quinta-feira, 29 de maio de 2014

PLATERO E EU

«PLATERO E EU», poema/prosa de Juan Ramón Jiménez

[COMO «O PRINCIPEZINHO» e «O VELHO E O MAR», ESTE LIVRO TAMBÉM É PARA MIM, UMA PEQUENA JÓIA DA LITERATURA]

EXCERTO

Platero é pequeno, peludo, suave; tão macio, que dir-se-ia todo de algodão, que não tem ossos. Só os espelhos de azeviche dos seus olhos são duros como dois escaravelhos de cristal negro. Deixo-o solto, e vai para o prado, e acaricia levemente com o focinho, mal as roçando, as florinhas róseas, azuis-celestes e amarelas... Chamo-o docemente: «Platero», e ele vem até mim com um trote curto e alegre que parece rir em não sei que guizalhar ideal...Come o que lhe dou. Gosta das tangerinas, das uvas moscatéis, todas de âmbar, dos figos roxos, com sua cristalina gotita de mel...E terno e mimoso como um menino, como uma menina...; mas forte e seco como de pedra. Quando nele passo, aos domingos, pelas últimas ruelas da aldeia, os camponeses, vestidos de lavado e vagarosos, param a olhá-lo:— Tem aço...Tem aço. Aço e prata de luar, ao mesmo tempo."
“A lua vem connosco, redonda, enorme, pura. Nos prados sonolentos vêem-se, vagamente, não sei que cabras negras, entre os silvados… Alguém se esconde, discreto, ao passarmos… Sobre o vale, uma imensa amendoeira, nívea de flor e de luar, confundida a copa com uma nuvem branca, cobiça o caminho asseteado de estrelas de Março… Um odor penetrante de laranjas… Humidade e silêncio… A azinhaga das Bruxas…
- Platero, que… frio!
Platero, não sei se com o seu medo ou com o meu, trota, entra no regato, pisa a lua e fá-la em pedaços. É como se um enxame de rosas de cristal enlaçasse, querendo retê-lo, o seu trote…E Platero trota, encosta a cima, a garupa encolhida como se alguém o perseguisse, sentindo já a tepidez suave da aldeia que se avizinha…”
Juan Ramón Jiménez Mantecón (Moguer, 23 de Dezembro de 1881 — San Juan, 29 de Maio de 1958) poeta. Recebeu o Nobel de Literatura em 1956.

"Para mim, o importante na poesia é a qualidade da eternidade que um poema poderá deixar em quem o lê sem a ideia de tempo".

Marisa  Soveral 

John Fitzgerald Kennedy

John Fitzgerald Kennedy (Brookline, 29 de Maio de 1917 — Dallas, 22 de Novembro de 1963), 35° presidente dos Estados Unidos (1961–1963), é considerado uma das grandes personalidades do século XX.
Eleito em 1960, Kennedy tornou-se o segundo mais jovem presidente do seu país, depois de Theodore Roosevelt. Foi presidente de 1961 até ao seu assassinato em 1963. Durante o seu governo houve a Invasão da Baía dos Porcos, a Crise dos mísseis de Cuba, a construção do Muro de Berlim, o início da Corrida espacial, a consolidação do Movimento dos Direitos Civis nos Estados Unidos e os primeiros eventos da Guerra do Vietname.
O presidente Kennedy morreu assassinado em Dallas, Texas. O ex-fuzileiro naval Lee Harvey Oswald foi preso e acusado do assassinato, mas foi morto dois dias depois, por Jack Ruby e por isso não foi julgado. A Comissão Warren concluiu que Oswald agiu sozinho no assassinato. No entanto, o Comité da Câmara sobre Assassinatos descobriu em 1979, que talvez tenha havido uma conspiração em torno do acontecido. Este tópico foi debatido e há muitas teorias sobre o acontecimento.

Muitos viram em Kennedy um ícone das esperanças e aspirações americanas, e em algumas pesquisas no país ele ainda é valorizado como um dos melhores presidentes da história da nação.

John F. Kennedy

29 de mayo de 1917
Nacimiento de John F. Kennedy
Casado con Jacqueline Bouvier, el matrimonio Kennedy se convirtió en un referente mediático de comienzos de los años sesenta

Tal día como hoy del año 1917 nació en Brookline (Massachusetts) quien habría de convertirse en un mito de la política estadounidense, John Fitzgerald Kennedy. Congresista y senador por el partido Demócrata, John F. Kennedy se convirtió en 1960 en el presidente más joven de Estados Unidos y el primero en ser católico. Político de gran carisma, supo conjugar a la perfección la toma de decisiones con la proyección mediática de su figura como presidente. Su corto mandato estuvo marcado en el ámbito internacional por la Guerra Fría (con episodios como la Crisis de los Misiles de Cuba de 1962) y en el doméstico por el desarrollo de los derechos civiles. El 22 de noviembre de 1963, mientras recorría las calles de Dallas en un coche descubierto con su esposa, fue abatido por varios disparos. Su asesinato continua siendo hoy objeto de todo tipo de conjeturas.

O Anti-Lázaro


(Nicanor Parra)

Morto não se levante dessa tumba
o que você ganharia ressuscitando?
seria uma façanha
e depois
a rotina de sempre
não lhe convém velho não lhe convém
o orgulho o sangue a avareza
a tirania do desejo sexual
as dores causadas pela mulher
o enigma do tempo
as arbitrariedades do espaço
pense bem morto pense bem
já esqueceu como eram as coisas?
ao menor empecilho você explodia
em xingamentos a torto e a direito
tudo lhe incomodava
você já não aturava
nem a própria sombra por companhia
memória fraca velho memória fraca!
seu coração era um monte de escombros
– estou citando seus próprios escritos –
e não restava nada de sua alma
para que voltar então ao inferno de Dante?
para reprisar toda a comédia?
que divina comédia que nada
fogos de artifício – miragens
isca para ratos gulosos
isso sim seria um disparate
felicidade é isso cadáver felicidade é isso
em seu sepulcro não falta nada
e você pode rir dos peixes coloridos
alô – alô está me ouvindo?
quem não preferiria
o amor da terra
às carícias de uma triste prostituta
ninguém de posse dos 5 sentidos
salvo tenha pacto com o diabo
dorme aí homem dorme aí
sem os aguilhões da dúvida
amo e senhor de seu próprio ataúde
na quietude da noite perfeita
livre da rosa e do espinho
como se nunca tivesse estado desperto
não ressuscite por motivo algum
não tem por que ficar nervoso
como disse o poeta
você tem toda a morte pela frente



Sunrise


On the dark-blue sky
The dawn burst red.
In golden glow, spry
Sun rose from its bed.
When sun-light came back,
By the sky reflected,
It met on its track,
New rays just projected.
And when bright-gold, blended rays
Spilled, suddenly lighting earth’s face,
The blue hue of a new day
Spread around the sky’s surface.


Sergei Yesenin (1895 - 1925)

1453: Constantinopla é tomada pelos turcos


No dia 29 de maio de 1453, as tropas do sultão Mehmed, o Conquistador, tomaram Constantinopla. Ele pretendia transformar a cidade na capital de um império otomano. Mehmed rebatizou o antigo centro da cristandade ortodoxa para Istambul. O cristianismo não foi proibido, mas a religião oficial passou a ser o islamismo.
No ano 395, o império romano se dividiu e sua parte oriental tornou-se o centro do poder. A capital era Bizâncio, um centro comercial da Antiguidade localizado no estreito de Bósforo, que foi rebatizada posteriormente como Constantinopla pelo imperador Constantino, o Grande. O círculo cultural do império bizantino era greco-romano e a religião era a cristã por imposição do imperador, convertido ao cristianismo. Isso durou mais de um milênio. Até que, em 1453, tribos turcas das estepes da Ásia Menor tomaram a cidade.
Paz enganadora
"Os osmanlis eram inicialmente bastante pacíficos e não chamaram a atenção dos bizantinos. Segundo mostram as pesquisas mais recentes, os osmanlis eram até muito úteis aos bizantinos, pois se dedicavam à pecuária e contribuíam para o abastecimento de Constantinopla", conta o professor Peter Schreiner, especialista da Universidade de Colônia.

A paz temporária era enganadora. Para uma cidade medieval, Constantinopla era gigantesca, chegando a ter 300 mil habitantes. Mas a megalópole enfraqueceu-se ao longo dos séculos e sua população caiu para apenas 30 mil habitantes. O império começava a se esfacelar.
Segundo Schreiner, "essas fragilidades foram consequência da tomada de Constantinopla pelos cruzados em 1204: o império bizantino se desfez em inúmeros pequenos impérios, cuja fraqueza militar foi notada pelos osmanlis".

Em 1453, o sultão Mehmed 2° invadiu Constantinopla. Ele sonhava com um império otomano mundial e Constantinopla deveria ser sua capital. Mehmed logrou executar duas ações surpreendentes. Em primeiro lugar, mandou fundir um novo tipo de canhão, os maiores do mundo na época. Com eles, a muralha da cidade foi destruída.

Depois, postou 70 navios de guerra diante do porto. Numa ação noturna, suas tropas levaram os navios do mar para o porto através de uma estreita faixa de terra. O imperador Constantino, descendente do lendário primeiro imperador cristão, viu então sua cidade cair nas mãos dos turcos.
Kritobulos de Imbros descreveu a reação do imperador: "Quando viu que os inimigos o acuavam e entravam gloriosamente na cidade, através das brechas na muralha, ele teria dito suas últimas palavras: 'A cidade está sendo conquistada e eu ainda vivo?' E pulou no meio dos inimigos, sendo massacrado".
Islamismo torna-se religião oficial
Das metrópoles europeias da época – Roma, Veneza e Gênova – não veio qualquer ajuda. Elas estavam inteiramente concentradas em suas próprias querelas, e há muito temp o império bizantino tinha deixado de ser interessante. O sultão Mehmed rebatizou o antigo centro dos cristãos ortodoxos: o que inicialmente era Bizâncio, depois Constantinopla, passou a se chamar Istambul.
A religião cristã não foi proibida, mas o islamismo tornou-se a religião oficial. Logo, os símbolos cristãos nas igrejas foram substituídos por símbolos islâmicos. E é nas igrejas que se pode, ainda hoje, buscar os resquícios daquela época.
Peter Schreiner afirma: "É na Hagia Sophia que se pode encontrar a maioria desses resquícios, pois foi a primeira a ser transformada em mesquita, logo depois da conquista pelos turcos. Nessa igreja existe ainda grande parte da ornamentação da época bizantina" .
O império otomano teve um apogeu que durou um século. E depois, durante cem anos, ele esfacelou-se paulatinamente. Com a Primeira Guerra Mundial, deixou de existir. Foi criada a moderna República da Turquia. O que permaneceu foi sua capital, cuja história registra os três nomes: Bizâncio, Constantinopla, Istambul.

Autoria Catrin Möderler (am)


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Gustavo Caso Rosendi

El verano estaba directamente relacionado
con aquellas mitocondrias.
¿Pero alguien sabía, realmente,
qué cosa era una mitocondria?.
Una verdadera mitocondria,
que se precie de tal, debería
contribuir en la energía,
en la felicidad de las personas.
¿Sería esa la verdadera causa
por la que corríamos sobre
aquel sendero que nos llevaba
a trepar los nísperos?.
Aquellos frutos, se parecían a la tarde.
Y nosotros, comiéndolos,
aprendíamos que otro sabor
existía en el mundo.
Algo indefinible. Algo que se iba.
Y de ninguna manera

podíamos alcanzar.

Quien se queda mucho consigo mismo, se envilece.
Las alturas guían, pero en las alturas.
Han dejado de engañarte, no de quererte. Y te parece que han dejado de quererte.
El mal no lo hacen todos, pero acusa a todos.
Una cosa, hasta no ser toda, es ruido, y toda, es silencio.
Las quimeras vienen solas y se van acompañadas.
El hombre, cuando sabe que es una cosa cómica, no ríe.
Te quiero como eres, pero no me digas cómo eres.
Hay sueños que necesitan reposo.
La confesión de uno humilla a todos.
Cerca de mí no hay más que lejanías.
De lo que tomo, tomo de más o de menos, no tomo lo justo. Lo justo no me sirve.
Cuando no se quiere lo imposible, no se quiere.
Convénceme, pero sin convicciones. Las convicciones ya no me convencen más.
El hombre quisiera ser un dios, sin la cruz.
Tanto universo, tanto universo para hacer funcionar un cerebro, un pobre cerebro.
Donde todos se lamentan, no se oyen lamentos.

Antonio Porchia (Conflenti, Catanzaro, Calabria, 1885- Vicente López, Buenos Aires, 1968), Antonio Porchia, Material de Lectura, Universidad Nacional Autónoma de México, México DF, 1988.


fonte :Antonio Arroyo Silva
Gustavo Caso Rosendi

Uno se lanza a escribir como si se tirara a un río.
Sólo basta una palabra para que el naufragio nos lleve al remolino.
Pero no se trata de saber nadar, sino, de saberse ahogado.

El último manotón es lo que cuenta.
Gustavo Caso Rosendi

Y llegará el día, hijo, en el que pronuncies
nuestros nombres como un bautismo de fuego.
Porque la Justicia irá creciendo desde esta panza;
se pondrá grande, alcanzará nuestra edad, y hasta la sobrepasará. Nombrará a cada víctima junto a su correspondiente asesino.
Estaremos ahí, hijo. Tu voz será más poderosa que una patada en una puerta, que un fusil, una capucha, una picana. Porque nos hemos amado para eso.
Nos hemos armado de vos.

(Para el querido poeta Julián Axat)
Gustavo Caso Rosendi

Llego a la casa. Estás en el suelo.
Te levanto, mientras recuerdo
la vieja película de Samson. Té con leche
y galletitas Lincoln. Era una tarde
lluviosa. Lucías, Lucía, un vestido floreado.
Tus uñas estaban pintadas con el tono
predominante de esas flores. ¿Rosas
chinas? ¿Anaranjadas, quizá?.
Te siento, te pongo un abrigo. Te paro;
se hace tarde. Caminamos con dificultad
de siameses en dirección al auto. Abro
la puerta y te siento. Quisiera tener
el pelo larguísimo, como antes.
Arrancamos. Recuerdo cuando
me cortabas el pelo
y yo lloraba, rabioso. Llegamos.
Alguien nos alcanza una silla de ruedas.
Te levanto y te siento. Te siento.
Esperamos. Nos atienden. Hay que seguir
ese pasillo y tomar el ascensor -sIempre
hay que seguir-.
Te levanto y te acuesto en una camilla
para los rayos x. Me acuerdo de ese
Superman entrado en quilos, al mediodía,
antes de la escuela. La máquina se mueve
y hace extraños sonidos. Vuelvo a levantarte.
Y a sentarte. Tus milanesas fueron
y serán, únicas. Iba a decirte esto,
pero callo. Una fractura. Tenés una fractura
en algún lugar, parece. No necesita
operación. Se cura sola, dijo el traumatólogo.
Pero yo no sé. Hace ya mucho tiempo que no sé.
Salimos. Te levanto y te siento.
Vuelvo a hacer lo mismo cuando, por fin,
llegamos a esa casa que era
nuestro hogar. Te beso y me voy.
Cuando tomo el camino Centenario,
acelero hasta 120 Km/h. Me acuerdo
de Meteoro y su bólido blanco;
me acuerdo del Toddy, que según vos,
me provocaba alergia. Un ojo rojo
me detiene. Miro los álamos
al costado del camino.
Un tren pasa detrás,

aullando como un viejo lobo.
"O face a face obriga a te confrontar com a diferença. Administrá-la com os sentimentos, elaborá-la. Um efeito colateral dessa dissociação é que se perdeu a vontade do trabalho 'bem feito' também nas relações. Perdemos a capacidade de nos relacionarmos com esmero." - Zygmunt Bauman