terça-feira, 13 de julho de 2010

Sonetos a Orfeu

Rainer Maria Rilke

I, 22



A nós, nos cabe andar.

Mas o tempo, os seus passos,

são mínimos pedaços

do que há de ficar.



É perda pura

tudo o que é pressa;

só nos interessa

o que sempre dura.



Jovem, não há virtude na velocidade

e no vôo, aonde for.



Tudo é quietude:

escuro e claridade,

livro e flor.



Tradução: Augusto de Campos

Coisas e Anjos de Rilke – Ed. Perspectiva

Images d'un Flâneur à Paris. Photographies Fernando Rabelo