quinta-feira, 27 de abril de 2017

A revolução que a China quer esquecer


Cinquenta anos atrás começava na China a Revolução Cultural, que colocou o país de cabeça para baixo e causou mais de 1 milhão de mortes. A DW responde a algumas perguntas sobre o conturbado período.

Qual era o objetivo central da Revolução Cultural?

A Revolução Cultural foi uma campanha política lançada em 1966 pelo então chefe do Partido Comunista, Mao Tsé-tung, com o fim de criar "o novo ser humano", o qual, na definição do sinólogo Oskar Weggel, seria aquele "altruísta ser social na sociedade livre de dominação, que desde sempre vagara pelas utopias sobre a humanidade".

Para alcançar essa meta, Mao exigia a destruição dos "Quatro Velhos": velhos pensamentos, velha cultura, velhos costumes e velhos hábitos, a serem substituídos pelas ideias do líder comunista.
Além disso, ele exigia a neutralização de elementos contrarrevolucionários e revisionistas, encarnados por seu adversário político Liu Shaoqi, a quem poucos anos Mao sucedera como presidente da República Popular da China. Nesse sentido, a Revolução Cultural foi também uma luta de poder no núcleo da liderança comunista.

Do ponto de vista econômico, Liu apostava mais fortemente nas forças do mercado – como faria, mais tarde, Deng Xiaoping – e politicamente, na disciplina partidária. Para Mao, em contrapartida, incentivos ao enriquecimento eram coisa do diabo. E os funcionários do partido também compunham a "nova classe exploradora". Consequentemente, a permanente luta de classes seria o único veículo para o progresso social.

Até que ponto a Revolução teve algo a ver com cultura?

No início dos anos 1960, Mao perdera uma parcela considerável de seu poder e deixara Pequim, o centro da liderança, para exercer sua influência a partir de Xangai. Ele não tinha como atacar diretamente o Comitê Central do Partido Comunista, dominado por Liu Shaoqi e seus aliados. Só lhe restava, então, uma ofensiva indireta por meio dos lavradores, operários ou dos colegiais e estudantes.

Liu Shaoqi recebe estudantes de música em 1964. Quatro anos mais tarde, ele seria deposto na Revolução Cultural

O chamado "Grande Salto Adiante" em 1958-61 mostrara as consequências catastróficas de reformas radicais nos setores agrário e industrial, com milhões de mortos. Portanto só sobrava o ataque através da cultura, em particular da literatura e dos jornais.

Depois de Mao e seus aliados prepararem com sucesso o caminho, lançando textos propagandísticos, o golpe decisivo contra a facção de Liu foi dado no "congresso ampliado do politburo", em maio de 1966, e Mao conseguiu excluir grande parte dos adeptos de Liu do círculo interno do poder.

Em seguida, ele declarou combate aos "revisionistas" nos quadros partidários, governo, Exército e setor cultural. Em agosto de 1966, depois de ter jogado para escanteio seus oponentes, retornou a Pequim.

Como transcorreu a Revolução Cultural?

Ela durou de 1966 a 1969, começando com a revolta dos estudantes, que se juntaram às não militares "Guardas Vermelhas", a fim de combater as "quatro relíquias". Na prática, os alvos eram professores escolares e universitários, que foram forçados a prestar "confissões" e tiveram suas residências devastadas.

Templos, pagodes e bibliotecas foram igualmente destruídos. Não era raro supostos revisionistas acabarem diante do pelotão de fuzilamento. Operários e grande parte da população urbana aderiram à revolução, agora com ação intensificada contra os aparatos partidários locais.

Logo o país mergulhou no caos. Nos primeiros meses, bem mais da metade de todos os membros do politburo e do Comitê Central e secretários de província perdeu seus postos. O sistema governamental entrou em colapso. Por fim passaram a travar-se sangrentas brigas de facções dentro das Guardas Vermelhas, com cada grupo convencido de ser o representante da única doutrina salvadora.

Quando a dinâmica da Revolução Cultural saiu totalmente do controle, Mao ativou o Exército de Libertação Popular, sob o comando de seu correligionário Lin Bao. As Forças Armadas tinham permanecido basicamente poupadas do caos, como uma espécie de Estado dentro do Estado.

Em 1968, Liu Shaoqi foi deposto. Os militares haviam assumido o controle em praticamente todo o país. Os membros das guardas que não acatavam a nova ordem ou eram enviados para reeducação no campo, ou sumariamente executados. A pretendida liderança das massas logo se transformou em domínio militar.

Em 1969 iniciou-se a restauração do aparato partidário. Mas o Exército, sob o comando de Lin Bao, não quis abrir mão voluntariamente de seu posto. Com o famigerado "Projeto 571", Lin planejara assassinar Mao. Mas o plano foi desvendado, e o avião de Lin Bao caiu na República da Mongólia, sob circunstâncias até hoje não totalmente esclarecidas.

Apesar da restauração do Partido Comunista, somente em 1976 a calma retornou à China. A assim chamada "Camarilha dos Quatro", também integrada pela esposa de Mao, tentou impor a linha radical contra os novos líderes, Chu En-lai e Deng Xiaoping, mas fracassou definitivamente quando Mao Tsé-tung morreu, em 9 de setembro de 1976. O caos da Revolução Cultural terminava com a morte de seu iniciador.

Mao Tsé-tung (dir.) e Lin Biao no Grande Salão do Povo, 1971

Qual foi a importância do Pequeno livro vermelho?

O verdadeiro título do Livrinho Vermelho ou Bíblia de Mao é Citações do presidente Mao Tsé-tung.
 Trata-se de uma compilação de textos, discursos e aforismos de Mao, reunidos por Lin Bao durante o "Grande Salto Adiante". Ao longo da Revolução Cultural, todo revolucionário convicto devia sempre trazer um exemplar consigo. Os guardas vermelhos costumavam saudar-se com citações do livrinho. Até hoje foram impressas cerca de 1 bilhão de Bíblias de Mao.

O que causou o fracasso da Revolução Cultural?

Desde o início, a Revolução Cultural portava uma contradição não resolvida: Mao queria ser o revolucionário supremo, que derruba todas as hierarquias, e ao mesmo tempo manter o controle total.
Quando essa contradição se alastrou, inclusive nas brigas de facções dentro das Guardas Vermelhas, e os apelos à disciplina falharam, Mao apelou para o Exército, a fim de restaurar a ordem. O sonho do "novo ser humano" foi enterrado, estabelecendo-se, em seu lugar, o "poder dos canos de fuzil".

Por fim voltou a formar-se um partido de quadros, segundo o modelo leninista, com hierarquia e burocracia. Diversos adversários de Mao retomaram o poder após a morte dele, entre eles o secretário-geral do Partido Comunista, Deng Xiaoping, o qual, com reformas agrícolas, conduziu a nação a uma nova era.

Que consequências teve a Revolução Cultural?

Segundo estimativas atuais, entre 1,4 milhão e 1,6 milhão de chineses foram mortos durante a Revolução Cultural, a maioria dos quais provavelmente na trilha das "campanhas de limpeza" do Exército de Libertação Popular, que usou de grande violência na tentativa de restabelecer a ordem no país.

Entre os poucos efeitos positivos da revolução, conta-se a introdução pelo menos de um sistema de saúde rudimentar nas zonas rurais e reformas do ensino para os operários e lavradores.
Como a China avalia oficialmente, hoje, a Revolução Cultural?

Em 1981, Deng Xiaoping condenou a "Camarilha dos Quatro" num processo espetacular, definindo a Revolução Cultural como "grande catástrofe para o Partido e o povo". Segundo a linha partidária atual, Mao estava 30% errado, mas 70% certo. Há muito a China abandonou a noção maoísta de revolução permanente: atualmente o Partido Comunista é marcadamente hierárquico, detém o monopólio do poder no país e tem a estabilidade social como valor prioritário.


25 ANOS DO MASSACRE DA PRAÇA DA PAZ CELESTIAL

Deusa da Democracia

Enquanto o sol nasce sobre a Praça da Paz Celestial (Tiananmen), em Pequim, em 4 de junho de 1989, manifestantes constroem a "Deusa da Democracia" – uma estátua de dez metros de altura, feita de espuma e papel machê sobre uma armação de metal. Pela manhã, soldados apoiados por tanques e carros blindados derrubam a estátua, posicionada diante do retrato de Mao Tsé-tung na Cidade Proibida.

Opinião: Ocidente ignorou males do maoismo

Diante do enorme número de vítimas, termo "Revolução Cultural" é bastante impróprio. Mesmo assim, ideologia de Mao Tsé-Tung exerceu fascínio enorme na esquerda ocidental, diz editor-chefe da DW, Alexander Kudascheff. (16.05.2016) 

China ignora 50 anos da Revolução Cultural

Há meio século, tinha início em Pequim o período marcado por levantes estudantis e violenta perseguição política. Governo chinês negligencia data histórica e aperta cerco a discussões sobre o evento nas redes sociais. (16.05.2016) 

1969: Fim formal da Revolução Cultural na China

No dia 27 de abril de 1969, seguindo ordens de Mao Tse-tung, o Exército chinês dissolveu as Guardas Vermelhas. Para os dissidentes, anos de injustiça, humilhações e sofrimento sem fim. (27.04.2015) 

1976: Morre Mao Tsé-tung

Em 9 em setembro de 1976 morreu Mao Tsé-tung. Fundador do Partido Comunista chinês, ele logo se tornou o seu maior líder. Em 1949 ele proclamou a República Popular da China, da qual foi a autoridade máxima. (09.09.2015) 

25 anos do massacre da Praça da Paz Celestial  

A revolução que a China quer esquecer  

Data 17.05.2016

Autoria Rodion Ebbighausen (av)

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1976: Morre Mao Tsé-tung


Em 9 em setembro de 1976 morreu Mao Tsé-tung. Fundador do Partido Comunista chinês, ele logo se tornou o seu maior líder. Em 1949 ele proclamou a República Popular da China, da qual foi a autoridade máxima.


Mao fundou a República Popular da China em 1949

Milhões de chineses foram às ruas para prestar a última homenagem ao líder revolucionário. Entretanto, desde o primeiro instante, certo alívio se misturava ao luto imposto por Pequim. Afinal de contas, os chineses do século 20 não tinham apenas motivos para agradecer ao patriarca. Ele representou a revolução e a libertação na China, mas também grande sofrimento devido a experiências sociais que terminaram em catástrofe.

Mao Tsé-tung nasceu em 26 de dezembro de 1893, na província de Hunan, no centro da China, filho de uma pobre família de lavradores. Na virada do século, o país estava devastado pela corrupção e diante de um colapso econômico. A situação do último imperador diante das potências coloniais do Ocidente era desesperadora.

Desde cedo, o jovem Mao tinha o desejo de salvar a si, a família e, por fim, o próprio país. Ele jurou para si mesmo que, se um dia chegasse ao poder, reorganizaria tudo para proporcionar às pessoas aquilo a que tinham direito e criaria um novo mundo.

Após 22 anos de guerra civil e da campanha militar contra os agressores japoneses, Mao Tsé-tung e seu Partido Comunista subiram ao poder. O governo corrupto foi expulso em combates sangrentos. Com resistência e disciplina, o Exército de Libertação do Povo, dirigido por Mao, conseguiu suplantar a superioridade militar do Japão e dos Estados Unidos na Guerra da Coreia. E, em 1º de outubro de 1949, a República Popular da China foi finalmente proclamada em Pequim, sob o júbilo das massas.

Contradições da filosofia comunista

Porém, há também outros capítulos sinistros na história da China. Mao desencadeou campanhas que custaram a vida de milhões chineses. Quase dez anos depois da fundação da China comunista, a tentativa de Mao de industrializar a nação com o chamado "Grande Salto Adiante" causou uma das maiores fomes da história e deixou cerca de 30 milhões de mortos.

No ano de 1966, Mao iniciou a Revolução Cultural para tirar do caminho seus adversários dentro do próprio partido. A consequência foi uma década de caos, milhares de mortos e incontáveis famílias destruídas.

Começava uma era de contradições: por um lado, cantava-se a Internacional, que prega não existirem redentores. Por outro, Mao era aclamado como o salvador da pátria. Suas ideias comunistas eram veneradas como graça divina, que substituía tudo o mais: moral, filosofia e política. Na opinião de Zhao Fusan, teólogo chinês, essa ideia fracassou e, com ela, o Partido Comunista, pouco após a morte do líder, em setembro de 1976, quando acabou a Revolução Cultural.

Autoria Shi Ming (av)



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China ignora 50 anos da Revolução Cultural


Há meio século, tinha início em Pequim o período marcado por levantes estudantis e violenta perseguição política. Governo chinês negligencia data histórica e aperta cerco a discussões sobre o evento nas redes sociais.


A revolução que a China quer esquecer

Nesta segunda-feira (16/05), a mídia chinesa ignorou em grande parte um importante aniversário na história do país, o de 50 anos da Revolução Cultural. Ao mesmo tempo, as autoridades abafavam discussões nas redes sociais sobre um dos capítulos mais violentos da história recente da China.
Já no fim de semana, os censores apertaram o cerco a menções ao aniversário histórico na internet. Nesta segunda-feira, houve apenas algumas poucas referências ao evento.

A Phoenix TV, uma das poucas emissoras particulares com permissão para operar no território chinês, entrevistou pessoas jovens para conhecer suas opiniões sobre a Revolução Cultural, obtendo respostas como "idealismo" e "confusão".

"Grande salto adiante"

Em 16 de maio de 1966, políticos de alto escalão do Partido Comunista se reuniram em Pequim para banir funcionários que haviam caído em desgraça junto ao então líder Mao Tsé-tung e lançar o que ficaria conhecido como Revolução Cultural.

A cúpula produziu um documento que delineava o novo curso do "Grande salto adiante", tomado pelo Partido. Tal curso englobava a mobilização em massa de cidadãos em coletivos dedicados a uma única indústria ou cultivo, como também um rompimento com os costumes tradicionais chineses por meio da destruição dos chamados Quatros Velhos: velhas ideias, velhos costumes, velhos hábitos e velha cultura.

Catástrofe

Essa política durou uma década, até a morte de Mao, em 1976. Devido às violentas perseguições, à fome e ao deslocamento de jovens bem qualificados para regiões rurais, o período da Revolução Cultural foi classificado posteriormente como uma "catástrofe".

Na sequência de citações do Pequeno livro vermelho de Mao, facções rivais de grupos paramilitares estudantis, conhecidos como Guardas Vermelhos, começaram a lutar entre si em torno da pureza ideológica, criando um clima de tal medo que muitos se recusaram a se opor a eles.

O Partido Comunista reconheceu a natureza desastrosa da Revolução Cultural, mas tentou minimizar o máximo possível a responsabilidade de Mao, cujo retrato em grande formato ainda se encontra pendurado na célebre Praça da Paz Celestial, em Pequim.





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1969: Fim formal da Revolução Cultural na China



No dia 27 de abril de 1969, seguindo ordens de Mao Tse-tung, o Exército chinês dissolveu as Guardas Vermelhas. Para os dissidentes, anos de injustiça, humilhações e sofrimento sem fim.

 Mao Zedong Mao Tse-tung China 1960 (Getty Images)

A Revolução Cultural da China nasceu de um estrondoso fracasso do líder Mao Tse-tung. Com a campanha do Grande Salto para a Frente (1958-1960), ele pretendia industrializar a China em tempo recorde e, simultaneamente, construir a sociedade igualitária preconizada pelo comunismo.

Ele obrigou os camponeses a se juntarem em gigantescas comunas agrícolas e instalou siderúrgicas de tecnologia rudimentar por todo o país. Mas o único resultado da campanha foi a desorganização total da economia. Milhões de agricultores morreram de fome.

No dia 27 de abril de 1969, seguindo as ordens de Mao, o Exército chinês dissolveu as Guardas Vermelhas, que levaram a China praticamente à anarquia durante a Revolução Cultural. Oficialmente, o número de mortos durante a Revolução Cultural foi de 34 mil, embora muitos acreditem que, na realidade, houve milhões de vítimas.

Ostracismo e contraofensiva de Mao

O desastre do "grande salto" condenara Mao ao ostracismo. O Partido Comunista Chinês afastou-o da condução dos assuntos internos do país, mas ele continuou comandando a política externa.

Em 16 de maio de 1966, advertiu num documento interno que o PCC estava repleto de revisionistas capazes de, a qualquer momento, instaurar o capitalismo na China. Começava assim sua audaciosa contraofensiva para recuperar prestígio, mergulhando o país na chamada Grande Revolução Cultural Proletária.

A revolução mobilizou os estudantes de Pequim e, em pouco tempo, alastrou-se por toda a China. Principalmente a juventude era estimulada a se rebelar contra o "elitismo, revisionismo e a mentalidade burguesa". As consequências foram dramáticas: filhos denunciavam os pais, estudantes agrediam seus professores e forçavam à suspensão das aulas, chefes torturavam seus subordinados.

Perseguições políticas

Cerca de 20 milhões de colegiais e universitários, liderados por Jiang Qing, a mulher de Mao, formaram as Guardas Vermelhas e iniciaram uma onda de perseguições políticas. Intelectuais e líderes do PCCh foram espancados, presos e, em muitos casos, mortos.

Um dos ilustres perseguidos, por exemplo, foi Deng Xiaoping, o dirigente que, depois de enfrentar o exílio interno, voltou ao poder nos anos 70 e arquitetou a revolução capitalista responsável pelo crescimento atual da economia chinesa.

Paralelamente à perseguição política, o movimento promoveu uma faxina cultural. Os "guardas vermelhos" destruíam templos e outros vestígios do "passado feudal", queimavam livros que não tivessem conteúdo revolucionário. A peça Romeu e Julieta, de Shakespeare, por exemplo, era considerada incompatível com o sonhado "paraíso proletário". Mao usou a juventude também para levar ao extremo o culto à personalidade, promovendo marchas colossais em sua própria homenagem.
"Dez anos perdidos"

O "Grande Timoneiro", no entanto, logo perdeu o controle do movimento. Seguiram-se dez anos de turbulências que paralisaram o sistema educacional e abateram a economia. "Foram anos de injustiça, humilhações e sofrimento sem fim", resume o escritor Ba Jin. Os excessos dos "guardas vermelhos" levaram o exército a intervir, já em 1969, com o apoio de Mao. Era, na prática, o fim da Revolução Cultural.

Hoje, o governo comunista se refere à Grande Revolução Cultural e Proletária como "dez anos perdidos". A principal preocupação de Mao não era salvar a ideologia do proletariado. Sabe-se que ele arquitetou o movimento para se livrar de rivais políticos e consolidar seu poder. Seus maiores rivais eram dirigentes da ala moderada do PCCh, como Deng Xiaoping, que defendiam a "liberalização da economia".

Obcecado pelo poder, Mao eliminou 12 dos 23 membros incômodos no politburo. A Revolução Cultural pareceu um golpe de Estado. No fim, o próprio Mao viu-se obrigado a acabar com o movimento, ordenando a dissolução das Guardas Vermelhas.

A decisão de extingui-las foi aprovada no nono Congresso do Partido Comunista, a 27 de abril de 1969, marcando formalmente o fim da Revolução Cultural. O país, porém, só voltou à normalidade em 1976, com a morte de Mao.

Autoria Oliver Ramme (gh)



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