sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Berlioz - Grande Messe des Morts (Requiem): Introitus et Kyrie (1/7)

O amor e seu tempo

Amor é privilégio de maduros

Estendidos na mais estreita cama,

Que se torna a mais larga e mais relvosa,

Roçando, em cada poro, o céu do corpo.



É isto, amor: o ganho não previsto,

O prêmio subterrâneo e coruscante,

Leitura de relâmpago cifrado,

Que, decifrado, nada mais existe



Valendo a pena e o preço do terrestre,

Salvo o minuto de ouro no relógio

Minúsculo, vibrando no crepúsculo.



Amor é o que se aprende no limite,

Depois de se arquivar toda a ciência

Herdada, ouvida. amor começa tarde

Carlos Drummond de Andrade