ALEMANHA 60 ANOS: ACONTECIMENTOS QUE MARCARAM A HISTÓRIA DO
PAÍS1949:
Toma posse o primeiro presidente alemão1949: Promulgada a Lei
Fundamental Alemã1949: Primeira Feira do Livro de Frankfurt1954: Alemanha ganha
a Copa do Mundo1957: Equiparação dos direitos da mulher na Alemanha1957:
Inauguração da Interbau em Berlim1961: Construção do Muro de Berlim1962:
Fundação da Schaubühne de Berlim1963: Tratado da amizade franco-alemã1963:
Começa "Julgamento de Auschwitz"1968: Atentado contra Rudi
Dutschke1968: Atentados incendiários em Frankfurt1969: Willy Brandt vence as
eleições federais 1971: Cineastas alemães criam cooperativa do filme1971:
Tratado das Quatro Potências sobre Berlim1972: Beuys demitido da Academia de
Belas Artes1972: Atentado na vila olímpica em Munique1974: Helmut Schmidt
torna-se chanceler federal1975: Começa julgamento de líderes da RAF1976: Ulrike
Meinhof é encontrada morta na prisão1977: Terroristas alemães se suicidam na
prisão1982: Morre o cineasta alemão Fassbinder1983: Stern publica os
"Diários de Hitler"1988: Daimler-Benz indeniza trabalhadores forçados
sob o regime nazista1989: Bomba da RAF mata banqueiro Alfred Herrhausen 1989: A
queda do Muro de Berlim1990: Kohl e Gorbatchov se reúnem no Cáucaso1990:
Eleições livres para o Parlamento da Alemanha Oriental1991: Direitos iguais de
sobrenome na Alemanha1992: Morre o ex-chanceler alemão Willy Brandt1993:
Atentado incendiário xenófobo em Solingen1993: Restrições na lei de asilo
político 1994: Christo pode empacotar o Reichstag1994: Condenado espião
alemão-oriental 1998: Grupo terrorista alemão RAF anuncia dissolução2002: Morre
primeiro ídolo do futebol alemão2007: Morre o fotógrafo Bernd Becher2008: Ano
de grandes decisões e surpresas para cultura na Alemanha
Em 13 de agosto de 1961, guardas da Alemanha Oriental
começaram a separar com arame farpado e concreto os lados oriental e ocidental
de Berlim, isolando Berlim Ocidental dentro do território da Alemanha Oriental.
Início da construção do maior símbolo da Guerra Fria
O funcionário do Serviço de Defesa da Constituição de Berlim
que estava de plantão no segundo final de semana de agosto de 1961 não esperava
ocorrências extraordinárias. Mas já na madrugada de sábado para o domingo, dia
13, ele foi surpreendido à 1h54 pela notícia de que o tráfego de trens entre
Berlim Ocidental e Berlim Oriental fora suspenso.
A abrangência do fato, porém, só ficou clara quando o dia
amanheceu. A República Democrática Alemã (RDA) dera início à construção de um
muro entre as duas partes de Berlim, cortando o acesso de 16 milhões de alemães
ao lado ocidental. "A fronteira em que nos encontramos, com a arma nas
mãos, não é apenas uma fronteira entre um país e outro. É a fronteira entre o
passado e o presente", era a interpretação ideológica do governo alemão
oriental.
Queda após 28 anos
A RDA via-se com razão ameaçada em sua existência. Cerca de
2 mil fugas diárias haviam sido registradas até aquele 13 de agosto de 1961, ou
seja, 150 mil desde o começo do ano e mais de 2 milhões desde que fora criado o
"Estado dos trabalhadores e dos camponeses". O partido SED puxou o
freio de emergência com o auxílio de arame farpado e concreto, levantando um
muro de 155 quilômetros de extensão que interrompia estradas e linhas férreas e
separava famílias.
Ainda dois meses antes, Walter Ulbricht, chefe de Estado e
do partido, desmentira boatos de que o governo estaria planejando fechar a
fronteira: "Não tenho conhecimento de um plano desses, já que os operários
da construção estão ocupados levantando casas e toda a sua mão de obra é
necessária para isso. Ninguém tenciona construir um muro".
Nos bastidores, porém, corriam os preparativos, sob a
coordenação de Erich Honecker e com a bênção da União Soviética. Guardas da
fronteira e batalhões fiéis ao politburo encarregaram-se da tarefa. Honecker
não tinha a menor dúvida: "Com a construção da muralha antifascista, a
situação na Europa fica estabilizada e a paz, salvaguardada".
As potências ocidentais protestaram, mas nada fizeram. Para
os berlinenses de ambos os lados da fronteira, a brutalidade do muro passou a
fazer parte do cotidiano. Apenas 11 dias após a construção, morreu pela
primeira vez um alemão-oriental abatido a tiros durante tentativa de fuga. A
última vítima dos guardas da fronteira foi Chris Gueffroy, morto em fevereiro
de 1989.
Reação às fugas
Até 1989, o Muro de Berlim foi o símbolo por excelência da
Guerra Fria, da bipolarização do mundo e da divisão da Alemanha.
Ainda no início de 1989, Honecker, no poder desde 1971,
manifestava confiança em sua estabilidade: "O muro ainda existirá em 50 ou
em cem anos, enquanto não forem superados os motivos que levaram à sua
construção".
Apenas dez meses depois, em 9 de novembro daquele ano, os
habitantes de ambas as partes da cidade caíam incrédulos nos braços uns dos
outros, festejando o fim da muralha que acabou sendo derrubada pouco a pouco e
vendida aos pedaços como suvenir.
Menos de um ano depois, o país dividido desde o fim da
Segunda Guerra foi unificado, mas a verdadeira integração entre as duas partes
é um processo que ainda não terminou.
Bildergalerie - Grünes Band
DE CORTINA DE FERRO A CINTURÃO VERDE
A BT11, em Kühlungsborn, é uma torre de vigia da época da
Alemanha Oriental. Entre 1973 e 1989, os guardas de fronteira subiam nela para
achar possíveis fugitivos, cujo objetivo era alcançar a costa do estado
ocidental de Schleswig-Holstein ou um navio que estivesse de passagem. Tombada
como patrimônio histórico, a torre é uma das últimas das mais de 70 que
existiam na costa do Mar Báltico.
1962: Peter Fechter morre vítima do Muro
No dia 17 de agosto de 1962, Peter Fechter, de 18 anos, foi
assassinado ao tentar fugir para Berlim Ocidental atravessando o Muro. Baleado
pelos soldados de fronteira da Alemanha comunista, Peter morreu de hemorragia
na chamada "zona da morte" entre os lados Ocidental e Oriental de
Berlim.
De Cortina de Ferro a Cinturão Verde
Autoria Doris Bulau (lk)
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