Piraí do Sul,Paraná,21052005.
Resgatando
lembranças nas brasas acesas,
ocultas em cada
pranto um lamento de lava,
lavando a alma,
marejando marés,
lacrimejando ácido
ondulante em ondas de fogo,
liquido remorso
morrendo em replay na memória.
Oração de
murmúrios,
algaravia de
dores,
cristais de pontas
adamantinas no olhar vítreo.
Morto de tão vivo.
Saltando na nuvem
o pensamento ,
vivendo éter
eterno na mente,
eternamente na
moldura de mármore da lembrança.
Sonhos pesando
olhos carregados,
filmes mudos em slowmotion
que a argamassa
desfaz,
a cada golpe ,
uma estocada no
tijolo da finitude
A flor plantada na
carne inerte ,
A carne
des-mobiliada da alma.
Cada quadro ou
livro,
baú ou arquivo
morto.
Pó etéreo vagando
diluído em dezenas de páginas,
que a memória da
vida escreveu.
Em cada palavra a
imagem em carne e sonho.
Pesadelos são
ausências lacunas,
des-conexão sem a
eletricidade de músicas do passado,
sem explosões ou
maremotos,
calor ou frio,
a dor da perda a morte real
acompanha a
ausência do não compartilhado.
A memória é a
fonte da vida eterna,
alma imorredoura,
argamassa vedando
os tijolos sepulta
Na solidão apenas
o esquecimento.
Esquecimento é
suicídio,
É assassinato.
Quem lembra sempre
não estará só de quem foi,
Sem jamais ter
ido,
Lavando o rosto da
memória na Lagoa.
Água do tempo que
afoga no passado para fazer nascer
O presente.
Afoga no ventre o
fogo de um novo renascer.
Wilson Roberto Nogueira.
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