domingo, 2 de dezembro de 2012

Coetzee después del premio Nobel


agenda Literaria Peruana
Coetzee después del premio Nobel
John Maxwell Coetzee (Ciudad del Cabo, 1940) es uno de esos escasos autores modernos que ha logrado mantener su biografía a la sombra de su obra.
Se sabe que dividió su infancia entre la capital sudafricana y una remota localidad del interior (que le inspiró Esperando a los bárbaros), que sus relaciones con sus padres y hermano fueron distantes y que, luego de una tesis brillante en letras inglesas, pasó los años 60 en Gran Bretaña estudiando matemáticas y computación. Renunció a un trabajo bien pagado en la IBM para instalarse en Austin, donde se doctoró con una tesis que aplica el análisis informático a la obra de Beckett. Luego de enseñar unos años en EEUU retornó a Sudáfrica para hacerlo en la Universidad del Cabo y asistir al final del Apartheid, del que fue un declarado opositor, pero –muertos sus padres y hermano– se muda definitivamente a Australia, donde acepta un puesto de investigador en la U. de Adelaida y lo sorprende el Nobel. Recibe la nacionalidad australiana en el 2006, aunque declara no haber roto lazos con Sudáfrica.
http://www.scoop.it/t/letras/p/3563652578/coetzee-despues-del-premio-nobel?hash=7e2a28f8-f800-4eb8-9355-8f66d94f108e

"Continuar a espantar-se; continuar a ser novo, e até o fim, ante tudo o que é novo: pois tudo é novo. Não ceder ao hábito, que é usura progressiva; e tudo se torna poeirento e cinza, tudo se torna igual ao que somos, tudo se parece e se repete, porque nós nos parecemos e nos repetimos."
 
Décio Pignatari. 1927-2012
 

NOVO SALMO 23



 
Affonso Romano d e Sant’Anna
 
Todo mundo sabe o Salmo 23 de cor. Até porque a primeira coisa que São Pedro diz a quem quer entrar no Céu é isso: “-Meu filho recite aí o Salmo 23…”
E se você teve, como eu, a chance de saber a Biblia praticamente de cor, poderá dizer com o júbilo dos remidos:
O senhor é o meu pastor
E nada me faltará.
Deitar-me faz em verdes pastos,
Guia-me por águas tranquilas
E refrigera minha.
Guia-me nas veredas da justiça
Por amor ao seu nome
Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte
Não temeria mal algum
Porque tu estas comigo
O teu cajado e tua vara e consolam.
Preparas uma mesa perante mim
Na presença dos meus inimigos
Unges meu cabelo com óleo
E meu cálice transborda.
Certamente que a bondade e misericordia
Me seguirão por todos dias
E eu habitarei na casa so Senhor por longos dias.
 
Estou pondo isto aqui de memória. Podem crer. Talvez haja uma outra pequena deiferença no texto de acordo com o tradutor da Biblia. Mas pelo que viram, minha entrada no Reino dos Céus é tranquila.
EssMas outro dia esse salmo me veio à mente e me ocorreram duas coisas sobre ele . A primeira é que todas as imagens do texto correspondem `a vida agrária e pastoril do antigos judeus: ali se fala de pastor, dos pastos verdes, daquele cajado que o pastor usava para conduzir o rebanho, e há também algumas referências mais específicas. Por exemplo, aquele “vale da sombra da morte”, dizem os exegetas, não é uma simples imagem, mas seria um vale terrível que se tinha que atravessar. E aquela menção ao óleo que unge a cabeça vem de um ritual de abençoar o eleito.
Mas não é só isto que me ocorreu. E sim um contraponto com o mundo moderno. David, que era rei, experimentou, quando apascentava seus carneiros, aquela vida pastoril e agrária. Era natural que sua poesia retratasse esse cenário. Mas a pergunta que não pode calar é essa: como ele faria esse salmo hoje?
Procurei em vão pela minha biblioteca a Bíblia em “Nova Tradução na Linguagem de Hoje”, que reduziu o vocabulário de 8.38 mil palavras para 4.39 mil. Queria ver como está lá o Salmo 23. Como não a achei, fiquei matutando: como será que em tempos de globalização e internet o nosso harpista e rei David recitaria seu poema? Claro que ele ia trocar a harpa por uma guitarra. Mas acho que iria mais longe e talvez dissesse:
 
O computador é meu pastor e nada me faltará.
Ele está comigo no escritório, nos verdes pastos ou no banheiro
E o levo aos restaurante e estações de águas.
Ele me tranquiliza e angustia
Me incrimina junto à Justiça e pacifica os amigos do facebook
Com ele nem penso na morte
E não temerei mal algum
Porque a internet, o google e o Ipad
Me consolam.
Conectado na rede nem me dou conta dos inimigos
Não preciso comer nem beber
Sou um ungido, uma celebridade eletrônica
E curtindo a pós-modernidade
Habitarei nas nas redes sociais por longos dias.
 
(Estado de Minas/Correio Braziliense 2.12.2012)

ELLA


{Vicente Huidobro}

Ella daba dos pasos hacia delante
Daba dos pasos hacia atrás
El primer paso decía buenos días señor
El segundo paso decía buenos días señora
Y los otros decían cómo está la familia
Hoy es un día hermoso como una paloma en el cielo.

Ella llevaba una camisa ardiente
Ella tenía ojos de adormecedora de mares
Ella había escondido un sueño en un armario oscuro
Ella había encontrado un muerto en medio de su cabeza.

Cuando ella llegaba dejaba una parte más hermosa muy lejos
Cuando ella se iba algo se formaba en el horizonte para esperarla.

Sus miradas estaban heridas y sangraban sobre la colina
Tenía los senos abiertos y cantaba las tinieblas de su edad
Era hermosa como un cielo bajo una paloma.

Tenía una boca de acero
Y una bandera mortal dibujada entre los labios
Reía como el mar que siente carbones en su vientre
Como el mar cuando la luna se mira ahogarse
Como el mar que ha mordido todas las playas
El mar que desborda y cae en el vacío en los tiempos de abundancia
Cuando las estrellas arrullan sobre nuestras cabezas
Antes que el viento norte abra sus ojos
Era hermosa en sus horizontes de huesos
Con su camisa ardiente y sus miradas de árbol fatigado
Como el cielo a caballo sobre las palomas.