sexta-feira, 14 de março de 2014

Plano Marshall

No dia 12 de março de 1947, Harry Truman, presidente dos EUA, apresentou ao Congresso as diretrizes da sua política externa. Ele exigiu esforços especiais para combater a expansão dos soviéticos no mundo.
"A fim de garantir o desenvolvimento pacífico das nações, sem exercer pressão, os Estados Unidos assumiram a maior parte na criação das Nações Unidas. Mas só concretizaremos nossas metas se estivermos dispostos a ajudar povos soberanos na manutenção de suas instituições livres e de sua integridade nacional contra imposições de regimes autoritários."
Essas foram as palavras do presidente Harry Truman diante do Congresso norte-americano no dia 12 de março de 1947. Com seu pronunciamento, o então chefe do governo conclamou a opinião pública dos Estados Unidos a apoiar a Turquia e a Grécia, tanto no aspecto econômico como militar, para "conter as tentativas soviéticas de subversão", como se dizia na linguagem da Guerra Fria.
Pouco apoio, grande efeito
Truman respondeu à suposta ameaça soviética no Sudeste Europeu com uma concepção própria de política de segurança. Mesmo que o Congresso tenha aprovado o plano apenas com uma pequena margem de votos, seu efeito foi enorme: a Doutrina Truman selou não só a derrota comunista na guerra civil da Grécia, como fomentou de forma perigosa o antagonismo entre as duas superpotências, acirrando a Guerra Fria.
Segundo a teoria de Truman, o mundo estava dividido entre dois sistemas: os governo livres democráticos e os totalitários comunistas. A ajuda ao exterior, segundo formulado na sua doutrina de 1947, foi a diretriz das políticas externa e de segurança da Casa Branca durante várias décadas. Entre os acontecimentos que se seguiram estão o Plano Marshall, de reconstrução da Europa pós-guerra, alianças como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), criada em 1949, e as intervenções na Coreia e no Vietnã.
Armas nucleares como trunfo político
O principal trunfo político dos Estados Unidos era na época (e continua sendo) seu arsenal nuclear. Esta é a opinião do historiador norte-americano e diretor do Centro Nacional de Economia Alternativa, em Washington, Gar Alperovitz:
"A Guerra Fria, como a conhecemos, não teria sido imaginável sem armas nucleares. Não só no aspecto da corrida armamentista, mas também das relações entre os Estados Unidos e a União Soviética. Estas relações seriam radicalmente diferentes se não tivesse havido a bomba atômica. Por isso, acredito que, se não houvesse armas nucleares naquele momento, não daria para entender o porquê da corrida armamentista durante a Guerra Fria, nem seus aspectos políticos, geopolíticos e estratégicos na Europa."
Até hoje, Truman representa para muitos o típico cidadão americano, que podia ganhar seu pão como agricultor ou como contador. Alguém que, apesar de todas as dificuldades, demonstrou brio, começou de baixo e foi parar na Casa Branca. Para o historiador Alperovitz, Truman teve outra personalidade política: "Inescrupuloso e consciente de seu poder, com a capacidade de desrespeitar instituições democráticas e enganar a opinião pública".
Truman acreditava em eleições livres, no Estado de direito e suas bases. Mas também foi produto de um dos piores aparatos da história americana. "Quem o levou ao poder foi o gângster político Pendergast, em Missouri, no Texas. Era um aparato dos mais brutais, que comprava políticos e encomendava assassinatos. Truman era senador e teria que ter sido extraordinariamente ingênuo se não tivesse notado com quem estava lidando. Já naquela época era comum os políticos mentirem e distorcerem a realidade", conclui Alperovitz.


Autoria Michael Marek (rw)

Fonte : Deutche Welle

1892: Primeiro Congresso Sindical Alemão


No dia 14 de março de 1892 começou em Halberstadt o Primeiro Congresso Sindical Alemão. Mas somente após o fim da 1ª Guerra Mundial os sindicatos seriam reconhecidos oficialmente como representantes dos trabalhadores.

Foi Carl Legien quem abriu a Conferência de Fundação da Comissão Geral dos Sindicatos da Alemanha, no salão de dança de um restaurante em Halberstadt (na Saxônia-Anhalt). Ao todo, 57 entidades independentes decidiram criar uma central sindical, em 14 de março de 1892. Legien e seus companheiros haviam empreendido inúmeros esforços e sofrido incontáveis perseguições até então.
Ainda em 1878, o chanceler Otto von Bismark (1815-1898) conseguira aprovar no Reichstag (Parlamento Imperial) a "Lei contra as perigosas reivindicações da social-democracia", também chamada "Lei dos socialistas". Até a sua revogação no final de 1890, muitos sindicatos foram dissolvidos e proibidos. Mesmo assim, por volta do ano 1900 essas organizações contavam com cerca de 850 mil filiados.
Nessa época, difundiu-se entre os líderes sindicais a ideia de mudar a sociedade através de reformas, e não mais por meio de revoluções. Mas somente após o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918, os sindicatos seriam reconhecidos oficialmente como representantes dos trabalhadores. Em 1933, os sindicatos livres foram esmagados pelos nazistas, enquanto as associações cristãs e liberais foram forçadas a se autodissolverem.
Diferenças entre Leste e Oeste alemães
Logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, os trabalhadores voltaram a se organizar. Na Alemanha Ocidental, havia liberdade sindical; na Alemanha Oriental, os sindicatos estavam subordinados ao regime comunista do Partido Socialista Unificado da Alemanha (SED). Desde aquela época, eles conseguiram extrapolar em muito a sua meta inicial de "melhorar a situação social de seus filiados, através de conquistas salariais e redução da jornada de trabalho".
Fazendo-se uma retrospectiva dos 50 anos de democracia na Alemanha, após a Segunda Guerra Mundial, constatou-se que o movimento sindical obteve importantes vitórias. Isso, segundo a Confederação Alemã de Sindicatos (DGB), inclui principalmente duas áreas: a conquista de amplos direitos de cogestão empresarial, e a equiparação do padrão de vida dos trabalhadores ao desenvolvimento econômico geral do país.
Naturalmente, devido ao processo de globalização da economia, os sindicatos enfrentam novos desafios, não só na Alemanha. Na Europa, esse processo exige uma maior coordenação entre as entidades nacionais representativas dos trabalhadores, com consequências supranacionais.
Apesar da ampliação das atividades dos sindicatos para além das fronteiras nacionais, é um fato inegável que o número de sindicalizados diminui na Alemanha. Uma das explicações para este fenômeno é o aumento do número de desempregados. Por outro lado, os sindicatos têm dificuldades de conquistar novos filiados em setores econômicos promissores, onde ocorrem mudanças nas formas de participação e cogestão. Isso vale principalmente para as áreas dominadas por jovens, mulheres e mão-de-obra altamente qualificada.


Autoria Otto Busch (gh)

Fonte : Deutche Welle
“A primeira questão a ser formulada acerca de qualquer
enunciado, em todo contexto histórico, não é ‘é verdade?’ mas
‘faz sentido?’ Uma expressão que faz sentido... é simplesmente
aquela que serve bem a dois propósitos. Primeiro, comunicar
clara e consistentemente a intenção do autor ao leitor.
Segundo, comunicar, do mesmo modo, a intenção do autor a
ele próprio” (FISCHER, David Hackett. Historian’s Fallacies.
Toward a Logic of Historical Thought. New York, Harper & Row
Publishers, 1970 : p. 264).



Gustavo Biscaia de Lacerda : essa citação é bastante ambígua, pois em seu início ela dá a entender que a pergunta "faz sentido" implica técnicas de pesquisa e, depois, evidencia que se trata de problemas de comunicação das pesquisas. De qualquer maneira, nesses termos concordo totalmente com ela 

Podem até ter havido manifestantes neonazistas em Kiev...

mas a questão é muito mais antiga...a Criméia era grega e foi ocupada por mongóis (tártaros). Nunca na história aquele povo foi russo...nem antes, nem agora!. Quando os russos de Romanov invadiram a Crimeia também invadiram a Polônia em 1793. Não existia Ucrânia (criada em 1922 pelos soviéticos em resposta a derrota na Guerra Polaco-Russa de 1920). O povo da nova República Soviética eram os rutenos (assim eram chamados os ucranianos), que viviam em terras da Polônia desde a queda do Principado Kievano (criado pelos Vikings em terras da Europa Central) e que nesse período ganham um território, um estado e um nome para seu país: Ucrânia.

Por que Catarina a Grande, prima do Rei eleito da Polônia August Poniatowski, invadiu a Polônia???
Porque os polacos vinham dando mau exemplo aos reinos hereditários da Europa desde 1453, quando junto com a Lituânia, criaram a República das duas Nações, com um congresso estabelecido e eleições para rei...a hereditariedade de uma única família caiu por terra.

Por que Catarina a Grande, junto com Austria e Prússia invadiu a Polônia em 1793?
Porque a República polaca (seguida pelos EUA de 1776 e França de 1792) ousou estabelecer uma Constituição, a de 3 de maio de 1791 numa Europa de Reinos totalitários, ungidos pela Igreja Católica Romana.

Por que Catarina a Grande invadiu a Polônia e a Crimeia no século 17?
Porque nem todos os congressistas polacos concordavam com os destinos da República com a queda do "Liberum Veto" da Constituição de 3 de maio, e se conflagraram contra o próprio país e se aliaram aos três invasores, na conhecida Confederação de Bar (cidade hoje na Ucrânia e fundada pela rainha da Polônia, Bona Sforza (do Reino de Bari, atualmente cidade italiana).

Quando, em 1918, a Polônia recupera seu Estado (apagado do mapa por russos, austríacos e alemães), na Rússia havia acontecido a revolução Bolchewiki em 1917.
Os comunistas estabelecidos no poder não quiseram perder as terras invadidas por Romanov em 1793...e invadiram novamente a Polônia em 1920.
Só que levaram mais uma surra dos polacos, como havia acontecido em 1612, quando o Rei polaco Wladyslaw entrou vitorioso no Principado de Moscou (não existia a Rússia até então).
Como consequência, os moscovitas após alguns anos conseguiram criar o reino da Rússia, o que só foi possível, com o desleixo de Varsóvia para com terras tão distantes.
Mas o pior de tudo isso foi o ódio eterno que os russos passaram a nutrir pelos polacos.

Assim, a questão dos passaportes russos dados por Putin, aos chechenos, aos georgianos da Ossetia do Norte, da Ossetia do Sul, da Abicassia e agora, aos ucranianos de fala russa da Crimeia....não tem absolutamente nada a ver com esse discurso comunista do PCB e do PCdoB sobre a questão...

O que deseja o ex-chefe da KGB é reconstruir a Grande Rússia dos Romanov, a Rússia da União Soviética, esta derrubada por uns eletricistas e mineiros polacos das cidades de Gdansk e Katowice....

Coisas como fornecimento de gás russo a Itália, Alemanha, França são muitos factuais diante de uma história de agressões mútuas entre Polônia e Rússia. E na questão Ocidente X Oriente...
o Ocidente está ainda em grande dívida com a Polônia....pois ao abandoná-la aos fascismo stalinista (esse regime nunca foi de esquerda) deu dinheiro para reconstruir a Alemanha nazista através do Plano Marshal...deu dinheiro aos agressores e abandonou as vítimas polacas da segunda guerra mundial...

As questões da antiga Iugoslávia (Eslavos do Sul) República Soviética criada no decorrer dos acontecimentos pós primeira guerra mundial, e seu desmantelamento pós a queda da União Soviética...
também tem a ver apenas com os ideais de Pan-eslavismo imaginados tanto por polacos quanto por Russos, tanto por Pilsudski quanto por Lenin.
E portanto, a questão no momento, vivida pela Ucrânia e Crimeia, passa ao largo de comunistas x nazistas, direita x esquerda....quem não percebe isso e tenta explicações sob o viés de cada uma das visões incorre em erro histórico.

Ulisses Iaroshinski
No te quedes inmóvil
al borde del camino,
no congeles el júbilo,
no quieras con desgana,
no te salves ahora
ni nunca.
No te salves.

Mario Benedetti

"La muerte feliz"

  de Albert Camus.

Inundada de la luz ardiente y de los colores y olores de la juventud de Albert Camus (1913-1960) y nutrida ya de buena parte de las claves de su mundo, así como muchos de los temas, sensaciones e inquietudes que impregnan toda su obra, "La muerte feliz" es una novela en la que Mersault, en quien laten numerosas vivencias de su joven autor, busca la felicidad hasta sus últimas consecuencias. Si "El primer hombre" reúne o compendia la infancia del Camus, en "La muerte feliz", escrita entre 1936 y 1938 y publicada póstumamente en 1971, hallamos el vigoroso impulso de su juventud, y en Mersault, su protagonista, no una primera versión del protagonista de "El extranjero", sino su antecedente necesario.
Se você abrir teu casaco,
Terei que dar o dobro de amor.

Se você vestir o chapéu redondo e branco,
Terei que exagerar meu sangue.

Da sala onde você faz amor,
terão que tirar todos os móveis

todas as árvores, todas as montanhas, todos os oceanos.
O mundo é estreito demais.


*Yehuda Amichai (1924-2000). Versões elaboradas em cima das traduzidas do hebraico ao inglês por Chana Bloch e Stephen Mitchell (Selected Poetry of Yehuda Amichai, New York, Harper & Row). fonte: blog Sibila

Uma taça feita de um crânio humano



Não recues! De mim não foi-se o espírito...
Em mim verás - pobre caveira fria -
Único crânio que, ao invés dos vivos,
Só derrama alegria.

Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte
Arrancaram da terra os ossos meus.
Não me insultes! empina-me!... que a larva
Tem beijos mais sombrios do que os teus.

Mais vale guardar o sumo da parreira
Do que ao verme do chão ser pasto vil;
- Taça - levar dos Deuses a bebida,
Que o pasto do réptil.

Que este vaso, onde o espírito brilhava,
Vá nos outros o espírito acender.
Ai! Quando um crânio já não tem mais cérebro
...Podeis de vinho o encher!

Bebe, enquanto inda é tempo! Uma outra raça,
Quando tu e os teus fordes nos fossos,
Pode do abraço te livrar da terra,
E ébria folgando profanar teus ossos.

E por que não? Se no correr da vida
Tanto mal, tanta dor ai repousa?
É bom fugindo à podridão do lado
Servir na morte enfim p'ra alguma coisa!...


Lord Byron

(Tradução de Castro Alves)

A LITERATURA EM RIDÍCULO


I.
Os homens encarnam a estupidez de pangarés e vacas.
A poesia e a literatura são obra do inferno.
Geram apenas petulância, gratuidade e um monte de apegos.
Deveríamos mais é tratar os que seguem essa trilha demoníaca.

II.
Obras-primas de poesia e prosa, vozes de ouro e jade.
Palavras, palavras, frases, frases... todos ficam impressionados.
Porém crês que Yama se encantará com versos elegantes?
Prepara-te pras cacetadas do cetro de ferro e pro brilho diabólico de seus olhos!

Ikkyu Sojun

traduzido por Joca Reiners Terron