sábado, 24 de novembro de 2018


Na primeira fase da campanha eleitoral, o Paulo Guedes disse que privatizaria todas as estatais. Logo em seguida, depois das pesquisas apontarem que a defesa das privatizações não agradava a maioria do eleitorado, o Bolsonaro foi à publico desmentir e dizer que não privatizaria empresas públicas como o BB e a Caixa, por serem estratégicas. Foi o bastante para uma parte significativa dos funcionários destes bancos, contaminados pelo antipetismo, se alvoroçassem para defender o candidato do PSL. Nas redes sociais, as matérias publicadas pelos sindicatos alertando sobre o plano do Bolsonaro para o BB e a Caixa foram hostilizadas por empregados eleitores do Bolsonaro, que diziam: "mentira, ele não vai privatizar, já afirmou isso". Tolos. Agora, antes mesmo da posse, a verdade vem à tona: "A orientação é eficiência, enxugamento e privatizar o que for possível", disse o Rubem Novaes, futuro presidente do BB, após reunião com a equipe de transição. "Privatizar o que for possível" significa, na prática, vender o "filé mignon" das empresas. Esse é o plano das corporações que atuaram nos bastidores e agora assumirão o comando do futuro governo. Inclusive, será uma continuidade do governo Temer, como os acordos e nomeações deixam evidente. O Bolsonaro? Continuará sendo a caricatura para animar uma plateia de patetas. Os funcionários do BB e da Caixa? Serão tão descartáveis quanto os de todas as empresas privatizadas. Nós avisamos. Agora, espero que entendam o que está no horizonte e se posicionem corretamente ao lado dos sindicatos na defesa dos bancos, porque, do contrário, continuarão como coveiros de seu próprio futuro.


Do André Machado