quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Em regra, aceitamos a simplificação que confundia uma obra de engenharia civil (a demolição de um muro) com um desejado fim do "comunismo".Penetrávamos no mundo em que não havia mais "guerra fria", não existiam "esquerda e direita", e mesmo a História se alegava acabada. Pesadelos de uma noite de tempestade. Vontades idiotas não foram satisfeitas, mas aí estão os resultados concretos da "queda do muro de Berlim": a restauração da união entre Igreja e Estado, o poder inquestionável do czar Putin, julgamentos que são comédias de non sense.

Sérgio Gonçalves
BRASÍLIA: fase final de construção, mas antes de ser habitada por vermes. Espíritos maus rondam a grande obra de JK: Jânio Quadros assumiu, bebeu, escreveu bilhetes e renunciou rapidamente. Surgem então as figuras tétricas: Auro Soares de Moura Andrade, açodado no seu dever de declarar a vacância do cargo, chama Ranieri Mazili, que assume, na ausência de Jango. Os militares sentem os bons ares favoráveis ao golpe e negam posse ao vice-presidente. Machado Lopes, um general que comandava o 3º Exército, sai de Porto Alegre e sobe, rumo ao Rio de Janeiro, para que se cumpra a Constituição. Jango assume: anos tumultuados, as reformas de base e a conspiração despudorada das direitas: as coisas ainda aconteciam no Rio de Janeiro, o comício da Central do Brasil, a "anta fardada", que desce de Minas Gerais, e a fuga de Jango. Vinte e cinco anos de vergonha, tendo enfim, como palco, a cidade que se faz um quartel, habitado por homens vestidos de verde e fantasmas sem caráter. A "democracia nova", com Jose Sarney e com o criminoso aspirador de pó. Esperanças de redenção com a chegada de FHC, o homem que vendeu o Brasil.
BRASÍLIA: NUNCA FOI E NÃO É O BRASIL!

Sérgio Gonçalves