INSTANTÂNEOS: GERAÇÃO 19681967:
Conflitos raciais em
Newark1967: Che Guevara assassinado1968: Dubcek eleito líder do Partido
Comunista tcheco1968: Lançada sonda lunar Surveyor 71968: Atentados
incendiários em Frankfurt1968: Martin Luther King é assassinado1968: Entra em
vigor a nova Constituição da Alemanha Oriental1968: Atentado contra Rudi
Dutschke1968: "Hair" estreia na Broadway 1968: Negociações de paz
para o Vietnã1968: Primeiro cargueiro nuclear europeu1968: Tropas soviéticas
ocupam Praga1968: Jacqueline casa-se com Onassis1968: o ano do cinema em
transe1969: Lennon e Ono dormem pela paz1969: Estreia o filme "Sem
Destino"1969: Festival de WoodstockHerança da geração de 68 é presente até
hojeAlemães relembram 1968 como ano da Primavera de PragaÀ sombra da revolução,
na defensivaO fascínio do mal: terroristas alemães viram ícones da cultura
popCiência & TécnicaMúsica e músicosTerrorismo na Alemanha na década de
70Nazifascismo e 2ª Guerra MundialUnião Européia
Em 15 de agosto de 1969 começava ao norte de Nova York um
festival de rock em que se apresentaram os mais conhecidos músicos do gênero. O
evento entrou para a história como auge e crepúsculo da geração hippie.
Três dias de música e desconcentração no auge do movimento
hippie
Ninguém tinha mais de 30 anos entre os 400 mil jovens que
acamparam durante três dias, comendo, bebendo, dormindo e fazendo amor ao ar
livre. E fumando maconha.
Quem esteve em Woodstock de 15 a 17 de agosto de 1969 afirma
que foi a maior manifestação de paz de todos os tempos. Para as más línguas, a
descontração foi resultado do enorme consumo de drogas praticado durante o
evento pelos jovens representantes da "geração das flores".
O que estava planejado era algo totalmente diferente. Os
quatro jovens de Bethel, no estado de Nova York, que alugaram para o festival
de rock ao ar livre a propriedade rural de Max Yasgur, de 250 hectares,
contavam com a participação de no máximo uns 80 mil hippies.
Mas, ainda antes de a festa começar, não parava de chegar
gente para ouvir The Who, Jimmy Hendrix, Joan Baez, Crosby, Stills & Nash,
Jefferson Airplane e muitos outros mais que haviam confirmado presença. Logo
foi preciso desmontar as cercas da fazenda, o que ocorreu com toda a calma,
porque o pessoal não era de arruaça.
Max Yasgur não cabia em si de contentamento: "Sou um
simples camponês. Não sei como falar para tanta gente. Esta é a maior multidão
que já se reuniu num lugar. Mas acho que vocês provaram uma coisa para o mundo:
que é possível que meio milhão de pessoas se reúnam para ouvir música e se
divertir durante três dias — só música e divertimento".
O festival em Woodstock não foi o primeiro a ser realizado
ao ar livre em fins da década de 60. E, para os hippies de verdade, até hoje o
festival de Monterey, realizado na Califórnia no verão setentrional de 1967,
continua sendo o acontecimento. Mas a ele compareceram apenas 50 mil pessoas.
Woodstock reuniu pelo menos oito vezes mais.
Protesto político e fim de uma era
Em 1969, na verdade, já tinha quase passado a grande euforia
da rebelião. Os estudantes de Paris, Berlim e Berkeley tinham desmontado suas
barricadas e retornado às salas de aula.
Na Casa Branca, estava instalado Richard Nixon, que
incorporava os clichês do governante reacionário em velhos moldes. E o que
Woodstock significou, no fundo, foi a rejeição dos Estados Unidos a tudo o que
Nixon representava. Nada expressou tão bem essa rejeição quanto a guitarra de
Jimi Hendrix, entoando o hino nacional entrecortado pelos sons de bombas. Um
ano antes de sua morte, o astro consagrava-se como o maior guitarrista de rock
de todos os tempos.
Hoje Woodstock tem a aura de um mito, provavelmente também
por representar o crepúsculo do movimento hippie. No mesmo ano, o clã de
Charles Manson havia cometido assassinatos bárbaros ao som de rock e no embalo
das drogas, matando entre outras pessoas a atriz Sharon Tate, esposa do
cineasta Roman Polanski.
Ainda no mesmo ano, o rock chegou ao fundo do poço num
concerto dos Rolling Stones em Altamont, na Califórnia, em que os Hell's Angels
apunhalaram um negro diante do palco.
O festival do amor e da paz rendeu lucros para seus
organizadores, que ganharam com os áudios e vídeos produzidos sobre o evento.
Na lembrança, permanece a imagem de um mar de lama preenchido pelo lixo deixado
pelos participantes: a chuva que caiu em Woodstock só fez reforçar o mito.
1968: "Hair" estreia na Broadway
Outro marco da geração hippie lembrado em mais um artido da
nossa série Calendário Histórico.
Autoria Jens Thurau (lk)
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