domingo, 3 de novembro de 2013

Nicolau II

Em 2 de novembro de 1894, Nikolai Aleksandrovich Romanov sobe ao trono para se tornar Nicolau II, o último imperador da Rússia, título que acumulou com o de Rei da Polônia e o de Grão-Duque da Finlândia. A coroação se deu um dia após a morte de seu pai, Alexandre III, falecido em decorrência de uma nefrite crônica. Durante seu reinado, Nicolau II viu a Rússia Imperial passar da condição de um dos maiores países do mundo para uma situação de desastre econômico e militar. Seu governo chegou ao fim com a Revolução Russa de 1917, quando em 15 de março ele abdicou e renunciou em seu nome e em nome de seu herdeiro, passando o trono para seu irmão, o Grão-Duque Miguel Romanov. Nicolau II foi executado pelos bolcheviques em 1918, junto com toda a sua família. Mais tarde, a sua mulher, Imperatriz Aleksandra, e seus filhos seriam canonizados como mártires pela Igreja Ortodoxa Russa, enquanto Nicolau II foi considerado São Nicolau, o Portador da Paz.


Assinatura

Entre lágrimas de crocodilo
o homem com gestos de lava
que aponta o local do crime
todas as manhãs
e eu despido de rosas
subo a escada de caracol da morte
para ir deixar na tua pele a assinatura bárbara
com a caligrafia trémula todas as manhãs
e todas as noites de terror
entre a música dos astros

António José Forte/
Uma Faca nos Dentes
Página 91


Declaração*

Eu de barba branca a tiracolo
rodeado de fumo por todos os lados vadios
menos pelo lado do mar
com um incêndio à ilharga
e dois artelhos clandestinos
eu salvo miraculosamente para te amar e curar
e esperar o teu regresso glacial e escarlate
que escrevo poemas desde que um rato
me entrou prós pulmões e só por causa disso
eu que disse: há um cancro no mapa universal
e engenheiros, geógrafos, doutores se apressaram a negá-lo
eu da cintura pra cima de alcatrão e terror
e do umbigo pra baixo de quiosque chinês
eu não espero piedade obrigado

António José Forte/
Uma Faca nos Dentes
página 55




AS PORRADAS DE NIETZSCHE NA PRIVATIZAÇÃO E NO INDIVIDUALISMO ESTREITO E BURGUÊS -

“...A nenhuma das medidas executadas por um governo será garantida continuidade...Ninguém sentirá para com uma lei nenhuma obrigação maior que a de se inclinar momentaneamente à força que a sustenta: as pessoas, então, imediatamente porão mãos à obra para subverte-la com uma nova força, a criação de nova maioria. Por fim –pode-se dizê-lo com certeza—a resolução de por fim ao conceito de estado, de abolir a distinção entre particular e público. As companhias particulares gradualmente absorverão a tarefa do estado: mesmo o mais resistente resíduo do que antes foi função do governo (por exemplo, suas atividades destinadas a proteger o indivíduo do indivíduo) será, com o decorrer do tempo, tratado por contratantes particulares.”



(trecho de Humano, Demasiadamente Humano, de Nietzsche. É impressionante a atualidade dessas palavras, dirigidas a um público de leitores europeus do fim da década de 1870 e não da década atual.)

A estrutura das revoluções científicas

" Ainda nos resta perguntar como terminam as revoluções científicas. No entanto, antes de fazê-lo, parece necessário realizar uma última tentativa no sentido de reforçar a convicção do leitor quanto à sua existência e natureza. "


-Thomas S. Kuhn; A estrutura das revoluções científicas.

ODOACRO


Odoacro (cerca de 434 - 493), rei da tribo germânica dos hérulos, Filho de Edeco, príncipe da corte de Átila rei dos Hunos ,nasceu perto do Rio Danúbio, em território que hoje é parte da Alemanha. Ao depor o imperador Rômulo Augusto, em 476, pôs fim ao Império Romano do Ocidente e se tornou o primeiro dos reis bárbaros de Roma.
Odoacro foi Rei dos Hérulos entre 476 e 493. Pertencia a uma tribo germânica, mas, depois desta ter sido destruída pelos Ostrogodos, coloca-se ao serviço dos Romanos.
Em 469 se pôs a serviço dos romanos como chefe de um exército de mercenários germânicos de estirpe hérula.
Tornou-se um dos chefes da guarda germânica do imperador. Participou numa revolta que colocou no trono Rómulo Augústulo, em 475. Como os soldados germânicos não obtiveram as terras que lhes haviam sido prometidas, Odoacro enceta uma nova revolta que provocou a queda de Rómulo , entregou as insígnias imperiais a Zenão, imperador do Oriente, declarando-se governador de Itália em 476. Este golpe de Estado marcou o final do Império do Ocidente. Tomou para si o título de Patrício e iniciou a árdua tarefa de organizar o país.
Começou por anexar a Sicília e procurou proteger o Norte da península com uma política de boa vizinhança com os Visigodos da Gália e com a ocupação da Dalmácia.
Zenão I de Bizâncio, preocupado com os recentes sucessos do rei germânico Odoacro, estimulou Teodorico o Grande, rei dos ostrogodos, a invadir a Península Itálica. Teodorico derrotou Odoacro em Aquileia (488) , Verona (489) e no Rio Adda (490), depois de um cerco de 3 anos a Ravenna, Teodorico e Odoacro assinaram um acordo que garantiu a supremacia de ambos. Um banquete foi organizado para celebrar o tratado. Foi nesse banquete que Teodorico matou Odoacro com as próprias mãos.
Fontes:http://historia10alfandega.blogspot.com.br/2011/08/biografia-odoacro-herulo.html




Hejus Ben Hur - Colaborador História Agora

Não te Arrependas



Não te arrependas, Amada, porque a mim tão depressa te deste!
Podes crer, nem por isso de ti penso coisas insolentes e vis!
Vária é a acção das setas do Amor: algumas arranham,
E do rastejante veneno languesce pra anos o peito.
Mas, com penas potentes e gume afiado de fresco,
Outras penetram até ao tutano e rápido inflamam o sangue.
Nos tempos heróicos, quando Deuses e Deusas amavam,
Ao olhar seguia o desejo, ao desejo o prazer.
Crês tu que a Deusa do Amor pensou muito tempo
Quando no bosque de Ida um dia Anquises lhe agradou?
Se Luna tardasse a beijar o belo dormente,
Auiora, invejosa, em breve o teria acordado.
Hero descobriu Leandro no festim ruidoso, e ligeiro,
Ardente saltou o amante pra a corrente nocturna.
Rhea Sílvia, a virgem princesa, vai descuidosa
Buscar água ao Tibre, e o Deus dela se apossa.
Assim Marte gerou os seus filhos! — Uma loba amamenta
Os Gémeos, e Roma nomeia-se princesa do mundo.

Johann Wolfgang von Goethe, in "Elegias Romanas"

Tradução de Paulo Quintela
 “A grande conquista do governo Lula foi a criação de empregos e a elevação do poder aquisitivo dos pobres. Esses foram ganhos dentro das relações do mercado. Mas sem avanços correspondentes nas esferas da vida em que as relações de commodities não deveriam ter lugar, o risco é realmente gerar uma sociedade de consumo em que, como nos Estados Unidos, aumentar a prosperidade não é, na verdade, empecilho para aumentar, ainda mais rapidamente, a desigualdade. No Brasil, que ainda continua perto do recorde mundial de má distribuição de renda, só uma reforma radical da estrutura tributária, da administração pública e do sistema político pode frear esse perigo. É necessário um Estado que esteja verdadeiramente sob o controle de seus cidadãos, que seja capaz de oferecer serviços honestos, justos e construtivos para eles."
PERRY ANDERSON

O SENSACIONAL DEBATE ENTRE ŽIŽEK E O SAPO GONZALO



“Tudo foi preparado e em pouco tempo, lá estavam os dois ‘contendores’, diante de um auditório lotado de estudantes, ‘blogueiros’, anarco-skatistas, blequebloques, beiçudos capiléticos e alguns radicais de nosso tempo. Até o cantor e campositor Caetano Veloso se encontrava no local, aproveitando uma folga entre dois shows que faria na cidade. ‘Esse Zizeque é muito porreta, minha nêga!’, disse à barraqueira oficial dos artistas unidos pela censura, Paula Lavigne, sentada a seu lado...”

Luiz Bernardo Pericás, no Blog da Boitempo: http://wp.me/pB9tZ-23S


She was young and beautiful too,
A madonna for no man`s taking,
As bright as the sheen on the tranguil stream.
My heart was the nearer to breaking!

So carefree she was, as the faraway blue
A swan between sleeping and waking;
Who knows, but perhaps there was sadness too.
My heart was the nearer to breaking!

But as she sang softly of love that is true,
My soul was in sympathy,
But passion was the nearer to breaking!


Alexander Blok (1880-1921)