terça-feira, 6 de dezembro de 2016

poloneses discriminados
Penso que também os poloneses são estigmatizados, são alvo de intolerância e preconceito.
Aqui(Brasil ,Curitiba ) havia mais ,hj não .Expressões como;" Polaco da Barreirinha que só come farinha "(dizendo que são pobres, camponeses e ignorantes ,colonos daquele hoje bairro) ou na europa quando chamavam de "negros virados do avesso "
Mesmo entre os poloneses havia certo senão. expressões como polonaise  (polonês culto, da "slachta") era distinto do campônio "polaco " e as polonesas distintas das "polacas"(judias prostituídas )vindas das aldeias da Rússia, enganadas por falsos casamenteiros(as).atualmente isso saiu de cena.O imigrante é bem visto embora algumas vezes ainda confundam com alemães, lituanos ou "pior" russos. rzz.
Gostaria que a grande família eslava esquecesse o sangue derramado e exercesse o perdão, queimasse numa grande fogueira o ódio e a mágoa.
minha família materna é de origem russa e polonesa.(Incrível)
Vieram do lugar onde é Pererub na Belarus. Meu avô Valentin Kolodycz serviu na cavalaria polonesa e minha avó Evgenia ,nascida , Pleshtshko camponesa.
russos e poloneses se detestam. fruto do cisma do cristianismo, das convulsões políticas de ambos e muito além...mas a alma é a terra, o céu, os campos isso os aproximam embora o russo seja assim...meio sem noção ,o que alegra o diabo ao invadir de quando em vez sua alma distraída de camponês.
Os russos tbm são discriminados também.


1994/ 12/04
Wilson Roberto Nogueira

Kronos devora suas Próprias Sementes



                   Piraí do Sul,Paraná,21052005.

    Resgatando lembranças nas brasas acesas,
    ocultas em cada pranto um lamento de lava,
    lavando a alma,
    marejando marés,
    lacrimejando ácido ondulante em ondas de fogo,
    liquido remorso morrendo em replay na memória.
    Oração de murmúrios,
    algaravia de dores,
    cristais de pontas adamantinas no olhar vítreo.
    Morto de tão vivo.
    Saltando na nuvem o pensamento ,
    vivendo éter eterno na mente,
    eternamente na moldura de mármore da lembrança.

    Sonhos pesando olhos carregados,
    filmes mudos em slowmotion
    que a argamassa desfaz,
    a cada golpe ,
    uma estocada no tijolo da finitude
    A flor plantada na carne inerte ,
    A carne des-mobiliada da alma.
    Cada quadro ou livro,
    baú ou arquivo
    morto.
    Pó etéreo vagando diluído em dezenas de páginas,
    que a memória da vida escreveu.
    Em cada palavra a imagem em carne e sonho.

    Pesadelos são ausências lacunas,
    des-conexão sem a eletricidade de músicas do passado,
    sem explosões ou maremotos,
    calor ou frio,
    a dor da perda a morte real
    acompanha a ausência do não compartilhado.
    A memória é a fonte da vida eterna,
    alma imorredoura,
     argamassa vedando os tijolos sepulta

    Na solidão apenas o esquecimento.
    Esquecimento é suicídio,
    É assassinato.
    Quem lembra sempre não estará só de quem foi,
    Sem jamais ter ido,
    Lavando o rosto da memória  na Lagoa.
    Água do tempo que afoga  no passado para fazer nascer
    O presente.
    Afoga no ventre o fogo de um novo renascer.


Wilson  Roberto  Nogueira.
  Sentimentos vertidos em lágrimas de cada letra, compondo uma melodia de desenganos.
  Amava ele  uma mulher que ,era Mulher de verdade ,ela não tinha  nenhum medo do calor de um abraço,
  E, entregava-se a um cafuné sem perder a segurança de estar entregue aos carinhos de quem gosta e quer
  Caricias .O coração numa dança de corações solitários ,e independentes.
  Desacorrentados da vida vindima de vinagres e beaujolais.
  Escolheu ele a rota rota do desengano,
  Amando em doloroso silencio um monte de gelo esculpido na forma de mulher.
  Mulher com medo do calor de um olhar ,muito mais do que de um contato,
  Sempre fujidia e oculta em si sem jamais se expor.
  Numa palavra o sentimento  ,para que, numa  palavra
  A lava da vida a queime e a soterre.


Wilson Roberto Nogueira

Um para cá; três para lá



De versos, estou vazia. Tão vazia de dar espaço para que eu dance e gire pelo oco de tudo o que sou, de tudo o que me sobrou. Vazio manso de solidão devagar, hoje mesmo sou e talvez eu vá além, para o mundo atrás das grandes e intocáveis coisas. Tudo aqui gira numa plenitude singular e removente; como se assim eu fosse. E dum desses removentes prazeres nasço. Antes de mim mesma e o ar já não me dói.

E as explicações eu já não quero como se suficiente eu fosse, pelos próprios sacrifícios humanos, eu me tivesse tornado suficiente nesse silêncio que está à me dominar. Peço em todos os momentos: deixa-me ser. Assim soturnamente imantada por uma fuga constante que insiste em me deflorar como parte indivisível dessas coisas todas tão maiores que meu corpo. Deixa-me ser assim como deixo-te onde queres, nessa partezinha minúscula de sensatez que lhe basta, como se não me bastasse - e não basta!

Vago pelos jardins flamejantes, estou prestes a saltar num golpe contra o universo e isso também não me dói ou segura meu corpo, como se o fim para coisas sensíveis não existisse e como se assim fosse. Se talvez te basta, você se mantêm como gota do que se é. E minha dor submerge nos segundos mais profundos da alma, nada me basta e aqui no fim, sei que também não mata.

                                     Juliana Vallim


contato: mme.valentina@gmail.com