segunda-feira, 21 de março de 2016

É para entender tudo e apoderar-se de nada
Que vêm ao mundo os poetas.

Sergey Esenin
Ruy Braga


Ao menos a atual crise política teve um efeito pedagógico: mostrar aos trabalhadores, em especial, aos mais jovens, que a democracia é uma conquista das lutas sociais. Depois de quase 30 anos de vigência da democracia representativa e após 13 anos de governos petistas - que se especializaram em afirmar que "estava tudo bem" e que a burocracia iria "entregar o prometido" -, muitos haviam se esquecido de como a democracia é frágil em países capitalistas periféricos... Sem mobilização social, não há democracia. Menos lulismo, mais ativismo!
 Verlaine Freitas

"Quanta miopia política é necessária para um jovem de classe média vestir uma camisa como essa? Quanta força para tornar os seres humanos idiotas possuem os meios de comunicação em massa? O que esperar de progresso quando nossa juventude se orgulha de fazer apologia à barbárie como meio de progresso político?

Theodor Adorno dizia que o principal objetivo da educação é evitar que o genocídio nazista perpetrado sobre suas vítimas voltasse a se repetir sob outras formas. Pelo visto, estamos muito, mas muito longe mesmo, de conseguir isso. A educação formal, escolar, ainda é tão idiotamente técnica, tão absurdamente desconectada da formação da cidadania, que podemos formar engenheiros totalmente capazes de erguer um prédio de 40 andares, mas completamente imbecilizados quanto ao que significa uma ditadura que amordaçou, violentou e assassinou a quem pedia liberdade política.

Tudo isso deve gerar um alerta crucial, de primeira grandeza a todas as pessoas que tenham um mínimo de consciência do que significa a importância da educação: ou nós lutamos para inserir nos processos educacionais uma reflexão detida, prolongada e robusta sobre o que significa cidadania, liberdade política e espírito democrático, ou continuaremos a ser arrastados por este processo de ofuscamento e imbecilização generalizado que grassa em nosso país, movido principalmente pelos meios de comunicação em massa. Não podemos nos omitir. Se algo de bom restar de todo este complexo de desestruturação de nosso corpo político, terá sido a certeza desse compromisso."