segunda-feira, 1 de abril de 2013



"A gargalhada é o sol que varre o inverno do rosto humano."

- Victor Hugo, in 'Os Miseráveis'

EN UNA ESTACIÓN DEL METRO



OSCAR HAHN.

Desventurados los que divisaron
a una muchacha en el Metro

y se enamoraron de golpe
y la siguieron enloquecidos

y la perdieron para siempre entre la multitud

Porque ellos serán condenados
a vagar sin rumbo por la estaciones

y a llorar con las canciones de amor
que los músicos ambulantes entonan en los túneles

Y quizás el amor no es más que eso:

una mujer o un hombre que desciende de un carro
en cualquier estación del Metro

y resplandece unos segundos
y se pierde en la noche sin nombre

Nikolai Vasilievich Gogol



Há exatos 204 anos, em 1º de abril de 1809, nasceu Nikolai Vasilievich Gogol, um dos maiores escritores russos de todos os tempos, o verdadeiro introdutor do realismo na literatura russa e o precursor genial de todos os grandes escritores que vieram depois.
Nas palavras de outro gigante da literatura russa, Fiodor Dostoievski: "Todos nós saímos de ‘O Capote’, de Gogol. Toda a literatura russa, que já muito devia a Pushkin, colherá em Gogol os maiores ensinamentos.”

Confira em nosso site outros fatos que marcaram o 1º de abril na história da Rússia:
http://www.diariodarussia.com.br/acontecimentos-2/noticias/2013/04/01/aconteceu-em-1o-de-abril-2/


Capitalismo parasitário



Os medos agora são difusos, eles se espalharam. É difícil definir e localizar as raízes desses medos, já que os sentimos, mas não os vemos. É isso que faz com que os medos contemporâneos sejam tão terrivelmente fortes e seus efeitos tão difíceis de amenizar. Eles emanam virtualmente em todos os lugares. Há os trabalhos instáveis, as mudanças nos estágios da vida; a fragilidade das parcerias; o reconhecimento social dado só "até segunda ordem" e sujeito a ser retirado sem aviso prévio; as ameaças tóxicas, a comida venenosa ou com possíveis elementos cancerígenos; a possibilidade de falhar num mercado competitivo por causa de um momento de fraqueza ou de uma temporária falta de atenção; o risco que as pessoas correm nas ruas; a constante possibilidade de perda dos bens materiais etc.

Os medos são muitos e diferentes, mas eles alimentam uns aos outros. (...)

Os medos não têm raiz. Essa característica do medo faz com que ele seja explorado política e comercialmente. Os políticos e os vendedores de bens de consumo acabam transformando esse aspecto em um mercado lucrativo. O comum é tentar reagir, fazer alguma coisa, buscar desvendar as causas da ansiedade e lutar contra as ameaças invisíveis. Isso é conveniente do ponto de vista político ou comercial. Tal atitude não vai curar a ansiedade, mas alimentar a indústria do medo. Adquirir bens para obter segurança só alivia uma parte da tensão e mesmo assim, por um breve tempo.

Para os governos e o mercado, é interessante manter acesos esses medos e, se possível, até estimular o aumento da insegurança. Como a fonte das ansiedades parece distante e indefinida, é como se dependêssemos dos especialistas, das pessoas que entendem do assunto, para mostrar onde estão as causas do sofrimento e como lutar contra ele. (...) A natureza dos medos líquidos contemporâneos ainda abre um enorme espaço para decepções políticas e comerciais."

Zygmunt Bauman. Capitalismo parasitário. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. pp. 73-75