Domingo de sol e friozinho em Curitiba. Como fazemos há
décadas fomos ao maior restaurante de massas, polenta e frango em Santa
Felicidade.Trânsito engarrafado e logo na entrada dos restaurantes um grande
comitê da Vic, deputada estadual, filha da governadora Cida e do ex-ministro da
falta de saúde golpista, o deputado federal Ricardo Barros - dois anos de golpe
e aumento da mortalidade infantil. Na entrada militantes de candidatos da
extrema direita estatal, egressos da bancada da segurança, sempre falando mal
do Estado quando tem uma vida inteira dentro do Estado e sem produzirem nada de
relevante em termos de projetos, políticas públicas e cultura, só produzem
discursos vazios, preconceituosos e depois de dois anos sabem que vão perder as
eleições. Neste tipo de restaurante, com mesas próximas, acabamos tendo de
escutar parte da conversa das pessoas do lado. Nesta conjuntura as famílias
conversam sobre as eleições no almoço do domingo. Sempre impressiona a
ignorância convicta e fascistóide de muitos discursos ao redor, vale como
análise do discurso, ouvir os horrores e limitações mentais, políticas e
ideológicas. Estão em pânico ao saberem que Lula está bem na frente da
presidência e Requião na frente do senado. Sempre é um alívio quando os que
falam mais alto terminam e saem ! No salão do café fomos todos interrompidos
por um trabalhador humilde e suas crianças, falou que tinha vindo de São Paulo
procurar parentes e não conseguiu nada, estava com fome, frio e precisava
desesperadamente de ajuda. Demos um dinheiro e mais uma vez a grave crise
social do golpe entra nas vidas da classe média e alta curitibana em seu café.
A família pobre, depois andava no meio de carrões, era mais uma grave lembrança
de como aumentou a pobreza, a desigualdade social e o fascismo com o golpe dos
mais ricos em 2016 e as tendências antidemocráticas de uma gente profundamente
ignara e inculta, com mais recursos econômicos, mas incapazes de viver em uma
sociedade moderna e incapazes de almoçarem em paz.
RCO