sexta-feira, 7 de abril de 2017

"Então, a Reforma Protestante foi um caso de "muito barulho por nada"? Fruto de um equívoco? Devemos responder com firmeza: não! As revoluções, no entanto, não surgem pelas ideias ou pelas teorias abstratas, mas por situações históricas concretas, e a situação da Igreja, há tempo, não refletia realmente aquelas convicções. A vida, a catequese, a piedade cristã, a direção espiritual, por não falar depois da pregação popular: tudo parecia afirmar o contrário, ou seja, que o que conta são as obras, o esforço humano".

 Frei Raniero Cantalamessa. 
O principal problema do pseudo intelectual da tecnociência é a sua baixa capacidade interpretativa, toda informação é tomada por ele por um único viés interpretativo e definida como um conceito prático e fechado adequado ao seu interesse - muitas vezes a sua vaidade - ou nível de conhecimento de causa. O segundo passo é vestir seu conceito de termos técnicos precisos, pola isto confere a autoridade ao argumento.

Pronto, eis uma definição simplória de ocasião, que será tachada de "complexa" - palavra da moda, pouco compreendida - com sua vestimenta técnica, científica, burocrática, adicione um rebanho ruidoso ávido por verdades fáceis e pronto.

Henrique Veber
O fim da Gazeta do Povo como jornal diário foi mais uma consequência do apoio ao golpe de 2016. Ocorreu uma grande separação e mesmo um divórcio com a maior parcela da intelligentsia regional. A grande maioria do professorado passou a abominar o veículo pelas suas ideias de extrema direita, como intelectuais críticos são formadores de opinião o impacto comercial foi devastador. Além das mudanças tecnológicas as mudanças políticas foram determinantes para o destino do jornal. O golpe de 2016 ainda vai causar muitas sérias derrotas para as oportunistas forças conservadoras e burguesas que o apoiaram. Partidos políticos e empresários golpistas de direita vão pagar o pato pelo desequilíbrio, pela instabilidade e pelas crises que o golpe de 2016 trouxe para o Brasil.

RCO
O que aconteceu na Hebraica, tanto em São Paulo (onde a palestra do fascistão foi cancelada) como no Rio (onde ocorreu sob protestos) tem um nome- luta de classes, e um sobrenome- a incapacidade (que pode ser corrigida) dos setores democráticos das várias comunidades de se descartarem de suas velhas organizações.
OK, a Hebraica é apenas um clube e aqueles que protestaram não são a classe operária. Porém, a luta de classes se desdobra em mil facetas e expõe o tenebroso drama do atual momento.
Os judeus pagam um altíssimo preço pela existência do estado de Israel, na verdade um Forte Apache implantado no Oriente Médio para atender os interesses imperialistas, massacrar os palestinos, negando-lhes qualquer existência independente, e ajudar na manutenção das monarquias árabes feudais, que garantem o fluxo do petróleo.
Os protestos dos judeus, no Brasil contra Bolsonaro, em Israel e no mundo contra a guerra sem quartel aos palestinos, expõem a incompatibilidade dos anseios democráticos com a “ordem” (na verdade, uma desordem sanguinária) reinante no Oriente Médio, estado de coisas que encontra apoio nos dirigentes das Hebraicas.
Por isso, nada de racismo, que não é senão uma das manifestações mais pútridas dessa mesma “ordem”.


Roberto Elias Salomão