sábado, 28 de setembro de 2013

Idealismo


Falas de amor, e eu ouço tudo e calo!
O amor da Humanidade é uma mentira.
É. E é por isso que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.

O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!
Quando, se o amor quea Humanidade inspira
É o amor do sibarita e da hetaíra,
De Messalina e de Sardanapalo?!

Pois é mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado
-- Alavanca desviada do seu futuro --

E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!


- Augusto dos Anjos, in "Eu e outras poesias". 42ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

O Eichmann do Boa Vista



Dia destes fui assistir o filme “Hanna Arendt”, que entre outras coisas retrata o processo de escrita do livro “O julgamento de Eichmann em Jerusalém”. Filme bacana, mesmo para quem, como eu, não se sente lá muito convencido da teoria do Totalitarismo da filósofa alemã. Mas não se pode negar que a ideia da banalidade do mal é um viés explicativo interessante: para Arendt o funcionário da SS nazista Eichmann era um medíocre membro da engrenagem do mal, sem plena consciência do que fazia, era apenas uma pequena expressão da banalidade do mal.

É possível encontrar pequenos “Eichmanns” por ai. Dos seus lugares de poder, por mais diminutos que sejam, colocam toda sua medíocre capacidade com vigor e energia em favor das engrenagens do mal. É possível encontrá-los por ai no serviço público também. Negar um direito, enganar um cidadão, defender com unhas e dentes o chefe de turno, são as características da vez destes pequenos “Eichmanns”. Claro que nada como comandar a saída de vagões de judeus para a morte, porque a exigência do momento não é essa. Mas defender com orgulho a política de saúde do governo, na mesma toada em que informa ao paciente que a consulta com o especialista só vai ser marcada para dali a um ano, ou explicar as grandes ações do governo na educação, com a mesma desenvoltura e alegria com a qual nega uma vaga na creche para uma mãe.

Claro que não estou falando da maioria. A maioria trabalha em troca do seu salário, e sofre também com o funcionamento destas engrenagens que negam direitos aos cidadãos. Mas esta minoria não. Não consigo avançar muito em especulações sobre suas motivações, mas podem passar pela vontade de acender de posto, obter privilégios, se livrar do trabalho considerado por eles mais penoso, como o contato direto com a população, com os pacientes, com os alunos, não sei. Talvez a ideia de que estejam apenas cumprindo o seu dever, pois medíocres que são, não possuem capacidade de questionar, de levantar impeditivos éticos de qualquer natureza para a tarefa que lhes foi confiada.


Anos atrás topei com um pequeno “Eichmann” destes. Ontem a reencontrei. Lembro bem da convicção com que me explicava as maravilhas feitas pelo governo de plantão, enquanto negava um direito meu. Simples assim. Servil e convicta. Em outro tempo poderia estar fechando os ferrolhos dos vagões em uma estação de trem, certa de estar cumprindo o seu dever.

Pastores da Noite

“E, se não fôssemos nós, pontais ao crepúsculo, vagarosos caminhantes dos prados do luar, como iria a noite – suas estrelas acendidas, suas esgarçadas nuvens, seu manto de negrume – como iria ela, perdida e solitária, acertar os caminhos tortuosos dessa cidade de becos e ladeiras? Em cada ladeira um ebó, em cada esquina um mistério, em cada coração noturno grito de súplica, uma pena de amor, gosto de fome nas bocas de silêncio, e Exu solto na perigosa hora das encruzilhadas.”


- Jorge Amado

Farewell of Slavianka.

 

This is an inspiring song
Recalling the aggressor pressing the border
Soldiers leave their homes to the train
Setting off with this song to the front
Singing it to defend Moscow in 1941
Singing it to take Berlin in 1945
Russia firmly erect and unite as one
Even with decades of difficulties and hardship
(Chorus)
If one day
Enemy dare
For our motherland
Rise up and commit into this holy war!

The wheat fields rolling
Motherland is big step moving forward
Overcoming the hardship
Praising the hardworking
Defending the happiness and peace
Overcoming the hardship
Praising the working party
Defending the happiness and peace

(Chorus)

[Chinese Sub]
这是一首振奋人心的歌曲
忆起当年侵略者压过边境
们告别了家园 登上火
这首歌伴随他们出征
四一年唱着它保卫莫斯科
四五年唱着它进柏林
罗斯站起来 万众一心
多少年经风霜 历艰辛
(副歌)
假如有一天
敌人来侵犯
们为祖国
奋起投入神圣的战争!

田野麦浪滚滚
祖国大跨步向前进
战胜那灾难
赞美那劳动
卫住幸福与安宁
战胜那灾难
赞美那劳动
卫住幸福与安宁

(副歌)

[Russian Sub]
Этот марш не смолкал на перронах
когда враг заслонял горизонт.
С ним отцов наших в дымных вагонах
Поезда увозили на фронт.
Он Москву отстоял в сорок первом,
В сорок пятом шагал на Берлин,
Он солдатом прошел до Победы
По дорогам нелегких годин.
Припев:
И если в поход
Страна позовет
За край наш родной
Мы все пойдем в священный бой! (2 раза)
Шумят в полях хлеба.
Шагает Отчизна моя
К высотам счастья,
Сквозь все ненастья —
Дорогой мира и труда.
Припев:
И если в поход
Страна позовет
За край наш родной

Мы все пойдем в священный бой!

Прощание славянки - Proshchanye Slavyanki


Вальс юнкеров (Белый вальс) - Жанна Бичевская
Val's junkerov (Belyj val's) - Zhanna Bichevskaja

Вальс юнкеров, или белый вальс

Под громкое троекратное раскатистое "Ура!"
Присягу императору давали юнкера.
Каникулы весенние, в собраньях вечера.
Этот вальс вас убаюкивал, опьянял вас, юнкера.

Этот вальс, этот вальс, этот вальс,
Струится вощеный паркет.
Этот вальс, этот вальс, этот вальс,
В семнадцать мальчишеских лет.

Этот вальс, этот вальс, этот вальс,
Все было, как будто вчера,
Этот вальс не забыт, этот вальс помнит вас,
Юнкера, юнкера, юнкера.

А после под воем шрапнели мальчишки по Дону прошли.
Зашитые в полы шинели частицы российской земли.
В бензиновом асфальтовом, в парижском ряду
Этот вальс вас успокаивал, отводил от вас беду.

Этот вальс, этот вальс, этот вальс,
Наивный, как весна,
Этот вальс, этот вальс, этот вальс,
Тогда юнкерам не до сна.

Этот вальс, этот вальс, этот вальс,
Струится вощеный паркет.
Этот вальс не забыт, этот вальс помнит вас,
В семнадцать мальчишеских лет.

Этот вальс, этот вальс, этот вальс,
Оркестра военного медь.
Этот вальс, этот вальс, этот вальс,
До сих пор продолжает звенеть.

Этот вальс, этот вальс, этот вальс,
Все было,как будто вчера.
Этот вальс не забыт, этот вальс помнит вас,

Юнкера, юнкера, юнкера.
Sólo quien ama vuela. Pero, ¿quién ama tanto
que sea como el pájaro más leve y fugitivo?
Hundiendo va este odio reinante todo cuanto
quisiera remontarse directamente vivo.

MIGUEL HERNANDEZ