segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

como é que a mídia nacional ainda não viu isto?



Alexandre França
O que acontece hoje na música pop da classe média brasileira minimamente letrada e inteligente:
- Ukulele ou
- Fela Kuti ou
- Jovem Guarda cult ou
- Vanguarda light.
Qual seria, então, o caminho mais interessante da canção pop hoje no Brasil, longe destes MODISMOS que já começam a dar sinais de desgaste -
A MÚSICA CURITIBANA.
Música curitibana nas figuras de:
Confraria da Costa, Banda Gentileza, Troy Rossilho, Eugênio Fim e Luiz Felipe Leprevost, Klemorin, Marcelo Lique, entre outros (MUITOS outros).
Quais seriam as diferenças básicas da música curitibana, para outros movimentos musicais que ocorreram no Brasil.
Ao invés do velho sistema "mistura do Brasil com o que vem de fora"
a construção de novos territórios musicais (através de ecos, um olhar refratado acerca do lugar onde se fala - por exemplo, falar sobre a Rússia, falando, na verdade, sobre Curitiba - criação de ambientes outros, situações outras na canção, outras temáticas e contundência poética no que diz respeito a sua construção)
Influência da musicalidade da velha Europa.
Dna da poesia punk feita em Curitiba nos anos 80 e 90.
A performance como forma de musicalidade.

Há outras características que eu vou falando com o tempo.
Este é apenas um recorte - É CLARO que a musica curitibana envolve outros estilos, pessoas, etc, etc.
Mas é uma semente que eu tô plantando e um questionamento:
como é que a mídia nacional ainda não viu isto?



La ideología fatalista, inmovilizadora, que anima el discurso liberal anda suelta en el mundo. Con aires de posmodemidad, insiste en convencemos de que nada podemos hacer contra la realidad social que, de histórica y cultural, pasa a ser o a tornarse "casi natural". Frases como "la realidad es justamente así, ¿qué podemos hacer?" o "el desempleo en el mundo es una fatalidad de fin de siglo" expresan bien el fatalismo de esta ideología y su indiscutible voluntad inmovilizadora." 
Paulo Freire
Pedagogía de la autonomía. P. 11

Dialética do Concreto



"O deuses existem apenas para aqueles que os reconhecem. Além dos confins da terra, se transformam em simples pedaços de madeira, assim como um rei se transforma em um homem qualquer. Por quê ? por quê a deidade não é um pedaço de papel, mas uma relação e um produto social."

-Karel Kosik


Assim eu vejo a vida
A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.

- Cora Coralina, [O poema acima, inédito em livro], foi publicado pelo jornal "Folha de São Paulo" — caderno "Folha Ilustrada", edição de 04/07/2001.

Não



Galeano - 11 de fevereiro
 
Enquanto nascia o ano de 1962, uma desconhecida banda - duas guitarras, um baixo, uma bateria - gravou em Londres seu primeiro disco.
Os rapazes voltaram para Liverpool e se sentaram para esperar.
Quando ja' não tinham mais unhas para roer, num dia como hoje receberam a resposta. A Deca Recording Company dizia a eles, com franqueza:
- Não gostamos do seu som.
E sentenciava:
- As bancas de guitarra estão desaparecendo.
Os Beatles não se suicidaram.


Apesar das ruinas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias.

Sophia de Mello Breyner Andresen