sábado, 19 de março de 2016

Susan Blum Moura

Quando pequena eu pensava de que lado estaria se fosse adulta nos anos 60. Via a foto dos escritores e artistas nas ruas e me imaginava como Clarice Lispector e outros. Hoje acho que estou me encontrando...
Posso estar errada? Posso. Mas enquanto eu não tiver dados mais concretos, será assim que vou me manifestar.

Mesmo porque ainda acho que de todos a Dilma é a menos pior.
Ao nos manifestarmos ontem, na rua XV de novembro, em Curitiba, houve um momento em que uma família veio a janela bater panelas (e vários outros em que outras pessoas vieram em apoio), a essa família respondemos com uma emocionante e uníssona palavra de ordem "panela vazia não é democracia". Concordando com o texto abaixo, vejo que poderíamos, também ter respondido "estou protegendo você, seu filho da puta".

Haya Del Bel

creio que existe um certo glamour em ser de esquerda, um romantismo goliardo que remonta a noites frias em alguma silenciosa estalagem da europa oriental, ou, quem sabe, a associação a um tropicalismo selvagem de charutão na boca e cabelos ao vento - evidentemente, ao som de um bolero. contudo, o tesão mesmo, deve estar na conspiração, claro, não há graça nenhuma em ser revolucionário sem conspirar e ser conspirado, isso sem falar, na possibilidade do exílio, já pensou, ser alçado à categoria de exilado, fazer obras proibidas, impublicáveis e geniais? o contato ontológico com a própria cultura, insulado numa terra estrangeira? mas, também há um certo glamour em ser de direita. grandes festas, viagens, mulheres, carrões, aquele élan dos filmes sobre a guerra fria - ao som de bizet ou puccini, tomando vinhos caros, porque de ferro só a cortina e a margaret thatcher. isso sem falar na espionagem e contraespionagem, claro, que graça há em ser de direita sem espionar e ser espionado? e quem sabe terminar numa embaixada em praga ou paris ou londres, com a sensação cosmopolita de ser de todo lugar e de lugar nenhum.

William Teca

O analfabeto social.


Enquanto professor e estudioso de filosofia, estou desenvolvendo um conceito de Analfabetismo Social, que tem a ver com inteligência social. O analfabeto social é aquele (a) que não desenvolveu mentalmente a sua capacidade de lidar com a diversidade, seja ela de gênero, etnia, crença ou qualquer outra cultural. O analfabeto Social acha que apenas a sua cultura e visão de mundo é correta e tenta, numa atitude infantil, proteger-se atacando, menosprezando e até ignorando (invisibilidade) as outras visões de mundo, a diversidade que existe.
A base do analfabetismo social reside no preconceito, que ele faz questão de cultivar.
Todo preconceito implica em ignorar algo, não conhecer. Assim o analfabeto social baseia-se em sua própria ignorância e visão limitada de mundo para justificar a imposição daquilo que acha certo.
O analfabeto social é tão ignorante (popular Burro), que ainda quer que os outros também sejam ignorantes e pensem como ele.
É uma ameaça à democracia haver políticos analfabetos sociais, pois estes não compreendem os princípios básicos da liberdade social, devido a sua ignorância não os permitir.
O analfabetismo social não esta vinculado ao nível de escolarização, visto que há analfabetos doutores e pessoas sem escolarização com fluência no respeito à diversidade.
O analfabetismo social deve ser combatido, pois prejudica a harmonia social, os valores sociais como solidariedade, empatia, senso de isonomia (igualdade de direitos), liberdade de expressão, dentre outros!
O analfabeto social é uma ameaça ao bem estar social!
Prof Jeferson Kaibers – Filosofia


A esquerda insiste que o problema é Moro, mas Moro é apenas o operador da estratégia, ele nem tem preparo para pensar essa estratégia, não tem vocabulário, nem pensamento para fazer uma estratégia como essa. O foco não está onde deveria estar, que é onde o Nassif chamou de "alto comando", que é a procuradoria, Janot, a equipe dos procuradores, o nível de articulação do alto judiciário, que é a cabeça dessa estratégia de desestabilização. Lula argumenta que há esperança na instância superior, de que quando chegar, no limite, no Supremo, vai haver uma reversão das violências. É uma crença que não tem mais base, porque, mais do que sinais, há atos e omissões que mostram que não cabe mais a esperança de que a Constituição será em última instância defendida. A Constituição já foi violada "N" vezes nos últimos meses, e nas últimas semanas de modo absolutamente escandaloso. Não cabe mais a expectativa de que em última instância a República será salva.

Izabella Zanchi
Andréa Deren Destefani‎

 Curitiba, PR, Brasil ·


O ano era 1989 e a Sala Miguel Bakun havia saído da Biblioteca para ser abrigada na Secretaria de Cultura..Lembro como hoje, eu toda empolgada fazendo um texto sobre este pintor maravilhoso quando alguém -que nem lembro mais o nome- pediu que eu reescrevesse o texto de uma outra forma com outro final. Sendo filha de quem sou e sabendo da importância da história real não mudei. Vendo uma postagem aqui lembrei disto e fui dar uma olhada sobre o que há dele na internet....Dizem que se matou porque estava "deprimido" e atormentado pela religião, mudaram a história. Era um espaço importante,mas alguém resolveu mudar o nome e hoje parece que se restringe só a uma sala no Oscar Niemeyer. Digo tudo isto para pedir a cada um de vocês que conservem o que sabem, publiquem o que sabem, para nunca mais cairmos nos erros das ditaduras.
(15/03) - Vladimir Safatle: daí sim, né, Luciana Genro?!?!

Excerto da entrevista:

"[...]
UOL - Mesmo com toda a instabilidade, há quem diga que este é o momento mais democrático pelo qual o Brasil já passou, olhando sob a perspectiva histórica. O que o senhor acha?
SAFATLE - De fato, do ponto de vista do funcionamento democrático, pode parecer que já passamos por situações piores. Claro que não podemos comparar o momento atual com a ditadura, que é a antipolítica por excelência.
Dentro da experiência democrática brasileira, comparando com o período entre 1945 e 1964, entretanto, esta é a primeira vez que a população brasileira olha para o futuro e não vê algo possivelmente diferente do que ela viu até agora. Entre 45 e 64 havia um processo em massa, apesar dos conflitos brutais e tentativas de golpe. Havia a expectativa de uma tomada democrática do poder, de uma implementação de reformas. Havia um projeto que pensava no futuro. De 1985 para cá, houve algo parecido, em dois projetos de modernização nacional. O problema é que esses dois projetos acabaram. Pela primeira vez na política brasileira temos mais de que uma crise de representação, mas o vazio de atores políticos. Ninguém consegue mobilizar a população brasileira. Nesse contexto, a situação atual brasileira é de fato a pior possível.
Esse tipo de situação, em que países dão menos de que podem dar, cria uma depressão política, econômica e social, e os países ficam menores de que eles são. Não tem nada pior. Nem mesmo durante a ditadura havia uma depressão sociocultural como temos hoje, pois existia uma força de contraposição, que aumentava gradativamente.

[...]"

Monica De Castro