terça-feira, 31 de outubro de 2017


Lembrei-me da  afirmação  com que Aristóteles inicia a sua Metafísica: “Todos os homens têm, por natureza, um desejo de conhecer: uma prova disso é o prazer das sensações, pois, fora até de sua utilidade, elas nos agradam por si mesmas e, mais que todas as outras, as visuais...”.

Acho que Aristóteles errou. Isso não é a verdade dos adultos. Os adultos já foram deformados. Acho que ele estaria mais próximo da verdade se tivesse dito: “Todos os homens, enquanto crianças, têm, por natureza, desejo de conhecer...”.

Para as crianças o mundo é um vasto parque de diversões. As coisas são fascinantes, provocações ao olhar. Cada coisa é um convite.

Aí a Dinéia sumiu. Pensei que ela tivesse voltado para a mãe. Engano. Alguns minutos depois ela voltou. Estivera examinando uma coleção de livros. “Sabe aqueles livros, todos de capa parecida? Os
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três primeiros livros estão de cabeça para baixo.” Retruquei: “Pois
ponha os livros de cabeça para cima!”.

Ela saiu e logo depois voltou. “Já pus os livros de cabeça para cima.” E acrescentou: “Sabe de uma coisa? O livro com o número 38 está fora do lugar”. Aí aconteceu comigo: fui eu quem ficou estupi- dificado... Ela, que não sabia escrever, já sabia os números. E sabia mais, que os números indicam uma ordem.

Fiquei a imaginar o que vai acontecer com a Dinéia quando, na escola, os seus olhinhos curiosos forem subtraídos do fascí- nio das coisas do mundo que a cerca, e forem obrigados a seguir aquilo a que os programas obrigam. Será possível aprender sem que os olhos estejam fascinados pelo objeto misterioso que os desafia?
Pois sabe de uma coisa? Acho que vou fazer com a Dinéia aquilo

que Joseph Knecht tinha vontade de fazer...

Teresa Oliveira 
Todo conhecimento começa com o sonho.
O sonho nada mais é que a aventura pelo mar desconhecido, em busca da terra sonhada. Mas sonhar é coisa que não se ensina, brota das profundezas do corpo, como a alegria brota das profundezas da terra. Como mestre só posso então lhe dizer uma coisa. Contem-me os seus sonhos para que sonhemos juntos.

Rubem Alves


Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.



Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.


Rubem Alves

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Na grande sala de renovação de passaportes da polícia federal de Curitiba com a TV no programa de Ana Maria Brega, Rede Globo !

Na grande sala de renovação de passaportes da polícia federal de Curitiba com a TV no programa de Ana Maria Brega, Rede Globo ! Parece ser a emissora privada e oficiosa de algumas mentalidades por lá. Mais do que nunca precisamos de boas TVs e emissoras públicas, educativas, comunitárias e universitárias para enfrentarmos a atual barbárie e ignorância. A hegemonia das mídias dominantes sempre foi construída, garantida e assegurada por interesses e privilégios privatistas de dentro do Estado. Se retirassem essas grandes vantagens estatais esses conglomerados poderosos de mídias bilionárias voltariam a ter um papel mais plural, simples, moderado e modesto, como nas sociedade democráticas e modernas.


RCO
Tensão Pré-Eleitoral (TPE). Se forem Lula e Bolsonaro para o segundo turno em 2018, o que você acha que os tucanos de hoje em dia iriam fazer, excluindo a possibilidade do muro, ou seja, voto nulo, que seria uma posição quase suicida para a legenda? Digo "tucanos de hoje em dia" porque nos tempos do Covas essa pergunta sequer faria sentido. Complicado dilema para uma sigla cuja principal aposta para ganhar as eleições em 2018 parece consistir em torcer para que a Vaza Jato elimine todos os concorrentes e declare o Geraldo vencedor por W.O....

Sérgio Braga
O ex-presidente da Calatunya, equivalente a governador de Estado aqui, Carles Puigdemont, vai ter que se refugiar em Bruxelas. Isso pq ele tomou uma medida populista de propor e levar adiante uma medida inconstitucional de separar da Espanha a região autônoma que ele governa. Com seu discurso populista e inconsequente seu governo levou a Catalunya a uma divisão social sem antecedentes (ela sempre foi distante do resto da Espanha, agora está dividida internamente) e a prejuízos econômicos gigantescos com a transferência de sedes de empresas que estavam em Barcelona para outras regiões espanholas. Dois bancos sediados lá também apresentaram grandes perdas na bolsa de valores nas últimas semanas. A população percebeu o beco sem saída a que foi levada, teve maturidade para reconhecer o erro e voltar atrás. Enfim, político inconsequente, que propõe a divisão do país, acaba sofrendo as consequências devidas por lá. Isso, desde que as instituições funcionem de verdade. Agora, quando as instituições estão a serviço de interesses outros, discursos faccionistas, inconsequentes, de caça às bruxas e exagerados levam não apenas à cisão social, como ao aprofundamento da crise econômica. Espero que em algum momento a gente comece a responsabilizar os puigdemonts brasileiros da nossa história recente, viu.

Emerson Urizzi Cervi
Das duas uma: essa tal "independência da Catalunha" ou foi coisa de Napoleão de Hospício, ou uma "trap" para encurralar o Podemos, que felizmente não parece ter caido na arapuca e se conduziu relativamente bem durante o processo. Tudo indica que foi a primeira opção. De qualquer forma, o governo capenga e impopular do Rajoy saiu fortalecido dessa batalha de Itararé. O velho Brizola já advertia contra os porra-loucas de todos os matizes que gostam de fortalecer os conservadores e legitimar suas políticas. Eles sempre aparecerão como cogumelos após a chuva e não só no Facebook...

Sérgio Braga
Que país precisa de Goebbels ou de um governo como o da Coreia do Norte para fazer propaganda, se tem um emissora com cem milhões de espectadores, muito mais eficiente, soft, moderna e travestida de plural, equilibrada e representante da verdade e da racionalidade?
Assistam à reportagem do Fantástico sobre a Revolução Russa para entenderem de forma ainda mais precisa o que escrevo. É didática.
A doutrinação das democracias liberais ocidentais é muito, mas muito, mais poderosa do que a de qualquer outro modelo de propaganda e de controle autocrático da História. Tão poderosa que aceita publicações como esta, porque as considera necessárias para seus planos e inócuas no nível estrutural, incapazes de fazer frente à sua máquina de construção do mundo. Ou seja, ao contestar, eu só alimento a máquina de propaganda pós-moderna.
O Brasil se constrói como periferia ralé do liberalismo global mas, precisamos reconhecer, para manter-se nesta condição e não ameaçar ninguém, desenvolveu uma das mais impressionantes máquinas de propaganda, de distorção da realidade e de produção de idiotas de todos os tempos, um dia a História reconhecerá."

Leonardo Valente


Capitalismo cartorial para principiantes. Eis aí um exemplo de como as corporações de ofício, cartéis e os capitalistas brasileiros são predatórios; não diria burros porque afinal estão ganhando algo. Antes do UBER e outros aplicativos, praticamente não se gastava com Taxi aqui em casa. Agora, já é um dos principais itens de despesa do cartão. Ou seja: diminui-se o preço e a margem de lucro, mas os gastos (e lucros) brutos aumentam devido ao aumento da demanda. Por que será que as praças de pedágio e outras empresas, para não falar nos sofridos bancos, não fazem o mesmo? Eis aí um assunto relevante a ser estudado pelo economistas...


Sérgio Braga

sábado, 28 de outubro de 2017

Ao ser amigo, eu deixo de ser singular, tenho regras, mesmo que implícitas, de conduta, de comportamento, de afeto. Amizades fazem com que as pessoas consigam administrar um tipo de vida, ter projetos como indivíduo, atuar e cumprir seu destino na sociedade.

Mauro Koury
Professor da UFPb, antropólogo, coordenador do Grem.
"O maior roubo da história do Brasil aconteceu hoje [ontem]; não vai ter destaque na mídia, são mais de 800 bilhões. 75% desse dinheiro iria para a educação e 25% para a saúde mas a lei de autoria de José Serra, votada após o golpe mudou o regime de partilha para um leilão. E o Brasil vendeu tudo por quase 200 vezes menos que o preço de mercado.
Ah, também foi aprovada uma MP que isenta de impostos as petroleiras que compraram, e a Petrobras vai emprestar a tecnologia que desenvolveu para a retirada do petróleo.
Isso mesmo: nós entregamos tudo por menos de 1% do valor de mercado, isentamos de imposto e ainda damos a tecnologia para extração.
Quer mais? Pois tem, o BNDES vai emprestar dinheiro caso as petroleiras precisem. Um total de mais de 20 bilhões. Isso mesmo, nós vendemos por 6 e damos 20 a eles.
Mas o problema são os recibos do Lula, né bolsominions retardados mentais, paneleiros e coxinhas?"

Thiago dos Reis
Tudo indica que o Ministro Luis Roberto Barroso é a estrela ascendente do STF neste momento. A sua posição em relação à corrupção começa a ter influência na corte. Ainda assim, acho que o bate boca de ontem é revelador de mais coisas. Em primeiro lugar, do fato do STF ser uma corte sem nenhuma forma de controle externo. As disputas ou mesmos os crimes se pensarmos as comunicações entre Gilmar Mendes e Aécio Neves ficam restritas a um bate boca entre ministros e não tem nenhuma solução institucional. Como fica bastante claro do entrevero, o judiciário só discute os crimes do sistema político, mas é amplamente leniente em relação aos seus próprios delitos.

Leonardo Avrizer
"Historiadores (ou psicanalistas?) algum dia explicarão um país em que os que não têm como pagar por serviços privados apoiam a destruição dos serviços públicos."

Mario Madureira

O judiciário brasileiro é um dos principais responsáveis pelo atraso nacional, pela crise política e pelo golpe de 2016

. Além dos graves problemas do executivo e do legislativo, como o familismo, a corrupção e os interesses privados, o corporativismo no judiciário é o pior dos três poderes. Hoje mesmo observamos o STF, pelo ministro Lewandowski, rejeitar investigações no documentado esquema da JBS para compra de decisões no STJ por meio da advogada Renata Araújo, filha da desembargadora Maria do Carmo Cardoso. Também hoje mais uma turma do STJ rejeitou mais um pedido de suspeição do juiz Moro feito pela defesa de Lula, mesmo depois de inúmeras provas, evidências, declarações, fotografias e interceptações telefônicas completamente ilegais e reveladoras, o que desmoraliza ainda mais o judiciário, o legislativo e o executivo golpistas, sempre protegendo os mais corruptos e réus confessos, como Temer, Aécio e seus familiares e cúmplices menores na caricata República de Bananas que se tornou o Brasil com esse bloco golpista no poder. Não existe nem a propalada autonomia do direito burguês e nem do judiciário do Estado burguês nessa conjuntura explicitamente golpista. A sociologia crítica explica os flagrantes esbulhos e isenções porque boa parte dos juízes pertence à mesma classe alta, a mesma elite hereditária da classe dominante tradicional, os portadores de foros especiais, privilegiados e inimputáveis pelo sistema deles. Somente ingênuos, desinformados e ideologicamente engambelados pensavam que um juiz seria um herói republicano, um justiceiro meritocrático vindo e defendendo uma classe média que nunca foi. Boa parte dos magistrados e ministros do judiciário representam os interesses da classe alta, servem uma justiça seletiva, corporativa e politicamente dirigida aos interesses de sua própria classe dominante e de suas agendas políticas extorsivas. Tal como na análise de outros componentes da elite brasileira, a hereditariedade é muito importante para o núcleo duro do judiciário brasileiro, boa parte filhos e netos das altas burocracias estatais e privadas, gente sempre no poder, com altos rendimentos e acostumados às mordomias e aos privilégios nababescos dos que sempre viveram há gerações, nas bolhas de privilégios estatais e privados dos poderes estabelecidos do status quo dominante.
RCO


Partidos políticos de direita no Brasil quase sempre morrem depois de "grandes vitórias" impopulares desgraçando a Nação



Partidos políticos de direita no Brasil quase sempre morrem depois de "grandes vitórias" impopulares desgraçando a Nação. A UDN acabou com a "vitória" de 1964. A ARENA começou a terminar depois do pacote de abril de 77 e da "vitória" de 78. O PDS começou a morrer depois da "vitória" contra a emenda Dante de Oliveira-Diretas Já em 84. Neste ano de 17 as "vitórias" de Temer e de seus desgraçados apoiadores acarretarão a morte, ou substantivas mudanças do PMDB, PSDB e DEM, que podem já ir procurando outros nomes, outras legendas, outras siglas, para tentarem mais uma vez fugirem dos eleitores profundamente indignados com mais esse golpe contra a vontade democrática da grande maioria. A direita vai ter que se reciclar no pós-Temer, tal como tentou se reciclar no pós-FHC, pós-Collor, pós-Sarney, pós-Figueiredo. Já a sigla do PT está hoje muito mais forte do que esteve em qualquer momento do Governo Dilma. Mais um golpe de direita fracassado miseravelmente no Brasil, que sina nós temos !
RCO
Ao fim desta frase,
começa a chover
Pela margem da chuva
um barco.

Derek Wallcot
Vejo muito aqui no Paraná e se aplica aos outros estados. Um empresário muito rico, do interior e de origem imigrante, com um patrimônio de 500 milhões, um novo rico na classe alta-alta, é ideologicamente menos perigoso, venenoso e arcaico para a modernização do que 50 altos burocratas da capital, com patrimônios de 10 milhões, com redes sociais, culturais e políticas de muitas gerações bem instaladas na classe alta-baixa no mesmo Estado. Um capitalista dinâmico, arrojado, da nova burguesia, explorador dos baixos salários de seus funcionários e predador de matérias primas, amanhã poderá não estar mais exatamente lá com as flutuações e instabilidades do mercado. O grande rico emergente não terá o peso da inércia e da continuidade institucional dos pequenos ricos, herdeiros do velho estamento, como no caso de um Desembargador casado com a filha de um Almirante, descendentes do velho senhoriato escravista e com mentalidades reacionárias. Conhecemos mais no Brasil os nomes, atividades e papéis sociais dos 100.000 mais ricos, a elite da elite do dinheiro, os donos do grande capital, do que os 2 milhões de menos ricos logo abaixo, a elite operacional e executiva do sistema desigual. Um dos segmentos menos estudados na estrutura social brasileira é a classe alta-baixa, isso mesmo, o segmento quantitativamente significante e qualitativamente reprodutor do sistema social, a camada gestora assalariada com altas remunerações e heranças da classe dominante tradicional. O que também acontece frequentemente são os emergentes, na economia ou na política, ou seus familiares casarem com a velha ordem e reproduzirem as velhas estruturas. Precisamos é de mais pesquisas empíricas sempre difíceis de serem obtidas.


RCO

A universidade brasileira como o microcosmo nacional da apatia, prostração e desinteresse político na oposição aos golpistas.


A universidade brasileira como o microcosmo nacional da apatia, prostração e desinteresse político na oposição aos golpistas. Quando um editorial reacionário de um jornal oligárquico-familiar afirma que temer está “forte” e só existe oposição virtual nas redes sociais e nos partidos de oposição, trata-se de leitura superficial, tendenciosa, momentânea e conjuntural causada pela direção dos grupos políticos oposicionistas ao PT entre 2003-2015. Precisamos entender o ano político nas universidades. O reitor da UFSC se suicidou e o ex-reitor da UFPR só não foi perseguido pelo sistema judicial e pela polícia federal, em outro escândalo interno, porque era de uma família de direita empresarial, mas a realidade profunda está em movimento nas correntezas não percebidas nas superfícies. Em primeiro lugar a fraqueza, fragilidade e esvaziamento do ANDES-CONLUTAS, com grandes divisões e a fragmentação da extrema esquerda rumo ao Partido do Só Tem Um (PSTU), rachas dos rachas. Durante treze anos fizeram oposição implacável de terra arrasada contra os governos populares do PT, da mesma maneira que um Aécio Neves, quando perdeu a eleição junto com os DEM, PSDB e a direita golpista, hoje instalada autoritariamente no ministério da educação que não lhes pertence. Pouco se importavam que o ciclo de Lula e do PT fossem os melhores anos da história da universidade pública, com aumentos de recursos, investimentos, ganhos salariais, progressões de carreira, ampliações, criações de IFES, UFs, IFETs, ingressos de novas camadas populares no ensino superior. Críticas sempre são necessárias, mas jamais uma “santa aliança” entre os grupelhos de extrema esquerda, pequenos, com uma grande base social conservadora, elitizada e de direita na comunidade universitária, que possuíam apenas a palavra de ordem – Delenda PT e com mais ódio ainda contra a primeira mulher Presidenta - Delenda Dilma. Esta “santa aliança” de PT-haters reunia desde trotsquistas, ultra-esquerdistas, monarquistas, tucanos, extremistas de direita, fascistas, viúvas da ditadura militar, MBAs, capitalistas, neoliberais e outros elementos antissociais, todos contra quem mais fazia historicamente pela universidade brasileira no legado de Lula. Neste caldo de cultura política, hoje já superado e muito dividido, brotou o atual imobilismo, descaso e apatia na luta contra os golpistas de 2016. Isto vai mudar com um novo pensamento crítico e com novas forças sociais a partir do ano que vem de 2018 porque Lula, o PT e grupos de esquerda ativos estão mais fortes e vivos do que nunca nas intenções de votos populares.

Concluindo a reflexão sobre o marasmo nas universidades . Hoje é o Dia do Servidor Público. Quem realmente perdeu no golpe? Ouvi muitos professores e alguns dirigentes do ANDES-CONLUTAS e muitos técnicos da FASUBRA-CONLUTAS (leões valentes contra Dilma e cordeirinhos mansos contra o golpista Temer) com o mesmo diagnóstico de desarranjo político-ideológico, declaravam que pouco se importavam, tanto fazia, que Temer era igual e mesmo seria menos pior do que Dilma porque estavam cansados de perderem eleições presidenciais nos 13 anos democráticos do PT. Diziam fora todos e patrocinaram inertes a pior direita no poder. Muitas dessas lideranças sindicais eram ex-petistas emocionalmente ressentidos, rancorosos por não terem conseguido seus objetivos anteriores e como ex-raivosos prejudicavam uma análise de conjuntura das políticas possíveis com a correlação de forças realistas entre 2003-2016. Hoje, um ano e meio de golpe depois, a situação só não é pior justamente devido ao grande crescimento e as gorduras acumuladas da Era do PT. Hoje só acontecem cortes, reduções, congelamento, diminuição salarial, perdas, retirada de direitos e mesmo rotinas burocráticas normais como simples progressões estão ameaçadas. E novamente cadê a tal CONLUTAS, um ano inteiro sendo golpeados sem uma única oposição firme e sem uma única grevezinha para enfrentar, ou pelo menos resistir aos golpistas! Agora essas lideranças afirmam que suas bases não querem mais lutar, eles não querem e não podem mais lutar e antes contra Lula-Dilma e seus avanços todos queriam e podiam ? Depois de longas greves quase anuais contra os progressos do PT, agora o silêncio envergonhado do bloco da extrema esquerda com a direita, que vociferavam o tempo todo contra os governos do PT e hoje são apenas sombras deprimidas se arrastando, sem quase nenhuma base combativa e sem a agressividade sindical anterior contra os governos populares sabotados e derrubados pelos embusteiros. O ambiente preparatório do golpe foi construído por anos a fio com auxílio desses setores pseudo-radicais. Agora na mega-corrupção filmada, registrada de temer, muitos agem como os paneleiros, nada mais falam e engolem a sua antiga indignação e revolta, que só serviam contra os governos populares e desaparecem na catástrofe atual da perda de direitos, salários e completa deterioração das condições de trabalho na pax golpista. Pouco se importam se os trabalhadores mais pobres, os camponeses, sem-terras, índios, quilombolas e escravizados estão sendo massacrados pelos golpistas nas periferias da nossa sociedade. ANDES-FASUBRA-CONLUTAS produziram e passaram durante anos uma mensagem equivocada para os professores, técnicos, servidores e estudantes: que o grande inimigo e alvo do ódio deles era o governo do PT, faziam sempre o jogo da direita, não lucraram eleitoralmente coisa nenhuma com o golpe dessa mesma direita a quem sempre beneficiaram ingenuamente, como nas farsas jornadas de 2013, porque sempre perdiam no voto popular eleitoral. Quem mais perdeu com o golpe foram os jovens, os jovens doutores, os jovens técnicos, os mais novos estudantes, todos que ficaram sem concursos nas IFES, concursos ampliados no ciclo anterior. Quem perdeu com o antipetismo primitivo desses setores foram os interesses populares, quem ganhava bolsas nas universidades, quem dependia de alimentação no RU, livros nas bibliotecas, apoios aos congressos para docentes, tudo que os golpistas cortam bastante hoje com o golpe. As perdas salariais só começaram porque o golpe ainda não teve tempo de arrochar e roubar salários, retirar direitos trabalhistas, como o ciclo de FHC fez ao longo de muitos anos. Agora que despolitizaram e equivocaram toda uma geração na universidade simplesmente não fazem nada e não conseguem fazer nada, nenhuma luta, zero à esquerda, nada. Tudo pode ser diferente no ano que vem porque tudo se transforma, já escrevia Heráclito, nada do que foi será e tudo é movimento. Novos ciclos e novos atores surgirão, o novo sempre vem !



RCO

Démons et merveilles


De colinas y vientos
de cosas que se denominan para entrar
como árboles o nubes en el mundo

De enigmas revelándose en las lunas
rotas contra el aljibe o las arenas
yo he dicho y esperado

Creo que nada vale contra esta caricia
abrasadora que sube por la piel
Ni el silencio, ese desatador de sueños

Vivir
oh imagen para un ojo cortado
boca arriba perpetuo

Júlio Cortázar


Canción

Muerto de fatiga y sueño,
vuelve un soldado del monte
labio duro, duro ceño.
i Que lejos el horizonte
donde el hierro lo desciña
y el caballo lo desmonte !

Nicolás Guillen


quinta-feira, 26 de outubro de 2017

EL LIBRO TU AMIGO



Sencilla las letras
Una antecediendo a las otras
Edificando un significado
Porque avanzando por delante
Las que dejan las marcas
Ellas son antesalas son puentes
Andenes por las que pasan
Ojos tanteando sus texturas
Bebiendo sorbo exquisito
De sabia suculenta
Una letra germinando
Reacción en cadena
Féculas de maíz brotando
Asentadas en comal ardiente
Una letra un párrafo
Paginas y paginas sucediendo
Llegando y cubriendo libros
Y quienes con sus ojos
Absorbiendo sorbo a sorbo
Los nutrientes llegando
Y por vía rápida a sus
Mentes y almas
¡El Libro tu amigo!

José Abraham Guevara Chamorro

Gevarachamorrojosé@


EMPEQUEÑECIDO



Llano liso que seco está
Las manos ambas planchando su cara
Rebuscando versos sin hallarlos
Quietud delirante pasividad
En callejón el cuerpo y el tope
Golpes contra las tapias terco
Torpe soñador sus pies levitando
Azorado intenso el malestar de todos
Granjeándose reojos que pequeño le disecaban
Desdoblado rostro desencajado marchito
Sonando una música llegado desde lejos
Siendo su ser un trapo arrugándose
Untado de bálsamo hundiéndose en agujero
En el día despedazada su piel los rayos solares
De la noche agonía en insomnio infinito de tribulaciones
Un cuerpo un ser un humano una desdicha
Objeto cuerpo imán atrayendo cachivaches
Todas las maldiciones entrillándosele
Le llovía escupitajo por el aire cayendo en su mollera
Reverenciando de costumbre cabeza sin horizonte
Solo las piedras del suelo conocía de memoria
Estaban sus faroles atentos a los orificios
Una zanja una hendidura una grieta un abismo
Un lugar de donde disponer y desaparecer…


 José Abraham Guevara Chamorro

j.a.g.ch.chamguejim.@


Volte para o seu lar

Aqui nesta tribo ninguém quer a sua catequisação
Falamos a sua língua  mas não entendemos seu sermão
Nós rimos alto, bebemos e falamos palavrão.
Mas não sorrimos à toa
Não sorrimos à toa
Aqui neste barco ninguém quer a sua orientação
Não temos perspectiva mas o vento nos dá a direção
 A vida que vai à deriva é a nossa condução
Mas não seguimos à toa
Não seguimos à toa.

Arnaldo Antunes.
Pertencemos a uma comunidade única chamada espécie humana; cujo futuro é indivísivel. Em todos os estágios da vida - ecologia, economia, saúde-esta comunidade de destino é uma realidade.
Devemos traduzi-la agora em uma realidade cultural, assumi-la deliberadamente no que eu chamaria uma politica da vida.

François Miterrand.
Correio da Unesco . Julho de 1983. Ano 16/ n VII

Filipicas II

Os bens mal adquiridos esvaem-se de mau modo.
Male parta male dilabuntun.

Cícero.

A Cidade

A cidade não permite fáceis adjetivações
Aqui o vento passa ao largo turvo como boca de cão
e o sol com seus enxames  não se demora
a povoar o diálogo das janelas
Seus cubos não terminam de nos convencer
da vida numerada que estas paredes rotulam
há postes isto sim para fazer luzir as pistas
nos tabuleiros do horizonte
onde as distâncias se tornam imaginárias
Advertimos a retidão dos verdugos
nas linhas cruzadas de sua grande mão
e ao presente que a duras penas se desloca
sem deixar marca em
A cidade não admite vãs adjetivações.


Juan Calzadilla

(A Condição Urbana. p 47 )

Toda cultura nasce da mistura , do encontro, dos choques. Do contrário, é do isolamento que morrem as civilizações.

Octávio Paz.
"Gilberto Freyre disse que o Brasil era mestiço e que isso era bom.Depois veio o Darcy Ribeiro, com suas maluquices, e proclamou que o mestiço é que é bom. Criou um racismo ao contrário. O Brasil
ainda não conseguiu evacuar o problema da raça. "

Evaldo Cabral de Mello, Historiador.
Folha de São Paulo. 17 de Abril de  2000
Nossos desejos e os fatos podem ir em direção tão contrárias
que todas as estratégias caem por terra. Nossos pensamentos
nos pertencem, nossas ambições nem um pouco. As nossas ambições
pertencem  aos outros e os outros é que vão julgar.

Wiliam Shakespeare

terça-feira, 24 de outubro de 2017

1917: Apresentado o projeto da Lei Seca nos EUA


Em 8 de setembro de 1917, foi apresentado à Câmara dos Representantes nos EUA o projeto da 18ª emenda constitucional sugerindo a completa proibição de bebidas alcoólicas. A Lei Seca entraria em vigor dois anos depois.


Com o projeto apresentado no dia 8 de setembro de 1917 à Câmara dos Representantes, e que só entraria em vigor dois anos depois, começou uma nova era na história dos Estados Unidos, caracterizada pela proibição das bebidas alcoólicas.

A lei que vigorou no país por quase 14 anos condenava "a fabricação, a venda, o transporte, a importação e a exportação de bebidas alcoólicas em toda a área dos Estados Unidos e dos territórios judicialmente submetidos a eles".

Implementada com o propósito de proteger os cidadãos dos perigos gerados pelo consumo do álcool, a chamada Lei Seca acabou por provocar a disseminação de um mal ainda mais perigoso: o crime organizado. Bebidas alcoólicas passaram a ser traficadas em grande escala. Bandos rivais de criminosos de Nova York e Chicago controlavam cadeias de destilarias e bares no país. A prostituição acompanhava com frequência o consumo ilegal do álcool.

Pode-se dizer que um grupo de mulheres foi responsável pela introdução da Lei Seca nos Estados Unidos. Ainda em 1874, as participantes da conservadora União Feminina de Temperança Cristã invadiam bares e restaurantes do país como guerrilheiras carregando a bandeira da proibição do álcool. Com machados e porretes em punho, elas destruíam todo líquido que viam engarrafado.

Produtores rurais e Igrejas puritanas

Brevemente essas mulheres encontrariam o apoio dos homens às suas ideias através da Liga Antibares, formada por produtores rurais conservadores, liderados pelas Igrejas puritanas. No final do século 19, a Associação Republicana dos Abstinentes já havia conseguido implantar leis contra o álcool em alguns estados norte-americanos.

Apesar de todas as proibições, a vontade de consumir bebidas alcoólicas não foi banida dos EUA, mas apenas levada à ilegalidade. A partir da entrada em vigor da Lei Seca, uma pessoa morria por dia na guerra das quadrilhas controladoras do tráfico. A indústria de bebidas clandestinas proliferou por todo o país.

A eclosão da Primeira Guerra Mundial colocou, no entanto, o argumento decisivo na boca dos inimigos do álcool. Segundo eles, cereais, levedo, malte a açúcar eram alimentos básicos e não poderiam ser desperdiçados na fabricação de bebidas alcoólicas em tempos de guerra. Além disso, cerveja e vinho seriam produtos típicos da Alemanha inimiga. Seu consumo, logo, um ato pouco patriótico.

Elite universitária e contrabando

Entre as várias maneiras encontradas pelos cidadãos para burlar a proibição ao consumo do álcool destacou-se a reação dos estudantes da aristocrática Universidade de Yale, que trataram de fazer com que gângsters importassem para eles um estoque de uísque escocês para os 14 anos seguintes.

Conhecidos como bootlegger (cano da bota, numa referência à maneira como os pioneiros haviam um dia traficado álcool para os índios), os contrabandistas ampliavam cada vez mais seus negócios. O grande chefão, Alfonso "Al" Capone, entraria para a história como um dos maiores criminosos de todos os tempos. No entanto, não foi possível à Justiça norte-americana provar nenhum de seus atos. Al Capone, que se auto-intitulava "vendedor de móveis antigos", foi processado uma única vez – por sonegação de impostos.

Em dezembro de 1933, o então presidente dos EUA Franklin Roosevelt reconheceu a insensatez da proibição de bebidas alcoólicas no país. A medida, que seu antecessor Herbert Hoover havia chamado de uma "grande experiência social e econômica", foi abolida por Roosevelt em 5 de dezembro de 1933, levando boa parte do crime organizado à falência.

Autoria Catrin Möderler (sv)


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1956: Rebelião popular na Hungria


Em 23 de outubro de 1956 irrompeu na Hungria a rebelião popular contra o regime stalinista. O reformista Imre Nagy tornou-se primeiro-ministro, iniciou mudanças no país e anunciou a retirada do Pacto de Varsóvia.

 Integrantes do protesto que levou à rebelião na Hungria (d.) passam por tanque soviético no centro de Budapeste

A rebelião na Hungria em 1956

No início de 1956, o presidente soviético Nikita Khruchov havia condenado os métodos da era Stalin, reaquecendo as esperanças de mais autonomia nos países-satélites. Em solidariedade aos trabalhadores poloneses que protestavam nas ruas, os universitários húngaros derrubaram uma estátua de Josef Stalin, numa manifestação em 23 de outubro. O protesto estudantil culminou em rebelião popular contra o domínio soviético.

Até partes das Forças Armadas e da polícia húngara participaram dos violentos protestos. Cem mil manifestantes invadiram a central do Partido Comunista, exigindo eleições livres e o fim do stalinismo. Até aí, as tropas soviéticas estacionadas em Budapeste apenas observavam os acontecimentos.

Retorno do reformista Imre Nagy

Por simbolizar "um novo rumo" do socialismo em Budapeste, o reformista Imre Nagy – que já fora primeiro-ministro de 1953 a 1955 – foi pouco a pouco conquistando o controle da população rebelada, assumindo novamente a chefia do governo.

No começo de novembro, Nagy abriu as fronteiras, introduziu o pluripartidarismo, extinguiu a censura e anunciou a retirada da Hungria do Pacto de Varsóvia, a aliança militar dos comunistas durante a Guerra Fria. Nesse momento, as tropas da repressão soviética já estavam a caminho de Budapeste. Moscou de forma nenhuma toleraria a escapada de um de seus satélites.

Resistência dentro do próprio governo

János Kádár, primeiro-secretário do Partido Comunista e membro do gabinete de Nagy, revogou os poderes do primeiro-ministro e começou a negociar com Moscou. A resistência contra o Exército Vermelho durou dois dias e custou a vida de 3 mil pessoas. Em vão, Nagy invocou o apoio das Nações Unidas, mas a comunidade internacional estava então voltada para a crise no Canal de Suez.
No dia 7 de novembro, Kádár retornou a Budapeste como novo chefe de governo. Nagy e alguns assessores e ministros refugiaram-se na embaixada da então Iugoslávia, onde passaram três semanas cercados por tanques soviéticos. Eles só deixaram a embaixada porque Kádár lhes prometeu impunidade. Promessa falsa, porque Nagy foi preso pelo KGB e deportado para a Romênia por negar-se a renunciar ao cargo que ocupava em Budapeste.

Reabilitação tardia de Nagy

Num processo sumário, ele e alguns ministros foram condenados e executados em 16 de junho de 1958. Para que ninguém o venerasse na sepultura, ele e outras 2 mil pessoas foram enterrados em vala comum. Imre Nagy só foi reabilitado e sepultado numa cerimônia oficial em 1989, após o fim do regime Kádár.

O longo governo de Kádár trouxe estabilidade e crescimento à Hungria. A liberalização da economia a tornou precursora da Perestroika, o programa de reformas adotado em meados dos anos 1980 pelo presidente soviético Mikhail Gorbatchov. (rw)



1958: Execução do então primeiro-ministro húngaro Imre Nagy
No dia 16 de junho de 1958, foi executado o ex-primeiro-ministro da Hungria, Imre Nagy. 

Autoria
Assuntos relacionados Zsa Zsa Gabor, Puskas, Massacre em Manaus

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1968: Martin Luther King é assassinado



No dia 4 de abril de 1968, o Nobel da Paz de 1964, Martin Luther King, morre ao ser baleado em Memphis, nos Estados Unidos.


Em dois atentados anteriores, o reverendo Martin Luther King conseguira escapar por pouco da morte. O negro que tanto se engajou pela igualdade de direitos nos Estados Unidos nas décadas de 1950 e 1960 alcançou apenas os 39 anos de idade.

No dia 4 de abril de 1968, foi assassinado com um tiro na sacada de um hotel em Memphis. O autor do disparo teria motivos supostamente racistas. Em dezembro de 1999, no entanto, um processo civil no Estado do Tennessee chegou à conclusão de que sua morte foi planejada por membros da máfia e do governo norte-americano.

Que homem era este que conseguiu dividir uma nação e ser amado e odiado ao mesmo tempo? Para melhor entendê-lo, precisamos nos situar no contexto dos Estados Unidos em plena década de 50: uma superpotência em plena Guerra Fria, uma nação rica, um país racista.

O país que se considerava modelo de democracia e liberdade, mas seus habitantes eram classificados de acordo com a raça. Os negros eram discriminados em todos os setores: na política, na economia e no aspecto social.

Boicote de ônibus

Os negros norte-americanos não podiam votar, eram chamados pejorativamente de "nigger" e "boy", seu trabalho não era devidamente remunerado, e as agressões dos brancos eram rotina. Até que, em dezembro de 1955, em Montgomery, a costureira negra de 52 anos Rosa Parks resolveu não ceder seu lugar num ônibus para um passageiro branco.

Parks foi presa e, em decorrência, Martin Luther King, pastor da cidade, conclamou um boicote dos negros aos ônibus. Em um ano, tornou-se tão conhecido no país que assumiu a liderança do movimento negro norte-americano.

O boicote aos ônibus foi apenas o começo. Seguiram-se as marchas de protesto de King e milhares de defensores dos direitos civis em todo o país, acompanhadas de violações conscientes da legislação racista. Usavam, por exemplo, as salas de espera e os restaurantes reservados aos brancos. Nem a violenta repressão policial enfraqueceu o movimento.

"Temos que levar nossa luta adiante, com dignidade e disciplina. Não podemos permitir que nosso protesto degenere em violência física", advertia o pastor batista, não se deixando provocar pela ordem pública.
EUA divididos para brancos e negros

Ele manteve esta filosofia, mesmo quando os 1.100 participantes do movimento negro radical exigiram a divisão dos Estados Unidos em dois, para brancos e negros, na Black Power Conference, em 1967.

Vinte e quatro horas antes de sua morte, Martin Luther pronunciou o célebre discurso em que anunciava ter avistado a terra prometida. "Talvez eu não consiga chegar com vocês até lá, mas quero que saibam que nosso povo vai atingi-la", declarou ele, como se previsse a proximidade da morte.
Seu assassinato provocou consternação internacional. As inquietações raciais se agravaram em Chicago e Washington. Depois de anunciar o fim dos bombardeios no Vietnã e sua desistência de se recandidatar à Casa Branca, o presidente Lyndon Johnson chegou a adiar uma viagem ao exterior.
Em memória a King, no ano de 1983, os Estados Unidos tornaram feriado nacional a terceira segunda-feira de janeiro (ele havia nascido em 15 de janeiro de 1929).

1955: Rosa Parks se recusa a ceder lugar a um branco nos EUA 

Autoria Rachel Gessat (rw)

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1931: Al Capone era condenado por sonegação de impostos


Em 24 de outubro de 1931, Al Capone foi condenado a 11 anos de prisão e multa de 50 mil dólares por sonegar impostos. O filho de imigrantes italianos ascendeu a líder entre as gangues do submundo norte-americano.


Al Capone em 1931

Nascido a 17 de janeiro de 1899, no Brooklyn, em Nova York, filho de imigrantes da Sicília, Alphonse "Al" Capone foi um dos mais famosos chefões da máfia nos Estados Unidos. Cercado de miséria e criminalidade, conheceu cedo a violência e a brutalidade. Uma cicatriz adquirida numa briga com facas valeu-lhe o apelido de "Scarface".

Quando o pai faleceu, em 1920, Al Capone mudou-se para Chicago, onde queria tentar a sorte ao lado do poderoso chefe de gangue italiano Johnny Torrio, que explorava o comércio ilegal de bebidas alcoólicas, a prostituição e salões de jogos.

Capone cresceu rapidamente e, em pouco tempo, tornou-se um mito entre os criminosos americanos. Seus grandes inimigos eram os bandos irlandeses do norte da cidade, com os quais os italianos travaram uma verdadeira guerra em meados dos anos 1920.

O ferimento de Torrio numa destas brigas, com um bando de Bugs Moran, trouxe-lhe a aposentadoria prematura. Al Capone, entrementes o homem mais poderoso do submundo do crime, jurou vingança. No dia 14 de fevereiro de 1929, assassinos profissionais executaram sete membros importantes do bando de Moran.

Profissão: vendedor de antiguidades

A polícia logo desconfiou de quem poderia estar por trás dos crimes, mas não tinha provas. Al Capone tinha um álibi para o momento do crime. Durante vários dias, o assunto ocupou a imprensa norte-americana. A Casa Branca resolveu, então, encarregar o chefe do FBI pessoalmente de investigar todos os detalhes dos negócios de Al Capone. Oficialmente, ele era vendedor de antiguidades. Sabia-se que faturava mais de três milhões de dólares por ano, mas não pagava impostos.

Os investigadores reviraram a contabilidade do gângster para, em 1931, chegarem à conclusão de que Al Capone devia mais de 200 mil dólares ao fisco. Para o que a promotoria pediu 34 anos de prisão. Os advogados de Capone tentaram em vão a redução da pena junto ao juiz James Wilkerson, que não se deixou subornar. Até a tentativa de compra dos jurados falhou, pois o juiz substituiu todos eles na última hora.

A sentença contra "o rei de Chicago", no dia 24 de outubro de 1931, foi de 11 anos de prisão por sonegação de impostos. Dois anos foram cumpridos num presídio em Atlanta, depois ele foi levado à prisão de segurança máxima de Alcatraz, onde os médicos atestaram que tinha sífilis. Por causa da saúde precária e de sua boa conduta, foi posto em liberdade em 1937.

Ele morreu em 1947, em Miami, na Flórida, mas foi enterrado em Chicago. Na sepultura, as palavras: "Alphonse Capone, 1899-1947, My Jesus Mercy (Misericórdia, meu Jesus)".
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Autoria Jens Teschke (rw)
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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Poucos sabem que Carlos Alberto Richa, o Beto Richa, piloto de corridas e governador do Paraná é primo de Rafael Greca de Macedo, prefeito de Curitiba. Ambos descendem do Capitão Manuel Ribeiro de Macedo, um potentado local escravista do início do século XIX no Paraná. Beto descende do clã Macedo pela genealogia da sua mãe, Arlete Vilela Richa, o que é mais um elemento para ajudar na explicação da ascensão do político imigrante, governador na redemocratização de 1982, José Richa, além da grande virtù política e carisma desse ator emergente. Como escrevemos no nosso livro coletivo sobre "Nepotismo, Parentesco e Mulheres" - Na verdade as mulheres estão em todos os lados, atrás, do lado e muitas vezes na frente da estratégia social dos emergentes e dos novos atores econômicos e políticos. Rosangela Moro, a esposa do juiz Sérgio Moro, é outra prima e descendente do Capitão Manuel Ribeiro de Macedo, bem como boa parte da cúpula histórica do poder executivo, legislativo, judiciário, empresarial e cultural do Paraná. Assim podemos entender as mentalidades, práticas políticas e a classe dominante tradicional em uma região brasileira. O próprio Capitão Manuel Ribeiro de Macedo foi acusado de corrupção em escandaloso processo pelo primeiro presidente da Província do Paraná. Pela família sempre foram "inocentes". Eu já sou parente distantíssimo deles pelo título Borges de Cerqueira, um dos troncos genealógicos seiscentistas da Genealogia Paulistana, no Paraná e em Santa Catarina, conectando as velhas famílias do Litoral Sul como um todo. Lembremos sempre que a estrutura social em boa parte é estrutura genealógica. Quem quer conhecer a política brasileira e paranaense também deve analisar as famílias do poder e suas dinâmicas.

RCO

sábado, 21 de outubro de 2017

1985: Wallraff lança "Cabeça de Turco"


No dia 21 de outubro de 1985, o escritor e jornalista alemão Günter Wallraff lançou o livro "Cabeça de Turco", em que descreveu as dificuldades enfrentadas pela mão de obra estrangeira na Alemanha.
 Künstler rufen zur Verteidigung des Urheberrechts auf – Aktion: Wir sind die Urheber (dapd)
"Estrangeiro forte procura emprego. Pode ser trabalho pesado, sujo e mal pago." Com este anúncio, publicado em vários jornais alemães em março de 1983, o jornalista Günter Wallraff começou uma investigação que iria abalar a Alemanha.

Foi o início da longa reportagem publicada no livro Cabeça de Turco, em 1985. Disfarçado de turco, Wallraff sentiu na pele e denunciou de forma contundente a discriminação contra os imigrantes no cotidiano alemão.

O autor descreveu detalhadamente o que vivenciou, sob o pseudônimo Ali, em uma empresa mediadora de mão de obra, na metalúrgica Thyssen e num restaurante McDonald's.

Ele desceu ao submundo da sociedade alemã para denunciar as brutais jornadas de trabalho de 16 a 24 horas por dia impostas aos estrangeiros na época, o tratamento desumano dispensado a trabalhadores braçais e pouco qualificados e a falta de segurança nos locais de trabalho, principalmente para operários turcos.

Ignorado pela mãe

Seu disfarce foi tão perfeito que Wallraff sequer foi reconhecido pela mãe. O resultado foi um "livro-bomba", que já nas seis primeiras semanas após o lançamento vendeu mais de um milhão de exemplares. A Promotoria Pública alemã abriu inquérito contra o grupo Thyssen, desencadeando uma verdadeira avalanche de processos contra empresas que discriminavam ou maltravam imigrantes.

Na época do lançamento, Cabeça de Turco foi considerado "o melhor livro alemão do pós-guerra". O livro não só foi um sucesso inédito de vendas como teve consequências em vários países europeus. Por sugestão de Wallraff, jornalistas franceses escreveram uma obra semelhante, denunciando o racismo contra os trabalhadores árabes na França. A mesma linha investigativa norteou uma publicação sobre a situação da mão de obra estrangeira na Holanda.

Denúncias de efeito regional

Na Dinamarca, o Parlamento criou uma comissão para investigar a situação dos estrangeiros no país, o que provocou uma série de transformações. Era o que o autor esperava que acontecesse também na Alemanha. "Mas, aqui, as denúncias tiveram apenas efeito regional. Por empenho pessoal, o secretário de Trabalho e Assistência Social da Renânia do Norte-Vestfália, por exemplo, descobriu dezenas, centenas de casos graves de discriminação. Talvez fosse necessário publicar uma obra destas por ano", comenta o jornalista.
O método de investigação jornalística usado por Wallraff foi sido criticado desde o início. Muitos adversários ou empresas denunciadas – como Thyssen e McDonald's – o enfrentaram até por via judicial, mas, salvo raras exceções, o autor saiu vitorioso dos processos. Desde a publicação de Cabeça de Turco, o nome Günter Wallraff é sinônimo de jornalismo investigativo na Alemanha.

Um dos precursores do estilo de Cabeça de Turco foi o escritor inglês Graham Greene (1904–91). Na crônica "Tocando Realejo" (1928), em que relata sua perambulação por Hertfordshire disfarçado de mendigo, ele fez uma espécie de antecipação do jornalismo praticado por Wallraff.

Antes da publicação do livro alemão, também o jornalista brasileiro José Hamilton Ribeiro já havia usado a técnica do disfarce para desvendar a realidade dos operários do ABC paulista, em reportagens para a revista Realidade.

Autoria Maren Hellwege (gh)


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Kakistocracia é o conceito mundial do momento.

 Kakistocracia significa o governo dos piores, dos maus, perversos, vis, sujos, rasteiros e nocivos. Kakistos é o superlativo de Kakos, este conjunto de termos extremamente negativos e sórdidos. Ainda pensamos com os léxicos gregos clássicos, ainda bem que temos a democracia e a política na arena de lutas. O filósofo Michelangelo Bovero já alertava no começo do século XXI, depois da empulhação italiana das "Mãos Limpas" resultando no governo dos mais corruptos e criminosos, com um farsante tipo Berlusconi, no livro "Contra O Governo dos Piores: Uma Gramática da Democracia". No Brasil só é pior devido ao nosso nepotismo e nossa imensa histórica desigualdade social. A farsa a jato é um produto da nossa justiça elitista, oligárquico-familiar e de classe alta, um produto político da mesma classe social com origem nas famílias da alta burocracia, gente do poder e com apoio da mídia oligárquico-familiar, grupos que sempre controlaram a maior parte dos poderes executivo, legislativo e judiciário. Agora nos condenam à plena Kakistocracia do desgoverno de Temer, com as três características apresentadas no livro: Governo com oligarquia, tirania e demagogia. Temer é o nosso Berlusconi advindo da farsa a jato, tal como na Itália foi o charlatão Berlusconi. O problema para a hegemonia oligárquica da classe dominante é que pela democracia não conseguirão manter a Kakistocracia deles. O destino do Brasil por muitos anos se definirá no ano que vem na luta pela democracia e pelas eleições. Democracia Popular contra a Kakistocracia golpista.
RCO


Direitos Humanos significam a rigorosa e justa aplicação das Leis para todos.

 Muitos só entendem quando precisam para si próprios. Observei este fenômeno: Uma pessoa de extrema direita na sua parvoíce, o tolo tipo que votou no Richa, no Aécio, apoiou o golpe com Temer, agora nega tudo para ficar com Bolsonaro e amanhã com outro direitoso qualquer, esta pessoa ideológica "de bem" quer a "morte de qualquer bandido" e "bandido bom é bandido morto". Daí aparece um oficial de justiça atrás dessa mesma pessoa, por uma causa menor, e ela foge e se esconde. Se aplicasse as suas próprias regras estaria ameaçada pelo sistema. Agora também na tragédia de Goiás, o menino filho de oficial da PM não foi tratado de modo diferenciado, não aplicariam a execução sumária antes de chegar na delegacia porque não era negro, pobre, periférico, filho de analfabetos invisíveis e nem aplicariam direitos humanos somente para humanos direitos. Mesmo a extrema direita procurou racionalizar e aplicar a lei nesse caso. Direitos Humanos são universais e servem para todos nós. É uma forma de proteção e da lei contra bandidos transgressores dentro do Estado. Quando um funcionário público, policial ou militar se torna bandido devem entrar os Direitos Humanos. Surgiram com as Revoluções Burguesas, nos séculos XVII/XVIII e com raízes na compaixão Cristã do cristianismo primitivo. Desenvolveram-se nos Estados de Bem-estar Social no século XX. Alô Brasil, vamos entrar no século XVII pelo menos !
RCO


Além de salvar Aécio, o Senado passou uma forte mensagem para a Nação:

 Em épocas de fácil reprodutibilidade de aparelhos e gadgets, que nenhuma "pessoa qualquer ou comum", por mais importantes e ricos que sejam, tipo os novos ricos caipiras Joesley-Wesley Batista & Cias, jornalistas investigativos, cientistas sociais, dissidentes políticos, que ninguém jamais ouse tentar gravar, fotografar, rastrear ou denunciar nenhum parlamentar principal do nepotismo porque o "interesse de classe", o "espírito de corpo e de família", "a omertà institucional" jamais aceitarão ou permitirão a queda de um dos seus membros pertencentes ao núcleo duro. Vai se ferrar quem denunciar qualquer esquema como os irmãos Batista se ferraram, e como denunciantes da grossa corrupção é que acabaram presos e os poderosos denunciados gravados (Temer, Rocha Loures, Aécio e familiares) seguem livres e soltos, para continuarem fazendo o que melhor sabem fazer, que é roubar e mandar familiarmente na República de Bananas. Qualquer um que estudou minimamente o legislativo brasileiro, federal, estadual e municipal, nos últimos 50 anos sabe dos seus códigos, práticas e relações essenciais na economia política informal de várias atividades criminosas, narcotráfico, contrabando de mercadorias, armas, prostituição, venda de proteções, venda de licitações, desvio de orçamentos, tráfico de influências, subcontratações, superfaturamentos, cobrar pedágios de assessores e de comissionados a cargos políticos indicados, bem como as conhecidas formas variadas de extorsões organizadas, tudo junto com empresários privados ainda mais corruptos, sacanas e vorazes.

RCO

Por que o Bom e Progressista Papa Francisco escolheu a data de quinze de outubro para tornar Santos a dezenas de pacíficos brasileiros massacrados no período colonial ?

Por que o Bom e Progressista Papa Francisco escolheu a data de quinze de outubro para tornar Santos a dezenas de pacíficos brasileiros massacrados no período colonial ? Qual o profundo sentido político da canonização dos Mártires Brasileiros do Rio Grande do Norte ? Em 1645 estávamos imersos em profunda dominação estrangeira, guerras simultâneas contra o maior Império do mundo, a guerra contra a Espanha, desde a separação contra os castelhanos, em 1640 e a pior guerra contra o mais rico, o mais tecnologicamente avançado Império do mundo e suas companhias comerciais, a Holanda, desde 1630 invadindo, ocupando e massacrando o Brasil. Nos momentos de maior perigo e ameaça a força do povo sempre desperta na guerra popular. A guerra foi decidida em lugares como Guararapes. Não foi diferente quando os pobres camponeses e pastores do Noroeste Ibérico, os falantes do dialeto galaico-português da antiga Gallaecia, se rebelaram e enfrentaram o então todo poderoso Califado Islâmico nos anos anteriores ao ano 1000. Hoje, tal como em 1645, parece que estamos novamente submetidos e dominados por interesses estrangeiros como o ilegítimo Temer, pastores protestantes politiqueiros cometendo crimes e ricos banqueiros judeus, antes em Amsterdam e agora no Banco Central, todos saqueiam e empobrecem o povo brasileiro. Bonifácio Andrada nos mostra que o inimigo, o traidor político, também são as tradicionais oligarquias familiares políticas brasileiras, entreguistas e corruptas, católicas e de direita, muitas com ideologias estrangeiras e exóticas como a Opus Dei castelhana. A luta é entre um projeto elitista, autoritário, golpista, conservador, reacionário, excludente de direita e um projeto social, democrático, eleitoral, libertador, emancipador e includente, de esquerda para a Pátria. O despertar nacional acontecerá novamente? Assim afirmam os velhos messianismos tresloucados ? Os religiosos da Cruz e os políticos da Estrela Vermelha no coração do peito verde e amarelo ? O Brasil nunca caiu em abismos porque sempre é maior do que qualquer abismo.


RCO

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Na atual conjuntura uma Universidade Federal deve refletir bastante se aceita eventos de grupos nazistas, fascistas, separatistas e extremistas de direita, grupos com ideologias excludentes e contrárias aos valores democráticos, grupos com agendas políticas contrárias ao investimento e progresso da ciência, da cultura, da tecnologia, do desenvolvimento nacional e da cidadania inclusiva. Para qualquer evento público na Universidade, com livres debates, deve sempre haver um professor ou membro da comunidade universitária responsável, com nome, identidade e currículo Lattes público, apresentando e justificando de maneira transparente o evento, bem como suas finalidades para o mesmo público e seus pares. Desconfiem muito se nenhuma autoridade universitária assumir e se responsabilizar por evento extremista, que envergonhe profundamente a instituição, tipo evento com ativistas autoritários, raivosos e portadores de ódio político intolerante, ódios de extremistas de fora da universidade contra movimentos sociais críticos, contra jovens de minorias politicamente representativas na história da universidade e suas entidades, contra mulheres, contra LGBTS e afins, contra negros, contra índios e contra qualquer grupo socialmente vulnerável. Se o evento não tiver apreciação relevante e nem aparecer no Portal da Universidade é porque o caráter científico, acadêmico e comunitário da atividade é vexaminoso e altamente questionável. Mais uma vez precisamos do posicionamento da APUFPR, SINDITEST e DCE, ao lado da Reitoria e Conselhos.


RCO

sábado, 14 de outubro de 2017

SONETO CV


Não chame o meu amor de Idolatria
Nem de Ídolo realce a quem eu amo,
Pois todo o meu cantar a um só se alia,
E de uma só maneira eu o proclamo.
É hoje e sempre o meu amor galante,
Inalterável, em grande excelência;
Por isso a minha rima é tão constante
A uma só coisa e exclui a diferença.
'Beleza, Bem, Verdade', eis o que exprimo;
'Beleza, Bem, Verdade', todo o acento;
E em tal mudança está tudo o que primo,
Em um, três temas, de amplo movimento.
'Beleza, Bem, Verdade' sós, outrora;
Num mesmo ser vivem juntos agora.

William Shakespeare

Soneto da separação



De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Vinícius de Moraes


sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Zeitgeist: Os militares turcos e defesa do Estado laico


Líder militar Mustafa Atatürk fundou a Turquia moderna e introduziu reformas que diminuíram influência do islã e tornaram país uma democracia laica. Militares se veem como seus herdeiros.


Mustafa Kemal Atatürk, fundador da República da Turquia
A história da moderna República da Turquia começa com a derrota e o consequente fim do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial.

A partição do território do Império Otomano entre os aliados, em outubro de 1918, gerou grande insatisfação entre os turcos otomanos, que se consideravam desfavorecidos.

Essa insatisfação deu origem a um movimento revolucionário nacionalista cujo principal líder era um militar, Mustafa Kemal Atatürk. Em outubro de 1923, em seguida à guerra pela independência, o movimento resultou na proclamação da república.

O primeiro presidente dessa república foi Atatürk. Desde o início, ele implementou uma série de reformas para criar uma democracia moderna e secular, que aproximaram a Turquia do Ocidente. O próprio Atatürk se referia às suas reformas como "europeização" da Turquia.

Atatürk eliminou a sharia como base da legislação, aboliu o califado, proibiu o véu islâmico, adotou o calendário ocidental, introduziu novos códigos civil, penal e comercial, adotou o alfabeto latino no lugar do árabe e declarou o Estado laico, entre várias outras reformas.

Um destaque especial foi dado aos direitos das mulheres, que puderam votar e ser votadas a partir de 1934. A poligamia foi abolida, e homens e mulheres passaram a ter direitos iguais no divórcio e na guarda dos filhos. Também foi garantido o acesso das mulheres à educação, em todos os níveis.

Como Atatürk era um militar, os militares passaram a se ver como guardiães das reformas que resultaram na Turquia moderna. E como Atatürk impôs suas reformas com mão de ferro e é até hoje admirado pela maioria dos turcos, a opção do governo pela força tem grande aceitação dentro da sociedade.

Assim, o país viu quatro golpes militares desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1960, 1971, 1980 e 1997. Em todos eles, os militares invocaram o fundador da república e a defesa das reformas seculares contra as correntes islâmicas.

Esse domínio militar sofreu um duro revés em novembro de 2002, quando o partido islâmico conservador AKP venceu as eleições e conquistou o cargo de primeiro-ministro, que foi ocupado por um dos líderes dos islamistas, o ex-prefeito de Istambul Recep Tayyip Erdogan, atual presidente do país. Desde então, AKP e militares travam uma batalha pelo poder na Turquia, que tem como pano de fundo a tensão entre forças seculares e religiosas.

Com meio milhão de militares, as Forças Armadas turcas são as segundas maiores da Otan, atrás apenas dos Estados Unidos. Pesquisas mostram que a popularidade dos militares está caindo dentro da sociedade turca.

A coluna Zeitgeist oferece informações de fundo com o objetivo de contextualizar temas da atualidade, permitindo ao leitor uma compreensão mais aprofundada das notícias que ele recebe no dia a dia.

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HAGIA SOPHIA NA DISPUTA DAS RELIGIÕES

Marco arquitetônico

No ano de 532, o imperador romano Justiniano 1º, que residia em Constantinopla, ordenou a construção de uma imponente igreja, "como não existe desde a época de Adão e nunca existirá novamente". Mais de 10 mil operários trabalharam nela. Dentro de apenas 15 anos, a estrutura externa era inaugurada. Durante um milênio a basílica foi o maior templo do cristianismo.



Autoria Alexandre Schossler


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1924: Fim do califado na Turquia


No dia 3 de março de 1924, encerravam-se os 600 anos de poder do Império Otomano. A Assembleia da Turquia dissolveu o califado e expulsou os representantes da dinastia.



                                                       Mustafa Kemal Atatürk

Kemal Atatürk

Em seu auge, durante a segunda metade do século 16, o Império Otomano se estendia por todo o Oriente Médio, a partir do atual Iraque, até a Hungria e o Norte da África. Seus regentes haviam assumido os títulos dos califas muçulmanos para ressaltar a supremacia no mundo islâmico. O sultão Suleiman 1º foi o último destes grandes soberanos.

O declínio começou no século 18, com a expulsão dos turcos da Hungria. Mais tarde, eles tiveram que se retirar também do sul da Rússia e, no século 19, seguiram-se partes dos Bálcãs e do Egito. Vários povos começaram a se rebelar, em busca de mais autonomia. Um exemplo foi a sangrenta revolução nos Bálcãs em 1908, que desencadeou o genocídio de 600 mil armênios durante a Primeira Guerra Mundial.
Derrotado na guerra, o aliado da Alemanha teve que assistir como italianos, britânicos, franceses, russos e gregos dividiram entre si pedaços do império em decadência. Alguns territórios foram anexados, outros viraram protetorados e outros, como a Armênia, conquistaram a independência. A extensão definitiva da Turquia foi fixado no Acordo de Lausanne, em 1923.

República e ocidentalização

O apetite dos Aliados pelo poder na Ásia Menor era tão grande, que nada teria restado à atual Turquia, se não fosse a resistência de Mustafá Kemal Atatürk, um general do Império Otomano com larga experiência em guerras. Diversos grupos nacionalistas o ajudaram a evitar a perda completa do território. Os gregos foram expulsos da Ásia Menor em 1922 e, em outubro de 1923, foi proclamada a república, com Ancara como capital.

O sultão Mehmed 6º, que sofria cada vez mais influência dos Aliados, foi pressionado a se asilar no exterior. Mustafá foi eleito presidente e introduziu as reformas que garantiram a ocidentalização da Turquia. Entre as principais, a concessão de direitos às mulheres, a adoção da escrita romana, do calendário gregoriano e do costume ocidental do sobrenome. Em 1926, aboliu-se também a poligamia.

Em 3 de março de 1924, dois anos após o fim do sultanato, a dissolução do califado e a expulsão dos representantes da dinastia pela Assembleia da Turquia, encerraram os 600 anos de poder do Império Otomano.

Autoria Peter Philipp (rw)

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1923: Ancara torna-se a capital da Turquia

No dia 13 de outubro de 1923, Kemal Atatürk, o fundador da moderna Turquia, declarou Ancara a capital do país.


Atatürk, o 'pai dos turcos'

O general Mustafa Kemal, fundador da Turquia moderna, recebeu o nome de honra "Atatürk", que significa "pai dos turcos". Atatürk fez parte de um grupo de jovens turcos que conseguiu pôr fim ao regime do sultanato no início do século 20. Após a derrota na Primeira Guerra Mundial, o Império Otomano encontrava-se à beira do colapso. O general Kemal assumiu a liderança da resistência nacional e ergueu uma nova nação das ruínas do antigo império.

Jovens exilados contra o sultanato

Sua ditadura reformista baseava-se em princípios que, transformados na ideologia que marcou o novo Estado, passaram a ser conhecidos como “kemalismo”. Kemal nasceu e cresceu em Salônica, na Grécia, onde frequentou a Academia Militar e juntou-se, já no ano de 1907, na Macedônia, ao Comitê para a Unidade e Progresso, que reunia turcos avessos ao Império Otomano.

Os jovens exilados começaram a se organizar em 1896 na clandestinidade, principalmente através do Comitê fundado alguns anos antes. O objetivo dos envolvidos, especialmente dos oficiais, e entre eles de Atatürk, era a implantação de uma Constituição na Turquia.

Naquela altura, o então desconfiado sultão e califa Abdülhamit perdia suas últimas chances de manter de pé seu regime de apadrinhamento. Se Istambul ainda governava, era em Ancara que se acumulavam as forças liberais e unionistas. Os donos do poder em Istambul reagiam sem sucesso. Uma rebelião organizada contra os jovens turcos reformistas não vingou, e o sultão Abdülhamit acabou sendo afastado. Seu irmão, que recebeu o título de sultão Mehmet, o Quinto, não teve mais nenhum poder de influência no país.

Mas quem eram esses jovens turcos, que da distante Ancara conseguiram minar lenta, mas seguramente, o tradicional Império Otomano, com know-how militar e ideias ocidentais? O historiador e cientista político Feroz Ahmad caracteriza o movimento da seguinte forma: "Dentro do movimento Turquia Jovem reuniram-se todas as forças e grupos que queriam derrubar o regime tradicional do sultanato. De forma simplificada, pode-se dividir o movimento em duas correntes distintas: os liberais e os unionistas".

"Os liberais pertenciam de maneira geral a uma classe social mais alta dentro do Império Otomano. Os membros dessa facção eram, sem exceções, muito bem-educados, abertos ao mundo e defensores de um sistema ocidentalizado, além de conhecerem línguas e culturas europeias, na maioria das vezes a francesa. Eles defendiam a implantação de uma monarquia constitucional, que seria conduzida pelos funcionários do governo, também oriundos da mesma classe social que eles. Da Inglaterra, que eles consideravam o berço dos parlamentos, os liberais esperavam receber ajuda para o regime em forma de empréstimos financeiros e apoio técnico na implantação das moderadas reformas sociais e econômicas.”

Fim do Império Otomano

Após várias operações militares bem-sucedidas, Atatürk assumiu a posição de líder da resistência nacional e tornou-se, a partir de 1920, presidente do Parlamento de Oposição criado em Ancara. Entre 1919 e 1922, derrotou nas guerras de libertação armênios, gregos, italianos, franceses e ingleses, estabelecendo então seu monopólio de poder com a ajuda do Partido Popular Republicano. O Império Otomano desmoronou-se de vez e Atatürk passou a deter em suas mãos todo o poder sobre o país.

Uma de suas resoluções mais importantes foi tomada no dia 13 de outubro de 1923: declarar Ancara nova capital da Turquia. Quase duas semanas mais tarde, foi proclamada a República – com Kemal Atatürk na função de presidente – e no ano seguinte, o califado foi definitivamente abolido. A isso seguiram-se medidas como a regulamentação do sistema de ensino pelo Estado, a substituição do direito islâmico das leis sagradas Charia por uma legislação de viés ocidental, a submissão de instituições religiosas ao controle do Estado, a adoção do alfabeto romano em detrimento do árabe e a consolidação da República da Turquia como um Estado secular.


Autoria Doris Bulau (sv)


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quinta-feira, 12 de outubro de 2017

DIREITA BRASILEIRA


É aquela que vota em um estuprador de galinhas que bate continência para a bandeira dos EUA em nome do resgate da moral e do nacionalismo.

Gustavo Castañon

PÁTRIA MINHA


A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.
Se me perguntarem o que é a minha pátria, direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.
Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias, pátria minha
Tão pobrinha!
Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação e o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!
Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.
Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova Inglaterra
Quando tudo passou a ser infinito e nada terra
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz
À espera de ver surgir a Cruz do Sul
Que eu sabia, mas amanheceu...
Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda...
Não tardo!
Quero rever-te, pátria minha, e para
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.
Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.
Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamen
Que um dia traduzi num exame escrito:
"Liberta que serás também"
E repito!
Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão...
Que vontade me vem de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.
Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.
Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
"Pátria minha, saudades de quem te ama…
Vinicius de Moraes."



NEM SUPREMO NEM SENADO, DIVISÃO TOTAL E INDECIFRÁVEL


Helio Fernandes

Depois de mais de 12 horas, uma das sessões mais longas dos últimos tempos, nada resolvido, a situação indica cada vez mais confusão. O Supremo, completamente dividido, devolve o processo para o Senado, que se aproveitará disso.
Temos que esperar o dia 13, com os Poderes completamente acéfalos. E no caminho de serem ultrapassados e ignorados.
E o Supremo, totalmente humilhado, constrangido, envergonhado, não sabia definir.Quando o resultado estava 4 a 4, 20 minutos de discussão acalorada, para saber o que estavam votando.
Para Suas Excelências ,4 a 4 não é empate, precisava interpretação. E foram interpretando, miseravelmente negando o passado.Esqueceram de Delcidio Amaral, Eduardo Cunha, como disse varias, não julgavam Aecio, consolavam e confortavam os senadores, apavorados e acumulados de processos no Supremo.
O ponto final do desequilibrio, foi o voto de desempate da presidente Carmen Lucia. Totalmente confusa, ela se atrapalhava toda, não sabia de nada ou melhor, sabia que precisava desempatar a favor da corrupção,mas não encontrava o caminho.
Foi socorrida caridosamente pelo decano Celso de Mello, que votara o bom combate, e lhe ensinava o caminho contrario.
O Supremo volta aos tempos tenebrosos do Estado Novo,quando serviu á ditadura, de 1937 a 1945. Agora servirá á corrupção. Só não sabem por quanto tempo.O Supremo se tornou secundário e dispensável, por opção e decisão dele mesmo.


Crise política

A única forma de superação de crises políticas é a democracia e o voto. Qualquer brasileiro com mais de cinquenta anos lembra do desastre político total que foi a ditadura militar, com o fracasso dos Generais Figueiredo e Newton Cruz. A crise social, econômica, política, moral e a corrupção, a impopularidade da ARENA e do trânsfuga PDS, o desemprego, fome, seca e saques no Nordeste, pivetes e favelas nas cidades, inflação e dívida externa, os terroristas do RIOCENTRO não deixaram nenhuma saudade. Sou filho de militar, temos dezenas de primos que foram oficiais superiores, generais e lembro bem que comentavam que militares foram recomendados a não andarem fardados no centro do Rio de Janeiro durante as Diretas Já, uma vergonha. Hoje essa imensa vergonha é do golpista Temer, do PMDB, PSDB, DEM, PPS e todos esses políticos rasteiros e corruptos. Querem governar o Brasil devem ganhar eleições e devem aparecer bem nas pesquisas de opinião. A rejeição de todas essas lideranças golpistas vem aumentando muito e rapidamente. Bolsonaro, Doria, Alckmin, Marina, Moro apresentam imensas rejeições em crescimento pela participação no golpe contra democracia. Somente a democracia e as eleições podem garantir credibilidade, legitimidade e uma nova hegemonia política. Fora isso só vai aumentar e piorar a já grande crise política.

RCO
Gente, existem tantos verbos para se usar, para além do to be or not to be. A voz ativa me soa tão significativa, pois ilumina o sujeito como agente e não paciente. Será que podemos diminuir a vozpassividade dos nossos textos?
Quero, sim, melhores textos.
Desejo, sim, aperfeiçoar minha própria escrita!
Põe a peruca para funcionar...
E sem a vulgaridade de dizer que se preocupar se os tempos e sujeitos verbais concordam ao longo do texto seria frivolidade. Pelamor ... fácil demais dizer que não vai usar matemática porque estuda humanas e depois não consegue nem fazer uma regra de três para achar percentagem...
Ps: não é o caso de facebook, to falando de estudos, documentos, pareceres... to falando para melhorar a comunicação não para embolar tudo... to falando de pessoas como eu que tiveram e tem acesso a escritas variadas
Ps2: to sendo julgadora, sim é sempre possível melhorar


Louise Ronconi de Nazareno

HA 40 ANOS, FROTA TENTOU DERRUBAR O "PRESIDENTE" GEISEL


Helio Fernandes

Mais um golpe dentro do golpe, nada surpreendente. Geisel cuidava da sua sucessão, e o ministro do Exercito, Silvio Frota, era candidatissimo. Mas o "presidente" já decidira: seu sucessor seria o general Figueiredo, Chefe do SNI.
Conhecendo os objetivos de Frota, montaram vigilância cerrada em cima dele. Estava fora da capital, souberam que chegaria a Brasília no dia 12 de outubro, com tudo preparado para tomar o poder. Com os serviços de Inteligência funcionando 24 horas por dia, souberam que o golpe seria no próprio dia 5, quando Frota chegasse á capital. Montaram então o contra - golpe.
Mandaram para o aeroporto, o dobro de soldados e apenas coronéis. Geisel e Figueiredo mandaram 5 generais de 4 Estrelas. E foram para a pista, esperar o avião. Assim que o Ministro ia descendo a escada, o general Hugo Betlem segurou seu braço, disse: "General, o senhor está preso, por favor, não tente resistir o aeroporto está cercado".
Frota compreendeu a situação, logo parou um carro, Frota e Betlem entraram atrás, na frente outro general de 4 Estrelas. Foram para o Planalto, Frota já estava demitido, o substituto era o próprio Betlem. Agora a parte mais difícil do ponto de vista pessoal e sentimental.
Figueiredo era 3 Estrelas, para "presidente", precisava ser promovido. Só havia uma vaga de 4 Estrelas.O numero 1 era o Chefe da Casa Militar do próprio Geisel, Figueiredo era o numero 2. Tradição no Exercito: o oficial que não é promovido ("caroneado") na sua vez, têm que passar para a reserva.
Mais tarde Geisel diria: "Sofri muito, mas fiz o que tinha que fazer". Figueiredo foi promovido, feito "presidente".
PS- 40 anos depois estamos numa encruzilhada ou expectativa: decidirão novamente por nós?
PS2- Algum outro general de 4 Estrelas traçará nosso destino, escreverá outro roteiro sem que saibamos como começa ou como termina?

PS3 -INDEC IFRAVEL

sábado, 7 de outubro de 2017

EMBOSCADA


¡Enseña, enseña, enséñame tu piel!
¡Deja, deja, déjame pasar mis dedos por tu piel!
Regálame, una, tan sólo una sonrisa
Fíjate, por única vez en mi, yo te veré ángel
Tomaré una instantánea para lo infinito
Voy quedando atrás a propósito
Me relego, que sean mis ojos las ventanas
Donde entre a borbollones tus formas exquisitas
Brota, has que surja de tu corazón un indicio
Algo que me filtre una leve esperanza
El azar quiso, que la calle tuya fuera la mía
Y el designio fortuito rozarnos las pieles
Ha sido el andén mi favorita pasarela
Tu siendo la modelo preferida de maravilla
Estoy agazapado como un guepardo
He preparado la emboscada definitiva
Debe llegar el zarpazo para conquistarte
¿Tendré éxito o no?
¡Ya veremos!
               

 José Abraham Guevara Chamorro