domingo, 5 de janeiro de 2014

“O problema difícil é criar valores. O homem se justifica pelos valores que tem. A sociedade se aglutina a partir da comunidade de valores. Numa sociedade determinada se criam valores novos e isso é um mistério para nós. Vejamos no plano da estética. Há períodos de criação de valores, como foi o século de Péricles, o século de Leonardo. Períodos em que a humanidade cria valores excepcionais, estéticos, e há outros longos períodos em que ela não cria quase nada. Isso nos escapa, mas nos mostra que potencialmente o homem é capaz de fazer tais coisas. Nada indica que ele tenha perdido a faculdade de criar novos valores, abrir novos horizontes, criar uma civilização nova.”

- Celso Furtado



Aí você percebe que está tudo errado quando você entra em uma livraria e percebe que os livros que as pessoas deveriam estar lendo estão em pequenos estandes, por preços de sebo e os livros que deveriam estar em uma seção esquecida estão sendo cobiçados por pessoas que vão adorar colocar eles no instagram e mostrar como são intelectuais por isso. Sinto que a literatura está começando a se alienar tanto como a televisão, produzindo por dinheiro, para uma geração que não quer pensar, melhor, só apenas quer mostrar que pensa. Por favor, me chamem de ignorante, que eu estou errado, e me dêem bons argumentos, porque isso é muito melhor que imaginar esse futuro insano que eu estou visualizando

Diego Bozza

'venenos de deus, remédios do diabo'

- Tens medo de fazer amor comigo?
- Tenho - respondeu ele.
- Por eu ser preta?
- Tu não és preta.
- Aqui, sou.
- Não, não é por seres preta que eu tenho medo.
- Tens medo que eu esteja doente...
- Sei prevenir-me.
- É porquê, então?
- Tenho medo de não regressar. Não regressar de ti.

[mia couto, 'venenos de deus, remédios do diabo']
"Entrar de costas no festival das letras, abrir passagem a golpes de fígado para a saída do escarro. Se não temos saúde bastante sejamos pelo menos doentes exemplares."