad. De pronto se produjo un cambio, se hizo muy cariñosa y su madre empezó a invitar con frecuencia a su casa al joven oficial.

Kasatski pidió la mano de la condesa y su petición fue atendida. Se quedó sorprendido de la facilidad con que había alcanzado semejante dicha, y de algo raro que notó en el trato de la madre y de la hija. Pero estaba enamorado y ciego. A ello se debió que no se enterara de lo que sabía casi todo el mundo en la ciudad, y era que su novia se había convertido en la amante de Nikolái Pávlovich hacía un año.

II

Dos semanas antes del día señalado para la boda, Kasatski se hallaba en la casa de campo de su prometida, en Tsárskoe Seló. Era un caluroso día de mayo. Los dos enamorados se paseaban por el jardín y se sentaron en un banco de una avenida sombreada por los tilos. Meri llevaba un vestido blanco de muselina que daba especial realce a su belleza. Parecía la encarnación de la inocencia y del amor. Sentada en el banco, ya bajaba la cabeza, ya contemplaba al apuesto galán que le hablaba con extremada ternura y solicitud, temiendo ofender y mancillar con sus palabras y hasta con sus gestos la angelical pureza de su novia. Kasatski pertenecía a aquellas personas de mediados de siglo, tan distintas de las de hoy, que admitían como bueno para sí el relajamiento de las relaciones sexuales sin que sintieran por ello el menor remordimiento, pero exigían de la esposa una pureza absoluta, celestial. Casta y celestialmente puras veían a las jóvenes de su ambiente y las divinizaban. Mucho había de falso y perjudicial en este punto de vista respecto a la vida disoluta de los hombres, pero en lo tocante a la mujer la idea entonces predominante -tan distinta de la que impera hoy entre los jóvenes, que ven en cada muchacha una hembra que busca a su pareja- resultaba a mi juicio altamente beneficiosa. Al verse tratadas como ángeles, se esforzaban en tratar de serlo en mayor o menor grado. Ese era el concepto que de la mujer tenía Kasatski, y con esos ojos contemplaba él a su novia. Nunca se había sentido tan enamorado como el día a que nos referimos, y no experimentaba hacia su novia el más leve apetito sensual. Al contrario, la contemplaba embelesado como algo inaccesible.

Se levantó del banco y se quedó de pie frente a su amada, erguido en su alta estatura, apoyando ambas manos en el sable.

-Sólo ahora he llegado a saber cuán inmensa es la felicidad que el hombre es capaz de sentir. ¡Y es a usted, es a ti -dijo sonriendo tímidamente -a quien se lo debo!

Se hallaba en aquella fase en que el «tú» no se ha hecho todavía familiar, y al mirarla con limpia mirada, de la cabeza a los pies, le resulta difícil tratar de «tú» a un ángel semejante.

-Me he conocido a mí mismo gracias… a ti, he advertido que soy mejor de lo que creía.

-Lo sé hace mucho. Por esto precisamente le quiero.

Un ruiseñor dejó oír trinos en unas ramas próximas; susurró el verde follaje acariciado por un soplo de brisa.

Kasatski tomó la mano de la joven y la besó. Las lágrimas se le asomaron a los ojos. La condesa comprendió que su amado le agradecía lo que ella acababa de decirle: que lo quería. El joven oficial dio unos pasos, silencioso; se acercó luego al banco y se sentó.

-Sabe usted, sabes… es igual. Cuando me fijé en ti no me movía un impulso desinteresado, quería ligarme con la alta sociedad; pero luego, cuando te conocí mejor… ¡Qué mezquino me ha parecido todo eso en comparación con lo que tú eres! ¿No te enojarás por lo que te digo?

La joven no respondió a la pregunta, se limitó a rozar con su mano la de él.

-Has dicho… -se sintió cohibido, le parecía excesivamente osado lo que tenía a flor de labio-. Has dicho que me quieres; perdóname, lo creo; pero ¿no hay algo, además de esto, que te inquieta y turba? ¿Qué es?

«Ahora o nunca -pensó ella-. De todos modos lo sabrá. Pero ahora ya no lo pierdo. ¡Sería horrible que me dejara!»

Contempló con ojos de enamorada su figura grande, noble y poderosa. Ahora lo quería más que a Nikolái, y a ningún precio lo cambiaría por éste, si no se tratara de un emperador.

-Escúcheme. No puedo ocultar la verdad. He de decírselo todo. ¿Pregunta usted qué me inquieta? Pues, el haber amado.

Ella puso la mano en la del joven con gesto suplicante.

Él callaba.

-¿Desea usted saber a quién? A él, al soberano.

-A él todos lo queremos. Me imagino que sería cuando usted estaba en el colegio.

-No, después. Fue una locura. Luego pasó. Pero he de decirle…

-Bueno, ¿y qué?

-Es que no fue sólo un juego.

La condesa se cubrió la cara con las manos.

-¿Qué dice usted? ¿Qué le entregó a él?

Ella callaba.

Kasatski se levantó de un salto y, pálido como la muerte, temblorosos los pómulos, se quedó de pie ante ella. Recordó entonces que Nikolái Pávlovich, habiéndolo encontrado en la avenida Nevski, lo felicitó cariñosamente.

-¡Dios mío, qué he hecho, Stepán!

-¡No me toque, déjeme! ¡Oh, qué crueldad!

Kasatski le volvió la espalda y entró en la casa. Allí encontró a la madre.

-¿Qué ocurre, príncipe? Yo… -se calló al ver el rostro del joven, rojo de ira.

-Usted lo sabía y quería aprovecharse de mí para cubrirlos. ¡Si no fuera usted una mujer! -exclamó levantando su enorme puño; dio media vuelta y se fue corriendo.

Si el amante de su prometida hubiera sido un simple particular, lo habría muerto; pero se trataba del adorado zar.

Al día siguiente solicitó un permiso y pidió que lo relevaran de sus funciones. Pretextó una enfermedad, para no tener que visitar a nadie, y se marchó a su aldea.

Pasó allí el verano, poniendo en orden sus asuntos. Cuando el estío tocó a su fin, Kasatski no regresó a Petersburgo, sino que se fue a un monasterio y se hizo monje.

Su madre le escribió desaconsejándole que diera un paso tan decisivo, pero él le contestó diciéndole que la llamada de Dios era superior a todas las demás consideraciones, y que él la sentía. Únicamente su hermana, tan orgullosa y ambiciosa como él, lo comprendió.

Comprendió que su hermano se hacía monje para llegar a mayores alturas que quienes pretendían demostrarle que estaban más encumbrados que él. No se equivocaba. Haciéndose monje, Kasatski hacía patente su desprecio por cuanto parecía tan importante a los demás, y así lo había considerado él mismo mientras estuvo en el regimiento. Se situaba en una nueva cima tan elevada, que desde ella podía mirar de arriba abajo a las personas a quienes antes envidiaba. Pero no era éste el único sentimiento que lo movía, como se figuraba su hermana, Várienka. Existía en él otro sentimiento auténticamente religioso que ésta desconocía, sentimiento que, entretejido con el orgullo y con su afán de ser el primero en todo, movía a dar un paso de tanta trascendencia. El desengaño que acababa de sufrir con Meri (la prometida), a la cual había idealizado como ángel purísimo, y la ofensa sentida, resultaron tan profundos que se desesperó, ¿y adónde podía conducirle la desesperación? A Dios, a su fe infantil, que nunca había perdido.

III

Kasatski entró en el monasterio el día de la Intercesión.

El abad era un varón de noble familia y docto escritor, venerable por su rango como sucesor de los monjes de Valaquia, cuyas reglas les obligan a obedecer incondicionalmente al director espiritual y maestro que eligen. El abad era discípulo del venerable padre Ambrosio, de perdurable fama, discípulo a su vez de Macari, y éste, del venerable padre Leonid, quien lo fue de Paisi Velichkovski. A aquel abad se subordinó, como a padre espiritual suyo, Kasatski.

En el monasterio, además del sentimiento que experimentaba al tener conciencia de su superioridad sobre los demás, hallaba Kasatski íntimo gozo esforzándose por alcanzar el grado máximo de perfección en su vida monacal, tanto exterior como interiormente, del mismo modo que en todas sus demás empresas. Así como en el regimiento no sólo era un oficial impecable que hacía más de lo que se exigía y ampliaba el marco de su perfeccionamiento, en el monasterio se esforzaba también por ser perfecto: trabajaba siempre, era un religioso sobrio, humilde, limpio en el hacer y en el pensar, obediente. Esta última cualidad o grado de perfección era la que más lo ayudaba a encontrar llevadera la vida. No importaba que muchas de las reglas que debía observar en aquel monasterio, sumamente concurrido, no le gustaran y lo escandalizaran; todo se reducía a la nada por medio de la obediencia. «No es cosa mía razonar; mi obligación es obedecer, velando las sagradas reliquias, cantando en el coro o llevando las cuentas del servicio de hostería.» La obediencia a su venerable padre espiritual eliminaba la posibilidad de dudas en todos los terrenos. Sin esta obediencia, se habría sentido abrumado por la duración y la monotonía de los oficios religiosos, por el trajín de los visitantes y por otras particularidades de la hermandad monacal, pero gracias a esta virtud no sólo lo soportaba todo con alegría, sino que encontraba en ello gran apoyo y consuelo. «No sé por qué hace falta escuchar varias veces al día unas mismas preces, pero sé que es necesario, encuentro alegría en ello.» Su venerable padre espiritual le dijo que del mismo modo que se necesita alimento material para la conservación de la vida, hace falta el espiritual -el rezo en la iglesia-, a fin de sostener la vida del espíritu. Kasatski lo creía así, y realmente los oficios religiosos, aunque a veces le costara trabajo levantarse por la mañana, le proporcionaban indudable sosiego y alegría. Lo llenaba de contento el tener conciencia de su propia humildad y de saber indudablemente todos los actos que realizaba por indicación del padre espiritual. El interés de la vida estribaba no sólo en subordinar cada vez más plenamente la propia voluntad, en alcanzar una humildad cada día mayor, sino en todas las virtudes cristianas que al principio le parecieron fácilmente asequibles. Cedió sus bienes a su hermana y no lo sentía. No era perezoso. No le resultaba difícil humillarse ante los inferiores; antes bien, le proporcionaba un íntimo gozo. Incluso le era fácil vencer el pecado de concupiscencia, tanto de la gula como de la lujuria. Su padre espiritual lo puso en guardia sobre todo contra este pecado, y Kasatski se alegraba de estar limpio de él.

Sólo lo torturaba el recuerdo de la novia. No se trataba del mero recuerdo, sino de la viva representación de lo que habría podido ocurrir. A pesar suyo, se le venía a la memoria una favorita del soberano, más tarde casada y convertida en una magnífica esposa y madre de familia. Su marido ocupaba un alto cargo, tenía influencia y honores, amén de una buena y arrepentida esposa.

Cuando se hallaba en buena disposición de ánimo, estos pensamientos no lo conturbaban. Si entonces lo recordaba se sentía contento de haberse librado de aquellas tentaciones. Pero había momentos en que de pronto todo cuanto constituía la razón de su vida se esfumaba y él dejaba de verlo aún sin dejar de creer en ello. Entonces era incapaz de evocar en su interior esa razón de su vivir y se apoderaban de él los recuerdos y -horrible es decirlo -se arrepentía de haber abrazado la vida monacal.

En esta situación lo único que podía salvarlo era la obediencia, el trabajo y los rezos en el transcurso de toda la jornada. Rezaba como siempre, se prosternaba, incluso rezaba más que otros días, pero lo que rezaba era el cuerpo sin alma. Eso duraba un día, a veces dos, y luego pasaba. Pero ese día o esos dos días eran terribles. Kasatski sentía que no se encontraba bajo su propio poder ni bajo el de Dios, sino bajo algún poder extraño. Lo único que podía hacer y realmente hacía era lo que le aconsejaba su venerable padre espiritual para contenerse: no emprender nada y esperar. En realidad, durante esos días, Kasatski no vivía según su voluntad propia, sino según la de su padre espiritual, y en esta situación hallaba un particular sosiego.

Así vivió Kasatski siete años en aquel monasterio. A finales del tercer año, fue tonsurado y ordenado sacerdote con el nombre de Sergio. La ordenación constituyó un importante acontecimiento en la vida interior de Sergio, quien si antes experimentaba gran consuelo y elevación espiritual cuando comulgaba, después que tuvo ocasión de oficiar él mismo, el acto del ofertorio lo sumía en un estado de excelsa beatitud. Luego, este sentimiento fue debilitándose, y, cuando tuvo que celebrar la misa en un estado de depresión espiritual, comprendió que aquel estado de éxtasis acabaría por desaparecer. En efecto, este sentimiento se hizo más débil, pero quedó como una costumbre.

Al séptimo año, la vida del monasterio lo aburría. Todo cuanto podía aprender allí lo había aprendido. Todo cuanto era necesario alcanzar lo había alcanzado. Allí no le quedaba nada que hacer.

El estado de letargo en que se encontraba se hacía cada día más sensible. En el transcurso de estos años murió su madre y se casó Meri. Ambas noticias lo dejaron indiferente. Toda su atención, todos sus intereses, se hallaban concentrados en su vida interior.

En el cuarto año de su monacato, el obispo tuvo para él muchas palabras de encomio, y su venerable padre espiritual le dijo que no debería de negarse a admitir algún cargo elevado si se lo ofrecían. Entonces se encendió en él la ambición monástica, ese estado de ánimo que tanto le había disgustado en los monjes. Lo destinaron a un monasterio cercano a la capital. Quería renunciar a ese destino, pero su padre espiritual le ordenó aceptarlo. Sergio así lo hizo. Se despidió de su superior y se trasladó al otro monasterio.

El paso a la abadía de la capital fue un notable acontecimiento en la vida del padre Sergio. Se encontró allí con tentaciones de todo género y para vencerlas tuvo que poner en juego todas sus fuerzas.

En el anterior monasterio la seducción de la mujer lo atormentaba poco. En cambio aquí, esta tentación alcanzó una fuerza terrible, llegando incluso a adquirir forma determinada. Una señora conocida por su poca recomendable conducta empezó a mostrarse obsequiosa con Sergio. Habló con él y le rogó que la visitara. Sergio se negó rotundamente, pero quedó horrorizado ante la inequívoca fuerza de su deseo. Se asustó tanto, que se lo contó por carta a su padre espiritual, pero esto le pareció poco. Llamó a un joven novicio y, venciendo la enorme vergüenza que lo embargaba, le confesó su debilidad y le rogó que lo vigilara, y que no lo dejara ir a ningún sitio, excepción hecha de los oficios divinos y de los actos de penitencia.

Constituía además gran motivo de escándalo para Sergio el hecho de que el abad de ese monasterio, hombre de mundo, muy listo, que estaba haciendo una brillante carrera eclesiástica, le era sumamente antipático. Por más que luchara consigo mismo, Sergio no podía vencer esa antipatía. Se sometía, pero en el fondo de su alma no cesaba de censurarlo. Y este mal sentimiento estalló.

Fue en el segundo año de su estancia en el nuevo monasterio. He aquí lo que sucedió. Con motivo de las fiestas de Intercesión, se celebraban las vísperas en la iglesia mayor. El templo estaba muy concurrido. Oficiaba el propio abad. El padre Sergio se había entregado al rezo en su lugar habitual, pero estaba torturado por la lucha que en él solía desencadenarse durante los oficios religiosos, especialmente en la iglesia mayor, cuando no oficiaba. Se debía esta lucha a la irritación que le producían los señores y, especialmente, las damas que allí acudían. Sergio se esforzaba por no verlos, por no advertir lo que pasaba en torno suyo. No quería ver cómo un militar acompañaba a unas damas abriéndose paso entre la gente, ni cómo otros se hacían señas mirando a los monjes, a menudo a él mismo y a otro monje conocido por su distinguido porte y hermosas facciones. Era como si pusiera anteojeras a su atención a fin de obligarse a no ver más que la llama de los cirios junto al iconostasio, las imágenes sagradas y los sacerdotes que oficiaban; a no oír nada excepto las palabras del rezo, cantadas o recitadas, y a no experimentar ningún sentimiento que no fuera el de abandono de sí mismo en el cumplimiento del deber, como lo experimentaba siempre al oír las oraciones tantas veces oídas y repetir anticipadamente sus palabras.

Estaba, pues, de pie, inclinándose profundamente, persignándose cuando el ritual lo prescribía, luchando consigo mismo, entregándose al frío raciocinio o ahogando conscientemente en su interior sentimientos e ideas, cuando se le acercó el tesorero de su abadía, el padre Nikodim, otro gran motivo de escándalo para el padre Sergio, que lo tachaba, a pesar suyo, de adulador servil del abad. El padre Nikodim saludó a Sergio con una profunda reverencia y le dijo que el abad lo llamaba. Sergio recogió el manteo, se puso el bonete y avanzó con sumo cuidado entre la multitud que llenaba el templo.

–Lise, regardez à droite, c´est lui1 -se oyó que decía una voz de mujer.

–Où, où? It n´est pas tellement beau.2

El padre Sergio sabía que hablaban de él. Oyó lo que decían y, como siempre que se sentía tentado, repitió: «y no permitas que caigamos en la tentación». Bajó la cabeza y la mirada, dejó atrás el ambón, cedió el paso a los canocarcas que vestidos con sus albas llegaban en ese momento delante del iconostasio, y entró en el altar por la puerta del lado norte. Como de costumbre, hizo una reverencia inclinándose hasta la cintura ante el icono. Luego, sin pronunciar palabra, levantó la cabeza en dirección al abad, cuya figura había visto con el rabillo del ojo junto a otra vestida de gala. El abad, de pie junto a la pared, puestas las vestiduras sagradas, se frotaba los galones de la casulla apoyando sus cortos y rollizos brazos sobre su prominente abdomen. Se sonreía hablando con un militar que vestía uniforme de general y llevaba varias condecoraciones y charreteras, de las que enseguida se dio cuenta el padre Sergio, con su mirada experta en estas cuestiones. El general pertenecía al séquito del emperador y había sido comandante del regimiento en que Sergio había prestado sus servicios. Ahora, por lo visto, era una persona muy influyente, y el padre Sergio advirtió en seguida que el abad lo sabía y se alegraba, razón por la cual tenía radiante la roja y gorda cara. El padre Sergio se sintió herido y amargado, y esa sensación fue todavía mayor cuando oyó de labios del abad que éste lo había llamado porque el general tenía mucha curiosidad por ver, como él mismo decía, a su antiguo compañero de servicio militar.

-Estoy muy contento de verlo a usted en figura de ángel -le dijo el general alargándole la mano-. Espero que no haya olvidado usted a un antiguo camarada.

El rostro del abad, encarnado y sonriente en el marco de sus canas, como aprobando las palabras del general; la cara acicalada y satisfecha de éste, el olor a vino que de su boca se desprendía y el olor a tabaco de sus patillas, acabaron con la ecuanimidad del padre Sergio, quien se inclinó una vez más ante el abad y dijo:

-Reverendo padre, ¿ha tenido a bien llamarme? -tanto la expresión de su cara como su actitud añadían: ¿para que?

El abad dijo:

-Le he llamado para que se entreviste con el general.

-Reverendo padre, me aparté del mundo para librarme de las tentaciones -replicó palideciendo y con los labios temblorosos-. ¿Por qué me somete usted a ellas aquí, durante las horas del rezo y en el templo de Dios?

-Vete, vete -le dijo el abad, irritado y frunciendo el seño.

Al otro día el padre Sergio pidió perdón al abad y a los demás hermanos por su orgullo, pero después de haber pasado la noche rezando, creyó que debía abandonar la abadía. Escribió en este sentido a su padre espiritual, suplicándole que le permitiera volver a su lado. Le dijo que se sentía débil e incapaz de luchar contra las tentaciones, solo, sin su ayuda. Y se arrepentía de su pecado de orgullo. El siguiente correo le trajo la respuesta. Su padre espiritual le decía que todo el mal estaba en su orgullo. El arranque de cólera que había sufrido -proseguía el padre espiritual- se debía a que al humillarse y renunciar a los honores no había obrado por amor de Dios, sino por orgullo, como diciendo, fíjense en mí, no necesito nada. Por este motivo no pudo soportar el acto del abad: «ya ven, he renunciado a todo por amor a Dios y ahora me muestran como si fuera un animal raro».

«Si hubieras despreciado la gloria por amor a Dios, lo habrías soportado. Aún no has ahogado en ti el orgullo mundano. He pensado en ti, hijo mío, Sergio, he rezado, y he aquí lo que Dios me dicta: vive como hasta ahora y sométete. Acabo de enterarme de que ha muerto en santidad el anacoreta Hilarión, después de vivir dieciocho años en su celda. El abad del monasterio de Tambino me ha preguntado si sé de algún hermano que quiera vivir allí. En esto me llega tu carta. Preséntate al padre Paisi, en el monasterio de Tambino, y pídele que te deje ocupar la celda vacía. Por mi parte ya le escribiré. No es que puedas tú sustituir a Hilarión, pero necesitas la soledad para vencer tu orgullo. Que Dios te bendiga.»

Sergio obedeció a su padre espiritual. Enseñó la carta al abad y, obtenido el permiso correspondiente, se dirigió hacia la celda solitaria de Tambino, después de haber hecho entrega de todos sus bártulos a la abadía.

El superior de la comunidad de Tambino, excelente persona, procedente de una familia de mercaderes, acogió, tranquilo y sencillo, al padre Sergio y lo instaló en la celda de Hilarión, poniendo a su servicio un hermano lego, si bien luego lo dejó solo, atendiendo al ruego del propio Sergio. La celda era una cueva abierta en la montaña. Allí mismo, en la parte posterior, se había enterrado a Hilarión. En la parte anterior había un nicho con un jergón de paja para dormir, una mesita y una estantería para las imágenes sagradas y los libros. Junto a la puerta exterior, que se cerraba, había una tablita en la que una vez al día un monje del monasterio dejaba el alimento.

Y el padre Sergio se hizo ermitaño.

IV

En el sexto año de vida anacorética, durante las fiestas de carnaval, un grupo de alegres personas ricas de la ciudad próxima, hombres y mujeres, después de hartarse de hojuelas y vino, decidieron dar un paseo en troika. Formaban el grupo dos abogados, un rico propietario, un oficial y cuatro mujeres. Una de ellas era la esposa del oficial; la otra, lo era del terrateniente; la tercera era una solterona hermana de este último y la cuarta una mujer divorciada, hermosa y rica, que alteraba el sosiego de la ciudad con sus extravagancias.

El tiempo era espléndido, el hielo del camino parecía bruñido como un entarimado. Recorrieron unas diez verstas, y luego se detuvieron para decidir hacia dónde irían, si más lejos o volverían a la ciudad.

-¿Adónde lleva este camino? -preguntó Makovkina, la bella mujer divorciada.

-A Tambino, que está de aquí a doce verstas -respondió uno de los abogados que le hacía la corte.

-¿Y luego?

-Luego a L., por el monasterio.

-¿Allí donde vive ese que llaman padre Sergio?

-Sí.

-¿Kasatski? ¿Ese ermitaño tan guapo?

-El mismo.

-¡Mesdames! ¡Señores! Vamos a visitar a Kasatski. En Tambino descansaremos y tomaremos algo.

-Pero no nos dará tiempo para volver a dormir en casa.

-No importa, pasaremos la noche en la celda de Kasatski.

-Sitio no faltará. En el monasterio hay una hostería que no es mala. Estuve allí cuando me encargué de la defensa de Majin.

-No, yo pasaré la noche con Kasatski.

-Eso es imposible. Ni siquiera usted, con todo su poder, lo conseguirá.

-¿Imposible? ¿Quiere apostar algo?

-Venga. Si usted pasa la noche con Kasatski, estoy dispuesto a todo lo que usted quiera.

–A discretion.

-¡Y usted, también!

-De acuerdo. Adelante.

Ofrecieron vino a los cocheros. El grupo de amigos se sirvió empanadillas, vino y caramelos que sacaron de una caja. Las damas se arrebujaron bien con sus blancos abrigos de piel de perro. Los cocheros discutieron acerca de quién iría delante, hasta que uno de ellos, con gallardo movimiento, hizo restallar el látigo y lanzó un grito. Cantaron los cascabeles y se oyó el chirrido de los trineos al deslizarse sobre la nieve helada. Apenas se notaba ninguna sacudida, el trineo se inclinaba ligeramente hacia los costados, el caballo lateral galopaba acompasada y alegremente, atada la cola sobre la adornada retranca; el camino, llano y liso, corría veloz hacia atrás; el cochero agitaba airosamente las riendas; el abogado y el oficial, sentados uno frente a otro, estaban bromeando con Makovkina, la cual, arrebujada en su abrigo, permanecía inmóvil y pensaba: «Siempre lo mismo y siempre repugnante: caras rojas y lucientes oliendo a vino y a tabaco, las mismas palabras, los mismos pensamientos y siempre dando vueltas alrededor de la misma porquería. Todos están contentos y convencidos de que ha de ser así y que pueden seguir viviendo de esta manera hasta el fin de sus días. Yo no puedo. Estoy harta. Necesitaría algo que lo desbaratara y trastornara todo. Que nos ocurriera lo que a ésos, creo que de Saratov, que fueron de paseo y se helaron. ¿Qué harían mis amigos? ¿Cómo se comportarían? Qué duda cabe, como unos cobardes. Cada uno pensaría únicamente en sí mismo. Yo misma me comportaría villanamente. Pero yo por lo menos soy hermosa. Lo saben. ¿Y ese monje? ¿Es posible que ya no comprenda tales cosas? No puede ser. Esto es lo único que todos comprenden. Como el otoño pasado aquel cadete. ¡Y qué estúpido era…!»

-Iván Nikoláievich! -exclamó.

-¿Qué manda, mi señora?

-¿Cuántos años tendrá?

-¿Quién?

-Kasatski.

-Me parece que unos cuarenta.

-¿Y recibe a todo el mundo?

-Sí, pero no siempre.

-Tápame los pies. Así no. ¡Qué poca maña se da! Todavía más, más; así. Y no tiene por qué apretarme las piernas.

Así llegaron hasta el bosque en que se encontraba la celda. Makovkina bajó y mandó alejarse a los demás. Intentaron disuadirla. Pero ella se enojó y les dijo que se fueran. Entonces los trineos se pusieron en camino, y ella, envuelta en su blanco abrigo de pieles, echó a andar por el sendero. El abogado bajó del trineo y se quedó mirándola.

V

El padre Sergio llevaba más de cinco años viviendo en su celda, en su ermita solitaria. Tenía cuarenta y nueve. Su vida era dura. No por el trabajo del ayuno y de las preces; éstos no eran verdaderos trabajos, sino por la lucha interior que tenía que sostener, contra lo que había esperado. Dos eran los motivos de su lucha: la duda y las tentaciones de la carne. Los dos enemigos atacaban siempre al unísono. A él le parecía que eran dos, pero en realidad se trataba de uno solo. Tan pronto quedaba deshecha la duda, caía asimismo aniquilada la lujuria. Pero él creía que eran dos diablos distintos y luchaba separadamente con ellos.

«¡Dios mío, Dios mío! -pensaba-, ¿por qué me niegas la fe? Sí, contra la lujuria lucharon san Antonio y otros, pero creían. Tenían fe, y yo a veces paso minutos, horas y días sin fe. ¿Para qué ha de existir el mundo, con todos sus encantos, si es pecaminoso y hay que renunciar a él? ¿Por qué has creado tú la tentación? ¿La tentación? ¿Pero no será también una tentación el que quiera yo apartarme de las alegrías de la vida y aspire a alcanzar algo donde quizá no haya nada? -Conforme lo pensaba, se sentía horrorizado-. ¡Miserable, miserable! ¿Y pretendes ser santo?» Se reprendía a sí mismo. Se puso a orar. Pero no bien dio comienzo a los rezos, se vio tal cual era cuando vivía en el monasterio: con el bonete, el manteo y su majestuoso aspecto. Movió la cabeza. «No, no soy así. Esto es una falacia. Pero engaño a los otros. No puedo engañarme a mí mismo ni engañar a Dios.» Dobló los bordes de los hábitos y contempló sus descarnadas pierna, enfundadas en los calzones. Se sonrió.

Luego soltó los bordes de sus hábitos y empezó a leer el libro de las oraciones, a santiguarse y a inclinarse. «¿Es posible que este lecho sea mi tumba?» Leyó. Y fue como si un diablo le musitara al oído: «El lecho solitario ya es una tumba. Es una farsa». Vio con imaginación los hombros de una viuda que en otro tiempo fue su amiga. Sacudió de su mente tales pensamientos y prosiguió la lectura. Leídas las reglas, tomó los Evangelios, los abrió al azar y dio en un pasaje, que repetía a menudo y sabía de memoria: «Señor, ayúdame a vencer mí incredulidad». Apartó de sí las dudas que lo asaltaban. Como si se tratara de un objeto en equilibrio inestable, volvió a colocar su fe sobre el inseguro soporte y se alejó cautelosamente para no derribarla con algún movimiento descuidado. Volvieron a su sitio las anteojeras y el padre Sergio se tranquilizó. Repitió la oración de su infancia: «No me abandones, Señor, no me abandones». Se sintió aliviado, invadido por un sentimiento de alegría y ternura. Luego se santiguó y se acostó en su esterilla, sobre un estrecho banco, utilizando como almohada sus hábitos de verano. Se quedó dormido. Entre sueños creyó oír repiqueteos de cascabeles. No sabía si era algo real o soñado. Un golpe en la puerta lo despierta. Se levanta sin dar crédito a sus oídos. Pero el golpe se repite. No cabía duda, habían golpeado muy cerca, en su propia puerta, y se había oído una voz de mujer.

«¡Dios mío! ¿Será verdad lo que he leído en las vidas de los santos, que el diablo se presenta en forma de mujer…? Sí, es una voz de mujer, ¡una voz dulce, tímida y grata! ¡Fu! -y escupió al lanzar esta exclamación-. No es así, ha sido todo una alucinación mía.» Se acercó a un rincón y se dejó caer de rodillas frente al icono. Aquel movimiento regular y habitual yo por sí mismo le proporcionaba consuelo y satisfacción. Le cayeron los cabellos sobre el rostro y apretó la frente sobre el húmedo y frío suelo, donde se formaban breves hileras de polvillo de nieve arrastrado por el viento que soplaba por debajo de la puerta.

Recitó un salmo contra las tentaciones, el que recomendó para tales casos el venerable Pimen. Levantó sin la menor dificultad el magro y ágil cuerpo sobre sus fuertes piernas nervudas y se dispuso a proseguir la lectura de los salmos, pero en vez de leer aguzaba involuntariamente el oído. Deseaba oír algo más. El silencio era absoluto. En un rincón las gotas de agua que se desprendían de la bóveda resonaban como antes al caer en la tinaja. Fuera, la oscuridad era total. La niebla apagaba el brillo de la nieve. Silencio, nada más que silencio. De pronto se oyó un rumor junto a la ventana y una voz inconfundible, aquella dulce y tímida voz, una voz que sólo podía pertenecer a una mujer atractiva, dijo:

-Por Dios, ábrame…

Le pareció que la sangre se le agolpaba en el corazón. Ni siquiera pudo suspirar. «Que Dios resucite y me ampare…»

-No soy el diablo… -no cabía duda de que se sonreían los labios que pronunciaban aquellas palabras-. No soy el diablo, sino una pobre pecadora que se ha extraviado, en el sentido recto de la palabra, no en el otro. -Se echó a reír-. Estoy helada y pido asilo…

El padre Sergio acercó el rostro al cristal del ventanuco. Sólo se veía los destellos del candil reflejado en el vidrio. Se puso las manos a ambos lados de la cara y miró. Niebla, oscuridad, un árbol. ¿Y a la derecha? Allí estaba ella. Sí, era una mujer envuelta en un abrigo de blancas pieles, tocada con un gorro. Su carita linda, bondadosa y asustada, se inclinaba mirándolo, a dos pulgadas de la suya propia. Sus ojos se encontraron y se reconocieron. No es que se hubieran visto antes, pero en la mirada que cambiaron se dieron cuenta (sobre todo él) de que se reconocían y se comprendían. Después se esta mirada, no cabía ya duda ninguna de que se trataba del diablo y no de una mujer sencilla, buena, dulce y tímida.

-¿Quién es usted? ¿Qué quiere? -preguntó él.

-¡Ábrame ya! -dijo ella con caprichoso requerimiento-. Estoy helada. Le digo que me he extraviado.

-Soy un monje, un ermitaño.

-Bueno, pero abra. ¿Quiere usted que me quede yerta al pie de la ventana mientras usted reza?

-Pero cómo usted…

-No me lo voy a comer, no tema. Por Dios, déjeme entrar. No resisto el frío más tiempo.

Empezó a tener miedo y pronunció estas últimas palabras casi sollozando.

Él se apartó de la ventana y dirigió su mirada al icono en que estaba Jesucristo con la corona de espinas. «Señor, ayúdame. Señor, no me abandones», murmuró persignándose e inclinándose profundamente, hasta la cintura. Se acercó a la puerta, que daba a una especie de minúsculo zaguán, y la abrió. Allí buscó a tientas el gancho que cerraba la puerta exterior. Fuera se oyeron pasos. La mujer se apartaba de la ventana y se dirigía a la puerta. «¡Ay!», exclamó de pronto. Había metido un pie en el charco que se formaba delante del umbral. Al padre Sergio le temblaban las manos y no podía levantar el gancho.

-¿Qué espera? Déjeme entrar. Estoy empapada, aterida. Usted sólo piensa en la salvación de su alma y deja que me hiele.

El padre Sergio tiró de la puerta hacia sí, levantó el gancho y, sin calcular el impulso, empujó la puerta hacia fuera, dando un golpe a la mujer.

-¡Oh, perdone! -exclamó, volviendo de improvisto a la expresión y al tono que tan familiares le eran en otros tiempos, al alternar con damas.

Ella se sonrió al oír ese «perdone», pensando: «No es tan terrible como suponía».

-No ha sido nada, no ha sido nada. Usted me ha de perdonar a mí -dijo pasando por delante del padre Sergio-. No me habría atrevido nunca a molestarle. Pero me encontraba en una situación muy apurada.

-Entre usted -musitó él cediéndole el paso.

Notó un fuerte olor de finos perfumes, como no sentía hacía muchos años. La mujer cruzó el pequeño zaguán y penetró en el recinto anterior de la cueva; él la siguió, después de haber cerrado la puerta sin poner el gancho.

«Nuestro Señor Jesucristo, Hijo de Dios, perdone a este pobre pecador; Señor, ten compasión de este pobre pecador», repetía sin cesar en su interior y, además, moviendo involuntariamente los labios.

-Acomódese -dijo.

Ella permaneció de pie, en medio de la estancia, mirándolo con una sonrisa burlona en los ojos. De su ropa se desprendían gotas de agua.

-Perdóneme que haya quebrantado su soledad. Pero ya ve usted en qué situación me encuentro. Todo se debe a que salimos de la ciudad a dar un paseo en trineo y yo aposté que volvería sola a pie desde Voroviovka, pero me equivoqué de camino, y si no hubiera dado con su ermita… -empezó a decir, mintiendo descaradamente.

Pero se sintió tan confusa al fijarse en el rostro del padre Sergio, que no pudo seguir la patraña y se calló. Se lo había imaginado distinto. No era tan guapo como se había figurado, pero le parecía magnífico. El aspecto del padre Sergio con sus cabellos entrecanos y ensortijados, lo mismo que el pelo de la barba, su nariz de línea correcta y aquellos ojos ardientes como brasas cuando miraban de frente, la impresionaron profundamente.

Él comprendió que la mujer mentía.

-Bueno, no se preocupe -dijo mirándola y bajando nuevamente los ojos-. Yo pasaré ahí y usted descanse.

Descolgó el candil, encendió una vela y, haciendo ante la mujer una profunda reverencia, pasó al cuartucho que había al otro lado de un tabique de madera. Arrastró algún objeto hacia la puerta. Al oírlo, se dijo la mujer, sonriendo: «Probablemente asegura la puerta para que yo no pueda entrar». Se quitó el abrigo de blancas pieles, el gorro, al que se le habían pegado algunos cabellos, y el pañuelito de punto que llevaba debajo del gorro. No estaba empapada, y si lo dijo cuando estaba junto a la ventana, fue sólo como pretexto para que la dejara entrar. Pero frente al umbral había metido en un charco el pie izquierdo, hasta la pantorrilla, y tenía lleno de agua el zapato y la bota de goma que llevaba encima. Se sentó en el camastro del padre Sergio -una tabla cubierta únicamente con una estera -y empezó a descalzarse. Aquella pequeña celda le pareció encantadora. Mediría unos ocho pies de ancho por unos diez u once de largo. Estaba limpia como un cristal. No había en ella más que el camastro donde la mujer se hallaba sentada, y encima un estante con libros. En un rincón había un atril. En la puerta, colgado de unos clavos, un abrigo y una sotana. Sobre el atril, la imagen de Jesucristo con la corona de espinas, y un candil. Se notaba un olor raro de aceite, a sudor y a tierra. Pero todo le parecía agradable. Incluso el olor.

Los pies mojados, sobre todo el izquierdo, le dolían, y se puso a descalzarse apresuradamente sin dejar de sonreír, contenta no tanto de haber logrado lo que se proponía, sino de haber visto que había conturbado al padre Sergio, a ese hombre magnífico, sorprendente, raro y atractivo. «No ha correspondido… ¡Qué más da!», se dijo para sí.

-¡Padre Sergio! ¡Padre Sergio! Es así cómo le llaman, ¿verdad?

-¿Qué quiere usted? -le respondió una voz tranquila.

-Por favor, perdóneme que haya roto su soledad. Pero créame, no he podido evitarlo. Me habría puesto enferma. No sé lo que me va a pasar. Estoy empapada. Tengo los pies hechos un témpano.

-Perdóneme -respondió la voz sosegada-, nada puedo hacer por usted.

-Por nada del mundo lo habría incomodado. Sólo me quedaré hasta el amanecer.

El padre Sergio no respondió, y la mujer oyó un leve balbuceo. «Por lo visto reza», se dijo.

-No entrará usted aquí, ¿verdad? -preguntó sonriéndose-. He de quitarme la ropa para secarla.

El padre Sergio no respondió y continuó rezando sus oraciones al otro lado del tabique con la misma voz reposada.

«Este sí es un verdadero hombre», pensó ella tirando con dificultad de la bota mojada. Por más que tiraba, no podía quitársela y esto le hizo gracia. Se rió muy bajito, pero sabía que él oía su risa y que esta risa influía en él tal como ella deseaba. Se rió más fuerte, y aquella risa alegre, natural y bondadosa influyó realmente sobre el padre Sergio tal como ella había deseado.

«A un hombre como éste se le puede amar. ¡Qué ojos los suyos! ¡Y qué rostro más abierto, más noble y más apasionado!, por muchas que sean las oraciones que rece -pensó ella-. Las mujeres no nos engañamos. Tan pronto acercó su rostro al cristal y me vio, lo comprendí y lo supe. Lo leí en el brillo de sus ojos. Me amó, me deseó. Sí, me deseó», decía sacando, por fin, zapato y bota y quitándose luego las medias. Para quitarse aquellas largas medias prendidas en elásticos, tenía que levantarse la falda. Sintió vergüenza y dijo:

-No entre.

Pero del otro lado del tabique no llegó respuesta alguna. Seguía oyéndose el acompasado murmullo, al que se añadió el ruido de unos movimientos. «Se inclina hasta poner la frente en el suelo, no hay duda -pensó ella-; pero de nada le servirá -musitó-. Piensa en mí. Como pienso yo en él. Piensa en estas piernas mías», dijo quitándose las medias mojadas y recogiendo las desnudas piernas sobre el camastro. Permaneció sentada unos momentos, abrazándose las rodillas en actitud pensativa. «¡Cuánta soledad, cuánto silencio! Nadie sabría nunca…» Abrió la estufa y puso las medias a secar. Después, pisando levemente el suelo con sus pies descalzos, volvió al camastro, donde se sentó otra vez con las piernas recogidas. Al otro lado del tabique no se oía ni el más leve ruido. Makovkina consultó el diminuto reloj que le pendía del cuello. Eran las dos de la madrugada. «Mis amigos han de venir a buscarme a eso de las tres.» Tenía a su disposición una hora escasa.

«¿He de permanecer todo este tiempo aquí sola? ¡Qué tontería! No quiero. Ahora mismo lo llamo.»

-¡Padre Sergio! ¡Padre Sergio! ¡Sergio Dmitrich, príncipe Kasatski!

Nada se oyó al otro lado del tabique.

-Óigame, no sea usted cruel. No lo llamaría si no lo necesitara. Estoy enferma. No sé lo que me pasa -exclamó con voz quejumbrosa-. ¡Ay, ay! -gimió, dejándose caer sobre el camastro.

Y, cosa rara, se sentía realmente mal, creía desfallecer, le dolía todo el cuerpo, temblaba como si tuviera fiebre.

-Óigame, ayúdeme. No sé lo que me pasa. ¡Ay, Ay! -Se desabrochó el vestido, dejando los senos al aire, y extendió los brazos desnudos hasta los codos-. ¡Ay, ay!

El padre Sergio permanecía en su cuartucho rezando. Acabadas las oraciones vespertinas, se quedó de pie, inmóvil, fija la mirada en la punta de la nariz, componiendo una prudente oración y repitiendo con toda el alma: «Señor mío Jesucristo. Hijo de Dios, ten compasión de mí».

Pero lo oía todo. Oyó el roce de la seda cuando ella se quitó el vestido, oyó las pisadas de los desnudos pies por el suelo, la oyó frotarse las piernas. Se sintió débil y comprendió que podía caer en cualquier momento. Por esto no dejaba de orar. Experimentaba algo semejante a lo que debía experimentar el héroe legendario obligado a caminar sin volver los ojos a su alrededor. Sergio notaba, sentía que el peligro y la perdición estaban ahí, encima, en torno, y que sólo podía salvarse si no contemplaba a aquella mujer ni un instante. Pero de pronto se apoderó de él el deseo de verla. En aquel mismo momento dijo ella:

-Escúcheme, esto es inhumano. Puedo morirme.

«Sí, iré, como aquel padre que puso una mano sobre la mujer del pecado y la otra sobre una parrilla al rojo vivo. Pero no tengo parrilla.» Miró a su alrededor. Vio el candil. Puso el dedo en la llama y frunció el ceño, dispuesto a resistir. Por unos momentos le pareció que no sentía ningún dolor, pero de repente, sin tener aún conciencia de si lo que sentía era dolor y cuál era su intensidad, hizo una mueca y retiró la mano sacudiéndola. «No, no lo resisto.»

-¡Por Dios! ¡Oh, socórrame! ¡Me muero, oh!

«¿Debo, pues, condenarme? No puede ser.»

-Ahora la atenderé -dijo, y abrió la puerta de su cuartucho, pasó por delante de ella sin mirarla, entró en el pequeño zaguán donde cortaba la leña y buscó a tientas el tajo sobre el que hacía las astillas y el hacha que tenía apoyada al muro.

-Ahora mismo -repitió, y agarrando el hacha con la mano derecha puso un dedo de la izquierda sobre el tajo, levantó la herramienta y de un golpe se lo cortó, más abajo de la segunda articulación. El trozo de dedo cortado saltó más fácilmente que las astillas del mismo grosor, rodó por el tajo y cayó al suelo produciendo un sordo ruido.

Sergio oyó este ruido antes de percibir el dolor. Pero no había tenido tiempo aún de sorprenderse de que no le doliera, cuando sintió como una mordedura intensísima y notó que por el dedo cercenado le salía la tibia sangre. Envolvió rápidamente el dedo herido con el borde de su hábito y, apretándolo a la cadera, volvió sobre sus pasos. Se detuvo ante la mujer, y bajando la vista preguntó quedamente:

-¿Qué quiere usted?

Al ver aquel pálido rostro, con un leve temblor en la mejilla izquierda, la mujer se sintió de pronto avergonzada. Saltó del camastro, agarró el abrigo y se lo echó encima, envolviéndose en él.

-Me sentía mal… me he resfriado… yo… Padre Sergio… yo…

Sergio levantó los ojos, que le brillaban con dulce y alborozado resplandor, y dijo:

-Dulce hermana, ¿por qué has querido perder tu alma inmortal? Las tentaciones son propias del mundo, pero ¡ay de aquel que las provoca!… Reza para que Dios te perdone.

Ella lo escuchó y se le quedó mirando. De pronto notó el ruido de un líquido que caía gota a gota. Se fijó y vio que la sangre fluía de la mano de Sergio y bajaba por un costado de sus hábitos.

-¿Qué se ha hecho en la mano?

Recordó el ruido que acababa de oír, tomó el candil y penetró en el zaguán. En el suelo vio el dedo ensangrentado. Más pálida todavía que él, volvió a la reducida estancia y quiso decirle algo; pero el padre Sergio entró silenciosamente en el cuartucho del fondo y cerró la puerta.

-Perdóneme -dijo la mujer-. ¿Cómo podré alcanzar el perdón de mi pecado?

-Vete.

-Déjeme que le vende la herida.

-Vete de aquí.

Se vistió apresuradamente, sin decir palabra. Arrebujada en su abrigo, se sentó esperando la llegada de sus amigos. A lo lejos se oyeron unos cascabeles.

-Padre Sergio, perdóneme.

-Vete. Te perdonará Dios.

-Padre Sergio, cambiaré de vida. No me abandone.

-Vete.

-Perdóneme y concédame su bendición.

-En nombre del Padre, del Hijo y del Espíritu Santo -se le oyó al otro lado del tabique-. Vete.

La mujer prorrumpió en sollozos y salió de la celda. El abogado iba a su encuentro y le dijo:

-He perdido la apuesta, ya lo veo, paciencia. ¿Dónde quiere usted sentarse?

-Me da lo mismo.

Subió al trineo y en todo el camino de regreso no dijo ni una palabra.

* * *

Un año más tarde ingresó en un convento, donde lleva una vida muy austera bajo la dirección del ermitaño Arsenio, quien de vez en cuando le escribe una carta.

VI

El padre Sergio vivió siete años más en su ermita. Al principio aceptaba muchas de las cosas que le llevaban: té, azúcar, pan blanco, leche, ropas, leña. Pero a medida que transcurría el tiempo imponía más rigor a sus costumbres, y fue renunciando a todo lo superfluo. Llegó, por fin, a no aceptar más que pan negro una vez a la semana. Todo cuanto le llevaban lo distribuía entre los pobres que acudían a verlo.

Se pasaba el tiempo rezando en la celda o conversando con quienes lo visitaban, cuyo número era cada día mayor. Únicamente salía de su celda para ir a la iglesia, unas tres veces al año, y para ir a buscar leña o agua, cuando lo necesitaba.

A los cinco años de vivir así tuvo lugar al suceso que pronto llegó a conocimiento de todo el mundo: la visita nocturna de Makovkina y el cambio radical que inmediatamente después sufrió la mujer y su ingreso en el convento. Desde entonces la fama del padre Sergio fue en aumento. Cada día era mayor el número de personas que lo visitaban. Pronto se instalaron junto a su celda otros monjes, construyeron una iglesia y una hostería. La fama del padre Sergio, agrandando como siempre en estos casos la importancia de los actos realizados, se fue extendiendo hasta lugares cada vez más lejanos. Empezaron a acudir a su retiro gentes de remotas comarcas, comenzaron a llevarle enfermos pidiéndole que los curara.

La primera curación se produjo en el octavo año de su vida retirada. Se trataba de un muchacho de catorce años. Su madre lo llevó ante el padre Sergio, a quien rogó pusiera sus manos sobre el niño. Al padre Sergio ni en sueños se le había ocurrido pensar que podía curar a los enfermos. Habría considerado semejante idea gran pecado de orgullo. Pero la madre de aquel niño le rogaba insistentemente, se arrastraba a sus pies preguntándole por qué no querían ayudar a su hijo habiendo curado a otros, le suplicaba fervorosamente por amor de Nuestro Señor Jesucristo. Cuando el padre Sergio decía que sólo Dios puede curar, la madre le replicaba que únicamente le pedía una cosa: que pusiera la mano sobre su hijo y rezara. El padre Sergio se negó y se retiró a su celda. Pero a la mañana siguiente (estaban en otoño y las noches eran ya frías), al ir a buscar agua, vio otra vez a aquella madre y a su hijo, el muchacho de catorce años, pálido, desmedrado, y oyó la misma súplica. El padre Sergio recordó la parábola del juez mentiroso, y aunque hasta entonces había estado plenamente convencido de que no debía acceder a lo que le rogaban, comenzó a tener sus dudas, por lo cual se puso a orar y rezó hasta que en su alma hubo nacido una resolución. Y fue ésta que él debía dar cumplimiento al deseo de la madre, pues era posible que la fe que tenía salvara a su hijo. En cuanto a sí mismo, se dijo que en este caso él no sería más que un mero e insignificante instrumento elegido por Dios.

Se acercó entonces a la madre, puso la mano sobre la cabeza del muchacho y empezó a rezar.

Madre e hijo se fueron; un mes más tarde éste se había curado. La fama de la santa fuerza curativa del venerable Sergio, como entonces empezaron a llamarle, corrió como reguero de pólvora por aquellos contornos, y no hubo semana, a partir de este acontecimiento, que no acudiesen enfermos a visitarle, a pie o a caballo. Como había accedido al ruego de unos, no podía negarse a satisfacer a los otros. Ponía la mano y oraba. Muchos se curaban y con ello la fama del padre Sergio no hizo más que acrecentarse.

Así transcurrieron nueve años de vida monacal y trece de vida en soledad. El aspecto del padre Sergio no podía ser más venerable: tenía la barba luenga y blanca, pero los cabellos, aunque ralos, se le conservaban negros y rizados.

VII

Desde hacía varias semanas una cuestión preocupaba seriamente al padre Sergio. ¿Obraba bien al aceptar la vida que llevaba, a la que había llegado no tanto por sí mismo como por los requerimientos del archimandrita y del abad? Comenzó después de la curación del niño de catorce años. Desde entonces, de mes en mes, de semana en semana, de día en día, notó el padre Sergio que se destruía su vida interior y que el lugar de ésta lo iba ocupando la vida exterior. Era como si le hubieran dado la vuelta sacando afuera lo de adentro.

El padre Sergio vio que se había transformado en un medio para atraer visitantes y personas que hacían donativos al monasterio. Por ello, las autoridades monacales lo rodeaban de las condiciones adecuadas a fin de que pudiera ser lo más útil posible. No lo dejaban hacer ningún trabajo físico. Lo surtían de cuanto pudiera necesitar y únicamente le exigían que no negara la bendición a quienes acudían a solicitársela. Para que ello le resultara más cómodo, fijaron días de visita. Dispusieron convenientemente un lugar de recepción para los hombres y otro aislado por una barandilla a fin de que no lo derribaran las entusiastas peregrinas que se le acercaban en alud. Desde allí podía bendecir a los reunidos. Le decían que la gente lo necesitaba, que no podía negarse a que lo vieran quienes deseaban verlo si quería ser fiel a la ley del amor divino, y que apartarse de esas gentes sería una crueldad. Cuando oía tales razones las aprobaba, pero a medida que se rendía a esa vida se daba cuenta de que los valores externos iban desplazando a los internos, que se secaba en él el hontanar del agua viva y que sus obras se dirigían cada día más hacia los hombres y cada día menos hacia Dios.

Cuando pronunciaba un sermón ante la gente e incluso cuando se limitaba a bendecirla, cuando rezaba impetrando la curación de los enfermos, cuando daba un consejo o alumbraba el camino de una vida, cuando escuchaba las palabras de gratitud de las personas a quienes había curado, según decían, o había ayudado con sus palabras, no podía evitar el sentirse contento. Tampoco podía despreocuparse de las consecuencias de sus actos ni de la influencia que sobre la gente tenían. Pensaba que era una llama ardiente, y cuanto más lo creía tanto más débil y apagada sentía la divina luz de la verdad que en él brillaba. «¿Qué parte va a Dios de lo que yo hago y cuál a los hombres?» Esta cuestión lo atormentaba constantemente, y nunca pudo darle una respuesta, o, mejor dicho, nunca se atrevió a dársela. En lo más recóndito de su alma se decía que el diablo había trocado su actividad para con Dios en actividad para los hombres. Lo sentía de este modo, porque así como antes le resultaba muy doloroso que lo arrancaran de su soledad, ahora ésta le resultaba penosa. Se sentía atraído por los visitantes, que lo fatigaban; pero en el fondo del alma su presencia lo alegraba, lo satisfacían las alabanzas de que era objeto.

Hubo un tiempo en que incluso decidió huir, esconderse. Llegó a pensar en todos los detalles del plan. Se hizo con una camisa y unos pantalones de mujik, un caftán y un gorro, diciendo que necesitaba éstas para dárselas a los mendigos. Pero se las guardaba y veía en su pensamiento de qué modo iba a vestirse; se cortaría el pelo y marcharía. Primero tomaría el tren, y cuando hubiese recorrido unas trescientas verstas bajaría y pediría limosna por las aldeas. Preguntó a un viejo soldado qué hacía, si le daban limosna y albergue. El soldado se lo explicó todo y el padre Sergio pensó que podría hacer lo mismo. Una noche llegó a vestirse, dispuesto a huir, pero no sabía qué era lo justo: quedarse o abandonar la ermita. Al principio vacilaba, luego la indecisión fue desapareciendo, se habituó a su nuevo estado y se sometió al diablo. Únicamente las ropas de mujik le recordaban sus ideas y sentimientos.

Cada día acudía más gente y cada vez era menor el tiempo de que disponía para su confortamiento espiritual y para los rezos. A veces, en momentos luminosos, pensaba que se había convertido en una especie de paraje en el que antes hubiera habido una fuente. «Había una fuentecita de agua viva que manaba de mí, a través de mí. Entonces vivía la verdadera vida. Pero cuando “ella” (recordaba siempre con entusiasmo aquella noche y a ella, a la que llamaban ahora madre Agna) quiso seducirlo, ella sorbió un poco de aquella agua pura. Desde entonces, empero, el agua no tiene tiempo de acumularse. Antes llegan los sedimentos, apretujándose. Lo han pisoteado todo. No queda más que barro.» Así razonaba en algunos raros momentos de clarividencia; pero su estado habitual era de cansancio y enternecimiento ante sí mismo por dicho cansancio.

* * *

Había llegado la primavera. En la víspera de Pentecostés el padre Sergio celebraba el oficio divino en su cueva, llena de gente. Cabrían unas veinte personas. Todas eran gente rica, señores y comerciantes. El padre Sergio abría las puertas a todo el mundo, pero el monje que velaba por él y otro de turno que diariamente enviaban a su retiro desde el monasterio, hacían la selección. La muchedumbre, unos ochenta peregrinos, entre los que predominaban las mujeres, se agolpaban en el exterior esperando la salida del ermitaño y su bendición. El padre Sergio decía la misa, y cuando iba a bendecir… la tumba de su antecesor se tambaleó, y habría caído de no haberlo sostenido un mercader que estaba a su espalda y el monje que hacía las veces de diácono.

-¿Qué le pasa? ¡Padrecito, padre Sergio! ¡Pobrecito! ¡Señor Todopoderoso! -prorrumpieron las mujeres-. Ha quedado pálido como la pared.

Pero el padre Sergio se recobró en seguida, y aunque se sentía muy débil, se desprendió de los brazos del mercader y del diácono y siguió cantando la misa. El padre Serapión, el diácono, los acólitos y la señora Sofía Ivánovna, que vivía siempre junto a la ermita y cuidaba del padre Sergio, empezaron a suplicarle que interrumpiera la ceremonia.

-No es nada, no es nada -musitó el padre Sergio, sonriendo casi imperceptiblemente por debajo de sus poblados bigotes-, no interrumpan el oficio.

«Así obran los santos», pensó.

-¡Es un santo! ¡Un ángel de Dios! -oyó que exclamaba a su espalda Sofía Ivánovna y también el mercader, que lo había sostenido.

No hizo caso de los ruegos que le dirigían y prosiguió celebrando el oficio divino. Apretujándose una vez más, se dirigieron a la pequeña iglesia inmediata y allí el padre Sergio acabó de celebrar las vísperas, si bien abreviándolas algo.

Inmediatamente después del oficio bendijo a los presentes y salió para sentarse en un banco que había bajo un olmo, a la entrada de la cueva. Quería descansar, respirar el aire fresco, pues lo necesitaba; pero tan pronto hubo salido, la gente se le echó encima pidiendo la bendición, consejo y ayuda. Había en aquella muchedumbre peregrinos que se pasan la vida recorriendo los lugares santos, yendo de un padre a otro padre y conmoviéndose ante cualquier objeto sagrado y ante todo padre venerable. Sergio conocía bien a este tipo tan corriente de peregrinos, el menos religioso, el más frío y el más convencional. Había asimismo peregrinos, ancianos misérrimos, muchos de ellos borrachines, que vagabundeaban de un monasterio a otro sin más objetivo que el de subsistir. No faltaban tampoco campesinos, hombres y mujeres, que acudían movidos por pretensiones egoístas de curación o en busca de consejo para resolver sus dudas acerca de cuestiones eminentemente prácticas, como el casamiento de una hija, el alquiler de una tienda, la compra de unas tierras; o que solicitaban la absolución de graves pecados, como el haber aplastado a un pequeñuelo mientras dormían o por haber tenido un hijo fuera del matrimonio. Todo esto le era conocido desde hacía mucho tiempo y no encerraba para él ningún interés. Le constaba que estas personas nada nuevo le dirían y esos rostros no despertarían en él ningún sentimiento religioso; pero no dejaba de satisfacerle ver a esa muchedumbre que tenía necesidad de él, de su bendición y de su palabra, tan estimada. Por todas estas razones aquella gente lo abrumaba y, al mismo tiempo, le resultaba agradable. El padre Serapión los quiso arrojar de allí diciendo que el padre Sergio estaba cansado, pero éste recordó las palabras del Evangelio: «Dejen que (los niños) vengan a mí», y conmovido consigo mismo por dicho recuerdo, dijo que no hicieran marchar a nadie.

Se levantó, se acercó a la barandilla junto a la cual se agrupaba el tropel de gente y comenzó a bendecirla y a responder a las preguntas que le hacían. El sonido de su voz era tan débil que él mismo se sorprendió. Sin embargo, pese a su buena voluntad, no pudo atender a todo el mundo. De nuevo se le enturbió la vista, vaciló y se agarró a la barandilla. Otra vez notó que le afluía la sangre a la cabeza. Primero se quedó pálido y luego, de pronto, se puso rojo.

-Realmente habrá que esperar hasta mañana, hoy no puedo -dijo, y después de bendecirlos a todos a la vez dirigió sus pasos hacia el banco.

El mercader volvió a agarrarlo por el brazo y lo ayudó a caminar y a sentarse.

-¡Padre! -clamaba la muchedumbre-. ¡Padre! ¡Padrecito! ¡No nos abandones! ¡Estamos perdidos sin ti!

Una vez hubo ayudado al padre Sergio a sentarse en el banco bajo el olmo, el mercader se arrogó funciones de policía y se puso a dispersar enérgicamente a la muchedumbre. Verdad es que hablaba en voz baja, de manera que el padre Sergio no pudiera oírlo, pero lo hacía en tono que no admitía réplica:

-Fuera, fuera. Los ha bendecido, ¿qué más quieren? ¡Hala, hala! Si no, les doy un trastazo. ¡Venga! ¡Eh, tú, vieja andrajosa! ¡Venga, en marcha! ¿Adónde te metes? Lo dicho: se acabó. Mañana Dios dirá, hoy no puede más, está desfallecido.

-¡Padrecito, déjeme que le vea la carita, sólo un instante! -decía la anciana.

-Te voy a dar yo buena carita, ¿dónde te metes?

El padre Sergio notó que el mercader obraba con mucho rigor y dijo con un hilito de voz al hermano lego que no echaran a nadie. Sabía que de todos modos no le harían caso y tenía enormes deseos de permanecer solo, y de descansar, pero envió al hermano lego a transmitir sus palabras a fin de impresionar más a la gente.

-Está muy bien, está bien. No los echo, procuro convencerlos -respondió el mercader-; serían capaces de acabar con él. No tienen compasión, sólo piensan en sí mismos. Lo dicho: no es posible. Vete. Mañana.

Y el mercader los arrojó a todos.

Aquel hombre puso tanto celo en su obra porque era amigo del orden y también de meterse con la gente y de imponerse a los demás, pero ante todo porque necesitaba al padre Sergio. Era viudo, y tenía una hija única, enferma, soltera, y acudió con ella a impetrar su curación al padre Sergio salvando una distancia de mil cuatrocientas verstas. Hacía dos años que su hija estaba enferma, y él había hecho cuanto había podido para curarla. Primero la tuvo en una clínica en la ciudad universitaria de la provincia, sin resultado alguno. La llevó luego a un mujik de Samara, que la alivió algo. Después hizo que la visitase un famoso doctor de Moscú, que le cobró mucho dinero. Pero todo fue inútil. Le dijeron que el padre Sergio curaba y a él acudía ahora. Cuando hubo echado a la gente, el mercader se le acercó e hincándose de rodillas le dijo en alta voz sin preámbulo alguno:

-Padre santo, bendice a mi hija enferma, cúrala de su doloroso mal. Me atrevo a humillarme a tus santos pies.

Juntó las manos suplicantes; hablaba y obraba como si verificara un acto neta y firmemente determinado por unas normas y por la costumbre, como si la curación de la hija tuviera que pedirse de aquella manera concreta y no de cualquier otro modo. Obró con tal seguridad en sí mismo, que incluso al padre Sergio le pareció que era precisamente así como debían hacerse y pedirse aquellas cosas. Sin embargo, lo mandó levantarse y explicar de qué se trataba. El mercader le contó que su hija, una doncella de veintidós años, hacía dos que estaba enferma, desde la repentina muerte de su madre. Entonces se asustó y se puso mala. Añadió que la había traído desde mil cuatrocientas verstas de distancia y que ahora esperaba en la hostería hasta que el padre Sergio le permitiera presentarse. «Durante el día está en su cuarto, tiene miedo a la luz, y únicamente puede salir cuando el sol se ha puesto.»

-¿Y qué, está muy débil? -inquirió el padre Sergio.

-No, débil no está, y es robusta, pero neurasténica , según dijo el doctor. Si el padre Sergio me permite que la traiga, lo haré volando. ¡Padre santo, devuelva la vida a mi corazón, devuélvame mi hija, salve con sus preces a mi hija enferma!

El mercader volvió a hincarse de rodillas con aparatoso movimiento y permaneció inmóvil, inclinando la cabeza sobre sus brazos cruzados. El padre Sergio lo mandó levantarse por segunda vez y, después de reflexionar en lo penosa que era su labor y en la conformidad de ánimo con que a pesar de todo la realizaba, suspiró profundamente, guardó unos instantes de silencio y dijo:

-Está bien, tráigala por la noche. Rezaré por ella; pero ahora me siento cansado. -Y cerró los ojos-. Mandaré recado.

El mercader se retiró, andando de puntillas sobre la arena, con lo cual sólo logró que las botas rechinaran con más fuerza. El padre Sergio se quedó solo.

Su vida estaba consagrada a los oficios divinos y a los visitantes, pero aquel día había sido particularmente fatigoso. Por la mañana sostuvo una larga conversación con un alto dignatario que había acudido a verlo. Luego recibió a una señora acompañada de su hijo, un joven profesor ateo, al que su madre trajo porque ella era muy creyente y gran admiradora del padre Sergio, al que rogó hablara con su hijo. La conversación fue muy pesada. Por lo visto el joven profesor no quería entrar en discusión con el monje y le daba la razón en todo, como si estuviera hablando con una persona débil. El padre Sergio, empero, vio que aquel joven no creía y que, a pesar de ello, se sentía bien, estaba tranquilo y no tenía complicaciones de conciencia. Ahora recordaba con disgusto todo aquello.

-Ha de comer algo, padrecito -le dijo el hermano lego.

El hermano entró en la choza, construida a unos diez pasos de la cueva, y el padre Sergio se quedó solo.

Estaba muy lejano el tiempo en que nadie le hacía compañía y él mismo cuidaba de la limpieza de su celda y se alimentaba exclusivamente de raíces y pan. Hacía ya mucho que, según le habían explicado, no tenía derecho alguno a olvidarse de su salud y le preparaban comidas nutritivas, aunque de ayuno. Se servía poco, pero mucho más que antes. A menudo comía con particular deleite y no como en otro tiempo, con repugnancia y conciencia del pecado. Así lo hizo ese día. Tomó papilla, bebió una taza de té y comió medio trozo de pan blanco.

El hermano lego se retiró y el padre Sergio se quedó completamente solo bajo el olmo.

Era una maravillosa noche de mayo. Los abedules, los álamos blancos, los olmos, los cerezos silvestres y las encinas acaban de revestirse de verdor. Los cerezos silvestres que crecían detrás del olmo estaban floridos, aún no había comenzado a caerles la flor. Los ruiseñores lanzaban al aire sus trinos, uno muy cerquita y otros dos o tres abajo, en los arbustos de las orillas del río. Más allá, a lo lejos, subían al cielo los cánticos de la gente que regresaba del trabajo al término de la jornada. El sol se había escondido detrás del bosque y esparcía sus rayos a través del follaje. Toda esa parte se hallaba envuelta en una luz verdosa. La otra, vista desde el olmo, era oscura. Los escarabajos volaban, chocaban entre sí y caían al suelo.

Terminada la cena, el padre Sergio se puso a rezar mentalmente: «Señor Jesucristo, Hijo de Dios, ten compasión de nosotros». Luego leyó un salmo, y de improviso, cuando había llegado a la mitad, un gorrión batió alas desde un arbusto y se posó en el suelo, donde, piando y a saltitos, se le fue acercando, hasta que al fin se asustó y emprendió el vuelo. Rezó una oración en la que se hablaba de la renuncia del mundo y se apresuró a terminarla pronto, a fin de enviar a buscar al mercader y a su hija enferma, que había despertado su interés. Para él sería una distracción, una cara nueva. Además, tanto ella como su padre lo tenían por santo, por un religioso suyas preces podían curar. Él lo negaba, pero en el fondo de su alma creía que era verdad.

A veces se preguntaba sorprendido cómo había podido ocurrir que él, Stepán Kasatski, hubiera llegado a ser un intercesor tan extraordinario entre los hombres y Dios, capaz de hacer verdaderos milagros. Pero no había duda de que era así. No podía cerrar los ojos a los milagros de que él mismo había sido testigo, desde que curó a aquel muchacho enfermo hasta que, gracias a sus oraciones, había devuelto la vista a una viejecita hacía poco tiempo. Por extraño que resultara, era así. La hija del mercader le interesaba, pues, por tratarse de una nueva criatura, porque en ello podía reafirmar su poder curativo y su gloria. «Vienen a verme desde mil verstas de distancia, escriben en los periódicos, se entera el emperador, llega a oídos de Europa, de la descreída Europa», pensaba. De repente sintió vergüenza de su vanidad y se puso a orar mentalmente. «Señor, Rey de los cielos, consuelo de los hombres, alma de la verdad, pon tus ojos en nosotros, límpianos de todo pecado y salva nuestras almas. Líbrame de la funesta gloria de este mundo, que me consume», repitió, aunque pensando también que muchas veces había elevado ese ruego al Señor y que hasta entonces sus preces habían resultado, en este sentido, totalmente vanas. Sus oraciones hacían milagros para los demás, pero Dios no lo escuchaba cuando le pedía que lo librara de esta mezquina pasión.

Recordó sus oraciones de los primeros tiempos de ermitaño, cuando suplicaba que se le concediera la gracia de la pureza, de la humildad y del amor, y recordó asimismo que entonces tenía la impresión de que Dios escuchaba sus ruegos; entonces estaba limpio de pecado y se cercenó el dedo. Levantó el muñón del dedo, cubierto en su punta por las arrugas de la piel fruncida, y lo besó. Le pareció que en aquel entonces también era humilde, pues se sentía siempre repulsivo a la naturaleza pecadora. Creyó que entonces poseía también amor, pues recordaba la ternura con que trató a un anciano, a un antiguo soldado borracho que había ido a pedirle dinero, y como la había recibido a ella. ¿Y ahora? Se preguntó si quería a alguien, a Sofía Ivánovna o al padre Serapión, si experimentaba algún sentimiento de amor hacia todas esas personas que acudían a verlo, hacia aquel joven ilustrado con quien estuvo conversando, pedante, atento sólo a poner de manifiesto su inteligencia y a demostrar que, por sus conocimientos, estaba al día. El amor de todos ellos le era agradable y necesario, pero él no correspondía con amor. No sentía amor, no era humilde, ni puro.

Le agradaba saber que la hija del mercader tenía veintidós años. Deseaba ver si era o no hermosa. Y al preguntar si era débil quería enterarse precisamente de si tenía o no encanto femenino.

«¿Es posible que haya caído tan bajo? -Pensó-. Señor, no me abandones, reconfórtame, Señor y Dios mío.» Juntó las manos y se puso a orar. Cantaron los ruiseñores. Un escarabajo se posó en su cabeza y se le deslizó por el pescuezo. Se lo quitó de encima. «¿Existirá realmente? ¿Y si estoy llamando a una casa cerrada por afuera…? El candado está en la puerta y yo podría verlo. Los ruiseñores, los escarabajos, la naturaleza, son este candado. Quizá tenga razón el joven.» Y se puso a rezar en voz alta y estuvo rezando largo rato hasta que le desaparecieron estos pensamientos y volvió a sentirse tranquilo y seguro. Tocó una campanilla y dijo al hermano lego, que se le acercó, que podía recibir a aquel mercader y a su hija.

El mercader acudió llevando del brazo a la hija, la acompañó hasta la celda y se retiró en seguida.

Era una muchacha muy blanca, pálida, rellenita, sumamente tímida, de rostro infantil con expresión amedrentada y de formas muy desarrolladas. El padre Sergio permaneció en el banco junto a la entrada de la cueva. Cuando bendijo a la muchacha, que se detuvo ante él al entrar en la celda, se horrorizó de sí mismo por el modo como le había mirado el cuerpo. La joven pasó y él sintió la mordedura de la carne. Al verle la cara comprendió que la muchacha era sensual y boba. Se levantó y entró en la celda. Ella se había sentado en un taburete, esperándolo.

Se levantó al verlo entrar.

-Quiero ir con papá -dijo.

-No temas -le respondió-. ¿Qué te duele?

-Me duele todo -añadió ella, y de pronto una sonrisa le iluminó el rostro.

-Te curarás -dijo él-. Reza.

-He rezado mucho y no me ha servido de nada -continuaba sonriendo-. Rece usted y ponga en mí su mano. Lo he visto en sueños.

-¿Cómo me ha visto?

-He visto que usted me ponía la mano sobre el pecho, así -le tomó una mano y se la apretó contra el seno-. Aquí.

Él le cedió la mano derecha.

-¿Cómo te llamas? -le preguntó, temblando de los pies a la cabeza, sintiendo que estaba vencido y que el deseo lúbrico se había escapado de su dominio.

-María. ¿Por qué?

Ella le tomó la mano y se la besó repetidamente. Luego le pasó un brazo por la cintura y lo apretó contra sí.

-¿Qué haces? -dijo él-. María, eres Satanás.

-Bueno, supongo que no importa.

Lo abrazó y se sentó con él en la cama.

* * *

Al amanecer él salió.

«¿Es posible que esto haya ocurrido en realidad? Vendrá el padre. Ella se lo contará. Es el diablo. ¿Qué voy a hacer? Aquí está el hacha con que me corté el dedo.» Agarró el hacha y se dirigió a la cueva.

Se encontró con el hermano lego.

-¿Quiere usted que corte leña? Déme el hacha, haga el favor.

Se la dio. Entró en la celda. Ella estaba acostada, durmiendo. La miró horrorizado. Pasó al cuartucho del fondo, se puso la ropa de mujik, tomó unas tijeras, se cortó el cabello, y por el sendero bajó hacia el río, donde no había estado ni una vez durante los últimos cuatro años.

El camino seguía a lo largo del río. Anduvo hasta el mediodía. Entonces se metió en un campo de centeno y se echó a descansar. Al anochecer llegó a una aldea, pero no entró en ella, sino que se dirigió a un lugar escarpado de la orilla del río. Era de madrugada, una media hora antes de la salida del sol. Todo se veía gris y tenebroso. Soplaba del oeste el frío viento del amanecer. «Sí, hay que terminar. Dios no existe. ¿Cómo acabar? ¿Arrojándome al río? Sé nadar, no me ahogaré. ¿Ahorcándome? Sí, con el cinturón, de una rama.» Esto le pareció tan posible e inmediato, que se horrorizó. Quiso rezar, como solía hacerlo en los momentos de desesperación. Pero no tenía a quién dirigirse. Dios no existía. Se recostó apoyando la cabeza sobre la mano. De pronto sintió tal necesidad de dormir, que no pudo sostener por más tiempo la cabeza en esta posición. Dobló los brazos, se acostó y en seguida se quedó dormido. Pero fue sólo por unos instantes. Se despertó al momento y empezó a ver o a recordar como entre sueños.

Se ve en la aldea siendo un niño muy pequeño, en la casa de su madre. Llega un coche y de él bajan su tío Nikolái Serguéievich con su enorme barba negra en forma de pala, y Páshenka, una niña delgaducha de grandes ojos dulces y tímido rostro. Dejan a Páshenka con él y con otros niños, amigos suyos. Hay que jugar con la niña, pero resulta aburrida, es boba. Al fin, para burlarse de ella le piden que demuestre que sabe nadar. La niña se echa al suelo y allí bracea como si estuviera en el agua. Todos se ríen, se burlan. Ella se da cuenta, se pone roja como la grana. Da tanta lástima, que remuerde la conciencia. Nunca podrá olvidar su sonrisa torcida, bondadosa y resignada. Sergio recuerda cuando volvió a verla después de aquel día. Había transcurrido mucho tiempo. Era poco antes de hacerse monje. Se había casado con un propietario que había dilapidado los bienes que ella aportó al matrimonio, y le pegaba. Tenía entonces dos hijos, un niño y una niña. El primero murió pronto.

Sergio recordaba cuán desgraciada la había encontrado. Volvió a verla, ya viuda, estando él en el monasterio. Seguía siendo la misma. No podía decirse que fuera tonta, pero sí insulsa, insignificante e infeliz. Había acudido con su hija y el novio de ésta. Entonces ya eran pobres. Más tarde, oyó decir que vivía en cierta capital de distrito y que había quedado muy pobre. «¿A santo de qué pienso en ella? -se preguntaba Sergio, pero no podía dejar de pensar en Páshenka-. ¿Dónde estará? ¿Qué habrá sido de ella? ¿Seguirá siendo tan infeliz como era entonces, cuando mostraba sobre el santo suelo que sabía nadar? Pero ¿por qué he de pensar en ella? ¿Qué tontería es ésta? Hay que acabar de una vez.»

De nuevo tuvo miedo y volvió a pensar en Páshenka para salvarse de aquella espantosa idea.

Echado de este modo, permaneció largo rato pensando ya en su necesario fin, ya en Páshenka. Le parecía que ella sería su salvación. Finalmente se durmió. Vio en sueños a un ángel que se le acercó y le dijo: «Vete a ver a Páshenka y por ella sabrás qué has de hacer, dónde está tu pecado y dónde tu salvación.»

Se despertó y se dijo que Dios le había enviado aquella visión. Se alegró y decidió hacer lo que el ángel le había dicho. Sabía cuál era la ciudad en que vivía Páshenka. Distaba unas trescientas verstas. Y hacia allí encaminó sus pasos.

VIII

Hacía ya mucho tiempo que Páshenka era una mujer llamada Praskovia3 Mijáilovna, vieja, seca, arrugada, suegra de un funcionario llamado Mavrikiev, hombre fracasado y borracho. Vivían en la capital de distrito, donde su yerno había tenido el último empleo. Allí ella sostenía a toda su familia, a su hija, al propio yerno, enfermo y neurasténico, y a cinco nietos. Y los mantenía dando lecciones de música, a cincuenta kopeks la hora, a las hijas de los mercaderes. Algunos días tenía cuatro horas, a veces cinco, de suerte que ganaba aproximadamente unos sesenta rublos al mes. Gracias a esto vivían, mientras esperaban una colocación. Praskovia Mijáilovna escribió a todos sus parientes y conocidos pidiendo recomendaciones para obtenerla. También escribió en este sentido a Sergio, pero cuando llegó la carta él ya no estaba.

Era sábado, y Praskovia amasaba con sus propias manos la pasta para hacer ensaimadas con papas, que tan buenas salían al cocinero siervo de su papaíto. Quería agasajar a sus nietos al día siguiente, domingo.

Su hija Masha estaba atendiendo al pequeñuelo. Los mayores, un niño y una niña, estaban en la escuela. El yerno no había pegado ojo por la noche y acababa de dormirse. Praskovia Mijáilovna también había pasado gran parte de la noche sin dormir, procurando suavizar la cólera de su hija contra su marido.

Comprendía que el yerno era una criatura débil, que no podía hablar ni vivir de otro modo, y como veía que los reproches de su hija no servían de nada, procuraba atenuarlos y evitarlos para que su casa no se convirtiera en un infierno. Era una mujer que casi no podía soportar físicamente las malas relaciones entre las personas. Para ella estaba claro que así nada podía arreglarse y que la situación no hacía más que empeorar. Ni siquiera lo pensaba. Sencillamente, al ver a una persona airada sufría como la hacían sufrir un mal olor, un ruido molesto o como si le dieran golpes.

Estaba muy satisfecha por haber enseñado a Lukeria de qué modo se amasaba la pasta, cuando Misha, su nietecito de seis años, con su delantalito, sus piernas torcidas y sus zurcidas medias, entró corriendo en la cocina, asustado.

-Abuela, un viejo muy feo te llama.

Lukeria miró y dijo:

-Sí, debe ser un mendigo.

Praskovia Mijáilovna se sacudió los brazos, se secó las manos con el delantal y se disponía a entrar en una habitación para tomar el bolso y dar una limosna de cinco kopeks al desconocido, cuando recordó que no tenía piezas menores de diez y pensó que lo mejor sería darle un trozo de pan. Se acercó al armario, pero se avergonzó de su mezquindad y ordenó a Lukeria cortar un trozo de pan mientras ella misma iba a buscar la moneda de diez kopeks. «Este es tu castigo -se dijo-. Darás dos veces.»

Dio ambas cosas al caminante y, cuando lo hubo hecho, no se sintió orgullosa de su largueza, antes al contrario, se avergonzó y le pareció poco lo que había dado. Tan importante era el aspecto del mendigo.

A pesar de haber recorrido trescientas verstas pidiendo limosna en nombre de Jesucristo, a pesar de ir roto, de haber enflaquecido y de haber quedado muy curtido; a pesar de que llevaba al cabello cortado y su gorro era de mujik, lo mismo que las botas, a pesar de que se inclinó humilladamente, Sergio conservaba el aspecto majestuoso que tanto atraía a todo el mundo. Pero Praskovia Mijáilovna no lo reconoció. Ni podía reconocerlo, pues hacía ya casi treinta años que no lo veía.

-No se ofenda, padrecito, por mi pequeña limosna. ¿Desea usted comer algo, quizá?

Sergio tomó el pan y la moneda. Praskovia Mijáilovna se sorprendió de que aquel hombre se la quedara mirando en vez de irse.

-Páshenka, he venido a verte. Atiéndeme.

La miro con sus hermosos ojos negros, insistentes y suplicantes, a los que el aflorar de unas lágrimas puso singulares reflejos. Bajo el canoso pelo de los bigotes le temblaron lastimeramente los labios.

Praskovia Mijáilovna cruzó los brazos sobre su seco pecho, abrió la boca y clavó los ojos en el rostro del peregrino.

-¡No puede ser! ¡Stiopa! ¡Sergio! ¡Padre Sergio!

-Sí, el mismo -musitó Sergio quedamente-. Pero no soy Sergio, el padre Sergio, sino el gran pecador Stepán Kasatski, perdido sin remisión… Acógeme, ayúdeme.

-¡No es posible! ¿Cómo ha llegado usted a tanta renunciación? Entre.

Ella le tendió la mano, pero él la siguió sin tomársela.

¿Adónde lo haría pasar? El piso era pequeño. Al principio ocupaba una habitación diminuta, un cuartucho oscuro, pero luego incluso este cuarto lo cedió a la hija, a Masha, que en aquel momento estaba allí acunando al pequeñuelo.

-Siéntese aquí un momento -dijo a Sergio, señalándole el banco de la cocina.

Sergio se sentó y, con gesto que por lo visto ya le era habitual, se quitó la bolsa que llevaba a la espalda, sacándola primero por un hombro y luego por el otro.

-¡Dios mío! ¡Dios mío! ¡Cuánta renunciación, padrecito! ¡Tanta fama, y de pronto así…!

Sergio no respondió, se sonrió con mansedumbre mientras ponía la bolsa al suelo.

-Masha, ¿sabes quién es?

Praskovia Mijáilovna explicó en voz baja a su hija quién era Sergio y juntas sacaron del cuartucho la ropa blanca de la cama y la cunita, dejándolo libre para el recién llegado.

Praskovia Mijáilovna lo acompañó al cuartucho.

-Descanse aquí. No lo tome a mal, pero he de irme.

-¿Adónde?

-Doy lecciones. Casi me da vergüenza decírselo, enseño música.

-La música es buena cosa. Pero he venido para tratar de un asunto. Praskovia Mijáilovna, ¿cuándo podré hablar con usted?

-Para mí será una gran alegría. ¿Al atardecer?

-Está bien, pero he de rogarle otra cosa aún: no diga a nadie quién soy. Sólo me he descubierto a usted. Nadie sabe qué ha sido de mí. No ha de saberlo nadie.

-¡Ay, ya se lo he dicho a mi hija!

-Bueno, pídale que lo calle.

Sergio se quitó las botas, se acostó y quedó dormido en seguida, después de una noche de insomnio y de una caminata de cuarenta verstas.

* * *

Cuando Praskovia Mijáilovna regresó, Sergio estaba sentado en el cuartucho, esperándola. No salió a comer y tomó un plato de sopa y papilla que le llevó Lukeria.

-¿Cómo has venido antes de lo que me dijiste? -preguntó Sergio-. ¿Podemos hablar ahora?

-¿A qué debo yo la felicidad de tener una visita semejante? He dejado una lección para otro día… Yo soñaba con ir a visitarlo, le escribí, y de pronto, ¡usted aquí! ¡Qué alegría!

-¡Páshenka! Te ruego que tomes como en confesión las palabras que ahora te voy a decir; que sean como palabras dichas ante Dios a la hora de la muerte. ¡Páshenka! No soy ningún santo, no soy ni siquiera un hombre sencillo como todos. Soy un pecador, un pecador sucio, asqueroso, descarriado, orgulloso; no sé si soy el peor de todos, pero si soy peor que los hombres más ruines.

Al principio, Páshenka lo miraba abriendo desmesuradamente los ojos; le creía. Pero cuando llegó a creerle del todo, puso una mano sobre la de él y dijo sonriendo piadosamente:

-Stepán, ¿no exageras un poco?

-No, Páshenka. Soy un lujurioso, un asesino, un blasfemo y un farsante.

-¡Dios mío! ¿Cómo es eso? -exclamó ella.

-Pero es necesario vivir. Y yo que creía saberlo todo, que enseñaba a los demás cómo hay que vivir, veo que no sé nada y vengo a pedirte consejo.

-No digas eso, Stepán. Te burlas. ¿Por qué siempre te ríes de mí?

-Está bien, me río, me río; pero dime, ¿cómo vives tú y cómo has vivido?

-¿Yo? He llevado una vida desastrosa, ruin, y ahora Dios me castiga. Muy bien empleado. Vivo de una manera tan estúpida, tan estúpida…

-¿Cómo te casaste? ¿Cómo viviste con tu marido?

-Todo fue detestable. Me enamoré de la manera más tonta. Mi padre estaba en contra de que me casara con aquel hombre. No quise escuchar a nadie, me casé. Y una vez casada, en vez de ayudar al marido, lo atormenté porque tenía celos y no fui capaz de librarme de ellos.

-Creo que bebía.

-Sí, pero yo no sabía sosegarme. Le echaba en cara ese defecto, y no era un defecto, sino una enfermedad. No podía contenerse y yo no quería dejarlo beber. Teníamos unas riñas espantosas.

Miraba a Kasatski con ojos que el recuerdo hacía hermosos y doloridos.

Kasatski se acordó de que, según le habían contado, el marido de Páshenka le pegaba. Y al contemplar ahora su cuello desmedrado y seco, con venas prominentes por debajo de las orejas y un moño de escasos cabellos semicanos y semirrubios, tenía la impresión de que estaba viendo cómo había ocurrido todo aquello.

-Luego me quedé sola, con dos hijos y sin recursos.

-Pero tenías una finca.

-La vendimos ya en vida de mi marido… y lo gastamos todo. Había que vivir y yo no sabía hacer nada, como ocurre a todas las señoritas. Pero yo era de las más incapaces e inútiles. Así fuimos consumiendo las pocas cosas que nos quedaban. Yo enseñaba a los hijos y al mismo tiempo aprendía algo. Entonces, cuando Mitia iba a la cuarta clase, se puso enfermo y Dios se la llevó. Masha se enamoró de Vania, mi yerno. Es buena persona, pero un desgraciado. Está enfermo.

-Mamita -exclamó su hija, interrumpiéndola-. Tome a Misha. No puedo hacerme pedazos.

Praskovia Mijáilovna se levantó y, calzada con sus gastados zapatos, salió con paso ligero para volver en seguida llevando en brazos a un pequeñuelo de dos años que se echaba hacia atrás agarrándole la pañoleta con ambas manos.

-¿Qué enfermedad tiene?

-Neurastenia, una enfermedad terrible. Consultamos. Nos dijeron que debíamos ir a otro lugar, pero hacía falta dinero. No pierdo la esperanza de que le pase. No tiene nada que le moleste especialmente. Pero…

-¡Lukeria! -se oyó que gritaba Vania con voz enojada y débil-. Siempre la mandan a alguna parte cuando la necesito. ¡Abuela!…

-¡Ya voy! -respondió Praskovia Mijáilovna, interrumpiéndose otra vez-. Todavía no ha comido. No puede comer con nosotros.

Salió y estuvo preparando algo. Por fin entró de nuevo, secándose las curtidas y sarmentosas manos.

-Ya ves cómo vivo. Todos nos quejamos, todos estamos descontentos, pero gracias a Dios los nietos son buenos y fuertes. Todavía se puede vivir. Pero no vale la pena hablar de mí.

-¿De qué viven?

-Yo gano alguna cosa. ¡Cuando pienso lo que me aburría la música y lo útil que me es ahora!

Se había sentado frente a la cómoda y tamborileaba con los sarmentosos dedos de su pequeña mano a modo de ejercicio.

-¿Cuánto te pagan por cada lección?

-Los hay que me pagan un rublo, otros cincuenta kopeks, y algunos treinta. Son todos muy buenos conmigo.

-Y qué, ¿progresan? -preguntó Kasatski, sonriendo levísimamente con los ojos.

Praskovia Mijáilovna, de momento, no creyó que él le hiciera en serio esta pregunta y lo miró interrogadora.

-También progresan. Hay una niña muy bien dotada, hija de un carnicero. Es una niña muy buena. Si yo fuera una mujer capaz, podría hallar una colocación para mi yerno aprovechando las relaciones de los padres de mis alumnos. Pero no he sabido hacerlo y ya ve en qué situación están ahora los míos.

-Sí, sí -dijo Kasatski inclinando la cabeza-. ¿Vas mucho a la iglesia, Páshenka? -interrogó.

-¡Ay, no me lo pregunte! Es tan difícil, me he abandonado tanto… Con los niños, ayuno y suelo ir; pero a veces paso meses enteros sin acercarme. Mando a los pequeños.

-¿Por qué no vas tú misma?

-A decir verdad -se sonrojó-, me da vergüenza ir rota a la iglesia, por mi hija y por mis nietecitos. No tengo vestido nuevo que ponerme. Además soy perezosa.

-¿Y en casa, rezas?

-Sí, rezo maquinalmente, pero ¿qué valor tiene ese rezo? Sé que no está bien hacerlo así, pero me falta el verdadero sentimiento. Uno no piensa más que en las pequeñeces de cada día…

-Sí, es cierto -musitó Kasatski, como si aprobara aquellas palabras.

-Ya voy, ya voy -exclamó ella respondiendo a una llamada del yerno, y salió de la habitación después de haberse ajustado la trenza en la cabeza.

Esta vez tardó en volver. Cuando regresó, Kasatski continuaba sentado en la misma posición, apoyados los codos sobre las rodillas y baja la cabeza; pero se había puesto ya la bolsa a la espalda.

Ella entró con un candil de hojalata, sin pantalla. Kasatski la miró con sus ojos magníficos y cansados y suspiró profundamente.

-No les he explicado quién es usted -comenzó a decir tímidamente-. Sólo les he dicho que es un peregrino de familia noble y que yo lo conocía. Vamos al comedor a tomar el té.

-No…

-Bueno, lo traeré aquí.

-No, no necesito nada. Que Dios no te deje de la mano, Páshenka. Me voy. Si tienes compasión de mí, no digas a nadie que me has visto. Por Dios redivivo te lo pido. Perdóname, por amor de Dios.

-Bendígame.

-Te bendecirá Dios. Perdóname, por amor de Jesucristo.

Quería irse, pero ella no lo dejó salir sin darle antes pan, unas rosquillas y mantequilla. Kasatski lo tomó y se fue.

La calle estaba oscura, y aún no había andado más de dos casas, cuando Páshenka lo perdió de vista y sólo pudo comprobar que Kasatski proseguía su camino al oír que el perro del arcipreste lo saludaba con sus ladridos.

«Ahora veo claro el significado de mi sueño. Páshenka es precisamente lo que yo tenía que ser y no fui. Yo vivía para los hombres con el pretexto de vivir para Dios. Ella vive para Dios imaginándose que vive para los hombres. Una buena palabra, un vaso de agua dado sin pensar en la recompensa, tiene más valor que todo cuanto he hecho yo para favorecer a la gente. Sin embargo, ¿no había un deseo sincero de servir a Dios?», se preguntaba, y la respuesta fue la siguiente:

«Sí, pero todo eso era impuro, se hallaba invadido por la enmarañada maleza de la fama mundana. No, no existe Dios para quien vive como vivía yo, pensando en alcanzar la gloria entre los hombres. Ahora lo buscaré.»

Y siguió, como antes de venir a casa de Páshenka, pidiendo de pueblo en pueblo un pedazo de pan y un albergue en nombre de Jesucristo, cruzándose con otros peregrinos, hombres y mujeres. A veces la dueña de alguna casa lo trataba con malos modos, o lo injuriaba algún mujik borracho, pero casi siempre le daban de comer y de beber y aun añadían algo para el camino. Su aspecto señorial le granjeaba la simpatía de algunas personas. Otras, en cambio, parecía que se alegraban de que un señor como él hubiera caído en la miseria. Pero su mansedumbre los vencía a todos.

Con frecuencia hallaba en las casas los libros del Evangelio y los leía en voz alta y entonces la gente lo escuchaba conmovida y se sorprendía de oírle como si les leyera algo nuevo y a la vez muy conocido.

Cuando podía ayudar a alguien con un consejo o con un saber, o cuando convencía a los que reñían para que hicieran las paces, no encontraba agradecimiento alguno, pues se iba antes de que pudieran manifestárselo. Y poco a poco Dios comenzó a hacérsele presente.

Un día iba de camino con dos ancianas y un antiguo soldado. Se encontraron con dos señores, un hombre y una mujer, que viajaban en coche tirado por un brioso animal, acompañados de otro varón y otra dama que montaban a caballo. Los que montaban a caballo eran el marido de la señora y la hija, mientras que en el coche iban la primera y un viajero que debía ser francés.

Al cruzarse con el pequeño grupo que iba a pie, estos señores lo hicieron parar. Querían mostrar a aquel señor, probablemente francés, les pèlerins4, gente que en vez de trabajar se pasa la vida caminando de un lugar a otro, siguiendo una tradición propia del pueblo ruso. Hablaban en francés, creyendo que no los entendían.

–Demandez-leur -dijo en francés –s´ils sont bien sûrs de ce que leur pèlerinage est agréable à Dieu.5

Se lo preguntaron. Las viejecitas respondieron:

-Dios dirá. A Él vamos. ¿Lo merecemos?

Preguntaron al viejo soldado. Respondió que era solo y que no tenía dónde meterse.

Preguntaron a Kasatski quién era.

-Un esclavo del Señor.

–Qu´est-ce qu´il dit? Il ne répond pas.6

–Il dit qu´il est un serviteur de Dieu.

–Cela doit être un fils de prêtre. Il a de la race. Avez-vous de la petite monnaie?

El francés tenía monedas y dio veinte kopeks a cada uno de los caminantes.

–Mais dites-leur que ce n´est pas pour des cierges que je leur donne, mais pour qu´ils se régalent de thé; té, té, -dijo sonriéndose-; pour vous, mon vieux7 -añadió dándole a Kasatski unas palmaditas en el hombro con su mano enguantada.

-Que Jesucristo nos salve -respondió este último sin ponerse el gorro e inclinando su cabeza calva.

A Kasatski este encuentro le dio particular alegría, porque despreció la opinión de la gente e hizo lo más sencillo e insignificante: tomó humildemente los veinte kopeks y los dio a un compañero suyo, a un mendigo ciego. Cuanta menos importancia tenía la opinión de los hombres, tanto más intensamente dejaba sentir su presencia Dios.

Así vivió Kasatski ocho meses. Al noveno, lo detuvieron en una ciudad de provincias, en un albergue donde pasaba la noche con otros peregrinos. Como no tenía documentos, lo llevaron a la comisaría. Cuando le preguntaron en el interrogatorio qué había hecho de los documentos y quién era, respondió que no tenía documentos y que él era un esclavo del Señor. Lo consideraron vagabundo, lo juzgaron y lo desterraron a Siberia.

En Siberia se estableció en los terrenos yermos de un rico propietario y ahora vive allí. Trabaja el huerto de un señor, enseña a sus hijos y visita a los enfermos.

FIN

León Tolstoi


Отец Сергий (Otéts Sérguiy), 1898
1. Elisa, mira a la derecha, es él.
2. ¿Dónde, dónde? Pues, no es tan hermoso
3. Praskovia es el nombre de pila; Páshenka, su diminutivo familiar.
4. Los peregrinos.
5. Pregúnteles si están firmemente convencidos de que su peregrinación es agradable a Dios.
6. ¿Qué ha dicho? No responde.
-Ha dicho que es un servidor de Dios.
-Debe ser el hijo de un sacerdote. Se le nota. ¿Tiene usted menudo?
7. Dígales que no se lo doy para velas, sino para que se agasajen con té… para ti, viejecito.
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