Camaradas! É isso mesmo, camaradas. Não sou um comunista, sou um ser humano. E sei como os seres humanos reagem. Os comunistas não são diferentes de ninguém; se perdem um braço ou uma perna, sofrem o mesmo que nós. Eles morrem como todos nós morremos. E a mãe comunista é igual a qualquer outra mãe. Quando ela recebe a notícia trágica de que seu filho não retornará da guerra, chora como qualquer mãe choraria. Não preciso ser comunista para saber disso - preciso ser apenas um ser humano. E neste momento as mães soviéticas estão chorando bastante, e muitos de seus filhos estão morrendo.
"Eles não estão
lutando só pelo
modo de vida
deles, mas pelo
nosso modo de
vida também."
O dinheiro que enviamos a eles vai ajudar, mas eles precisam de mais que apenas dinheiro. Os Aliados têm milhões de soldados definhando em outros lugares da Europa, enquanto os soviéticos, sozinhos, enfrentam duas centenas de divisões de nazistas. Os soviéticos são nossos aliados. Eles não estão lutando apenas pelo modo de vida deles, mas pelo nosso modo de vida também. E se conheço os americanos sei que eles gostam de lutar suas próprias batalhas. Josef Stalin quer isso, Franklin Roosevelt pediu isso, então vamos todos pedir isso: vamos abrir já um segundo front nesta guerra.
CHARLIE CHAPLIN
domingo, 2 de setembro de 2012
As ilusões nunca são perdidas. Elas significam o que há de melhor na vida dos homens e
dos povos. Perdidos são os cépticos que escondem sob uma ironia fácil a sua impotência
para compreender e agir; perdidos são aqueles períodos da história em que os melhores,
gastos e cansados se retiram da luta, sem enxergarem no horizonte nada a que se entreguem,
caída uma sombra uniforme sobre o pântano estéril da vida sem formas
BENTO DE JESUS CARAÇA
dos povos. Perdidos são os cépticos que escondem sob uma ironia fácil a sua impotência
para compreender e agir; perdidos são aqueles períodos da história em que os melhores,
gastos e cansados se retiram da luta, sem enxergarem no horizonte nada a que se entreguem,
caída uma sombra uniforme sobre o pântano estéril da vida sem formas
BENTO DE JESUS CARAÇA
É preciso avisar toda a gente
É preciso avisar toda a gente
dar notícia informar prevenir
que por cada flor estrangulada
há milhões de sementes a florir
É preciso avisar toda a gente
segredar a palavra e a senha
engrossando a verdade corrente
duma força que nada detenha
É preciso avisar toda a gente
que há fogo no meio da floresta
e que os mortos apontam em frente
o caminho da esperança que resta
É preciso avisar toda a gente
transmitindo este morse de dores
É preciso imperioso e urgente
mais flores mais flores mais flores.
João Apolinário
É preciso avisar toda a gente
dar notícia informar prevenir
que por cada flor estrangulada
há milhões de sementes a florir
É preciso avisar toda a gente
segredar a palavra e a senha
engrossando a verdade corrente
duma força que nada detenha
É preciso avisar toda a gente
que há fogo no meio da floresta
e que os mortos apontam em frente
o caminho da esperança que resta
É preciso avisar toda a gente
transmitindo este morse de dores
É preciso imperioso e urgente
mais flores mais flores mais flores.
João Apolinário
Galeano - 28 de agosto
- "Eu tenho um sonho"
Neste dia de 1963, diante de uma imensa multidão que cobria as ruas de Washington, o pastor Martin Luther King sonhou em voz alta:
- Sonho que algum dia meus filhos näo serão julgados pela cor da sua pele, sonho que algum dia toda planície se elevará e toda montanha encolherá...
Naquela altura, o FBI determinou que King "era o negro mais perigoso para o futuro dessa nação", e numerosos espiões perseguiam passo a passo seus dias e suas noites.
Mas ele continuou denunciando a humilhação racial e a guerra do Vietnã, que transformava os negros em bucha de canhão, e sem meias palavras dizia que seu país era "o maior fornecedor de violência do mundo".
E 1968, uma bala partiu seu rosto.
- "Eu tenho um sonho"
Neste dia de 1963, diante de uma imensa multidão que cobria as ruas de Washington, o pastor Martin Luther King sonhou em voz alta:
- Sonho que algum dia meus filhos näo serão julgados pela cor da sua pele, sonho que algum dia toda planície se elevará e toda montanha encolherá...
Naquela altura, o FBI determinou que King "era o negro mais perigoso para o futuro dessa nação", e numerosos espiões perseguiam passo a passo seus dias e suas noites.
Mas ele continuou denunciando a humilhação racial e a guerra do Vietnã, que transformava os negros em bucha de canhão, e sem meias palavras dizia que seu país era "o maior fornecedor de violência do mundo".
E 1968, uma bala partiu seu rosto.
Galeano - 17 de agosto -
Mulher perigosa
Em 1893 nasceu Mae West, carne de pecado, vampira voraz.
Em 1927 foi parar na cadeia, com todo seu elenco por ter encenado um convite ao prazer, sutilmente chamado de Sex, num teatro da Broadway.
Quando acabou de purgar seu "delito de obscenidade pública", decidiu mudar-se da Broadway para Hollywood, do teatro para o cinema, achando que chegava ao reino da liberdade.
Mas o governo dos Estados Unidos impôs a Hollywood um certificado de correção moral, que durante trinta e oito anos foi imprescindível para autorizar a estreia de qualquer filme.
O código Hays proibiu que o cinema mostrasse nudez, danças sugestivas, beijos lascivos, adultérios, homossexualidades e outras perversões que atentassem contra a santidade do matrimonio e do lar. Nem os filmes de Tarzan conseguiram se salvar, e Betty Boop foi obrigada a usar vestido comprido. E Mae West continuou se metendo em confusões.
Mulher perigosa
Em 1893 nasceu Mae West, carne de pecado, vampira voraz.
Em 1927 foi parar na cadeia, com todo seu elenco por ter encenado um convite ao prazer, sutilmente chamado de Sex, num teatro da Broadway.
Quando acabou de purgar seu "delito de obscenidade pública", decidiu mudar-se da Broadway para Hollywood, do teatro para o cinema, achando que chegava ao reino da liberdade.
Mas o governo dos Estados Unidos impôs a Hollywood um certificado de correção moral, que durante trinta e oito anos foi imprescindível para autorizar a estreia de qualquer filme.
O código Hays proibiu que o cinema mostrasse nudez, danças sugestivas, beijos lascivos, adultérios, homossexualidades e outras perversões que atentassem contra a santidade do matrimonio e do lar. Nem os filmes de Tarzan conseguiram se salvar, e Betty Boop foi obrigada a usar vestido comprido. E Mae West continuou se metendo em confusões.
Sou apenas uma gota a mais no imenso mar de matéria, definida, com a capacidade de perceber minha existência. Entre os milhões, ao nascer eu também era tudo, potencialmente. Eu também fui cerceada, bloqueada, deformada por meu ambiente, pela manifestação da hereditariedade. Eu também arranjarei um conjunto de crenças, de padrões pelos quais viverei, e no entanto a própria satisfação de encontrá-los será manchada pelo fato de que terei atingido o ápice em matéria de vida superficial, bidimensional – um conjunto de valores.
Meus Deus, a vida é solidão, apesar de todos os opiáceos, apesar do falso brilho das “festas” alegres sem propósito algum, apesar dos falsos semblantes sorridentes que todos ostentamos. E quando você finalmente encontra uma pessoa com quem sente poder abrir a alma, para chocada com as palavras pronunciadas – são tão ásperas, tão feias, tão desprovidas de significado e tão débeis, por terem ficado presas no pequeno quarto escuro dentro da gente durante tanto tempo. Sim, há alegria, realização e companheirismo – mas a solidão da alma, em sua autoconsciência medonha, é horrível e predominante.
Sylvia Plath
Michèle Grosse
Meus Deus, a vida é solidão, apesar de todos os opiáceos, apesar do falso brilho das “festas” alegres sem propósito algum, apesar dos falsos semblantes sorridentes que todos ostentamos. E quando você finalmente encontra uma pessoa com quem sente poder abrir a alma, para chocada com as palavras pronunciadas – são tão ásperas, tão feias, tão desprovidas de significado e tão débeis, por terem ficado presas no pequeno quarto escuro dentro da gente durante tanto tempo. Sim, há alegria, realização e companheirismo – mas a solidão da alma, em sua autoconsciência medonha, é horrível e predominante.
Sylvia Plath
Michèle Grosse
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